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  • 15 de Novembro, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

O LIVRE-ARBÍTRIO

Por

José Moreira

Quando acontece uma catástrofe natural – um violento e mortífero terramoto, por exemplo – é vulgar que alguns ateus, algumas vezes em jeito de provocação, perguntem aos crentes: “onde está o seu Deus?” tentando, dessa forma, argumentar que se Deus existisse e amasse os chamados “seus filhos”, certamente não permitiria que eles morressem daquela forma. As contra-argumentações dos crentes podem variar de estilo, mas a ideia permanece: Deus não interfere com o que se passa na Terra, pois deu-nos o “livre-arbítrio”, embora não se consiga perceber o que tem o “livre-arbítrio” a ver com os terramotos.

Alguns crentes, mais evoluídos e mais cultos, asseguram que os terramotos são causados pela extracção de petróleo, o que é aceitável, porque esta coisa de mexer nas entranhas da terra há-de ter os seus custos. O que me leva a ter inveja de quem viveu até 1846, data em que foi instalado o primeiro poço de petróleo moderno. Mas também me leva a suspeitar de que em 1755 já alguém andava a escarafunchar o planeta… Mas não vamos por aí…

A maioria dos crentes entende que o “livre-arbítrio” é a faculdade de escolhermos entre o Bem e o Mal. É uma visão convenientemente redutora, mas não é verdadeira. O livre-arbítrio é, segundo o Dicionário da Porto-Editora, “o poder de escolher ou não escolher um acto ou uma atitude, quando não temos razão para nos inclinarmos mais para um lado do que para o outro.” Por outras palavras, é o poder de decidirmos o que nos der na real gana.
Se perguntarmos a um ateu e a um crente aonde é que vão passar férias no próximo ano, as respostas, diferentes e prováveis, serão: Ateu – “ainda não decidi”; “estou a hesitar entre as Seychelles e a Costa da Caparica”; “depende das «massas» ”. Crente – “Deus sabe se lá chegarei”; “sei lá, Deus é que sabe”; “olhe, vou para onde Deus quiser”. Ou seja: quem, verdadeiramente, tem o “livre-arbítrio” é o ateu, e não o crente. Porque o crente pensará, sempre, que a sua decisão dependerá, inevitavelmente, da vontade de Deus; enquanto o ateu estará, quando muito, dependente do dinheiro, da concordância da sogra, ou de outros percalços perfeitamente terrenos e, quase sempre resolúveis. Mas sempre com hipóteses alternativas, que o ateu pode escolher a seu bel-prazer.

De acordo com as crenças religiosas, Deus sabe tudo. Ou seja, também sabe aonde o crente vai passar as férias no próximo ano. O crente ainda não sabe, mas “Deus é que sabe”. Ou seja: o crente pode correr e saltar, que tudo o que fizer para passar as férias – pedir dinheiro emprestado, consultar mapas, escolher a roupa para levar – vai conduzi-lo, inevitavelmente… ao lugar que “Deus é que sabe”. Porque é para aí que vai, queira ou não, e por muito que pense que planeou sozinho. Ele apenas se limitou a cumprir os “desígnios de Deus”.

Livre-arbítrio, isto?

22 thoughts on “O LIVRE-ARBÍTRIO”
  • antoniofernando

    “O livre-arbítrio é, segundo o Dicionário da Porto-Editora, “o poder de escolher ou não escolher um acto ou uma atitude, quando não temos razão para nos inclinarmos mais para um lado do que para o outro.” Por outras palavras, é o poder de decidirmos o que nos der na real gana.”

    José Moreira

    Afinal para que foi mnecessário tanto debate filosófico àcerca do livre- arbítrio se o dicionário da Porto Editora nos poderia esclarecer a ” correcta” definição ? A resposta é óbvia: porque no tempo de Thomas Reid, Peter Van Inwagen,Robert Kane,William James, Thomas Hobbes,David Hume,Laplace,Espinosa, Schopenhauer,Locke, e muitos mais, que reflectiram sobre a problemática da liberdade, do livre- arbítrio ou do determinismo, ainda não havia dicionários da Porto Editora.

    É certo que o grande pensador Agostinho da Silva não ligou patavina ao Dicionário da Porto Editora para reflectir autonomamente sobre a problemática filosófica do livre- alvedrio.

    Mas só quem não se dê ao trabalho de pôr os neurónios a funcionar personalizadamente é que precisa de ir ao Dicionário da Porto Editora captar os meros significados lexicais de conceitos filosoficamente exigentes.

    Cá para mim, acho que em Portugal pouca gente lê livros de filosofia. Mas uma enorme multidão quando quer saber o que seja o livre- arbítrio saca logo do dicionário elementar da Porto Editora.Um pouco como ler o jornal ” A Bola” quando se quer saber novidades do Benfica…

  • antoniofernando

    “O livre-arbítrio é, segundo o Dicionário da Porto-Editora, “o poder de escolher ou não escolher um acto ou uma atitude, quando não temos razão para nos inclinarmos mais para um lado do que para o outro.” Por outras palavras, é o poder de decidirmos o que nos der na real gana.”

    José Moreira

    Afinal para que foi mnecessário tanto debate filosófico àcerca do livre- arbítrio se o dicionário da Porto Editora nos poderia esclarecer a ” correcta” definição ? A resposta é óbvia: porque no tempo de Thomas Reid, Peter Van Inwagen,Robert Kane,William James, Thomas Hobbes,David Hume,Laplace,Espinosa, Schopenhauer,Locke, e muitos mais, que reflectiram sobre a problemática da liberdade, do livre- arbítrio ou do determinismo, ainda não havia dicionários da Porto Editora.

    É certo que o grande pensador Agostinho da Silva não ligou patavina ao Dicionário da Porto Editora para reflectir autonomamente sobre a problemática filosófica do livre- alvedrio.

    Mas só quem não se dê ao trabalho de pôr os neurónios a funcionar personalizadamente é que precisa de ir ao Dicionário da Porto Editora captar os meros significados lexicais de conceitos filosoficamente exigentes.

    Cá para mim, acho que em Portugal pouca gente lê livros de filosofia. Mas uma enorme multidão quando quer saber o que seja o livre- arbítrio saca logo do dicionário elementar da Porto Editora.Um pouco como ler o jornal ” A Bola” quando se quer saber novidades do Benfica…

  • antoniofernando

    “O livre-arbítrio é, segundo o Dicionário da Porto-Editora, “o poder de escolher ou não escolher um acto ou uma atitude, quando não temos razão para nos inclinarmos mais para um lado do que para o outro.” Por outras palavras, é o poder de decidirmos o que nos der na real gana.”

    José Moreira

    Afinal para que foi mnecessário tanto debate filosófico àcerca do livre- arbítrio se o dicionário da Porto Editora nos poderia esclarecer a ” correcta” definição ? A resposta é óbvia: porque no tempo de Thomas Reid, Peter Van Inwagen,Robert Kane,William James, Thomas Hobbes,David Hume,Laplace,Espinosa, Schopenhauer,Locke, e muitos mais, que reflectiram sobre a problemática da liberdade, do livre- arbítrio ou do determinismo, ainda não havia dicionários da Porto Editora.

    É certo que o grande pensador Agostinho da Silva não ligou patavina ao Dicionário da Porto Editora para reflectir autonomamente sobre a problemática filosófica do livre- alvedrio.

    Mas só quem não se dê ao trabalho de pôr os neurónios a funcionar personalizadamente é que precisa de ir ao Dicionário da Porto Editora captar os meros significados lexicais de conceitos filosoficamente exigentes.

    Cá para mim, acho que em Portugal pouca gente lê livros de filosofia. Mas uma enorme multidão quando quer saber o que seja o livre- arbítrio saca logo do dicionário elementar da Porto Editora.Um pouco como ler o jornal ” A Bola” quando se quer saber novidades do Benfica…

    • Anónimo

      Tenho de concordar atendendo a Agostinho da Silva muito mais se poderia dizer sobre o livre-arbitrio para alem do significado paupérrimo que está no dicionário, mas o texto do José Moreira não deixa de ter lógica à luz da crendice das pessoas em geral.Para os crentes com a doutrina bem estudada dizem que Deus sabe tudo mas no sentido de saber todas as possiblidades do lugar onde a pessoa irá passar férias, não excluindo o livre-arbitrio. Obviamente como sempre os crentes espertinhos, utilizam sempre a mesma hermeneutica e retórica barata baseada na especulação para escapar à força da lógica.Outros crentes (segundo o José Moreira) dizem que os terramotos são a causa da extracção do Petróleo, que quase morria de rir. Tal como outros que dizem que Deus colocou os ossos de Dinaussauro para testar a nossa fé (em relação à arca de Noé) MAS Deus sabe exactamente o futuro, pois soube que o galo ia cantar três vezes, e que Judas ia vende-lo por 30 escudos :)Sendo assim sou ateu porque estava predestinado por isso irei para o paraiso igualmente como os crentes :DGraças a Deus sou Ateu… Até amanhã se Deus quiser.

    • antoniofernando

      Aqui está um exemplo eloquente de alguém que, do livre arbítrio, adoptou a definição da Porto Editora, de fazer o que lhe deu na realíssima gana:

      http://www.youtube.com/watch?v=_9kT47PlLS0&feature=related

      • Molochbaal

        Curiosamente, nem Charles Manson nem os membros da sua seita eram ateus. Pelo contrário até se considerava uma encarnação de Jesus Cristo e aliás a sua actuação está perfeitamente conforme com os preceitos da primeira parte da bíblia. Estou a lembrar-me em particular das partes em que deus ordena o assassinato de crianças.

      • Molochbaal

        Curiosamente, nem Charles Manson nem os membros da sua seita eram ateus. Pelo contrário até se considerava uma encarnação de Jesus Cristo e aliás a sua actuação está perfeitamente conforme com os preceitos da primeira parte da bíblia. Estou a lembrar-me em particular das partes em que deus ordena o assassinato de crianças.

  • antoniofernando

    Os crentes comportam-se assim. Os ateus comportam-se assado, diz o caro José Moreira.É uma linha dicotómica assaz rígida.mas há quem goste dela.

    Como sou crente e ,por mim, só eu falo, não lhe outorguei mandato para me representar,José Moreira.

    Por isso, faça a fineza de saber que, quando vou para férias, primeiro vejo se tenho massas disponíveis. Depois pergunto-me onde anda a marabunta e a pirosada. Se é pelo novo- riquismo de Vilamoura, eu fujo. Se é pela very british Alfubeira, eu passo ao largo. Se é pela magia de Sagres e Costa Vicentina, eu fico e encanto-me.

    Mapas, não preciso. Conheço o caminho de cor e salteado.Mecanismos tecnológicos de orientação, também não. Ainda sei ler nas estrelas e a polar não é difícil de encontrar…

    • Anónimo

      Por uma questão de princípio ético, não costumo responder aos comentários dos meus “posts”. Mas vou abrir (mais uma?) excepção, quanto mais não seja para confirmar a regra.
      António Fernando, homem! Por onde anda a sua auto-estima? Então, você considera-se um crente igual aos crentes vulgares de Lineu?? Àqueles que até acreditam no deus da Bíblia? Olhe que eu julgava que você se tinha em mais elevado conceito, juro. Você, que até tem um deus privativo, a que chama, pomposa e pernosticamente, “o meu conceito de Deus” iguala-se aos crentes do deus cruel, assassino, vingativo, infanticida, ciumento, da Bíblia???
      Pois olhe, sendo assim, tenho que lhe pedir desculpas. Porque quando eu escrevi “os crentes” não estava a pensar em si, obviamente. Há misturas que eu não costumo fazer. Se eu soubesse que a sua auto-estima andava tão rasteira, teria escrito algo como “os crentes – com excepção do António Fernando, naturalmente” ou outra coisa do mesmo jaez. Mas nunca pensei que fosse necessário. Sempre parti do princípio que o António Fernando, que até cita Agostinho da Silva, tivesse a capacidade intelectual suficiente para, sem ajuda de ninguém, distinguir o trigo do joio. Pelos vistos, enganei-me e só me resta penitenciar-me. Com a humildade que me caracteriza, e que é, talvez, a menor das minhas incomensuráveis virtudes.
      Quanto ao resto, ao miolo do artigo, nem sequer lhe respondo. Você não merece.

    • Anónimo

      Por uma questão de princípio ético, não costumo responder aos comentários dos meus “posts”. Mas vou abrir (mais uma?) excepção, quanto mais não seja para confirmar a regra.
      António Fernando, homem! Por onde anda a sua auto-estima? Então, você considera-se um crente igual aos crentes vulgares de Lineu?? Àqueles que até acreditam no deus da Bíblia? Olhe que eu julgava que você se tinha em mais elevado conceito, juro. Você, que até tem um deus privativo, a que chama, pomposa e pernosticamente, “o meu conceito de Deus” iguala-se aos crentes do deus cruel, assassino, vingativo, infanticida, ciumento, da Bíblia???
      Pois olhe, sendo assim, tenho que lhe pedir desculpas. Porque quando eu escrevi “os crentes” não estava a pensar em si, obviamente. Há misturas que eu não costumo fazer. Se eu soubesse que a sua auto-estima andava tão rasteira, teria escrito algo como “os crentes – com excepção do António Fernando, naturalmente” ou outra coisa do mesmo jaez. Mas nunca pensei que fosse necessário. Sempre parti do princípio que o António Fernando, que até cita Agostinho da Silva, tivesse a capacidade intelectual suficiente para, sem ajuda de ninguém, distinguir o trigo do joio. Pelos vistos, enganei-me e só me resta penitenciar-me. Com a humildade que me caracteriza, e que é, talvez, a menor das minhas incomensuráveis virtudes.
      Quanto ao resto, ao miolo do artigo, nem sequer lhe respondo. Você não merece.

      • RedBloc

        Meu caro José Moreira

        olhe que a ironia é pecaminosa, é prima do humor e tia do riso.

        Obviamente percebe o Carlos, percebo eu e todos os restantes ateus, frequentadores deste espaço. O AntónioFernando é farinha do mesmo saco dos outros evangelizadores do teclado que por aqui orbitam. Tentando desesperadamente fazer-se passar por cristão inteligente (antónimo de católico). Claro está que não se tratando de um psicopata (à laia do pastor alemão), não consegue manter-se fiel a tempo inteiro, à ardilosa personagem que construiu para nos vir evangelizar, e vai daí… volta e meia cai-lhe a máscara.

  • Antonioporto

    Na verdade ateus e crentes estão sujeitos as vicissitudes da vida.
    Programar se vai ou não passar as férias neste ou naquele lugar é simplifiucar
    algo mais profundo.
    Quantas pessoas ateus e crentes, decidiram fazer isto ou aquilo e foram impedidos,
    não por seu livre-arbítrio, mas por circunstâncias maiores.(morte, acidente, catástrofe)?
    Nestes casos a resposta Deus é que sabe, tem muita veracidade.

  • Antonioporto

    Na verdade ateus e crentes estão sujeitos as vicissitudes da vida.
    Programar se vai ou não passar as férias neste ou naquele lugar é simplifiucar
    algo mais profundo.
    Quantas pessoas ateus e crentes, decidiram fazer isto ou aquilo e foram impedidos,
    não por seu livre-arbítrio, mas por circunstâncias maiores.(morte, acidente, catástrofe)?
    Nestes casos a resposta Deus é que sabe, tem muita veracidade.

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  • Sinn-klyss

    Fiel em crença só consegue mesmo tentar se mostrar como um intelectualóide zé-minguela ..

  • Molochbaal

    De facto, embora o crente presente pareça estar concentrado na questão das férias, resta o essencial, o uso do conceito de livre arbítrio pelos crentes para fugirem à questão da existência do mal no mundo. Cpmeça logo que, como observou o autor, grande parte desse mal é completamente exterior ao homem. Sempre houve terramotos, erupções vulcânicas, furacões, secas, doenças etc, que foram causa de grande parte do sofrimento humano sem que o homem tenha culpa alguma nisso. Logo, constata-se que não passa de uma desculpa falaciosa e uma maneira de fugir ao assunto.

    Por outro lado, mesmo em relação ao que está dependente do homem, constata-se que o conceito de livre arbítrio como DESLCULPA para a existência do mal num mundo criado por um deus supostamente perfeito é em si mesmo, também, outra falácia.

    Primeiro, porque muitos dos males causados pelo homem se devem pura e simplesmente a erros não intencionais, desde Chernobil ao Titanic, passando por muoias experiências poldíicas por vezes sangrentas, se os seus autores, se pudessem prever o resultado teriam procedido de outra maneira. Logo, mesmo nesses casos o !livre “aríbrio” é uma treta.

    Quanto aos casos do mal puramente humano, como serial killers etc, até nesses casos esse conceito é uma TRETA. Começa logo que muitas dessas pessoas são desequilibradas mentais, logo doentes, outras foram criadas em contextos de violência, onde a violência é simplesmente natural e não sabem distinguir o bem do mal. Mas mesmo nos casos em que sabem e participam portanto do mal absoluto, parecemo-nos esquecer do principal. É que o livre arbítrio dos carrascos exerce-ce à custa do livre arbítrio das vitímas, um elemina o outro.

    Logo quando dizem que o mal existe porque deus está a respeitar o nosso livre arbítrio tal é mentira. Em primeiro lugar em 90% dos casos de todas as desgraças humanas não existe livre arbítrio nenhum. E, pior do que isso, nos 10% em que existe livre arbítrio, deus não está a respeitar o livre arbítrio como conceito ESTÁ SIMPLESMENTE A RESPEITAR O LIVRE ARIBITRIO DOS MAIS FORTES, DOS PODEROSOS, ESTÁ A RESPEITAR A FORÇA PURA E DURA – coisa que já todos nós fazemos, nem que seja obrigados, pelo que não é preciso ser um grande deus para isso.

    Por exemplo, quando uma criança é assassinada com requintes de crueldade, deus está lá, presente, assiste a tudo, aliás, já sabia que aquilo ia acontecer desde o princípio dos tempos, e desde o princípio dos tempos que o podia ter impedido. Mas não faz nada. Não faz nada para respeitar o livre arbítrio do serial killer. E para respeitar o livre arbítrio do serial killer caga no livre arbítrio da criança, dos pais e restantes familiares e do resto da sociedade que, segundo o seu livre arbítrio, teria feito tudo para impedir aquilo, se pudesse.

    Ou seja, ao permitir o mal no mundo deus está na verdade a destruir o livre arbítrio da maioria, das vitímas, dos fracos, para permitir o livre aríbrio dos mais fortes, coisa que esles imporiam de qualquer maneira sem precisarem de caução nenhuma.

    Bem, então deus para quê ?

    Conclui-se assim que os crentes ainda não conseguiram qualquer justificação para a existência do mal e que o uso do conceito de livre arbítrio para esse fim não passa de uma fuga à questão.

  • Athan3

    … “quando uma criança é assassinada com requintes de crueldade, deus está lá, presente, assiste a tudo … Mas não faz nada. Não faz nada, para respeitar o livre arbítrio, do serial killer. E para respeitar o livre arbítrio do serial killer CAGA no livre arbítrio da criança” … Não precisa dizer mais nada. Se um fiel em crença tiver um pingo de vergonha no raio da lata, ao ler uma frase dessa, ele se dá conta da estupidez em que está encalacrado.
    Mas,… como um elemento consegue ‘entregar’ sua vida na mão de um pústula que se diz divino, e a partir daí sua vontade depende do que esse pulha lhe diz. imagine qual é a consideração dum demente desse com a vida de qual pessoa for.
    Aliás, se a tal invencionice de deus é dona do indivíduo, então quem é que pede pra entregar sua vida? Então essa nata poluída que anda por aí metida em igrejas é tudo filho do torto …
    É tanta estupidez, e tantos recursos naturais são gastos em um desperdício civil descomunal só para destruir e desgraçar a civilidade humana.

  • Andreia_i_s

    Parabéns pelo texto José Moreira :).

  • Milton

    Temos um bom exemplo de livre arbítrio no Brasil. Durante as eleições de 2010 o Papa manifestou-se contra o aborto, enquanto Bispos da ICAR manifestaram-se explicitamente a favor de Dilma. Sites pseudo-laicistas-secularistas e sites ateus engajaram-se em campanha pró Dilma sob a “desculpa esfarapada” de defender a legalização do aborto. No congresso, a bancada evangélica que apoiou Dilma está tomando providências para acabar com a possibilidade de qualquer aborto legalizado. Isso sim é exemplo de livre arbítrio.

  • Anónimo

    …TERRAMOTOS NÃO, MILAGRES SIM…

    O TEXTO EXPOSTO É UM BOM EXEMPLO DA CONFUSÃO QUE SEMPRE VAI NA CABEÇA DOS SEMPRE CRENTES.

  • Oiced Mocam

    O LIVRE-ARBÍTRIO

    Com que fim deus criou os homens ?

    Deus teria feito o homem para amá-lo e servi-lo ? É o que se acostuma afirmar, o bom Deus, o teria feito “a sua imagem e semelhança”. É uma grande inverdade , mentira e calúnia, contra a qual me insurjo. Acho que tais motivos fúteis, desnecessários, são indignos de um “ser superior”, onipotente , onisciente, onipresente e sobretudo auto-suficiente.

    Como humanista e livre pensador, não acredito, nessa alegação. O “criador” não teria colocado o homem sobre a face da terra, sabendo como sabia que sua criatura iria dar no que deu: um predador da natureza, um lobo de si mesmo. Quando se é jovem sempre se está inclinado a receber como verdade toda a frase de efeito de religião. Durante os últimos dez anos , estou com sessenta hoje, com ela não concordo, pois acredito no auto-conhecimento e na crença do amor interno livre e adulto, livre de qualquer Deus . Não creio no fatalismo religioso, como os cristãos e principalmente os islâmicos. Eles acreditam que tudo está antecipadamente definido por Alá, o que é a total negação da autonomia da liberdade humana. Ninguém jamais conseguiu me convencer nesses últimos anos, de que o nosso destino está escrito em algum lugar, num livro qualquer, no céu ou na Terra, nas fases da lua, na posição dos astros, na palma de nossas mãos, em anjos, santos, fadas, etc…

    Acredito, ao tomar conhecimento de fatos tidos como fantásticos e surpreendentes na lei das probabilidades e coincidências. Um avião levanta vôo de um lado, no mesmo tempo em que um outro aparelho learjet decola de um aeroporto situado na margem oposta. Horas depois voando sobre a Amazônia, eles se encontram e se chocam em enorme altitude. Quando tal fato acontece, não falta quem diga que a tragédia ocorreu porque assim estava escrito. Escrito onde, por quem ? Pela fatalidade, respondem alguns. Por Alá, dizem ou por um outro Ser Superior, dizem outros, pelo destino afirmam muitos, para unir os mortos num plano superior do Criador. Não creio na resposta mais freqüente segundo tudo emana da vontade de um ser superior. Não só nego, como me revolta esse tipo de ignorância humana, pois se realmente existisse um ser superior, não se permitiria cometer maldades tais. Outro exemplo. Vítimas fatais de acidentes de trânsito. Acredito no fator acaso, o que se define de sorte ou azar. Algo que nunca foi explicado pro qualquer tratado filosófico.
    Criou-se o homem na Terra, a religião com suas hipóteses de deuses, as drogas com suas dependências físicas e os viciados para serem salvos ou morrerem conforme os desígnios do criador. Deus não intervém em nossa realidade como se fôssemos marionetes Dele. Ele teria mais e melhores coisas a fazer e, não, “foi à vontade de Deus”.

    A Terra fendeu-se, aconteceram terremotos e desastres naturais como erupções de vulcões e enchentes. Os stunamis, os furacões – Katrina e outros – anuais liquidam milhares de vidas inocentes, inclusive de crianças que brincavam e dormiam, de homens e mulheres de fé que amavam, rezavam para seus deuses e santos ou trabalhavam naquele momento. Essa pobre gente todos afogados e mortos. Morreram falando com e rezando para um amigo imaginário. Foi porque assim o determinaram os “desígnios divinos”, quem afirme assim, dizem muitos. Não creio, pois a Terra é do homem, não é de nenhum Deus, somos livres de deuses, deuses não intervêm em nossa realidade diária e nem na vida de bilhões de pessoas. A obra divina é a nossa própria independência. Se existem deuses, podemos pressupor, que então estes seriam os médicos, esses sim, tem o poder da vida e da morte. Muitas vezes são obrigados a tomar a decisão de quem vai viver ou morrer antes de entrar nas emergências médicas , super abarrotadas e sem recursos e sem leitos para internação cirúrgica de emergência nos hospitais públicos do mundo.

    A calamidade mundial do vírus HIV (Aids), e existe uma religião que se posiciona contra o uso profilático de preservativos, é obra para punir os homossexuais? Mas não são filhos de Deus ? Não é essa a imagem que faço de Deus, que não pode ser tão cruel assim. Em realidade, quando me contam que nosso planeta, enquanto terra, enquanto obra material, é malfeito, mais e mais me convenço de que ele não é, nunca foi obra divina. Deus (se ele existisse) não seria incompetente assim para construir obras tão imperfeitas e com tanto sofrimento no mundo.

    E há, igualmente como vimos antes, a velha questão de quem fez o homem, quando afirmam que foi Deus, por sua semelhança. E porque Deus privilegiou e protegeu um povo em detrimento de outros, como os hebreus acreditavam que fizera?
    Deus teria criado o Universo, o mundo, a luz, os animais, as plantas e todo o resto através da palavra. No primeiro capítulo do livro do Gênesis está escrito várias vezes: “Deus disse: faça-se isso, faça-se aquilo…”e as coisas foram sendo criadas. Da mesma maneira também o primeiro homem. Adão, na crença judaica e cristã, foi modelado de barro e ganhou vida com o sussurro divino. Deus dá aos seres humanos “o domínio […] sobre todo ser vivo”, e todos os animais, “sentem medo” e “terror” diante de nós. O homem é instruído a “submeter” a natureza, e “submeter” é a tradução de uma palavra hebraica com fortes conotações militares. A religião ocidental fez de tudo para afirmar que a natureza não é a história, mas apenas o cenário, que ver a natureza como sagrada era um sacrilégio. Seitas ocidentais sustentavam que, devíamos nos submeter a Deus e todo o resto da natureza devia se submeter a nós. As religiões orientais (hindu-jaina-budista) e o Islã, ao contrário, não se inclinam a considerar a natureza como inimiga. Mas o quê e de que maneira exatamente Deus teria dito para criar tudo? Quem criou Deus? Tudo fruto de antigas tradições e mitologias!

    Todos os muçulmanos acreditam que o destino de cada pessoa foi determinado no começo dos tempos e que nenhum mortal tem a capacidade de alterar ou interceder com o plano do Criador , Alah, ou seja se uma pessoa ficasse gravemente doente ou acidente, nada se poderá ser feito e impedir que a pessoa morresse. Pais que se imaginam “Testemunhas de Jeová”, da Igreja, não permitem que seus filhos recebam transfusão de sangue, mesmo em casos de emergência. Na verdade, o verdadeiro problema não é deus, esse pobre homem que nunca foi visto depois daqueles seis dias quando Ele “criou” o mundo e se ausentou. Desde então ninguém sabe onde ele está, se está doente, ou ficou tão cansado de criar o mundo em seis dias (o Alcorão afirma que foi em seis períodos), que no sétimo descansou…isso é permitido. Mas o que aconteceu na segunda-feira? Nos dias de trabalho você deveria estar de volta. Desde então ele tem estado em férias! É uma eternidade! O mais provável é ele ter nunca existido e ser apenas uma hipótese teológica. A tese de acordo com as religiões e os humanistas, a questão continua sem resposta. A foi criado por B, então Deus de C e Deus de D, e quando chegarem ao fim do alfabeto na letra Z, nada estará resolvido. Então o homem venera , “um Pai nosso que está no céu”, um Deus que não existe, e continua escravizado, esmagado e dominado por essa consciência.
    Este mundo, este vasto Universo, que não tem limites, é um contínuo processo de criatividade. Ele ainda está sendo criado e não está completo. Tudo está crescendo, a inteligência do homem está crescendo, sua consciência está crescendo.

    A credulidade pode ser uma inocência, ser considerada por alguns inócua em si, mas é um grande convite a que malvados e espertos explorem seus irmãos e irmãs, e portanto campo fértil para umas das grandes vulnerabilidades humanas.

    Como escreveu Susan Brownell Anthony:

    “Não confio em gente que sabe exatamente o que Deus quer que elas façam. Sempre coincide com aquilo que elas próprias desejam”

    Essa vida consiste em pequenos prazeres, mas se juntarmos todos esses pequenos prazeres, sua vida se tornará um prazer em si mesma. Não há necessidade de grandes prazeres para ser feliz

    O homem acredita mais facilmente no que gostaria que fosse verdade. Esse pseudo, essa hipótese de paraíso, é apenas poesia, porque ninguém jamais o viu, ninguém voltou de lá dizendo: “Sim, sou uma testemunha ocular”. Não creio, como livre pensador nas outras idiotices, crenças, supertições e crueldades inventadas que são fáceis de imaginar e culpo as religiões por institucionalizar, propagar e refinar a prática, para terem o poder deste mundo e a bem-aventurança no outro. E no mínimo os “religiosos” deveriam praticar o veganismo.

    OICED MOCAM
    http://livrodeusexiste.blogspot.com

    • Yuri S. C.

      “Como escreveu Susan Brownell Anthony:
      “Não confio em gente que sabe exatamente o que Deus quer que elas façam. Sempre coincide com aquilo que elas próprias desejam””

      Mas que burra!
      Ou seria “apenas” mais um espantalho?
      Hahahaha

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