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Brasil – Onde fica a laicidade ?

Directora de Escola Estadual expulsa aluno ateu por ter se recusado a tirar o chapéu durante oração.

Proselitismo e intolerância.

20 thoughts on “Brasil – Onde fica a laicidade ?”
  • antoniofernando

    Se a escola é pública não tem que impor nenhuma prática religiosa. E se o chapéu é proibido , deve ser para todos, sejam crentes ou ateus. Se o aluno em causa foi expulso por usar chapéu é censurável ,se foi discriminado em relação aos demais colegas. Se for genericamente proibido a qualquer estudante usar chapéu dentro da escola então a expulsão está correcta.Os estudantes ateus também não têm nada que se arvorarem no direito de desrespeitar a fé dos outros, caso existisse norma prévia que anteriormente proibisse o uso de chapéu a todos os estudantes sem excepção…

    • jmc

      a funcionária da escola que aparece no vídeo contradiz-se sobre a autorização ou não de utilizar o boné na escola
      um vez diz que o uso do boné é proibído na escola e outra vez diz que depois da oração ele pode usar o boné
      também não aparenta conhecer a probição de oração nas escolas públicas

      podemos fazer a análise profunda ao texto, mas isto parece-me sem grandes dúvidas ser um caso de discriminação religiosa. chapéu ou não, a escola tem oração e discriminou este não-participante

      • antoniofernando

        A minha posição sobre esta temática é sabida. Já por vezes sustentei que não acho admissível que, nas escolas públicas, haja qualquer tipo de orientação religiosa, devido ao princípio da laicidade, que me parece eticamente correcto, no que concerne à separação entre os estados e as religiões.E que, aliás, é uma consequência jurídico- constitucional da maior parte dos países civilizados. Mas isso não significa, do meu ponto de vista, que qualquer pessoa não deva poder afirmar a sua mundividência específica, seja ela teísta, agnóstica ou ateísta. O mundo já está suficientemente empolado com radicalismos e julgo que todos ganhamos com o incremento da multiculturalidade. Se, numa escola pública, conviverem estudantes crentes,com camisolas estampadas a afirmar ” eu acredito em Deus” ,e outros, ateus,a sustentarem ” eu não acredito em deus”, é o espírito democrático de sã convivência que ganha com isso.Se alguém usar uma cruz de Cristo e um muçulmano, judeu, hindu ou de qualquer outra confissão religiosa, usar a sua respectiva simbologia,nenhum dano vem à Humanidade. Eu não tenho nenhum apreço pela figura de Che Guevara por causa dos fuzilamentos que ele ordenou em Cuba ,mas seria o primeiro a erguer-me, numa escola pública, contra qualquer indivíduo que lhe negasse a faculdade de usar essa figura histórica reproduzida no seu vestuário. A democracia consolida-se quando cada um de nós respeitar o posicionamento ideológico de terceiros se e e sobretudo se não nos identificarmos com essas outras posições. O que não obsta, obviamente, que não louvemos ou censuremos o que, dos nossos pontos de vista, mereça louvor ou censura.Quanto ao recíproco respeito, terá que ser igual para todos, independentemente das confrarias ideológicas em que os correspondentes apaniguados se situem, sem qualquer tipo de excepção…

        • Ant_cs

          Meu caro:

          Concordo genericamente com tudo, com excepção desta visão simplista:

          « não acho admissível que, nas escolas públicas, haja qualquer tipo de orientação religiosa, devido ao princípio da laicidade (…) que, aliás, é uma consequência jurídico- constitucional ». – não concordo por múltiplas razões, mas vou-me abster de grandes considerações e não estou interessado em debater esse assunto.

          Desde logo usa uma expressão excessiva e, a meu ver, completamente incorrecta: “orientação religiosa”.

          Permitir a pratica religiosa dos utentes da escola não é “orientar o ensino para uma religião”, nem sequer ofender o princípio de separação de estado e da igreja.

          Não é possível que um escola a tempo inteiro não permita que a dimensão religiosa da educação, para quem assim o pretender, se ela é uma ocupação continuo do tempo dos seus utentes. Vejo, com muito mais olhos, nesta Europa cada vez menos civilizada, a cercear os direitos das pessoas, de forma aviltante e contraria à cultura e ao progresso.

          Sou contra a escola que quer impor o desrespeito pela cultura das pessoas. E vejo com apreensão e desagrado algumas atitudes absurdas e estúpidas.
          Exemplos:
          – Servir carne de porco numa escola com uma grande percentagem de Islâmicos, sem um prato alternativo. Quando os visados pedem para ser respeitados toda a gente diz que não. Uns meses depois, dois alunos recém-chegados à escola obtêm imediatamente a benesse de ter uma prato alternativo porque são vegetarianos.

          – Numa dada escola dois alunos são alvo de uma ameaça de intervenção forçada por negligência parental, sob sinalização de uma psicóloga, por se recusarem a comer durante o Ramadão.

          Isto preocupa-me. Isto é que é “orientar a escola” de forma grosseira, absurda e “juridico-constitucionalmente” duvidosa.

        • Ant_cs

          Meu caro:

          Concordo genericamente com tudo, com excepção desta visão simplista:

          « não acho admissível que, nas escolas públicas, haja qualquer tipo de orientação religiosa, devido ao princípio da laicidade (…) que, aliás, é uma consequência jurídico- constitucional ». – não concordo por múltiplas razões, mas vou-me abster de grandes considerações e não estou interessado em debater esse assunto.

          Desde logo usa uma expressão excessiva e, a meu ver, completamente incorrecta: “orientação religiosa”.

          Permitir a pratica religiosa dos utentes da escola não é “orientar o ensino para uma religião”, nem sequer ofender o princípio de separação de estado e da igreja.

          Não é possível que um escola a tempo inteiro não permita que a dimensão religiosa da educação, para quem assim o pretender, se ela é uma ocupação continuo do tempo dos seus utentes. Vejo, com muito mais olhos, nesta Europa cada vez menos civilizada, a cercear os direitos das pessoas, de forma aviltante e contraria à cultura e ao progresso.

          Sou contra a escola que quer impor o desrespeito pela cultura das pessoas. E vejo com apreensão e desagrado algumas atitudes absurdas e estúpidas.
          Exemplos:
          – Servir carne de porco numa escola com uma grande percentagem de Islâmicos, sem um prato alternativo. Quando os visados pedem para ser respeitados toda a gente diz que não. Uns meses depois, dois alunos recém-chegados à escola obtêm imediatamente a benesse de ter uma prato alternativo porque são vegetarianos.

          – Numa dada escola dois alunos são alvo de uma ameaça de intervenção forçada por negligência parental, sob sinalização de uma psicóloga, por se recusarem a comer durante o Ramadão.

          Isto preocupa-me. Isto é que é “orientar a escola” de forma grosseira, absurda e “juridico-constitucionalmente” duvidosa.

        • Ant_cs

          Meu caro:

          Concordo genericamente com tudo, com excepção desta visão simplista:

          « não acho admissível que, nas escolas públicas, haja qualquer tipo de orientação religiosa, devido ao princípio da laicidade (…) que, aliás, é uma consequência jurídico- constitucional ». – não concordo por múltiplas razões, mas vou-me abster de grandes considerações e não estou interessado em debater esse assunto.

          Desde logo usa uma expressão excessiva e, a meu ver, completamente incorrecta: “orientação religiosa”.

          Permitir a pratica religiosa dos utentes da escola não é “orientar o ensino para uma religião”, nem sequer ofender o princípio de separação de estado e da igreja.

          Não é possível que um escola a tempo inteiro não permita que a dimensão religiosa da educação, para quem assim o pretender, se ela é uma ocupação continuo do tempo dos seus utentes. Vejo, com muito mais olhos, nesta Europa cada vez menos civilizada, a cercear os direitos das pessoas, de forma aviltante e contraria à cultura e ao progresso.

          Sou contra a escola que quer impor o desrespeito pela cultura das pessoas. E vejo com apreensão e desagrado algumas atitudes absurdas e estúpidas.
          Exemplos:
          – Servir carne de porco numa escola com uma grande percentagem de Islâmicos, sem um prato alternativo. Quando os visados pedem para ser respeitados toda a gente diz que não. Uns meses depois, dois alunos recém-chegados à escola obtêm imediatamente a benesse de ter uma prato alternativo porque são vegetarianos.

          – Numa dada escola dois alunos são alvo de uma ameaça de intervenção forçada por negligência parental, sob sinalização de uma psicóloga, por se recusarem a comer durante o Ramadão.

          Isto preocupa-me. Isto é que é “orientar a escola” de forma grosseira, absurda e “juridico-constitucionalmente” duvidosa.

    • Anónimo

      Os estudantes ateus também não têm nada que se arvorarem no direito de desrespeitar a fé dos outros

      OH TOINOFERNANDO

      LÁ ESTÁS TU A QUERER DAR A VOLTA AO TEXTO…

      O ESTUDANTE FOI DISCRIMINADO POR SER ATEU…NÃO TE FAÇAS DE TOLO.

  • JoaoC

    Se a escola é pública, não era suposto que se rezasse lá….não devia ser essa a vossa queixa????

    -.-‘

  • Antonio Porto

    A professora é que não foi sábia.
    Se o menino é ateu, deixe ele de fora. simples.
    Com sei que um evangélico também não rezaria a ave maria.
    Celular eu sei que é proibido, mas boné, não sabia.
    Meu filho também usa boné na escola.
    Outra coisa que eu não sabia, era que escolas públicas fizessem alguma oração
    antes ou depois da aula.
    Qem não quiser participar não pode ser obrigado.
    Isso é um grande erro.

  • Anónimo

    Eu andei num colégio católico e se fosse eu que tinha sido expulso ficaria muito feliz, mas eu nunca tive coragem na minha tenra idade de me declarar ateu. Nem para os meus colegas nem para os meus professores e por isso tive que submeter a missas no horário de almoço no mês de Maria em Maio.

    Só para dizer que na minha escola aconteceu muito pior que isso a uma colega minha que não quis se submeter à oração e que disse que não acreditava em Deus, aconteceu que levou um sermão da demente da directora da escola e do padre que ensinava moral. Não só passou vergonha pelo grande constrangimento que é ser reprimido publicamente como teve de ser obrigada a ficar na sala e a rezar (para as paredes).

    E aí dizemos, Onde fica a laicidade?

    A opressão, o desrespeito, e a ameaça foram sempre boas ferramentas para a evangelização do filho de zé carpinteiro…

  • Ant_cs

    «mas isto parece-me sem grandes dúvidas ser um caso de discriminação religiosa.» – A mim não me parece.

    Parece-me antes uma questão e educação e respeito.

    Aliás, numa escola, independentemente da crença ou “não-crença” e da filosofia particular de cada um, manda o Regulamento Interno.
    E, se o regulamento diz que se deve tirar o boné em determinado local ou em determinado momento, a crença ou “não-crença” de alguém não serve como desculpa para não respeitar o Regulamento.
    Numa escola, onde se preparam pessoas para viver em sociedade e saber respeitar os demais, pactuar com faltas de educação (seja de crentes ou “não-crentes”) é extrema gravidade. A escola é o local onde “todos” devem aprender a respeitar “todos”, numa sociedade heterogénea e plural. É um péssimo “principio de educação” alguém defender que o desrespeito pelos demais, pelas suas opiniões ou pelas suas práticas (se social, cultural e legalmente aceites) se pode incluir no domínio da liberdade individual.
    Não concordo que um ateu seja obrigado a rezar, mas é obrigado a respeitar quem o faz. Essa é a premissa indispensável a uma sociedade pacificada e pacificadora.
    Da mesma forma, não concordo que um crente seja impedido de rezar e, se o fizer, alvo do desrespeito dos ateus.

    Perguntar-se-á (já imagino) se a oração na escola é legal. Pouco importa para o caso. Mas, se não está expresso na lei que não pode, então é permitido. Acresce ainda o facto de “ser costume” fazê-lo e o costume é uma fonte de direito, ao contrário da opinião ou da rebeldia de um ateu ou de um crente.

    Não vi a notícia em causa, nem tenho interesse, mas concordo com a punição de quem, malcriada, desordeira e insolentemente, por uma simples de premeditado e imponderado atrevimento, toma atitudes que visam, exclusivamente, desrespeitar e ofender os demais.

    Numa escola, atitudes destas são graves, tal como grave seria se um católico desrespeitasse a oração que estivesse a ser feita por um islâmico.

    É bem-vinda esta punição!

  • Anónimo

    PORQUE RAZÃO SE REZA NA ESCOLA PÚBLICA DE UM ESTADO LAICO?
    E AINDA POR CIMA …CONDENA UM ALUNO POR SER ATEU?

    AS RELIGIÕES NO SEU MELHOR.

    • Elton

      O aluno não foi condenado por ser ateu mas sim por desobedecer e por falta de educação.

      Não acreditar é uma coisas, não saber respeitar é outra. E, a segunda deve ser sempre punida.

      • Anónimo

        OH ELTON
        TU ÉS INOCENTE OU QUALQUER OUTRA COISA?
        VAMOS LÁ SER SÉRIOS…
        REZA-SE NUMA ESCOLA ONDE NÃO SE DEVIA REZAR…PORQUÊ? SERÁ QUE NÃO É PARA PROVOCAR AQUELES QUE NÃO SABEM OU NÃO QUEREM REZAR?
        NÃO SE PODIA REZAR …MAS REZA-SE E NA PRESENÇA DE ATEUS?
        QUEM DESRESPEITA QUEM? QUEM É QUE AFINAL DEVIA SER PUNIDO SENÃO QUEM DESRESPEITA OS OUTROS E A LEI?

        • Elton

          Ah sim!
          Então se pode rezar na presença de ateus, porque?
          Porque eles não gostam?
          Então só podem fazer coisas que eu gosto na minha frente?

          Quem não quer, não sabe (ignorância) ou não pode, não reza. Se fosse cantar uma canção não seria igual para um ateu? Ele não gosta, não canta!

          • Anónimo

            OH ELTON

            …TU VÊ LÁ SE ESTAS COM ATENÇÃO…O QUE É QUE TU NÃO PERCEBES?

            NÃO SE PODE POR CRIANÇAS A REZAR NUMA ESCOLA PÚBLICA DE UM ESTADO LAICO…PERCEBES?
            FOI ISSO QUE ACONTECEU.
            DE RESTO… PODEM REZAR ONDE E QUANDO QUISEREM DESDE QUE SEJA PERMITIDO.
            AGORA…REZAR EM ESCOLAS PÚBLICAS DE ESTADOS LAICOS QUANDO A LEI NÃO PERMITE E AINDA POR CIMA OS ATEUS TÊM QUE FAZER VÉNIA À REZINHA, TIRANDO CHAPÉU …ISSO É QUE NÃO. PERCEBES?
            EU SE FOSSE RELIGIOSO …REZAVA EM CASA.

        • Elton

          Ah sim!
          Então se pode rezar na presença de ateus, porque?
          Porque eles não gostam?
          Então só podem fazer coisas que eu gosto na minha frente?

          Quem não quer, não sabe (ignorância) ou não pode, não reza. Se fosse cantar uma canção não seria igual para um ateu? Ele não gosta, não canta!

  • Andreia_i_s

    Esta notícia poderia ter dado certo se o boné tivesse sido tirado em sinal de respeito por todos e por estarem numa sala de aula, não por uma questão simplesmente de religiosidade.

  • Anónimo

    No sistema de ensino que frequentei era observada a separação do ensino da doutrinação religiosa.

    As escolas públicas eram espaço privilegiado de educação formal, quem queria que os seus filhos estivessem vinculados a determinada religião fazia o que era necessário para os mesmos frequentarem as respectivas catequeses de suas paróquias.

    A religião não foi motivo para descriminação entre alunos, as nossas preocupações eram outras, os nossos problemas eram os próprios da idade e, como em várias outras facetas da vida em sociedade, uns demonstravam mais interesse por umas coisas e outros por outras.

    Na generalidade dos vários contactos que tive, que mantive, e que fui tomando conhecimento, as crianças da altura são jovens adultos equilibrados e devidamente integrados na sociedade.

    Não é necessário articular obrigatoriamente a escola com a cultura religiosa, pois para quem quer, ou ainda é obrigado a frequentar, existem outros espaços próprios para o efeito.

    O rapaz que foi discriminado demonstrou uma atitude lúcida em distinguir os campos, situação que não aconteceu com pessoas mais velhas, supostamente experientes, mas que o comprometimento ideológico/cultural não lhes permite salvaguardar uma noção que deveria ser basilar: não estamos sozinhos, somos todos diferentes e a desarticulação da religião dos espaços públicos é a forma que melhor cumpre o respeito geral.

  • Renatomm

    Aqui no Brasil não existe laicidade nenhuma, as igrejas sempre são beneficiadas, com terrenos, isenção de impostos, as escolas públicas são cedidas nos finais de semana para as paróquias para a santa catequese que emburrece as crianças, o Brasil laico? um dia desse mesmo eu vi um pai perder a guarda de um filho por ser ateu, liguei a tv e um jornalista sintetizou o sentimento dos crentes aos ateus: “marginais, crápulas… onde se viu não ter deus no coração!”, aqui a questão tá séria, a ICAR e IURD acabaram com as mentes dos brasileiros.

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