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Equívocos, parte 11. A confusão da evolução.

O Alfredo Dinis considera que a incompatibilidade entre criação e evolução é um equívoco do ateísmo (1). No entanto, o equívoco é confundir a evolução com a teoria que a explica. O Alfredo começa por mencionar que a transferência genética na natureza não é unicamente vertical, de pais para filhos como Darwin propôs, mas também horizontal. Na verdade, de retrovírus e transposões à simbiose entre Bacteria e Archaea, há muitas complicações que Darwin desconhecia. Mas daqui afirma que vários autores ateus consideram que «Criação e evolução excluem-se reciprocamente» e que «O que podemos responder a esta tese é que a evolução se dá por um processo de interacção entre o acaso e a necessidade imposta pelas leis naturais». Isso não é uma resposta à tese. Isso é a tese.

A evolução é a variação que, ao longo das gerações, observamos na distribuição de características herdadas em populações. A hipótese de um criador omnipotente, que o Alfredo defende, é compatível com estes dados porque deuses omnipotentes dão para tudo e um par de botas. Sendo omnipotentes, tanto podem criar o mundo em seis dias como ir fazendo tudo em treze mil milhões de anos. Quaisquer que sejam os dados, a hipótese do Alfredo é compatível.

A incompatibilidade que existe é entre este relato do Alfredo e a teoria da evolução. Não os dados mas a explicação do processo. Estes relatos são incompatíveis entre si porque contam a história de forma contraditória. A biologia assume que não há inteligência nem objectivo na evolução porque só assim se pode deduzir a teoria da evolução que temos. Caso contrário, se assumirmos haver um plano e um deus omnipotente, nada se pode inferir porque um deus omnipotente pode fazer qualquer coisa.

O Alfredo assume que o ateu vê uma incompatibilidade entre os dados e a sua hipótese apenas por exigir que a criação divina seja um processo «unidireccional e contínuo, sem desvios nem recuos nem becos sem saída, e claramente racional e identificável pela ciência.» Refuta esta ideia contando como pode viajar, intencionalmente, de Braga a Lisboa, mas parando em Santarém para visitar um amigo e voltando a Fátima por se ter esquecido de uma coisa. Diz assim completar um percurso intencional guiado por «uma lógica não linear». Mas o problema não é esse.

Vamos imaginar que só sabemos que o Alfredo saiu de Braga, parou em Santarém, voltou a Fátima e acabou em Lisboa. Uma explicação possível é que o Alfredo queria ir a Lisboa mas lembrou-se de algo que tinha de fazer em Fátima depois de ter parado em Santarém. Outra hipótese é que estava apenas a passear, distraído e sem objectivo, e o percurso por Santarém, Fátima e Lisboa podia igualmente ter sido por Coimbra e Viseu. Apesar de ambas as hipóteses serem compatíveis com o percurso, são incompatíveis entre si. É contraditório defender que o Alfredo planeava ir a Lisboa e, ao mesmo tempo, que foi parar a Lisboa sem intenção prévia.

A evolução, o processo que observamos, é análoga ao percurso neste exemplo. São os dados. A hipótese do Alfredo é que um deus percorreu esse caminho de propósito. Pode ter tido mais ou menos aleatoriedade, mais ou menos intenção, mais ou menos revezes e becos sem saída, mas a hipótese do Alfredo é que quando a evolução começou esse deus já tinha em mente onde queria chegar. A teoria da evolução diz o contrário. Diz que não havia plano nem intenção, que a vida foi evoluindo ao sabor de cada momento, de cada mutação, de cada morte e cada nascimento.

A teoria da evolução dá uma margem apertada para o que, segundo ela, pode ter acontecido. E, até agora, tem acertado de forma notável. A hipótese do Alfredo é um fato de treino XXL, onde cabe qualquer coisa. Por isso, mesmo sendo ambas compatíveis com os dados que temos, justifica-se ter confiança na teoria da evolução mas não na hipótese do Alfredo porque esta seria compatível com quaisquer dados que surgissem. Mais importante ainda, estas explicações são mutuamente exclusivas, porque ou evoluímos de propósito ou não evoluímos de propósito. As duas coisas é que não pode ser.

No entanto, na boa tradição teológica, o Alfredo tenta escapar deste problema tornando a sua hipótese ainda mais vaga. O exemplo da viagem sugere um plano e propósito, mas o Alfredo explica a seguir como «compatibilizar criação e evolução por selecção natural» imaginando «uma infinidade de seres vivos […] em milhares de milhões de planetas em todo o universo, e que em cada um desses planetas o processo evolutivo tenha conduzido a formas de vida inteiramente diversas». Ou seja, evolução sem plano nem propósito em cada planeta. Só que, diz o Alfredo, «Deus seria ainda a condição de possibilidade e de inteligibilidade de todos os processos produtivos que se actualizariam no espaço e no tempo.»

Faz pouco sentido. A teoria da evolução descreve um processo que é possível mesmo sem deuses. Assim, para ser condição de possibilidade, o deus do Alfredo nem sequer precisa existir. Mesmo com um deus meramente fictício, a evolução é sempre possível. Quanto à inteligibilidade, essa vem das explicações. E é das explicações que a biologia nos dá, porque estas da teologia têm muito pouco de inteligível.

1- Alfredo Dinis, Décimo primeiro equívoco: a incompatibilidade entre criação e evolução

Em simultâneo no Que Treta!

45 thoughts on “Equívocos, parte 11. A confusão da evolução.”
  • Anónimo

    Poderia ficar-me pelo botão do Like deste post. Mas não posso deixar de dizer que textos deste calibre, são sempre duma enorme utilidade para quem tenha muitas dúvidas e poucas certezas.
    Mais uma vez, excelente texto do Ludwig.

  • antoniofernando

    Isto é baralhar e dar do mesmo. Falta de novos assuntos LK ?…

    • antoniofernando

      “A razão fala-me da extrema dificuldade, ou mesmo impossibilidade, de conceber este imenso e maravilhoso universo, incluindo o homem e a sua capacidade de olhar para trás, e para longe e para o futuro, como resultado do acaso cego e da necessidade. Quando assim reflicto, sinto-me compelido a pensar numa Primeira Causa possuidora de uma mente inteligente, análoga em certa medida à do homem. Mereço, por isso, ser chamado teísta ” (Charles Darwin, The Autobiography Of Charles Darwin, 1809- 1882,organização de Nora Barlow, Londres, Collins, 1958, pp 92- 93)

      Falo por mim. Reconheço plena validade ao sentido evolucionista da vida, a partir do momento em que surgiu a primeira célula orgânica protobiótica, mas não vejo que os teóricos da abiogénese consigam explicar, lógica e racionalmente, a postulada passagem da matéria inorgânica a orgânica. Ou seja, da matéria inerte a vida animal. O prémio Nobel Georg Wald sustentou: ” decidimos acreditar no impossível: que a vida surgiu espontaneamente por acaso.” Posteriormente, reflectindo sobre esta questão, esse eminente cientista afirmou: ” como é que, com tantas outras aparentes opções, viemos cair num universo que possui precisamente aquele conjunto de propriedades que geram a vida? Ocorreu-me recentemente – devo confessar que, no início, com algum choque para as minhas susceptibilidades científicas – que as duas questões podiam ser em certa medida congruentes. Isto partindo do pressuposto de que a mente, em vez de aparecer como um desenvolvimento tardio na evolução da vida, tenha sempre existido como a matriz, a fonte e a condição da realidade física – que a matéria de que é feita a realidade física é matéria mental”. Concluindo axiomaticamente: ” Foi a mente que organizou um universo físico gerador de vida e que acabou por evoluir para criaturas que possuem conhecimento e que são criativas: criaturas que produzem ciência, arte e tecnologia”. Mas se essa mente inteligente sempre tiver estado incorporada na realidade física, donde proveio? Onde reside a fonte que pode estar reflectida na própria ” esperteza da planta”, As árvores lançam raízes em busca de água por acaso? As formigas possuem sociedades altamente complexas e organizadas porque sim? Os girassóis rodam sempre na direcção do Sol porque calha? Qual é o mecanismo que orienta os mais diversos processos da vida? O ” cego acaso” ou uma dimensão mental inteligente incorporada na Natureza? Dawkins assevera que ” o único relojoeiro da natureza são as forças cegas da física”. Mas que visão tão inconsistente e tão desmentida por uma observação meridianamente atenta da realidade. ” O mundo é racional”, assinalou o grande matemático Kurt Godel. A realidade desta racionalidade não pode ser evitada apelando para a selecção natural. Esta pressupõe a existência de entidades físicas que interagem segundo leis específicas e um código que coordena os processos da vida. E falar de selecção natural é admitir que há alguma lógica adaptativa naquilo que acontece na natureza e que somos capazes de entender essa lógica. A Natureza bem pode ter as suas imperfeições, mas isso nada diz sobre se ela teve ou não uma Origem última. Na Natureza há leis regulares, matematicamente precisas, universais e que actuam em bloco. Einstein falou delas como ” razão encarnada ” Assim, a título meramente exemplificativo, a Lei de Boyle estipula que dada uma temperatura constante, o produto do volume e da pressão de uma quantidade fixa de gás ideal é constante. De acordo com a primeira lei do movimento de Newton, um objecto em repouso ficará estático a menos que uma força externa actue sobre ele, e um objecto em movimento manterá o movimento a menos que uma força externa actue sobre ele. De acordo com a lei de conservação da energia, a quantidade de energia total presente num sistema isolado mantém-se constante. Como é que a Natureza apareceu organizada desta maneira? Fruto do ” Cego Acaso”? Uma ideia central da Física Moderna é o postulado da simetria. Em conformidade com a maioria das descrições da física actual, a simetria caracteriza qualquer tipo de transformação que deixa inalteradas as leis da física que fazem parte de um sistema. Anthony Zee, uma das maiores autoridades em simetrias, sustenta, em Feraful Symmetry: ” a física contemporânea não teria sido possível se as simetrias não nos guiassem. Segundo Zee, as leis da Natureza, com efeito, reflectem leis simétricas. Mas é a simetria, e não simplesmente as leis da Natureza, que evidencia a racionalidade e a inteligibilidade do Cosmos, proveniente da Mente de Deus. E quanto à consciência e ao pensamento, como e quando surgiram? Embora alguns cientistas, incluindo António Damásio, teimem em explicá-los como manifestações da matéria, é completamente absurdo sustentar que a compreensão de um livro não passa de uma transacção neural específica. Se assim fosse, os comportamentos dos seres humanos deveriam ser praticamente uniformes e padronizados. Não haveria lugar para a dissidência. Por um lado, seríamos atacados pelas injunções tirânicas dessa bizarria conceptual do Dawkins, chamada ” gene egoísta”. Por outro, obrigados a agir e a reflectir mecânicamente por via dos modos acéfalos de actuação das transacções neurais. Quem é que, medianamente inteligente e culto, aceita estes disparates do Dawkins e do Damásio quando, pelo contrário, toda a experiência humana aponta no sentido de que é o pensamento, a educação e a instrução, a cultura, as formações ideológicas do acto de pensar, o carácter e o temperamento humanos, que determinam os nossos comportamentos, ainda que também sem prejuízo da ponderação relativa dos factores psíquicos inconscientes? Dizer, como afirma tão grotescamente Damásio, que o pensamento é um conjunto específico de transacções neurais é tão disparatado como sugerir que a ideia de justiça nada mais é do que meia dúzia de marcas de tinta numa folha de papel.

    • Ludwig

      António Fernando,

      «Isto é baralhar e dar do mesmo. Falta de novos assuntos LK ?…»

      Este seu comentário, no contesto dos vários que se seguem, sugerem-me duas hipóteses. Ou dar-lhe os parabéns pelo seu sentido de humor auto-crítico, raro entre os crentes, ou espantar-me com tal incapacidade de se observar a si próprio, rara até mesmo entre os crentes.

      Seja como for, há muitos assuntos que me interessam, mas aqui só ponho os que estão relacionados com o ateísmo. E este da teoria da evolução é-me especialmente querido, quer por razões pessoais quer profissionais. Além disso, calhou o Alfredo escrever este seu post sobre os alegados equívocos pouco depois de eu já ter abordado este tema. É a vida. Se não está satisfeito, sugiro que peça o seu dinheiro de volta 🙂

      • Ludwig

        Oops… “contexto”, e não “contesto”. É o que dá olhar só para as palavras que o spellchecker assinala…

      • antoniofernando

        Ludwig Krippahl

        A si também não lhe falta sentido de humor. Mas, em questões de debate intelectual,não troco os meus princípios por aspectos de ordem monetária, como me parece já ser o caso, inferível da infeliz frase de sua lavra ( ” É a vida. Se não está satisfeito, sugiro que peça o seu dinheiro de volta :)”

        Quanto ao ” baralhar e dar do mesmo”, a argumentário super-repetitivo responde-se com os mesmos argumentos 🙂

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  • antoniofernando

    ” A Ciência não tem meios para investigar, e, por isso não tem nada a dizer, sobre a existência ou não existência de Deus. Estas são questões de fé. Um ateu convicto é tão crente quanto como um bispo. Um bispo crê, num acto de fé, que Deus existe; um ateu crê, num acto de fé, que Deus não existe. A ciência não pode ajudar nenhum deles. A ciência é necessariamente agnóstica. A única abordagem científica relativa à existência de Deus é: não posso explorar esta questão por meio do método científico se pretendo ser bem sucedido, por isso não devo tentar. Muitos cientistas acreditam em Deus como um acto de fé. Não há nesta condição qualquer contradição. A ciência consegue apenas investigar o universo físico, contudo os cientistas são seres humanos e duas das pedras angulares da condição humana são a lógica e a intuição – que existem em paralelo com as abordagens que utilizamos para construir a nossa visão do universo. A ciência e a religião reflectem sobre estas duas abordagens. E é possível sobreviverem e florescerem lado a lado”

    ( Keith Harrison, ” O Nosso Corpo – O Peixe Que Evoluiu”

  • antoniofernando

    Quando Darwin construiu a Teoria da Selecção Natural, matriz científica do que hoje chamamos genericamente Teoria da Evolução, não o fez para provar a existência ou inexistência de Deus. E Darwin nunca foi ateu. Numa fase, afirmou-se claramente teísta. Mais tarde, como se pode ver na sua autobiografia, revelou que tivera oscilações na sua crença em Deus mas nunca as suas flutuações ideológicas ultrapassaram os limites de um posicionamento agnóstico. O mesmo se passou com Gregor Mendel, monge agostiniano, que acrescentou uma importância descoberta científica à mundividência que passou a resultar da Teoria da Selecção Natural. Hoje, é mais rigoroso falar-se em Síntese Evolutiva Moderna do que em Teoria da Evolução, se esta afirmada como exclusivamente reportada ao trabalho de Darwin ” A Origem das Espécies”. Alguns ateus, que são tão obstinados a afirmar que a problemática sobre a existência ou não de Deus se afasta do domínio estritamente científico, são exactamente os mesmos que, apegando-se à Teoria da Evolução Darwinista, procuram dela inferir uma perspectiva ” cientificamente” ateísta. Claro que, no entanto, não há tese sem antítese. É, aliás, uma elementar lição do materialismo dialéctico. Aqui chegado, julgo, do meu ponto de vista, relevante, dizer: Darwin explicou correctamente a Evolução das Espécies, incluindo no que concerne ao surgimento do Homem como elo mais recente dessa progressão biológica e animal. Por isso, dúvidas não pode haver que a história de Adão e Eva é uma mera alegoria. Deus não interveio directamente na criação de Adão nem Eva emanou de uma costela de Adão. Nem a Humanidade proveio das relações incestuosas entre os filhos de Adão e Eva, tal como já tinha sido desmontado, por exemplo, pelo padre e paleontólogo Teilhard de Chardin. Recorde-se, aliás, que esse ilustre cientista e teólogo foi perseguido pelo Santo Ofício e, por via da sua actuação, as suas obras científicas foram proibidas e retiradas dos seminários e institutos religiosos, mormente com a seguinte orientação: “protejam os espíritos, principalmente o dos jovens, contra os perigos da obra de Teilhard de Chardin e seus discípulos”. Afinal, também Teilhard de Chardin foi adepto de uma fundamentação evolucionista quanto ao desenvolvimento das espécies, em nada incompatível com a existência de Deus. Para os deístas mais relevantes, incluindo neles os mais brilhantes cientistas, como Einstein, a hipótese Deus remete para a Origem do Universo e da Vida. Que o Cosmos e a Vida se tenha desenrolado desta ou daquela maneira é completamente irrelevante para a convicção de que, pelo domínio da Razão, a Causa Primeira, identificada com Deus, prevalece sobre a hipótese do Cego Acaso. Da Evolução proveio o Homem. É um facto objectivo. Podemos perguntar se, dela, poderia ou não o Homem ter surgido. Mas isso vale tanto quanto perguntar se como o Cosmos evoluiu poderia não haver nuvens no Céu. O que importa atentar é que o Homem, com as suas especiais características surgiu do processo evolutivo. E é este Homem que realiza os mais e diversificados sofisticados processos de raciocínio, que produz as mais diversas obras da arte, as mais diversificadas concepções ideológicas, políticas, filosóficas e teológicas. Que escogita em termos teístas, agnósticas e teístas. Que equaciona a temática de Deus como um dos mais relevantes temas de reflexão analítica. Alguém conhece algum ideólogo como Bertrand Russel, perdendo o seu tempo a refutar os Unicórnios, a Fada Titânia, o Adamastor, ou o Gato das Botas Altas? Não, e porquê? Precisamente porque a hipótese Deus é, no mínimo, plausível. Se ela não o fosse, como é, LK não se daria ao trabalho de tão recorrentemente repegar nos mesmos argumentos para tentar demonstrar a inexistência de Deus. Partindo, aliás, de um tese cientifica, a evolucionista, que, no plano estritamente teorético, é neutral relativamente a qualquer abordagem epistemológica.
    Ora, o que uma análise medianamente atenta da Vida nos mostra é que ela está repleta de inteligência e racionalidade: as árvores lançam as suas raízes em direcção da água e não é por acaso. Os girassóis rodam sempre em função da localização do Sol e também não é por acaso. O camaleão possui uma extraordinária capacidade de dissimulação perante presas e predadores e também não é por acaso. As formigas são capazes de construir, à sua escala, formigueiros altamente complexos, autênticas obras de engenharia, e também não é por acaso. As abelhas igualmente se inserem em sociedades altamente organizadas e também não é por acaso. O que é explica toda a aquisição profundamente complexa do desenvolvimento que desembocou na espiral do ADN? Uma só palavra: inteligência. A vida está organizada em termos de profundas e sistemáticas inteligência e racionalidade. Não ver isto é não ver o óbvio…

  • antoniofernando

    “Pode defender-se a teoria da evolução e, ao mesmo tempo, acreditar em Deus?”, como já LK escogitou:

    Não só se pode, como, do meu ponto de vista, se deve.
    Mas entendamo – nos sobre o que é que significa ” Teoria de Evolução”:

    a) A da mera Selecção Natural de Darwin?
    b) Essa, integrada pelas leis da hereditariedade de Mendel?
    c) Essas, completadas pelos posteriores contributos de cientistas como Ronald Fischer e outros que formaram a síntese evolucionária moderna?

    Admito que a Teoria da Evolução, citada por LK, incorpora todos esses contributos. Já aqui dei por adquirido que LK tem razão quando afirmou que não é compaginável com essa Teoria a asserção que sustenta que Deus conduziu directamente a Evolução para que nós, os humanos, viéssemos a existir. Como não foi Deus quem evitou o possível Holocausto Nuclear, que poderia ter ocorrido no período da Guerra Fria. E que ainda hoje está latente. As bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki foram decididas por um grupo muito reduzido de pessoas. A devastação da Floresta Amazónica também. A recente crise financeira, à escala mundial, igualmente. A possibilidade de poder ocorrer a destruição do Planeta Azul por acção humana permanece, infelizmente, latente. Daqui decorre, a meu ver, uma consequência lógica que afecta frontalmente os pressupostos darwinistas. Se, na evolução das espécies, incluindo o homem, preponderasse sempre a sua correspectiva preservação, então não se entende que esse processo de desenvolvimento evolucionista tivesse, até ao momento, desembocado na probabilidade séria de o ” homo sapiens” se autodestruir. Isso é logicamente inconsistente com os pressupostos em que assenta a Teoria da Evolução. E também com a Teoria do Dawkins, segundo a qual a força impositiva dos genes egoístas determina absolutamente a replicação dos seres vivos, incluindo o Homem. Nem é preciso ficarmos a aguardar por um Desastre Nuclear ou Ecológico à escala mundial para se ver como é frágil a Teoria de Evolução de Darwin, a partir do momento em que o Homem surgiu. Os dinossauros não se auto extinguiram. Os homens são os únicos seres do processo evolutivo que o podem fazer. Portanto, a Teoria Evolutiva era tendencialmente correcta até ao aparecimento do Homem. Mas agora tudo mudou quanto ao suposto determinismo subjacente à Teoria da Evolução das Espécies, anteriormente à fase do ” homo sapiens”. Portanto, agora a Teoria da Evolução ainda mais deixou de servir de critério para afastar a hipótese Deus na Origem do Universo. Essa Teoria apenas é capaz de explicar cientificamente a progressão das espécies, até ao Homem, incluindo o seu surgimento como elemento dessa evolução. Mas nada mais é capaz de elidir quanto à existência ou não de Deus, enquanto Causa Primeira da origem do Cosmos. Quanto muito, explica a sequência da evolução das espécies, mas de uma forma que ainda está longe de estar acabada. Com efeito, hoje a grande questão que Georg Wald e Sam Harris levantam é a existência da Consciência, quer na passagem da matéria inorgânica para os primeiros seres unicelulares (caso da ” mente inteligente” de Georg Wald), quer na pré existência da Consciência anteriormente ao cérebro e aos próprios seres vivos (caso de Sam Harris). Mas esta possibilidade, que o prémio Nobel Georg Wald afirmou cientificamente exacta, constitui um rombo irreparável na sustentação ateísta que alguns, caso de LK, querem extrair da Teoria Darwinista. Um rombo enorme porque levanta uma questão relevantíssima na análise desta controvérsia: o lado imaterial da vida, configurado como ” mente inteligente” ou como ” consciência”, predecessoras da própria existência dos seres vivos. Pouco importa averiguar se essa ” mente” ou ” consciência” estavam ou não já ínsitas na própria matéria para se aferir da séria probabilidade da sua verídica conformação, Georg Wald e Sam Harris que o digam. Nem aí sustento, tal como esses reputado cientista e ideólogo ateu também não o fazem, que tal ” mente inteligente” ou essa ” consciência” são a Mente de Deus. Digo, no entanto, que, se assim for, essa ” mente” ou ” consciência” só podem ser perspectivadas como natureza imaterial. Ora, isto tem, desde logo, consequências inevitavelmente fracturantes no próprio movimento do Novo Ateísmo, de que Sam Harris é um dos seus mais conhecidos apologetas. A partir da referida posição de Sam Harris nada vai ficar igual nesse movimento. Pela primeira vez, um ideólogo ateu admite implicitamente que, na evolução da vida, existe uma componente imaterial, a que ele chamou claramente ” consciência”, anterior aos cérebros e aos próprios seres vivos. Há ainda um ” pequeno pormenor” que mais vem reforçar a ênfase que deve ser dada à surpreendente posição de Sam Harris: é que ele é neurocientista. E um neurocientista ateu a admitir a pré-existência da ” consciência”. Pouca coisa não, LK? Aqui chegado, a questão que imediatamente aparece é óbvia: de onde veio essa precedente consciência Sam Harris? Do Cego Acaso ou de Deus? Vá, Sam Harris, diz que foi do Cego Acaso mas, como abalizado neurocientista e conhecido ideólogo ateu, explica aqui ao pessoal, ponto por ponto, como e de que zona do Cego Acaso é que veio a Consciência. Pode-se defender a Teoria da Evolução e ao mesmo tempo acreditar em Deus? Pode-se defender a Teoria da Evolução e explicar como e de onde surge a imaterialidade da Consciência? Pode, mas não é tarefa para o positivista materialista Ludwig Krippahl. Isto é mais empreitada intelectual para o ideólogo imaterialista Sam Harris…

  • Alfredodinis Facfil

    Caro Ludwig,

    Como deveria ser o processo evolutivo que conduziu à Humanidade para que o considerasses compatível com a existência de um Deus criador?

    Saudações,

    Alfredo Dinis

    • Ludwig

      Alfredo,

      Como expliquei no post, o problema não é no processo em si. A hipótese de um deus omnipotente é compatível com qualquer processo (tu próprio escreveste que esse deus podia ter criado o mundo em seis dias, se quisesse).

      O problema é na explicação do que observamos. Uma explicação parte do princípio de que não há plano nem deuses omnipotentes e assim consegue balizar com rigor o que pode acontecer e o que não poderia acontecer nessas condições. Isso é a teoria da evolução.

      Outra tentativa de explicar assume que um deus omnipotente fez o que bem entendeu. E dessa não se prevê nada, pelo que é compatível com quaisquer dados que surjam.

      Mas estas duas explicações são incompatíveis entre si porque, obviamente, não pode ser ao mesmo tempo verdade que existe um ser omnipotente que planeou isto tudo e que não existe ser omnipotente nenhum com um plano para a evolução.

      Portanto não se trata nem de alterar o processo nem de alterar a teoria. Trata-se apenas de uma teoria que só se aplica na ausência de planificação inteligente. Quando há planos inteligentes a explicação tem de ser outra.

  • Alfredodinis Facfil

    Caro papapaulo,

    Peço que me respondas à seguinte questão: como deveria ser o processo evolutivo que conduziu à Humanidade para que o considerasses compatível com a existência de um Deus criador?

    Saudações,

    Alfredo Dinis

    • Anónimo

      Alfredo Dinis:

      Não sei que tipo de resposta está à espera receber de um ateu, para quem a ideia de deus é inconcebível perante os dados que temos.

      O que lhe posso dizer, à semelhança do que o Ludwig já lhe respondeu, mas sem a mesma qualidade de argumentos, é que eventualmente nem sequer lhe poderíamos chamar evolutivo. Um processo desencadeado por uma entidade com as características que os crentes lhe imprimem, teria que ser um processo propositado e muito pouco compatível com a evolução conforme ela é considerada: um processo sem propósito. Não vejo como podemos compatibilizar a teoria da evolução com a existência de uma entidade omni-tudo.

      Mas em última análise, a sua questão para mim, faz tanto sentido como faria para si se eu lhe formulasse a mesma pergunta substituindo “Deus Criador” por “Dragão Invisível da Minha Garagem”. Ou recorremos â razão e constatamos a implausibilidade ou recorremos à imaginação e tudo será possível.

  • antoniofernando

    “A biologia assume que não há inteligência nem objectivo na evolução porque só assim se pode deduzir a teoria da evolução que temos”

    Ludwig Krippahl

    Agora temos uma nova moda:a da Biologia a ” pensar”. Não somente a reflectir como a assumir. E não apenas a assumir, como a asseverar.

    Fixe, não é ?

    Hoje, perante a peregrina tese de LK, já não precisamos de tentar averiguar o que pensa este ou aquele biólogo. Deixou de haver necessidade de confrontar sistematicamente teses autorais eventualmente divergentes, no âmbito da ciência que estuda os seres vivos. Porque, de acordo com a Teoria Abrangente de LK, ” a biologia assume”.

    Fixe, não é ?

    Para quê citar estudiosos da problemática dessa disciplina se Tudo se pode reduzir a uma Simplificação tão útil e discursivamente apropriada como esta: “a Biologia diz” ?

    Podíamos até extrapolar esse tipo de asserções, porque não, para a área da chamada ” Inteligência Artificial” e igualmente postular: ” O Meu Computador Assume Todos os Erros Que Dá”

    Fixe não é ?…

    • jmc

      mas… onde é que se disse que “a biologia pensa”?… pelo que eu percebi na frase que indicou, argumentou-se precisamente o contrário, que na evolução não há um “pensamento racional” para determinar os passos evolutivos futuros.

  • T.Almeida

    A ciência diz-nos que o universo tem cerca de 14 mil milhões de anos e os fosseis dos nossos primeiros antepassados tem cerca de 1.5 milhões de anos.Significa então que temos um Criador que definiu as regras do jogo e criou um Universo onde a raça humana só apareceu á 5 segundos atrás.Penso que é justo afirmar, que aos olhos desse criador, não somos assim tão especiais.Isto usurpa logo á partida o propósito de qualquer tipo de religião que hoje existe acho eu, pois todas estas falam de uma outra personagem fictícia que teve conosco uma especial atenção.O Deus inventado judaico-cristão por exemplo ditou leis só para nós e criou-nos á sua própria imagem.Se há de facto um criador, parece-me a mim, que os seres humanos lhe estão a dar demasiada importância não acham?É como se alguém tivesse erguido uma árvore do tamanho do universo,com ramificações e ramificações quase infinitas e nós somos uma pequena cerejinha que por lá apareceu.Temos então esta bela e enorme criação e um criador.Aqui, presente, uma árvore em mudança constante,seguindo um conjunto de regras determinadas bem á partida:as leis da física e da evolução das espécies.Que mais fez este criador para além de erguer árvore e ditar como cresce logo á partida?Nada.É um criador que só se manifestou através da sua criação e ficou por aí.Tão certo não é um criador que me proíbe de usar o preservativo, tão certo não é um criador que me proíbe de comer carne de porco.Nós, seres humanos, surgimos por acaso, assim se sugere.No meio de todo este jogo, fomos uma jogada bonita sem duvida.Mas as regras já lá estavam e o campo também.Os Deuses que construímos á nossa imagem, nunca se manifestaram.Os Deuses que o humano venera nada têm a ver com o suposto Deus que há 14 mil milhões de anos começou com isto.Se é que ele existe…Caso exista..não tem nada a ver com o humano e as suas aspirações por um deus.Caso ele exista, já ditou desde o inicio que tudo morre e nasce, que a matéria se transforma em energia.As estrelas explodem e outras vão nascendo.Morrer faz parte do plano.Não há sinais de que ele se tenha preocupado com o que acontece ás vossas consciências depois de morreremos, não há sinais de que ele se preocupe com a maneira que vocês manipulam a matéria.Não há sinais de nada de nada de nada que ele representa o que vocês procuram num Deus nas vossas religiões.Nada..estão tão preocupados em apresentar raciocínios lógicos para provar que este criador existe para quê?Ele não é o vosso Deus.Ele não tem uma opinião formada acerca de vocês.Será que ele ainda anda por ai porque ele não precisa..ele já fez o que tinha a fazer e a partir do momento que o fez não se preocupou com mais nada.O sentido da vossa vida e a existência dele são questões muito parvas.A própria arvore até pode não ter sido erguida ao acaso, mas não foi por nossa causa…e o que se passou a seguir…incluindo a nossa existência..foram uma série de acasos..e estamos aqui não estamos?There is probably no god, so stop worrying and enjoy your life. Podem dizer que eu não sou ateu porque até posso admitir que pode ter havido um tal de criador, mas ele nem sequer preenche os parâmetros de um criador elevado a Deus.Caso ele remotamente exista, ele está tão ralado comigo, como eu com ele.Eu sou ateu porque não acredito em nenhuma patranha de Deus que até agora foi ridiculamente inventado, e tão pouco reconheço que haja algum em quem devemos de acreditar e adorar,mesmo que o consigamos imaginar.Apenas contemplo e não faço perguntas estúpidas, nem tão pouco procuro respostas fáceis.

  • antoniofernando

    ” A CIÊNCIA ASSUME A GERAÇÃO ESPONTÂNEA” ?

    Vejamos:

    a) Na década de 1920, os cientistas Oparin e Haldane actualizaram a conjectura básica de “geração espontânea” ao proclamarem que a luz ultravioleta agindo sobre a atmosfera primitiva de água, amónia e metano produziu uma sopa “quente e diluída” de vida básica.;

    b) Michael Delton, porém, asseverou:”considerando que a sopa pré-biótica é mencionada em tantas discussões sobre a origem da vida como uma realidade já estabelecida, é na verdade um choque perceber que não há absolutamente nenhuma evidência positiva para a sua existência” ( Michael Denton, Evolution: A Theory in Crisis, Adler and Adler, 1985, 261)

    c) Harold Morowitz, autor de Origin of Cellular Life (1993), declarou que a chance de qualquer tipo de geração espontânea era uma em 10100,000,000,000.( Harold Marowitz, Energy Flow in Biology, Academic Press, 1968. );

    d) Fred Hoyle propôs que a probabilidade era uma chance em 1040,000 (“a mesma probabilidade de que um tornado se arrastando por um ferro-velho poderia montar um Boeing 747”) ( Fred Hoyle, Nature, vol. 294:105, 12 de novembro de 1981)

    e) George Wald,bioquímico americano, galardoado com o Prémio Nobel da Medicina/ Fisiologia em 1967,esse, peremptoriamente declarou:

    “É necessário apenas contemplar a magnitude dessa tarefa para admitir que a geração espontânea de um organismo vivo é impossível” (George Wald, “The Origin of Life,” Scientific American, 191:48, maio de 1954)

    Agora, LK, estavas a dizer que “a Biologia assume ” o quê ?…

    • antoniofernando

      Ludwig Krippahl fala muito de ” Teoria da Evolução” e agora da nova moda da ” Biologia assume”, sem contudo explicar como se formou o primeiro organismo considerado biologicamente “ser vivo”. Limita-se a dar por adquirido que toda a cadeia dos seres animais, incluindo o Homem, proveio da vulgarmente apelidada ” Teoria da Selecção Natural”, perspectivada como uma espécie de panaceia universal que tudo explica, mesmo o que não consegue. LK, contudo, não se esforça, minimamente que fosse, por enunciar os teóricos das diversas abordagens evolucionistas, que, sobre a Evolução, apresentam diversas propostas científicas, mormente as que divergem ou completam Darwin. Esta atitude renitente de LK não podia ser a pior para a sustentação de uma teorização logicamente consequente, ainda que discutível. Mas é sem dúvida a mais eficaz para a constante deriva panfletária deste ateísta “D.A.” Agora, LK nem se eximiu a aludir genericamente à absurda frase ” Biologia assume”, englobando nessa asserção todos os biólogos que são autores das mais divergentes teorias sobre a origem e o processo das múltiplas formas de vida. Um postulado desses só poderia estar certo, ainda que imperfeitamente formulado, se todos, ou, pelo menos, os mais conceituados biólogos, estivessem de acordo com uma única Teoria Evolucionista e se genericamente aceitassem a Teoria da Abiogénese, como suposta explicação do surgimento da primeira molécula protobiótica, o que também não é o caso. A Teoria de Oparin a respeito da origem da vida não tem, hoje, grande aceitação em muitos biólogos, pese embora a experiência laboratorial, pretensamente confirmatória, levada a cabo em 1953 por Stanley Miller e Harold Urey. Hoje, a tese da “sopa primordial” de Oparin é refutada por vários e idóneos cientistas, tais como, por exemplo, Michael Dolton, Harold Morowitz, Fred Hoyle e Georg Wald. Além desses, já Louis Pasteur refutara também no seu tempo a Teoria da Abiogénese, na sequência da contestação, que à mesma, levada a cabo por Lazzaro Spanzalani em 1768, posteriormente confirmada por Nicolas Appert. Mais tarde, descobriu-se que esporos de bactérias estão tão envolvidos em membranas resistentes ao calor, que apenas prolongada exposição ao calor seco poderia ser reconhecida como processo eficiente de esterilização. Além disso, a presença de bactérias, ou seus esporos, é tão universal que apenas precauções extremas podem evitar a reinfecção de material esterilizado. Foi dessa forma concluído definitivamente que todos os organismos conhecidos surgem apenas de organismos vivos pré-existentes, o que recebe o nome de Lei da Biogénese. Acresce que o próprio Darwin não encontra explicação plausível para a Teoria da Abiogénese, sabias Ludwig Krippahl? Se duvidares, aqui tens a posição assumida, nesta matéria, pelo próprio Charles Darwin:”costuma-se dizer frequentemente que todas as condições necessárias para o surgimento de um ser vivo encontram-se presentes agora como sempre se encontraram. Mas se (e como é grande esse se!) nós pudéssemos imaginar que, nos dias de hoje, em alguma poçazinha tépida, com todos tipos de sais amoníacos e fosfóricos, luz, calor, electricidade, etc., estando presentes, um composto proteico estivesse quimicamente formado e pronto para sofrer mudanças mais complexas, tal composto seria imediatamente devorado ou absorvido, o que não teria ocorrido antes dos seres vivos terem sido formados.” Eloquente, não é, LK? Hoje, a Teoria da Biogénese ganha cada vez mais consistência, no sentido de afirmar que a matéria viva procede sempre de matéria viva. O primeiro passo na refutação científica da abiogénese aristotélica foi dado pelo italiano Francesco Redi, o qual, em 1668, sustentou: “a evolução do indivíduo deve reproduzir a da espécie”. O agnóstico Thomas Henry Huxley foi também um dos grandes partidários da Teoria Biogénica. Perante este quadro de referência conceptual, como é que será possível dizer genericamente que ” a Biologia assume” seja o que for, quando, sobre a Origem da Vida, existem teorias científicas completamente opostas, como a da “sopa primordial”, a Abiogénese e a Biogénese? E se homens tão insuspeitos, e intelectualmente sérios, como Darwin e Huxley põem em causa a aventada Abiogénese? Se LK se atrevesse, num exame universitário de Biologia, a asseverar, tão abrangentemente, panfleto assaz inconsistente como ” a Biologia assume” o resultado seria chumbo pela certa. Porém, aqui, no ” D.A.”, os papalvos nacionais – porreiristas, esses, aplaudem-no acrítica e freneticamente…: -)

      • T.Almeida

        Com todo o respeito, como é que “a alma que se perpétua após a morte” encaixa na teoria da evolução, quer seja ela na forma de “sopa primordial”, biogénese ou abiogénese?Se a vida se formou espontaneamente ou não, isso não valida a existência de Divindades.Um electrão pode decair espontaneamente de um estado excitado para o estado fundamental, isso significa que Deus existe, porque de outra forma ele não podia ter decaído espontaneamente?O que eu quero dizer é, o facto de haverem mecanismos espontâneos e aleatórios na natureza, prova a existência de Deus?

        • Alfredodinis Facfil

          Caro T. Almeida,

          “o facto de haverem mecanismos espontâneos e aleatórios na natureza, prova a existência de Deus?”

          Respondo: não.
          Pergunto: prova a não existência de Deus?

          Saudações,

          Alfredo Dinis

        • Alfredodinis Facfil

          Caro T. Almeida,

          “o facto de haverem mecanismos espontâneos e aleatórios na natureza, prova a existência de Deus?”

          Respondo: não.
          Pergunto: prova a não existência de Deus?

          Saudações,

          Alfredo Dinis

          • T.Almeida

            Exacto não prova a existência de Deus.Nem de Fadas madrinhas.Nem do Pai Natal.De nenhum Deus em particular percebe?
            Tudo indica que a não existência de um Deus é muito provavél. Não prova que não existe, mas também não abona muito a favor da sua existência certa, como as religiões nos querem fazer acreditar.Se eu posso acreditar em algo porque não posso provar que a sua inexistência é 100% certa e daí, mais gravemente, partir para uma religião.Isso é grave

          • Alfredodinis Facfil

            Caro T. Almeida,

            Muitos crentes não acreditam em Deus porque não podem provar que a sua inexistência é 1oo% certa mas sim porque têm razões para acreditar que a sua existência +e muito provavelmente certa. Por isso, peço que me explique o que quer dizer com a afirmação de que ‘tudo indica’ que a não existência de Deus é muito provável. A que ‘tudo’ se refere?

            Saudações,

            Alfredo Dinis

          • T.Almeida

            Isto que aqui estamos a discutir.A teoria da evolução das espécies ao longo de milhões danos, os mecanismos aleatórios da natureza…o facto de que o homem só aparece 14 milhões de anos depois da formação do universo, consequência de milhões de anos de evolução e expansão do universo.Querer comparar a nossa natureza com a do universo é no minimo rídiculo, quanto mais afirmar que tudo isto aconteceu por nossa causa.Não há nada que manifestamente indique que Deus existe e que nos criou “de propósito”, nem tão pouco os conceitos que as religiões derivam disso mesmo.Como em eu expliquei em cima, se alguma identidade criou a singularidade da qual se gerou o Big Bang e estabeleceu as regras da Física, ela não estava muito ralada com aquilo que você iria fazer 14 milhões de anos depois.Essa identidade, a existir não é certamente um conceito que algum ser humano consiga extrapolar.Não é certamente divino.E estamos a falar só de um criador…falar de alguém que julga as suas acções e os seus pensamentos já é muito rebuscado e muito menos provavél.Falar de uma alma, em vida depois da morte, sem ter qualquer apoio empírico, e ainda associa-la a um criador é ainda mais rebuscado.Continuar a acrescentar superpoderes e dimensões a essa identidade só a torna menos provavél.

          • T.Almeida

            Era 14 mil milhões de anos, fica a errata.E deixe-me acrescentar, que , para a maioria dos crentes a existência de Deus, particularmente do seu Deus é 100% certa.E já que você diz que há razões que levam a dizer que a existência de Deus em particular é muito provavél, gostava de saber que razões são essas.Afinal de contas eu sou o céptico, um crente é que me tem de convencer que Deus existe.

          • Alfredodinis Facfil

            Caro T.Almeida,

            Eu não quero convencê-lo de que Deus existe, uma vez que está convencido de que não existe. Espero que seja feliz assim.

            Saudações,

            Alfredo Dinis

          • T.Almeida

            Caro Alfredo

            Ok.Não precisa de me explicar então essas tais razões.Mas o que achou da explicação que lhe tentei dar acerca da improbabilidade de Deus?

          • Alfredodinis Facfil

            Caro T. Almeida,
            Não há nada na teoria do big bang – inicialmente sugerida por G. Lemaître, um padre! – nem na teoria da evolução das espécies, hoje geralmente aceite pela Igreja Católica, nem no facto de a vida aparecer na Terra depois de 14 milhões de anos de evolução do universo que aponte para a não existência de Deus. Quantos anos seriam, na sua opinião, razoáveis para o aparecimento da vida? Mil, um milhão? Em que se baseia para tomar uma decisão? Há quem atribua ao rei espanhol D. Afonso XI, o Sábio, a seguinte afirmação: “Se Deus antes de ter criado o universo me tivesse consultado teria recebido alguns bons conselhos”. Que conselhos lhe daria – caso Deus existisse?

            Cordiais saudações,

            Alfredo Dinis

          • T.Almeida

            Pelo contrário. Tudo aponta cada vez mais que Deus não teve nada a ver com o assunto, alguns físicos como Hawking até já dizem que ele não teve nada a ver com o big bang.Mas como Deus é um conceito imaginário você pode expandi-lo até onde você quiser.Eu também!Diga-me lá quem criou Deus?E quem criou quem criou Deus?A probabilidade de Deus existir face ás evidências como os mecanismos da natureza e a idade do universo é cada vez mais baixa, quer você queira quer não.Mas você insiste em acreditar numa coisa porque ela não pode ser provada 100% que não existe.Vou lhe contar uma pequena rábula.
            Estamos os dois no edifício mais alto do mundo e olhamos os dois cá para baixo e vemos uma piscina.
            Você diz: Vou me atirar lá para baixo e assim fazer o mergulho mais espectacular do mundo.
            Eu digo: Tenha calma.O vento está forte, sempre a mudar de velocidade, o chão está molhado podes escorregar.A probabilidade de se espatifar todo é grande, ainda maior a esta altura.
            E você: Consegues provar com 100% de certeza que me vou espatifar?
            E eu: Não, o vento muda de direcção a todo o instante e em termos de velocidade não está muito estável, mas é muito provável que não caias dentro da piscina, e mesmo que caias, a esta altura tens de cair muito bem para não morreres.
            E você: Se não consegues provar assim com tanta certeza vou me atirar.Mas antes disso vou dizer a toda a gente, sobre o salto mais espectacular de sempre, até posso dizer que quem quer fazer o salto mais espetacular do mundo deve de ter uma dieta onde exclua a carne de porco e não deva de usar o preservativo.Toda a gente me vai adorar por fazer o salto mais espectacular do mundo e por isso vão fazer tudo aquilo que eu quiser.E você funda uma religião.A religião do salto mais espectacular do mundo.
            E agora substitua o acto de saltar do prédio pelo acto de acreditar em Deus.

            E logo no Deus Judaico-Cristão, no meio de centenas Deles.
            A evolução diz que nós não somos nada de especial, mas os deuses das religiões insistem que o homem e as sua acções estão no centro de tudo.Mas eu já lhe expliquei isto.Você agora tem de pensar um bocado também.

        • antoniofernando

          O biólogo Georg Wald postula, como única explicação plausível para a passagem da matéria inerte ao primeiro ser vivo, a influência da ” mente inteligente” no processo dessa transformação. Não sei se ele é crente, agnóstico ou ateu, mas sei que foi galardoado com o Prémio Nobel da Medicina/ Fisiologia. E também sei que o ateu e neurocientista Sam Harris aponta em sentido similar ao de Georg Wald, como já citei em anterior comentário, afirmando estar convicto de que a ” consciência” pré- existe ao cérebro e aos próprios seres vivos. Se assim for, então isso significa que, no próprio processo evolutivo, existirá um elemento imaterial que orienta toda a Evolução, chamemos-lhe ” mente inteligente” ou ” consciência”. Nenhum deles afirma que essa “mente” ou ” consciência” é Deus. Mas dizem claramente que existe essa fonte de racionalidade imaterial. Poderá estar aí, nessa l
          lógica equação de Wald e Harris, a explicação para a passagem da matéria dita inanimada a seres vivos ? Pode ser sim, do meu ponto de vista, uma explicação muito consistente. Mas que apontaria para outra vertente de reflexão: saber se verdadeiramente existe aquilo a que comummente catalogamos como ” matéria inanimada” ou se a matéria conterá intrinsecamente essa ” mente” ou ” consciência”. Se esse elemento inteligente existir e for predecessor em relação à própria matéria,então, tal como o ateu e neurocientista Sam Harris já admitiu, há que pressupor concomitantemente a existência de uma dimensão inteligente imaterial, simbioticamente associada à matéria. É precisamente o que sustenta a Doutrina Budista, que, note-se, não afirma ou nega a existência de Deus. Simplesmente não discute essa temática metafísica. Se a ” mente” ou ” consciência” existirem como factores de condução do processo evolutivo, isso fará a prova da existência de Deus ? Do meu ponto de vista, não necessariamente. Pode perfeitamente alguém, como Sam Harris, ser ateu e admitir claramente esse elemento imaterial e inteligente da existência e outra pessoa ser crente em Deus e admitir que essa mente racional provirá de uma Causa Primeira, chamada Deus.Ou seja: crentes e ateus poderão aceitar essa realidade imaterial, independentemente das suas convicções teístas ou ateístas. Seja como for que se aborde esta temática, o certo é que Sam Harris é o primeiro ateu, com relevância pública, que assumiu insofismavelmente a pré-existência da ” consciência”. E, nessa medida, entra em ruptura ideológica com as teses fisicalistas de Dawkins, Dennet e Damásio, referentes ao funcionamento do cérebro. Depois poderemos perguntar se esse elemento imaterial sobrevive à morte física, por exemplo, do ser humano. E a questão que imediatamente se entronca, do meu ponto de vista, é esta: se ” a mente inteligente” ou a ” consciência” pré-existirem ao cérebro e aos seres vivos, como postula Sam Harris, porque não há – de sobreviver à morte física ? É também o que exactamente postula o Budismo, que fala da ” mente” em termos similares ao que, na dimensão religiosa, se costuma identificar por ” alma”. Ou seja: a ” mente inteligente” de Wald, a ” consciência” de Sam Harris, a ” mente” do Budismo e a ” alma” das religiões podem ser a mesma realidade, catalogada com nomes diferentes…

          • antoniofernando

            Errata;

            Onde consta: “Se esse elemento inteligente existir e for predecessor em relação à própria matéria” leia-se ” Se esse elemento inteligente existir e for predecessor ou inerente à própria matéria”.

          • T.Almeida

            É um bom ponto de vista, sem dúvida. Mas penso que também é justo afirmar que essa mente inteligente está presente em todos os seres vivos não é algo com natureza humana e não julga as nossas acções em particular, não está de todo centrada em nós.Os Deuses que construímos á nossa imagem, todos eles não podem ser associados a essa consciência, porque põem o ser humano num patamar superior.Muitas religiões clamam que só a fé nos aproxima do altruísmo e que algumas características são exclusivamente gratificadas pelo Divino ao homem, o que de todo não é verdade.Podemos ver altruísmo no reino animal, como uma loba a cuidar da sua matilha, podemos ver Pinguins a acasalarem para a vida inteira, e estes animais nunca prestaram nenhum tipo de vassalagem a Deus.É portanto justo afirmar, que Deuses como o Judaico-Cristão e os Deuses mitológicos gregos, entre outros, nada se assemelham a identidade imaterial que pode ou não estar presente.Não correspondem de todo a qualquer uma das realidades apresentadas por Dawkins ou Harris, tornando o propósito das religiões existentes nulo.Há quem não considere o Budismo uma religião mas sim um modo de vida, uma corrente filosófica.

          • antoniofernando

            Muitas questões se podem levantar sobre o elemento imaterial, ” mente” ou ” consciência” a que aludem Wald e Harris. Uma delas, sobre a qual, não vi,nem um, nem outro, pronunciarem-se, mas que imediatamente surge das suas reflexões,consiste em saber de onde provém essa ” mente” ou ” consciência”, pré-existente ou simbioticamente ligada aos seres vivos. Penso que esta será a questão fulcral do debate filosófico do futuro, entre ateus e crentes, a partir do momento que mais ateus, como Sam Harris, romperem com as teses fisicalistas ateístas preponderantes.Esse irá ser, penso, um dos mais interessantes debates modernos. Sam Harris já deu o primeiro passo. Outros ateus certamente irão autonomizar-se das teses fisicalistas, do meu ponto de vista, extremamente redutoras para uma abordagem mais abrangente da temática da Evolução e das divergências que separam crentes e ateus.Quanto ao Budismo, teoreticamente neutro em relação à temática de Deus, não é certamente uma religião teísta,embora o conceito de “religar”, ou seja,” voltar a ligar”, também possa ser eventualmente associado à Doutrina Budista, como uma mundividência que apela para a evolução ética do Homem…

          • T.Almeida

            Concordo que será um tema de debate, mas com diferentes intervenientes. Para que tal debate existisse teríamos de ter ateus como Dawkins de um lado e ateus como Harris do outro.Como já referi, associar o conceito de mente ou consciência a um Deus das religiões que já existem não me faz muito sentido.Posso reconhecer a validade do ponto de vista, mas alinharia com Dawkins.Se pensarmos na escala de tempo com que se deu a evolução e nos seus pontos de partida simples, faz todo o sentido haverem seres tão complexos como nós.São muitos milhões de anos de aprimoramento até chegar a nós. A mente ou consciência que descreve não tem nenhuma capacidade de um Deus idealizado actualmente, de um Deus para humanos, idealizado por humanos.As religiões não são baseadas na mente imaterial, mas sim num Deus fictício que devemos de servir e agradar.Creio que a maioria dos Ateus são Ateus de religiões.Há tópicos muito estranhos como a teoria das cordas, mas ao contrário de tópicos teológicos, estas teorias para serem aceites no seio de toda a comunidade cientifica tem de ser provadas empiricamente, enquanto num meio teológico tem de ser aceites e pronto, e aí acaba a margem de manobra da Teologia.Quem trabalha neste campo da teoria das coras acorda todos os dias a pensar que tem de trabalhar e conceber experiências que provem tal teoria, o que neste caso é muito difícil e a torna uma teoria frágil na comunidade cientifica.O que eu quero dizer é que vai ser um debate como o da Teoria das Cordas muito provavelmente.

          • antoniofernando

            “Se pensarmos na escala de tempo com que se deu a evolução e nos seus pontos de partida simples, faz todo o sentido haverem seres tão complexos como nós.São muitos milhões de anos de aprimoramento até chegar a nós.”

            Concordo mas isso em nada afasta a hipótese,a meu ver, bem plausível ,da existência de Deus, sobretudo quando em confronto com a do Cego Acaso, nos termos que já desenvolvi.A questão da Origem da Vida, porém, mantém-se e por tudo quanto também já desenvolvi, a Teoria da Abiogénese parece-me logicamente muito fraca, como decorre das refutações feitas por vários relevantes cientistas, que igualmente citei.A mais consistente de todas as hipóteses é,a meu ver, a de uma Causa Primeira, não a do Cego Acaso, ainda por cima referenciada a uma suposta e absurda Vida sem propósito. Seja como for, que cada qual retire da análise destas temáticas as conclusões que muito bem entender….

          • antoniofernando

            “Não sabemos o que nos espera depois da morte, mas sabemos que iremos morrer.
            O nosso universo está impregnado de mistérios. O próprio facto de ele existir, assim como nós próprios, é um absoluto mistério, e o único milagre digno desse nome. A consciência que nos anima é ela própria central neste mistério; é o terreno para qualquer experiência a que queiramos chamar espiritual”

            Sam Harris, ” O Fim da Fé”, página 253

  • antoniofernando

    ” O problema, todavia, é que nada acerca do cérebro, quando examinado, enquanto sistema físico, nos indica que este seja o portador daquela íntima peculiar que cada um de nós, do seu ponto de vista, experimenta como consciência. A consciência pode ser um fenómeno bem mais rudimentar do que as criaturas vivas ou do que os seus cérebros”

    Sam Harris,” The End of Faith”, Nova Iorque, Norton, 2004,pp 208-209

    • antoniofernando

      errata: ” dimensão interior peculiar” em vez de ” íntima peculiar”.

  • Antonio Porto

    A teoria da evolução é um produto da imaginação de darwin , que os biólogos ateus
    estão a todo custo, inclusive atropelando a ciência, tentando provar.
    Se a vida segue leis naturais, elas teriam que existir antes que a primeira
    forema de vida aparecesse.
    A evolução é como o processo de reencarnação proposto por allan kardec,
    curiosamente antes de darwin.
    A sua lógica desaparece quando se aproxima da origem da primeira forma de vida.
    Ainda que a teoria da evolução não existisse, a bilogia continuaria intacta.

    • T.Almeida

      O Kardec tem que afinar a cultura táctica antes de poder mostrar todo o seu poderio técnico.Para agora o Cardozo tem de ser a primeira opção.
      Não está a querer que eu o leve a sério pois não?

    • T.Almeida

      O Kardec tem que afinar a cultura táctica antes de poder mostrar todo o seu poderio técnico.Para agora o Cardozo tem de ser a primeira opção.
      Não está a querer que eu o leve a sério pois não?

  • pedro

    -|- -|-
    M MA

    Genesis [1,1-2]
    -|-No Princípio, Deus criou os céus e a terra.

    A Ciencia não justifica o ateismo.

  • Antonio Porto

    A verdadeira oriiem da origem das espécies

    Em 27 dezembro de 1831, o jovem naturalista, Charles Darwin,
    então com 22 anos,partiu de Davenport, a bordo do HMS Beagle,
    um navio médio, com 10 canhões.

    O rumo da viagem já estava traçado, a ilha de galapagos , distante
    mil kilômetros do Equador.

    A viagem durou em torno de 5 anos e foi muito produtiva, segundo os escritos de Darwin.
    A partir daí, ele e desenvolveu várias teorias acerca de tudo que tinha visto.

    Impressionado com as espécies de animais que encontrara em galapagos,formulou a conhecida teoria da evolução. Até aqui todos conhecem.

    O que não consta em sua biografia era que Charles Darwin trocava idéias com
    diversos outros cientistas, entre eles, o jovem Leon Hippolyte Denizart Rivail .

    A troca de correspondências entre ambos foi decisiva para a publicação do livro
    “ a origem das espécies.”

    Em 1857 Leon Hippolyte Denizart Rivail, publicou um livro,
    que seria o ponto de partida para Charles Darwin publicar a sua teoria,
    posteriormente, em 1859, exatamente dois anos depois.

    Eliminando todas as referências possíveis sobre uma criação divina,
    e qualquer palavra que soasse sobrenatural, idéias foram tomadas
    e concluídas com um linguajar mais científico possível.
    E , lógicamente, com idéias próprias, fruto de sua viagem aos mares do pacífico.

    O livro de Denizart Rivail, publicado em 1857, tinha o nome de “livro dos espíritos”.
    Denizart, mais conhecido como Allan Kardek, formulou seu livro, a partir de supostas conversas com espíritos evoluídos, segundo ele.

    Este livro era de perguntas e respostas.
    Allan Kardec perguntava, e os tais espíritos respondiam.

    Uma das perguntas que mais chama a atenção é a de número 44:
    “De onde vieram os seres vivos da terra?
    A resposta, que se encontra no livro, apenas mostra que Darwin não era o primeiro e nem o único a formular teorias sobre a origem da vida.

    Plágios á parte, tanto Darwin como kardec, ainda tem as suas teorias
    não comprovadas, um no campo científico e o outro no campo espiritual.
    O que não impediu de ambas terem seguidores e defensores.

    (Teoria das teorias)

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      -|- -|-
      M MA

      Antonio Porto, talvez essa teoria de darwin tenha sido criada logo no principio como no genesis.

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