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  • 2 de Janeiro, 2011
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

A intolerância religiosa e o sectarismo pio

A superstição seria irrelevante se não tivesse consequências. As crenças não passariam de convicções pessoais se os devotos não vivessem a desvairada tentação de converter os outros, de obrigar os agnósticos, ateus e cépticos e partilhar tolices individuais como dogmas universais.

As fogueiras ateadas pelos índios, para que a chuva caia, não diferem das procissões que os bispos e padres católicos organizam para o mesmo fim através das novenas.

Pedir a Santa Bárbara para amainar as trovoadas é incomparavelmente menos prudente do que instalar um pára-raios. A penicilina fez mais milagres do que as orações rezadas desde os primórdios da organização da superstição em negócios da fé. Morre mais gente nas peregrinações às grandes superfícies religiosas do que benefícios se colhem com as deslocações e oferendas.

Ninguém é prejudicado pelo facto de haver quem acredite que Cristo era filho de uma virgem ou que se dedicava à pregação e aos milagres numa altura em que as saídas profissionais eram escassas e a sobrevivência difícil. O que ninguém tem o direito é de impor que alguma pessoa se ajoelhe ou reze para agradecer uma prestação de serviços – a salvação da alma –, que ninguém lhe encomendou.

A liberdade é incompatível com as doutrinas totalitárias, políticas ou religiosas, e não há um só crente que não julgue ser a sua crença a única verdadeira. É neste clima inflexível que os crédulos de determinada fé se julgam no direito de converter os clientes de outra religião que dispute o mercado ou de perseguir quem recuse o paraíso.

A ICAR só reconheceu o direito à liberdade religiosa durante o concílio Vaticano II que B16 olha frequentemente com a mesma repugnância com que Maomé fita o toucinho.

Hoje, que a demência religiosa atingiu o auge com os talibãs, uma espécie de Opus Dei islâmica, em armas, exige-se aos Estados que defendam a laicidade para evitar que os avençados do divino impeçam os crentes da concorrência do legítimo direito à sua fé.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem tem de substituir-se às tolices com que o Antigo Testamento, a Tora e o Corão intoxicam crianças nos templos e madraças onde o clero mata a inocência predicando a xenofobia, a crueldade, a violência, o sectarismo e o espírito de vingança.

32 thoughts on “A intolerância religiosa e o sectarismo pio”
  • Molochbaal

    “e não há um só crente que não julgue ser a sua crença a única verdadeira.”

    É verdade.

    Os crentes no ateísmo também julgam ser a sua crença a única verdadeira.

    Já eu não tenho crenças a esse nível que reconheço que me ultrapassa. Ao contrário da maior parte da população, crente ou ateia, eu não tenho a pretenção de conhecer o princípio e o fim das coisas.

    Mas reconheço que qualquer um dos crentes, teístas ou ateus, pode estar certo. Só havendo duas hipóteses, uma delas tem de estar certa.

    Até a ciência descobrir a totalidade do conhecimento possível, ou deus ou os deuses, ou os génios, ou o buda resolverem finalmente aparecer a toda a gente a acabar com os equívocos, prefiro manter uma saudável dúvida.

    • Molochbaal

      Por outro lado isto também é jogar pelo seguro.

      Se os ateus tiverem razão não me acontece nada.

      Mas se os teístas tiverem é mais complicado. A maior parte deles diz que a sua igreja é a única que garante a salvação e muitas até garantem que todas as outras são demoníacas.

      Mas como existem milhares de igrejas, como vai a gente saber qual é a que garante a salvação ?

      Jogar numa hipótese em mil, é muito arriscado, tendo em conta que se joga uma possível danação eterna (chiça!).

      Assim, mantendo uma neutralidade respeitosa, pode ser que vá parar a um limbo qualquer, onde me poderei inteirar da verdadeira divindade e quiçá safar-me com umas rezas dos crentes que cá ficam e ascender a um dos milhares de possíveis céus que todas as religiões dizem que mantêm em regime de exclusividade.

      Sou ou não sou esperto ?

      Depois, de túnica branca e lira, rodeado de 700 virgens (depiladas) poderei ir visitar os desgraçados ateus como o esperança e o carpinteiro, que vão estar a ranger os dentes no inferno e direi :

      – Viste a lingerie nova das minhas virgens ? É vermelhinha.

      E a minha lira ? É uma Fender !

      E a minha túnica ? É seda natural. Vês o crocodilo no peito ?

      Bem, tenho de ir andando para o meu duplex na nuvem 5. Tchau pessoal. Cuidem-se.

      Já agora tentem manter o nariz de fora da lava do lago de fogo eterno tá bem ? Vá lá, isso não custa nada…

      • antoniofernando

        “Sou ou não sou esperto ?” Não: és chifrudo…:-)

        • Molochbaal

          Por falar nisso nacional-mentiroso.

          Já descobriste os links em que digo que as mulheres adúlteras devem ser lapidadas ou que a lei de um país, só por ser a lei de um país, é sempre justa ?

          Continuo à espera.

      • Anónimo

        Caro Molochbal:
        Tenho vindo a acompanhar, com crescente e cuidada atenção, os seus comentários, nomeadamente no que tange a sua posição agnóstica. E deixe-me dizer-lhe que, apesar de não ser a minha posição, considero a sua postura como inteligente, prudente e razoável, quase cartesiana. Com efeito uma posição de “talvez sim, talvez não”, acaba por ser uma situação cómoda – e até permite exercícios de ironia como o que se pode ler acima. Na verdade, nada nos prova que Deus existe, do mesmo modo que nada nos prova o contrário, embora eu defenda (e não estou só) que a inexistência não carece de provas.
        Gostaria, no entanto, se esta posição racional se refere, apenas, à existência de Deus, ou se também abrange outras entidades. Por exemplo, o Super-homem, o Pato Donald ou o Peter Pan, sem esquecer a Fada Sininho.
        Concretamente, e porque faz parte das minhas preocupações, gostaria de saber qual a sua opinião relativamente à possibilidade de existência da dupla Astérix/Obélix que, como se sabe, até têm algumas semelhanças com Jeová. Por exemplo, há um livro que afirma a existência de Deus; é a Bíblia e, afinal, não é um livro, são cinco, o chamado Pentateuco, uma imitação revista e ampliada da “santíssima trindade”, que são só três pessoas numa só. Ora, a existência da dupla terrível é demonstrada por TRINTA E CINCO livros (eu tenho a colecção completa) que, naturalmente, são mais fiáveis do que, apenas, CINCO. Mas há mais: diz-se que “Deus está em toda a parte”. Estará; mas olhe que Astérix e Obélix de certeza que já lá estiveram. No Egipto, na Grécia, na Hispânia, na Inglaterra, não quero ser exaustivo mas parece que não há canto nenhum do mundo (e só há quatro, como sabemos, basta conferir na Bíblia) onde a eficaz dupla ainda não tenha estado. Finalmente, e para ficarmos por aqui, em termos de similitudes, há quem afirme que “Deus é todo-poderoso”. Não duvido, mas quem diz isso certamente nunca viu o Astérix encharcado em poção mágica preparada pelo druida Panoramix. Isto para já não falar no Obélix que, como toda a gente sabe, caiu no caldeirão da poção mágica quando era pequenino, e os efeitos são permanentes.
        Ora, perante estes factos, não acha que é, no mínimo, um sinal de sensatez, pôr a existência de Astérix e Obélix no rol das dúvidas metódicas?

        • Molochbaal

          Astérix não existe ?

          A ldeia dos irredutíveis é baseada em factos reais, a resistência gaulesa aos invasores romanos. A armórica foi um dos focos de resistência contra Júlio César.

          O Astérix concreto nunca existiu, mas é uma homenagem às centenas de milhares de gauleses que resistiram ainda e sempre ao invasor, ainda hoje, na memória do seu espirito.

          Quem ler a Guerra das Gálias compreende a imortalidade da luta contra a extinção que atravessa os tempos das sociedades humanas

          A questão é mesmo essa. Tanto crentes como ateus levam as coisas ao nível mais básico.

          Os crentes quando falam em deus praticamente descrevem a cor das cuecas do senhor e garantem que sabem tudo o que pensa e quer, que, geralmente e de modo muito curioso, coincide sempre com aquilo que eles próprios querem e pensam.

          Eles são socialmente conservadores ?

          Pois “deus” será socialmente conservador !

          Onde está a dúvida ?

          Na realidade os crentes endeusam-se a si próprios e criam um “deus” à sua imagem e semelhança. Abusam do conceito de deus para tentar impor aos outros as suas próprias vontades, ambições e fobias.

          Vocês, para contrapor, falam no Astérix e na fada Sininho.

          Estão de facto bem ao nível uns dos outros. Só que, para falar a sério não se pode falar assim.

          Sim, deus, tal como o Astérix, pode existir. Assim como o “Astérix” real não é apenas um boneco nos livros, mas um símbolo de uma realidade diferente, assim o deus, ou deuses, a existir, também não serão os dos livros.

          Os livros não passarão de alusões a uma realidade diferente de que os homens pressentirão mas apenas terão uma ideia vaga e difusa. No caso de deus, necessariamente uma ideia milhões de vezes mais vaga e difusa do que a já ténue ideia que nós fazemos da Gália em 50 AC.

          Astérix, a fada sininho, os dragões são bonecos nos livros, é fácil gozar com isso. Simplesmente uma análise mais aprofundada regra geral demonstra que são símbolos, arquétipos, de realidades que acompanham a humanidade desde o seu início. Representam pessoas, civilizações, valores, conceitos que EXISTEM mesmo.

          Até o capitão América representa uma REALIDADE a que todos nós assistimos diariamente – a superpotência américa a impor o seu modo de vida. O seu parceiro Falcão representa a emancipação da comunidade negra que acompanha e secunda, legitimiza à luz dos valores democráticos, a acção do colosso americano.

          Ora, quando falamos de deus, ainda por cima, não falamos do nosso quintal ou da BD, realidades que conhecemos muito bem e de que é fácil fazer uma leitura superficial.

          A questão de deus mexe com os princípios e os fins ultimos do universo, coisas de que não podemos fazer a mínima ideia, pelo que a questão simbólica se torna ainda amis impenetrável.

          Podes gozar com dragões no quintal, ESQUECENDO o significado simbólico REAL do dragão, porque conheces bem o quintal médio numa cidade média feita por humanos médios. De facto um dragão não simbólico seria um espanto num sitío desses.

          Simplesmente quando falas do princípio e do fim do universo não estás a falar do teu quintal e és tu que estás a cair no ridículo que pretendes impor aos outros com comparações com a fada sininho.

          Ao comparares o universo com um quintal ou uma loja de BD quem cai no ridículo és tu.

          Porque, simplesmente tu não conheces o universo como o teu quintal.

          Logo, por definição, ao se falar de deus, quer para o negar quer para o afirmar, está-se a falar de coisas que se desconhecem.

          Eu, quando não conheço nada acerca de uma coisa costumo ficar calado e não fazer tratados teóricos sobre algo que desconheço completamente. Comodismo ? Eu chamo-lhe mais um esforço de honestidade.

          Talvez fosse mais fácil ir na corrente a adoptar uma qualquer “igreja” ateia ou crente onde me
          levassem a pastar pela trela. Porque, ao contrário do que tu dizes, ser a minoria das minorias, criticar a esmagadora maioria nunca é cómodo.

          Vide este blog onde sou atacado por todos os lados, de ateus e crentes.

          • Anónimo

            Sou capaz de estar de acordo contigo. Principalmente, depois de ter lido esta notícia. Se calhar, Deus até é capaz de existir…
            http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=8284

          • Molochbaal

            Continuas a confundir a possibilidade da existência de deus com o aproveitamento que aldrabões fazem dessa possibilidade para endrominar os incautos.

            Podes fazê-lo para te ires entretendo.

            Entretanto isso não adainta nada para a discussão.

            O facto de haver doidos a divagar sobre o assunto não é indício contra nem a favor.

          • Molochbaal

            Continuas a confundir a possibilidade da existência de deus com o aproveitamento que aldrabões fazem dessa possibilidade para endrominar os incautos.

            Podes fazê-lo para te ires entretendo.

            Entretanto isso não adainta nada para a discussão.

            O facto de haver doidos a divagar sobre o assunto não é indício contra nem a favor.

        • Molochbaal

          “embora eu defenda (e não estou só) que a inexistência não carece de provas. ”

          Com certeza, a inexistência não carece de provas.

          Já a GARANTIA da inexistência carece.

          É fácil falares que quintais e dragões porque toda a gente conhece milhões de exemplos de quintais e de facto não há registo de lá haver dragões.

          É uma boa prova de que não há dragões em quintais.

          Simplesmente o universo, os infinitos universos possíveis de terem existido, virem a existir ou existirem em paralelo com o nosso NÃO são passíveis de comparação com o conceito de quintal que toda a gente conhece.

          Simplesmente porque ninguém pode fazer a mínima ideia do que é realmente o universo – ao contrário do quintal cujo conceito conhecemos muito bem.

          • Anónimo

            Sou eu que estou a ler mal? O que tem o meu quintal a ver com deuses? Principalmente: o que tem a ver, o universo ou universos a ver com a existência ou não de deuses?
            Realmente, não há registos da existência de dragões em quintais, mas também não há registo concreto da existência de deuses. Ou deus. O deus que nos é incutido, mais não é do que fruto da imaginação humana, e o Toino é a prova do que falo, quando consegue criar um deus privativo. E é desse tipo de deus que tu negas assumir ou recusar a existência. Porque não há outro.
            “A questão de deus mexe com os princípios e os fins ultimos do universo,” É uma opinião, provavelmente muito respeitável, mas nada está provado, nesse sentido. “assim o deus, ou deuses, a existir, também não serão os dos livros”. Não há outros. Só há deuses em livros. O resto, são hipóteses. E não me parece curial criar uma hipótese baseada em nada e começar a pensar que, se calhar, tem consistência. Isso, faziam os antigos: havia uma trovoada, e admitiam, logo, a hipótese de ser obra de um deus. Neptuno foi criado porque os antigos não conheciam “os princípios e os fins últimos” do mar. O facto de não entendermos o universo, não significa que tenha sido uma criação divina. Não o entendemos, ponto final. Do mesmo modo que os antigos não entendiam a trovoada. Ou o fogo. Ou o mar. Porque, e já aqui foi dito muitas vezes, cada vez que o conhecimento avança, é mais um pouco de Deus que morre.

          • Molochbaal

            “Sou eu que estou a ler mal? O que tem o meu quintal a ver com deuses? Principalmente: o que tem a ver, o universo ou universos a ver com a existência ou não de deuses?”

            De facto eu pergunto-me o mesmo.

            Mas como sempre que se fala na possibilidade da existência de deus tu vens com a história do dragão e do quintal, do duende e do quintal, da fada sininho e do quintal, eu não te queria contrariar, porque deves gostar mesmo muito do teu quintal.

            “O deus que nos é incutido, mais não é do que fruto da imaginação humana, e o Toino é a prova do que falo, quando consegue criar um deus privativo. E é desse tipo de deus que tu negas assumir ou recusar a existência. Porque não há outro.”

            Concordo. O caso do toino é típico do fast food god.

            Entretanto eu não sei se há outro.

            Porque a imaginação humana não existe do nada. Tem origem na realidade, nos instintos, na percepção. O deus imaginado pode de facto ser uma realidade intuída, claro que muito “dramatizada” e “floreada” pela imaginação e os interesses pessoais de quem imagina.

            Mas pode ser um indício de que essa imaginação representa algo que exista mesmo.

            Ou não achas estranho que a quase totalidade da humanidade tenha toda a mesma ilusão ?

            Não existe uma única civilização que não tenha criado uma, ou muitas religiões à volta do conceito de deus ou deuses. Esta verdadeira obsessão humana que se repete biliões
            devezes em todos os contextos culturais pode ser apenas uma sublimação de um instinto ou uma percepção de uma realidade diferente. Não sei nem faço ideia, não afirmo coisas que não sei.

            “Não o entendemos, ponto final.”

            Era tão bom se realmente pensasses assim.

            Formávamos já a primeira associação agnóstica tuga, quiçá um Diário Agnóstico onde todas as possibilidades fossem igualmente aceites como simples possibilidades.

            É que, se não o entendes,ponto final, não te podes arrogar a decisão de qual é a possibilidade “oficialmente” aceite.

            Não conheces ? Então tudo é possível.

            Só depois vem o ponto final.

            PS

            “O resto, são hipóteses.”

            Mas é isso que eu te estou a dizer desde o início.

            Tanto Ganesh, o deus trombudo, como o ateísmo, são HIPÓTESES.

            É a tua crença no ateísmo como verdade absoluta para a qual não precisas de provas que te torna irmão de fé de um S. Francisco.

    • antoniofernando

      ” Até a ciência descrobrir a totalidade do conhecimento posssível, ou deus ou deuses, ous os génios resolverem finalmente aparecer a toda a gente a acabar com os equívcos, prefiro manter uma saudável dúvida”.

      Só mesmo de um intelectualmente destituído, como tu, é que poderia vir esta ” pérola” do pensamento.

      Então o menino vai ficar sentado à espera que a Mãe Ciência lhe venha dizer se Deus existe ou não ? Ah, o menino tem assim tanta fé que a Mamã Ciência lhe possa esclarecer os mistérios teológicos ? Ah, o menino é tão crente nas potencialidades da Dona Ciência. A Ciência a demonstrar a existência ou não de Deus. O menino anda muito desactualizado. Mas haverá ainda algum estúpido que sustente essa disparate intelectual, de a Mamã Ciência vir explicar se Deus existe ou não ? Lá no fundo, és um pobre ingénuo.

      Se não for a Mamã Ciência, que te apareçam o teu deus,ou deuses ou Buda, que já passas a acreditar,ó chifrudo ?

      Metes dó… 🙂

      • Molochbaal

        Não.

        Deve aumentar imenso as probabilidades de acertar seguindo uma igreja porque já o meu pai a seguia ou porque me deu um vipe (conversão) para a seguir, como vocês fazem.

        Esse método é tão bom, que se o adoptares para jogar o Totoloto ganhas de certeza.

        Basta jogares no número que o teu pai jogava seguires o vipe do momento. Vais ver que acertas logo.

        É a chamada técnica científica do “ao calhas”, que a maioria dos filiados em religiões segue.

        Se o pai deles a seguia ou se lhes deu para alí SÓ PODE ser a religião verdadeira.

        Então o pai deles ou eles próprios podiam estar enganados ? IMPOSSÍVEL !

        Só pode…

    • Amilton Cardoso da Silva

      “e não há um só crente que não julgue ser a sua crença a única verdadeira.”

      Isso é uma questão de lógica.Se eu tiver uma crença e achar que ela não é verdadeira seria contraditório comigo mesmo.
      Se você é cético, agnóstico ou ateu é porque acha que os outros estão errados.Aliás, tem certeza disso.

      • Molochbaal

        Sendo agnóstico, por definição, NÃO TENHO A CERTEZA se os outros estão certos ou errados.

        Logo, os agnósticos são os únicos que não têm crença nesse aspecto. Eu nunca disse que os crentes ou os ateus estão errados. Antes pelo contrário, já aqui disse que das duas ideologias uma forçosamente terá de estar certa. Simplesmente não sei qual é.

        Só me espanto com a sua certeza absoluta, a sua CRENÇA de que estão certos.

        • Amilton Cardoso da Silva

          Aparentemente você CERTEZA de que alguém está certo, só não sabe quem.
          Eu, de minha parte, não busco certezas. Apenas não acredito em coisas que não passam pelo crivo da minha pouca inteligência.E nem sou tão exigente.Me bastaria um pequeno milagre que me convencesse e ficaria satisfeito. O problema é que, pelo que dizem, é preciso ter fé pra acontecer o milagre.

      • Anónimo

        Caro Amilton Silva:
        «”e não há um só crente que não julgue ser a sua crença a única verdadeira.”
        “Isso é uma questão de lógica. Se eu tiver uma crença e achar que ela não é verdadeira seria contraditório comigo mesmo”
        Se você é cético, agnóstico ou ateu é porque acha que os outros estão errados. Aliás, tem certeza disso.».
        O seu raciocínio está correcto, mas parece-me um pouco redutor. Salvo o muito e devido respeito por opinião contrária, naturalmente. Vejamos.
        Eu posso, perfeitamente, ter uma crença, e admitir que as crenças dos outros, diferentes da minha, são igualmente, verdadeiras. Vamos a exemplos concretos:
        Eu acredito que existe um dragão invisível no meu quintal. Aliás, nem é uma questão de crença, o dragão existe, ponto final. Mas isso não significa que não existam outros dragões noutros quintais. Diferentes do meu, naturalmente, maiores ou menores do que o meu, mas existem, claro que existem. Eu sei, por exemplo, que o Futebol Clube do Porto (FCP) também tem um dragão. Trata-se de um dragão enorme, que não cabia num simples quintal, por isso tiveram de mandar fazer um estádio, que é o Estádio do Dragão, para o bicho lá caber. E acha que eu era capaz de duvidar do dragão do FCP, ou afirmar que o dragão deles é falso e que o meu é o verdadeiro? Claro que não! Como dizem os franceses, “chacun sabe de si”. Claro que já não posso acreditar, se o Benfica disser que também tem um dragão invisível. Aí, eu digo logo que é mentira, porque eles têm um Estádio da Luz, está-se mesmo a ver que tem mais a ver com a EDP, não tem nada a ver com dragões. São outros negócios.
        Falando a sério: nada impede, ou nada devia impedir, que uma religião admitisse a existência de outras religiões. Porque as religiões estão intimamente relacionadas com os comportamentos culturais. Porque não tem lógica que o deus que proibiu os muçulmanos e os judeus de comerem carne de porco, seja o mesmo que assobia para o lado quando, em Portugal (por exemplo), comemos uma bela “feijoada à transmontana”.

        • Amilton Cardoso da Silva

          Bem,eu não nego a existência das crenças, essas sei que existem às expensas.Só duvido da eficácia dos cultos prestados a essas divindades.

  • Anónimo

    Os agnósticos como o Molochbaal fazem-me rir…

    Os agnósticos na maioria acham-se mais espertos do que os outros por manter uma posição “neutra”. O raciocínio é simples se os ateus tiverem certo não me acontece nada, se os crentes tiverem certo, como não negaram a hipótese de Deus totalmente vão para o limbo com a esperança das virgens.

    E então os ateus irão para o inferno? Porquê? Por usarem a cabeça e lutarem contra o obscurantismo, os dogmas, a imposição da crença ou serem simples amantes da ciência?

    Molochbaal será que Deus na sua perfeição irá julgar alguém que não acreditava nele? Qual é o crime não acreditar nele? Será melhor ser pedófilo, mestre de inquisição, dizer o acto de contrição para depois pecar?

    Será que Deus tem necessidade que acreditem nele? Necessidades de um rei egocêntrico, de ostentação do seu nome e ter necessidades de ter submissos… Chama isso perfeição?

    Será que Deus prefere crentes, que apenas acreditam hipocritamente nele para safarem a sua alma ou os Ateus que tentam impor no mundo a declaração dos direitos do Homem?

    Você acredita nas virgens? Você acreditas que Deus faz do paraíso um bordel onde se escravizam anjas 🙂 pense antes falar… Se Deus realmente existe os ateus terão com certeza prioridade no paraíso pois Deus não quer lá lambe botas nem seres rastejantes ;-).

    • Molochbaal

      “Será que Deus tem necessidade que acreditem nele? Necessidades de um rei egocêntrico, de ostentação do seu nome e ter necessidades de ter submissos… Chama isso perfeição?”

      Evidentemente que não acredito nisso, se acreditasse não estava a brincar com o assunto.

      Estou simplesmente a dizer aquilo que a maioria das igrejas diz. Que só por elas se consegue a salvação, o que implica logo de início acreditar em deus, para além de depois seguir as ordens dessas igrejas.

      Para que raio precisaria deus que alguém acreditasse nele ou que fizesse depender a salvação de alguém dessa crença ou de seguir as ordens de terceiros é de facto coisa que me transcende porque não consigo ver qualquer explicação lógica. Mas é o que eles dizem.

  • Anonimus1a

    Hoje, a falta de educação, o ódio e maldade dos ateus, anticlericais e outros perturbados é que representam o grande perigo para a segurança da humanidade.

    Esses é que são o verdadeiro perigo ao insultarem, provocarem e ofenderem por ódio e maldade, julgando que te têm o direito de fazer o que lhes apetece e que os outros tem obrigação de aceitar e calar.

    • Molochbaal

      Curiosamente quando são vocês a insultar já acham muito bem.

      Essa hipocrisia é dos tais mistérios da fé que me deixam enojado.

    • Anónimo

      “Esses é que são o verdadeiro perigo ao insultarem, provocarem e ofenderem por ódio e maldade,”
      Tem toda a razão. Os crentes, ao menos, insultam e ofendem por amor e bondade. Os ateus é por “ódio e maldade”.

      Hoje, a falta de educação, o ódio e maldade dos ateus, anticlericais e outros perturbados é que representam o grande perigo para a segurança da humanidade.”
      Tem razão, mais uma vez. Porque a falta de educação, o ódio e a maldade dos crentes, nunca fizera, mal nenhum a ninguém. Mesmo a Inquisição era com amor e doçura. E as torturas eram, sempre, acompanhadas com leite e mel.

      • Molochbaal

        Tem o JoseMoreira toda a razão.

        Por exemplo, eu quando chamo nomes ao toino faço-o por ódio, porque não acredito em deus.

        Mas o toino, quando me insulta, ainda neste post me chamou chifrudo, fá-lo por amor.

        Ele tem-me tanto amor que me trata de javardo e chifrudo, mas na base da amizade, como tratamento carinhoso. O toino diz essas coisas para me animar.

        Tenho a certeza absoluta.

        Era impossível ele pertencer à religião do amor, que até diz para dar a outra face e depois dizer estas coisas para me ofender.

        NÃO !

        Recuso-me a acreditar numa calúnia dessas. Porque isso signicaria que ele era um fariseu da pior espécie, um verdadeiro Caifás. Um facínora capaz de voltar a crucificar o cristo.

        NÃO !

        É tudo na base da amizade.

        Ponho as mãos no fogo.

        PS

        Alguém tem ligaduras ?

        É que acabei de queimar mãos…

        • Anonimus1a

          Os insultos entre pessoas por razões pessoais são problema de cada um e nada em a ver com religião. Já os insultos e os desacatos com pessoas por motivos da sua religião representam um questão muito diferente.
          O que tu fazes, o que estes ateus fazem, é maltratar as pessoas por questões religiosas.

          Quando te dizes ateu e invocas principos da religião que achas que é o que os crentes devem fazer contigo, já estás a abusar e a insultar os crentes. Não podes pedir a um crente que siga os preceitos da religião para quem faz questão de se lhes opor.

          • Molochbaal

            Eu não sou ateu.

            Quando estou a invocar os princípios que voc~es dizem que têm mas depois não se vê nada, estou apenas a fazer notar a vossa hipocrisia e não um direito de membro da igreja.

            De qualquer maneira gente como tu, aliás a amior parte dos crentes que conheço, são a própria negação dos tais princípios do bem e da moral em tudo o que dizem ou fazem.

            Queres um exemplo ? Não é preciso ir muito longe.

            Nesta tua resposta fazes crer que a vossa moral está dependente de a pessoa com quem estão a falar pertencer à igreja, o que é exactamente o CONTRÁRIO do que cristo ensinou, nomeadamente amar os inimigos etc.

            Eu já não digo tanto, apenas peço que não mintam e não insultem descaradamente. Isto não é um preceito religioso, mas uma simples regra de civismo.

            E não, nunca insultei ninguém por causa da religião. Insulto regularmente quem me insulta a mim.

            Por exemplo, tu achares que é um insulto eu pedir que não me mintam ou que não me insultem é já, por sua vez, um insulto que me estás a fazer. Estás a dizer que apenas os sequazes da tua seita têm direito à vida.

            E sim, posso-te considerar uma merda de gente por causa disso. Mas é mesmo pessoal, não tem nada a ver com a tua crença. Simplesmente se andas a pregar o amor e a praticar o ódio, se exiges respeito mas não sabes respeitar os outros, és uma pessoa de merda. O teu deus não tem culpa nenhuma. Se existir até deve andar bastante envergonhado da merda que vocês andam a fazer à dois mil anos em seu nome.

    • Anónimo

      “Esses é que são o verdadeiro perigo ao insultarem, provocarem e ofenderem por ódio e maldade,”
      Tem toda a razão. Os crentes, ao menos, insultam e ofendem por amor e bondade. Os ateus é por “ódio e maldade”.

      Hoje, a falta de educação, o ódio e maldade dos ateus, anticlericais e outros perturbados é que representam o grande perigo para a segurança da humanidade.”
      Tem razão, mais uma vez. Porque a falta de educação, o ódio e a maldade dos crentes, nunca fizera, mal nenhum a ninguém. Mesmo a Inquisição era com amor e doçura. E as torturas eram, sempre, acompanhadas com leite e mel.

  • Joel

    “A ICAR só reconheceu o direito à liberdade religiosa durante o concílio Vaticano II ”

    Sério???? Na época do Concilio… o regime catolico de Saigon massacrava milhares de budistas com total conivencia do clero!

  • Antonio Porto

    A intolerância religiosa mostrou as suas garras quando stalin governou a união soviética.
    Quando o ateísmo alvoroça o poder num estado de maioria atéia, o que se vê é
    exatamente proibições e massacres.
    A china, coréia do norte e cuba são exemplos disso.
    E os escritos antigos e tolos que eles usam , são os mesmo que muitos hoje adotam: os livros de darwin, carl max, lenin.
    A mídia mundial não associa o ateísmo a estes governos simplesmente por saberem
    que isso causaria um grande estrago nas maiores filosofias deste mundo, as quais são
    claramente anti-religiosas.
    O ateísmo , na verdade, nunca saiu do armário.

    • Molochbaal

      Concordo que os ateus são hipócritas em não reconhecer que o ateísmo tanto pode ser pacífico como violento, conforme a teoria específica ou as pessoas concretas que a sigam.

      Mas como vocês são igualmente a hipócritas a merda é a mesma.

  • Anónimo

    PARABÉNS PELO TEXTO SIMPLES, LÚCIDO E OBJECTIVO.

    NA VERDADE AS LEIS DOS ESTADOS LAICOS CONTINUAM A SER VIOLADAS A FAVOR DAS RELIGIÕES, COM O BENEPLÁCITO DO PODER POLÍTICO A QUEM INTERESSA O OBSCURANTISMO DAS POPULAÇÕES.

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