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Citação do Dia

 


«O ensino tradicional da Igreja não exclui, depois de comprovadas cabalmente a identidade e a responsabilidade de culpado, o recurso à pena de morte, se essa for a única via praticável para defender eficazmente a vida humana contra o agressor injusto».

 

– Catecismo da Igreja Católica (§ 2267)

             

69 thoughts on “Citação do Dia”
  • antoniofernando

    Nenhuma igreja que se reivindique do legado ético e religioso de Jesus de Nazaré pode, em alguma circunstância, aceitar a pena de morte. Este cânone da ICAR é absolutamente indigno de uma genuína herança cristã e um opróbrio à memória de quem como Cristo foi condenado à morte…

  • antoniofernando

    Nenhuma igreja que se reivindique do legado ético e religioso de Jesus de Nazaré pode, em alguma circunstância, aceitar a pena de morte. Este cânone da ICAR é absolutamente indigno de uma genuína herança cristã e um opróbrio à memória de quem como Cristo foi condenado à morte…

    • MO

      Caro António:

      Não é canône (muito menos dogma). É apenas um ponto do Catecismo (que inclui ensinamentos com vários graus de ‘certeza’ – em função precisamente da revelação de Cristo).

      Pax et bonum.

      • antoniofernando

        Caro MO:

        Não vou discutir minudências analíticas. Para mim, enquanto crente e cristão, é uma vergonha…

        • JoaoC

          Piada do dia (ainda que repetitiva, deve ser para até tu acreditares no que escreves):

          “Enquanto crente e cristão”….

          LOOOOL

          Vergonha és tu e os da tua seita que agora deram em questionar o Catecismo da Santa Igreja.

          Não te chega a teu deusinho de bolso?…

          • Trol

            O deusinho de bolso…
            é algum novo modelo de telemóvel sofisticado?

            Adorei a imagem.
            Com um deus desses não perdemos o norte. Sim senhor… O joãoc é o maior comentador do DA…
            Prémio “ortodoxia d’ouro”!…
            jááááááááá!

        • Molochbaal

          Por falar nisso ó defensor de serial killers, não é uma contradição seres a favor da propaganda contra o preservativo, que causa milhares de mortos INOCENTES e depois vires para aqui defender serial killers, que, coitadinhos, não podem ser tocados nem com uma flor ?

        • Molochbaal

          Por falar nisso ó defensor de serial killers, não é uma contradição seres a favor da propaganda contra o preservativo, que causa milhares de mortos INOCENTES e depois vires para aqui defender serial killers, que, coitadinhos, não podem ser tocados nem com uma flor ?

          • JoaoC

            Lindo 😉

        • antoniofernando

          Um ” pouco mais” de doutrina católica sobre a pena de morte, tão do agrado de todos os refinados hipócritas e fariseus,grandes e reiterados responsáveis pela perversão da Doutrina de Cristo e o total desrespeito por quem como Jesus de Nazaré foi também condenado à morte:

          http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=politica&artigo=pelapena&lang=bra

    • Molochbaal

      Então nenhuma igreja cristã, excepto meia dúzia de seitas como as testemunhas de Jeová, pode ser chamada cristã, porque quase todas aceitam a pena de morte.
      E quase todas a praticaram com entusiasmo no passado…

    • antoniofernando

      “A doutrina católica se fundamenta no que Deus revelou, e na lei natural feita por Deus. Por isso, a Igreja sempre defendeu e sempre aprovou a pena de morte. Até o Novo Catecismo da Igreja Católica, promulgado após o Concílio Vaticano II afirma que a pena de morte é legítima.”

      Orlando Fedeli

      • antoniofernando

        “Está no Catecismo Maior de São Pio X:

        “É lícito tirar a vida do próximo quando se executa por ordem da autoridade suprema a condenação à morte em castigo de algum crime ”

        http://penademorteja.wordpress.com/2009/02/28/pena-de-morte-no-novo-catecismo-da-igreja-catolica/

        • antoniofernando

          “A doutrina tradicional da Igreja, desde que não haja a mínima dúvida acerca da identidade e da responsabilidade do culpado, não exclui o recurso à pena de morte”

          Catecismo da Igreja Católica

          • antoniofernando

            “No “Catecismo da Igreja Católica” está escrito, explicitamente, que, em alguns casos extremos, pode-se aplicar a pena de morte. Sinto muito, é uma questão de princípio: não se defende a pena de morte quando se é cristão. E ainda querem que acreditemos que defendem a vida quando se defende, ao mesmo tempo, a pena de morte? ”

            Michel Onfray

          • antoniofernando

            “A Igreja não peca, nem erra nunca.

            Quanto à pena de morte, há, em nosso site, inúmeros artigos provando que o Governante, cujo poder vem de Deus, pode punir com a morte, como se depreende de muitos texto bíblicos.

            Cito-lhe alguns:

            1) Êxodo XXI, 11-17 onde Deus dá lista de crimes puníveis com a morte;

            2) Gn IX, 6, onde Deus ordena a Noé que todo assassino deve ser morto;

            3) Apoc XIII, 10 onde Cristo diz: “quem matar à espada, importa que seja morto à espada”.

            4) Mt XXVI, 52, onde Jesus diz a Pedro que quem ferir com a espada, com a espada deverá ser ferido;

            5) Jo. XIX, 11, no qual Cristo reconhece que Pilatos, como governante tem o poder — dado por Deus — de condenar à morte.”

            Orlando Fedeli

    • antoniofernando

      “Quando a pena de morte é legal, o que se faz é condenar um indivíduo que cometeu um delito comprovado de extrema gravidade, e que, além disso, constitui um perigo para a paz social ”

      Bento XVI, ” O Sal da Terra”, pág. 220

  • MO

    Mais um exemplo de desonestidade.

    Eis o ponto 2267 na sua totalidade:

    A doutrina tradicional da Igreja, desde que não haja a mínima dúvida acerca da identidade e da responsabilidade do culpado, não exclui o recurso à pena de morte, se for esta a única solução possível para defender eficazmente vidas humanas de um injusto agressor.

    Contudo, se processos não sangrentos bastarem para defender e proteger do agressor a segurança das pessoas, a autoridade deve servir-se somente desses processos, porquanto correspondem melhor às condições concretas do bem comum e são mais consentâneos com a dignidade da pessoa humana.

    Na verdade, nos nossos dias, devido às possibilidades de que dispõem os Estados para reprimir eficazmente o crime, tornando inofensivo quem o comete, sem com isso lhe retirar definitivamente a possibilidade de se redimir, os casos em que se torna absolutamente necessário suprimir o réu «são já muito raros, se não mesmo praticamente inexistentes» (42).

    Faz parte de uma secção sobre a legítima defesa transposta das pessoas para o estado, como se percebe – não se trata de defender a pena de morte como punitiva. Eu, que nunca poderei defender a pena de morte, limito-me a registar que o ponto do catecismo não exclui o que não o mesmo que defender) essa hipótese em caso de legítima defesa e depois acaba a argumentar pela sua desadequação.

    Pax et bonum.

    • MO

      Errata: “não exclui (o que não é o mesmo que defender)”

      Pax et bonum.

    • MO

      Errata: “não exclui (o que não é o mesmo que defender)”

      Pax et bonum.

    • antoniofernando

      Caro MO:

      Não defenda o indefensável. Qualquer igreja que se reivindique de Cristo não conteria essa norma vergonhosa e desonrosa no seu catecismo. E qualquer pessoa, intelectualmente séria, que saiba interpretar minimamente uma norma catequética, sabe que nela está claramente contida a aceitação da pena de morte por parte da ICAR. Aliás, de tão explícita nem consente interpretações laterais para além do que decorre da sua própria literalidade.Confesso que não esperava de si a sua posição…

      • MO

        Caro António:

        Parta para isto, não como se tivesse as respostas, mas aberto à argumentação. Já lhe disse que sou contra a pena de morte como a Igreja é no contexto actual. Mas responda-me por favor, se quiser, o mais directamente possível:

        1. Acha que a legítima defesa é moralmente justificável mesmo se resultar na morte do agressor?

        2. Como acha que podemos defender-nos de quem mata por opção e em quantidade se não tivermos os sistemas prisional e de internamento que temos hoje (que tornam a pena de morte desadequada)?

        A pena de morte é moralmente injustificável HOJE – essa é a conclusão do Catecismo. A justificação moral da legítima defesa mantém-se SEMPRE e está ligada ao direito à vida, à preservação da vida.

        PPax et bonum.

        • MO

          E já agora acrescento: o que seria anti-cristão (e é verdade que alguns que se dizem cristãos o fazem) seria a justificação da pena de morte como PUNIÇÃO em vez de como DEFESA. Leia melhor o texto do Catecismo.

          Pax et bonum.

    • Trol

      Legitima defesa??????
      tás-te a passar.

  • MO

    Já agora Luís, porque não citou isto (que reflecte a prática da Igreja a partir da conclusão do ponto 2267):

    I don’t want it in China, or in Iran, or in the United States, or in India, or in Indonesia or in Saudi Arabia — nowhere in the world.
    I don’t want it by stoning, or by shooting, or by decapitation, or by hanging, or by the electric chair, or by lethal injection.
    I don’t want it painful or painless. I don’t want it in public or in secret.
    I don’t want it for women, or for men; for the handicapped or for the healthy. I don’t want it for civilians or military men, I don’t want it in peace or in war. I don’t want it for someone who might be innocent, but I don’t want it for confessed criminals either. I don’t want it for homosexuals. I don’t want it for adulterers. I don’t want it for anyone.
    I don’t even want it for murderers, for the Mafiosi, for traitors or for tyrants.
    I don’t want it out of vengeance, or to free ourselves from troublesome and expensive prisoners, not even for alleged mercy.
    Because I seek a greater justice. And it is good to walk on this path to increasingly affirm, in favor of everyone, the dignity of the person and of human life, of which we are not the ones to dispose.
    Let us make [the cases] non-existent. It’s better.

    -Father Federico Lombardi, SJ, Director of the Vatican Press Office

    [FONTE]

    Pax et bonum.

    • Anónimo

      Mas então, como é que se compreende que com tantos “I don’t want”, continuem a não excluir?
      Não seria uma atitude muito mais coerente?

      • MO

        No plano teórico, no plano das possibilidades, entendida como legítima defesa (que na prática, na realidade moderna não o pode ser, como é explicado à frente) a pena de morte não deve ser excluída. Pelo que se lê pouco antes:

        2264. O amor para consigo mesmo permanece um princípio fundamental de moralidade. E, portanto, legítimo fazer respeitar o seu próprio direito à vida. Quem defende a sua vida não é réu de homicídio, mesmo que se veja constrangido a desferir sobre o agressor um golpe mortal: (…)

        2265. A legítima defesa pode ser não somente um direito, mas até um grave dever para aquele que é responsável pela vida de outrem. Defender o bem comum implica colocar o agressor injusto na impossibilidade de fazer mal. É por esta razão que os detentores legítimos da autoridade têm o direito de recorrer mesmo às armas para repelir os agressores da comunidade civil confiada à sua responsabilidade.

        É preciso ler tudo e é preciso partir para a discussão com a mente aberta.

        Pax et bonum.

        • Anónimo

          Vai-me perdoar, mas “recurso à pena de morte” não é a mesma coisa que “legitima defesa”.
          Ou considera que após a captura de um criminoso e aplicação da pena capital se pode falar em legitima defesa?

          Retirado da WIkipedia:
          «Legítima defesa é uma justificação para uma conduta ilícita, que legitima um ato que seria crime em sua ausência. Tecnicamente, é um conceito de Direito Penal que pertence à classe das excludentes de ilicitude – isto é, circunstâncias que removem a ilegalidade de uma conduta, embora sem alterar o fato de que o ato é previsto em lei (tipo penal). Consiste no emprego de condutas ilícitas como recurso para se defender de uma agressão. É também usado no âmbito Civil, adotado no direito civil como uma das excludentes da Responsabilidade Civil.»

          Confesso que não li tudo e agradeço-lhe que me tenha fornecido o que me faltou ler, embora me pareça que o que li não favorece uma posição de não exclusão à pena capital, e uma vez que não aceito a pena de morte em nenhuma circunstância na lei penal, não me verá aqui a “abrir a minha mente” às incongruências das religiões.

          Em todo o caso, acredite que é com mente aberta que discuto os assuntos, e estou e estarei disposto a reconhecer que me enganei sempre que tal suceda, bem como a dar razão a quem a tenha.

          • Molochbaal

            “Ou considera que após a captura de um criminoso e aplicação da pena capital se pode falar em legitima defesa?”

            Com certeza que sim.

            Um criminoso pode sempre fugir e vir matar mais gente pacífica no exterior, pode agredir outros presos, agredir pessoal da prisão, controlar actividades criminosas no exterior mesmo estando preso etc. Isto não são excepções, é o que se passa HABITUALMENTE no sistema prisional delicadinho com os criminosos e que está nas TINTAS para as vitímas.

            Este sistema é tão criminoso como os criminosos a quem permite continual a exercer o crime.

            Porque em MUITAS situações, a pena de morte é a única medida JUSTA e EFICAZ.

            E não, não tenho peninha menhuma de um assassino de crianças ou de um assaltante de bancos. As lágrimas devem ser para as vitímas, não para os assassinos. Mas isto deve ser difícil de compreender.

          • Molochbaal

            “Ou considera que após a captura de um criminoso e aplicação da pena capital se pode falar em legitima defesa?”

            Com certeza que sim.

            Um criminoso pode sempre fugir e vir matar mais gente pacífica no exterior, pode agredir outros presos, agredir pessoal da prisão, controlar actividades criminosas no exterior mesmo estando preso etc. Isto não são excepções, é o que se passa HABITUALMENTE no sistema prisional delicadinho com os criminosos e que está nas TINTAS para as vitímas.

            Este sistema é tão criminoso como os criminosos a quem permite continual a exercer o crime.

            Porque em MUITAS situações, a pena de morte é a única medida JUSTA e EFICAZ.

            E não, não tenho peninha menhuma de um assassino de crianças ou de um assaltante de bancos. As lágrimas devem ser para as vitímas, não para os assassinos. Mas isto deve ser difícil de compreender.

  • Asd

    Que se implemente a pena de morte em Portugal! Que sejam executados todos os filhos de mãe de ladrões e gatunos que andam a destruir este país.

    • antoniofernando

      Pena que não tenhas sido enforcado estando inocente. Já calavas essa boca imunda…

      • Molochbaal

        Pena que não tenham torturado um filho teu até à morte, para depois vires defender que devem levar leitinho e bolachas ao criminoso à hora do deitar, na sua cela com TV a cores, playstation, sistema de som etodas as mordomias que o dinheiro dos contribuintes tem de pagar a gajos que deviam estar a servir de adubo nos canteiros da prisão.

    • Trol

      a estupidez ofereceu-lhes um computador para poderem ser seus porta-vozes…

  • Anónimo

    MAIS UM EXEMPLO DAS MÚLTIPLAS CONTRADIÇÕES MORAIS E ÉTICAS DESTA ICAR CONSERVADORA E BAFIENTA.

  • JoaoC

    Obviamente que a pena de morte é legítima.

    Discussão desnecessária…

  • Molochbaal

    Este é um dos pontos em que concordo com a igreja católica. A sociedade tem o direito de se defender, se necessário com a violência, em relação a quem a ataca com violência.

    Por outro lado nada tenho contra o conceito de justiça retribuitiva. Tratar como uma flor delicada, gastando rios de dinheiro para que não lhe falte nada, a um serial killer que torturou pessoas até à morte por simples prazer é ABOMINÁVEL. E quem defenda uma injustiça destas devia ser preso.

    • Hans

      Outra coisa que me irrita é a lei ser benevolente com bandidos menores de 18 anos….
      Ele é considerado infrator mesmo que tenha estuprado e matado….

      • Anomino

        Estou consigo, comentador Hans.

        Efectivamente, num tempo onde toda a gente domina tanta informação e SABE perfeitamente destinguir o bem do mal, o que pode e o que não pode fazer, essa impunidade de que fala, além de escandalosa, é um retrocesso civilizacional muito grave.

        • Hans

          experimenta fazer alguma porra com esse “anjinho”(o menor).. aí a lei te fode rapidinho!!

          • Anonimo

            Perfeitissimamente de acordo. Aqui, nem puxar-lhe as orelhas!

            E pode ser um sanguinário e preverso bandido.

  • Monsenhor Tiso

    Sigo fielmente este catecismo

  • Hans

    Pq a igreja tem este catecismo?? Ela não prega “DAR A OUTRA FACE”?

  • Anonimo

    Caro comentador papapaulo:

    Eu também sou contra a pena de morte, mas percebo e aceito a posição da Igreja.

    Em primeiro lugar deixe-me dizer que o autor deste artigo é extremamente tendencioso e demonstra muito pouco formação e bastante ignorância. Não sei quem é, nem vem ao caso, mas não se trata de uma pessoa com grande rectidão de carácter.

    Como vê, pela noção de “legitima defesa” e outras que lhe queira adicionar, a vida não é considerado um “valor absoluto”, a não ser na esfera privada.
    Aliás, qualquer um de nós, por mais pacifista que se diga, em circunstâncias extremas é capaz de matar alguém.

    Ora, como disse (e muito bem) o comentador MO, a Igreja não advoga a existência imperiosa da pena de morte, mas reconhece que ela existe e, em casos extremos, quando legitimada pelo Direito, a Igreja aceita.
    Evidentemente que se trata de situações extremas.
    Um episódio recente do assalto a um banco, aqui em Portugal, terminou com um atirador a “executar” um dos assaltantes. Eu não achei propriamente uma coisa boa, mas entendo a situação. E, se lá estivessem dentro os meus filhos, a minha mãe ou a minha esposa, sei lá se não o teria feito eu, caso pudesse.

    Recordo-me de um activista da Amnistia Internacional que tinha um filho numa escola russa. Essa escola foi alvo de um sequestro por parte de independentistas Tchetchenos e acabou com várias morte. O dito “activista da AI” apenas conseguia dizer: “matem esses bandidos!”

    E no caso de “após a captura de um criminoso” e consequente julgamento se executar um criminoso?
    Se esse for o único meio de fazer face a um indivíduo extremamente cruel e perfeitamente irrecuperável, eu tenho que aceitar. Aí percebo a Igreja.

    Um exemplo (academicamente hipotético): o que fazer a um Hitler ou a um Yosef Stalin?
    Se decidissem executá-los, para mim era aceitável.

    Eu sou mais favorável à condenação perpétua a trabalhos forçados, sem hipótese de recurso.
    Sou contra as prisões de luxo e o “coitadismo” dos “senhores criminosos”. Numa escala adaptada à gravidade dos crimes, a prisão tem que ser penosa, dolorosa mesmo. Por isso defendo os trabalhos forçados em vez da pena de morte.
    Mas, a posição da Igreja está correcta.

    • Anónimo

      Compreendo aquilo que diz, mas o que foi colocado em cima da mesa, foi concretamente um ponto do catecismo católico, onde é dito que a doutrina da igreja não exclui a pena de morte, e que foi confirmado pelo comentador MO, que nos facultou a totalidade do referido ponto.

      Como deve ter percebido, não sou favorável à pena capital em nenhuma circunstância, mas nada tenho a opor, e seria pura demagogia se tivesse, à legítima defesa.
      Por isso, confundir a pena de morte, que por conceito de pena, é aplicada após o acto criminoso cometido e pressupõe (nas democracias) um julgamento e condenação, com a noção de legitima defesa, que só pode ser considerada como tal na forma de reacção de defesa a uma determinada agressão, é, em minha opinião, tentar branquear o problema.

      Que a igreja aceite a pena capital onde a mesma seja legitimada pela lei, parece-me que não há grande alternativa, mas se a igreja é capaz de fazer, ou tentar fazer valer a sua posição, quando por exemplo, o assunto é casamento entre homossexuais ou o uso do preservativo, porque é que há-de apenas aceitar a pena de morte e fazer constar no seu catecismo um texto onde afirma não exclui esse tipo de penalização? Porque é que se há-de calar e assobiar para o lado quando sabe ser tão firme noutras matérias?

      Esta é a minha questão: porque é que a igreja católica pura e simplesmente não se declara incompatível com e pena de morte e, já agora, retira o texto em causa do catecismo?

      • JoaoC

        Porque a Igreja, pura e simplesmente ACEITA a pena de morte como legítima.

        Contaminada como está pelos “sentimentalismos”, pela modernidade e pelos “direitos humanos” dos criminosos, tem medo de assumir a verdadeira posição acerca do assunto. Como em muitas outras coisas, por variadas razões, ainda se intimida de fazer frente a este mundo.

        E é evidente que a pena de morte é LEGÍTIMA sim, o Estado deve poder tirar a vida a um criminoso, tal qual se remove uma maçã podre de uma cesta para não contaminar as outras, se o crime for grave.

        Sem pena absolutamente nenhuma dos merecedores de tal pena.

        Pela implementação da pena de morte, para certo tipo de crimes, já!!

        • Anónimo

          Obrigado JoaoC. Era exactamente o que eu pensava que fosse.
          Pelo menos o JoaoC assume a posição e não tenta “tapar o sol com uma peneira”.

          • JoaoC

            É por isso que ainda não se retirou do catecismo.

            No Catecismo do Pio XII, baseada na Fé imutável e infalível da Igreja está muito clara e explícita esta questão.

            Obviamente que, com a “adaptação” irresponsável e inconsequente da Igreja ao “mundo” desde há alguns anos para cá, isto seria motivo para “olhar de lado para a Igreja”.

            Então, como não se pode eliminar uma coisa que é baseada numa tão antiga como Divina Tradição, fez-se um eufemismo para a coisa e não se retirou do Catecismo, porque na verdade, a Igreja continua a ver a pena de morte como legítima, quando é o Estado que a aplica a um criminoso que comete delitos de extrema gravidade e é um perigo para a paz social. O que é evidente.

            Eu aceito a pena de morte e defendo-a para determinado tipo de crimes extremamente graves. Essa dos “direitos humanos” e de restantes tretas “peace and love”.. PÓ RAI QUE OS PARTA aos malditos criminosos!

      • Molochbaal

        Essa de que a ligítima defesa só pode ser considerada no próprio momento do crime é de um cinismo incomportável.

        Quer dizer, sabes que há pessoas que vivem da destruição dos outros, que vivem da violência termos verdadeiramente “profissionais”, quotidianos, que retiram prazer, até sexual, do sofrimento e da morte de inocentes, mas tens de esperar calmamente que voltem a cometer o mesmo crime outra e outra vez para ter uma reação de defesa, só no momento… O facto dessa pessoa viver para o crime, passar toda a vida a prepará-lo e a executá-lo é completamente ignorado, explicando assim a total incompetência da sociedade actual para lidar com o crime e condenando os inocentes à morte.

        Sim. porque TODOS somos a favor da violência contida na pena de morte, porque a violência existe implicitamente nas duas posições.

        A diferença é que os defensores da abolição da pena de morte praticada pelo estado estão na prática a defender a morte de inocentes pelos criminosos. Eu prefiro que sejam os criminosos a morrer. Tu preferes que sejam os inocentes a morrer. É a única diferença entre nós.

        • Anónimo

          Absolutamente brilhante. Concluir que eu prefiro que morram inocentes porque sou contra a pena de morte, está ao nível das mais brilhantes conclusões que já vi por aqui.
          De todo o latim que já gastei sobre este assunto, neste e noutros posts, chegar a esta conclusão é digno dos mais obtusos comentadores que por aqui passam.
          Continuar a confundir a legitima defesa com justiça, ou é falta de capacidade de compreensão, ou é pura má fé para defender uma posição onde os argumentos estão esgotados.

          Acho que já trocamos ideias sobre este assunto as vezes suficientes para eu conhecer a sua posição. O facto de defender o processo do “olho por olho…”, não é do meu agrado, mas nem por isso o considerei um criminoso ou assassino. Continuo a não considerar, mas a sua irascibilidade indica-me que será absolutamente infrutífera a tentativa de discutir consigo, um assunto desta natureza.

          • Molochbaal

            Não estou mínimamente preocupado que esteja ou não esteja interessado em discutir comigo. Faço comentários não para ganhar amigos, mas apenas para comentar, embora saiba perfeitamente que toda a conversa é inútil. Espero um dia conseguir deixar-me disto.

            Mas voltemos à conversa de chacha.

            Concretamente, vejamos a sua conversa de chacha.

            “Absolutamente brilhante. Concluir que eu prefiro que morram inocentes porque sou contra a pena de morte, está ao nível das mais brilhantes conclusões que já vi por aqui.
            De todo o latim que já gastei sobre este assunto, neste e noutros posts, chegar a esta conclusão é digno dos mais obtusos comentadores que por aqui passam.
            Continuar a confundir a legitima defesa com justiça, ou é falta de capacidade de compreensão, ou é pura má fé para defender uma posição onde os argumentos estão esgotados.”

            Ó divina indignação ! Ó genialidade de uma nunca esgotada argumentação (das mais brilhantes).

            Sugiro que há luz de tanta sapiência e pela situação óbvia de posse de toda a justiça terrena, comente a seguinte notícia, uma entre os milhares de notícias semelhantes que eu lhe podia dar a comentar.

            “Condenado favorecido pelo regime semiaberto volta a matar e é preso
            Homem condenado a 42 anos de prisão obteve progressão da pena.
            Polícia de Goiás suspeita que ele tenha feito matado nove mulheres.

            A polícia suspeita que o número de vítimas do maníaco chegue a nove. Nesta terça-feira (20), os peritos voltaram a um matagal a 6 quilômetros da cidade de Novo Gama, em Goiás, onde foi encontrado o corpo de uma das vítimas do criminoso.
            Veja o site do DFTV
            Os policiais refizeram o caminho que o criminoso fez há sete meses com uma menina de 14 anos. Segundo a polícia, ele confessou ter estrangulado a adolescente. A hipótese de estupro também é investigada.
            A polícia desconfia que o homem esteja envolvido também com o desaparecimento de mais duas mulheres na cidade de Sobradinho, no Distrito Federal. Segundo o delegado que investiga o caso, Fabiano Medeiros de Souza, nos depoimentos o homem demonstrou um perfil “descontrolado, de fúria”.
            A série de crimes começou em março de 2000 com o estrangulamento da ex mulher, grávida, e da enteada dele, no Novo Gama. Ele ficou preso por dez meses, quando a Justiça de Goiás concedeu a iberdade provisória ao preso. Depois disso, ele estuprou três mulheres no Distrito Federal. Ele acabou preso e condenado em 2002.

            Antes de passar para o regime semiaberto, o homem foi avaliado por psicólogos do sistema penitenciário. O primeiro laudo, elaborado por dois psicólogos em dezembro de 2003, foi desfavorável à concessão do benefício e destacou o “completo desajuste da conduta sexual do preso”, além da condição incompatível ao convívio em sociedade.
            O segundo laudo, um ano depois, atesta que não houve melhora no quadro psicológico do homem, mas foi favorável à progressão, coma ressalva de que ele continuasse com acompanhamento psicológico.
            Uma terceira avaliação considerou estabilidade emocional, evolução escolar e nenhum distúrbio psicológico.
            Em abril de 2008, o juiz substituto Osvaldo Tovani, da Vara de Execuções Criminais do Distrito Federal, concedeu o regime semiaberto e o direito ao trabalho, porque o condenado demonstrava “disciplina e responsabilidade” no cumprimento da pena e teria inclusive recebido elogios da direção do presídio.
            Quando já estava no regime semiaberto, um relatório da Vara de Execuções Penais reforçou a necessidade de se manter o acompanhamento psicológico.
            “Pode ter existido aí uma falta de comunicação entre o Tribunal de Justiça de Goiás e do Distrito Federal”, disse o delegado. “Até quando isso vai acontecer? A gente prende, pessoas são mortas, e fica por isso mesmo. Não existe comunicação maior entre as instituições.”
            O Tribunal de Justiça disse que o regime semiaberto foi concedido porque o preso tinha todos os pré-requisitos para o benefício.”

            Aguardo os seus brilhantes comentários, mas adianto-lhe já os meus.

            Todos somos assassinos, a violência é natural no homem, somos animais predadores, a diferença é que existem animais humanos que gerem a sua viol~encia de acordo compadrões morais.

            Assim eu não tenho nenhum problema em assumir-me como assassino, porque se se os meus padrões fossem aplicados aquele criminoso teria sido executado logo no seu primeiro crime.

            Já você, grande génio de nunca esgotada argumentação, não assume nada, passa por muito bonzinho. Mas é muito mais mau do que eu.

            Porquê ? Só neste caso específico, por mim teria morrido um homem, concretamente o criminoso. Já a sua ideologia brilhante e humanitária salvou o assassino, sem dúvida, MAS PERMITIU QUE FOSSEM ASSASSINADAS MAIS OITO MULHERES INOCENTES.

            Bem podem limpar as mãos à parede com a vossa bondade de pacotilha e brilhantismo argumentativo, (embora ainda não visse argumento de jeito).

            Por mim assumo-me como responsável por querer matar aquele homem.

            Mas para mim, vocês é tão responsável como ele pelas mulheres que matou. Permitir que um assassino volte a matar é exactamente a mesma coisa do que se fosse você a estrangular aquela míuda de catorze anos. Chama-se a isto ser responsável pelas consequências daquilo que defendemos. Mas para vocês fugir às consequências é fácil. Não estão lá, não ouvem os gritos das vitímas, não as vêem a debater-se pela vida, que vos importa a vocês que tanto sofrimento só tenha sido possível pela aplicação das vossas doutrinas humanitárias da treta ? Nada ! Absolutamente nada !

            É por isso que concordo consigo. tanta conversa é perder tempo.

  • antoniofernando

    Afinal, depois de tanta conversa, ” parece” que o artigo 2267 do Catecismo da ICAR ” não existe”, como pomposamente diria o padre Óscar Quevedo :

    http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=58289

    • Anonimo

      E já viste o nome que o pobre homem tem: «Mumia Abu-Jamal» (jamal em árabe= camelo)

  • Antonioporto

    O catecismo católico até pose ser o mesmo do tempo da
    inquisição, mas o poder da igreja não é nem de longe o mesmo.

  • Anónimo

    A aplicação da pena de morte configura um paradoxo nos sistemas penais onde ainda vigora. Se por um lado é proibido matar um cidadão, a aplicação da pena de morte vai contra o princípio que pretende salvaguardar.

    No campo religioso não é diferente, atendendo aos supostos mandamentos de inspiração divina – que não são mais do que uma súmula de condutas que precederam o estágio cultural em que foram fixadas e que hoje nos chegam -, e que deixam clara a ideia “Não matarás”. Sabemos que esta aplicação nunca foi respeitada em pleno, mas que ainda continua a ser exclusivamente apropriada e a servir apenas como indicação moral, muitas vezes sem total correspondência prática…

    Estas observações não pretendem fazer a defesa dos criminosos, que pelos seus crimes devidamente comprovados devem ser sancionados, mas apenas apontar ideias que não são por princípio conciliáveis…

    • Molochbaal

      “A aplicação da pena de morte configura um paradoxo nos sistemas penais onde ainda vigora. Se por um lado é proibido matar um cidadão, a aplicação da pena de morte vai contra o princípio que pretende salvaguardar. ”

      É proibido matar um cidadão sem motivo válido.

      Se o cidadão em questão estiver com um cinto de explosivos a ameaçar rebentar com um infantário, não há país nenhum no mundo onde a polícia não esteja autorizada a meter-lhe uma bala no meio dos olhos.

      Do mesmo modo, nos países onde evigora a pena de morte, é reconhecida a verdade evidente que existem criminosos que são em si mesmos verdadeiras bombas relógio, não recuperáveis e que colocam em risco o resto da população. Daí o estado permitir-se, uma vez cometido um crime de extrema gravidade, o libertar a comunidade nacional dessa ameaça.

      Nos países onde vigora a lamechas abolição vive-se na quimera de pensar que no fundo todos somos muito bonzinhos, que todos os criminosos, mesmo o maior serial killer canibal, são perfeitmente recuperáveis, bastando meia dúzia de anos na prisão e duas idas ao psicólogo para o tornar num verdadeiro santo laico.

      O resultado está à vista. Tipos condenados e recondenados continuam a cometer o mesmo tipo de crimes, a entrar e a sair da prisão, a matar, e nós a pagar as estadias luxuosas atrás das grades em condições muito melhores do que a de muitos asilos de velhos ou bairros sociais.

      Este é o percurso de vida normal de um assassino tuga, por exemplo. Podem dizer que nos países onde há pena de morte também há crime. É verdade.

      Mas apresentem-me UM exemplo de um criminoso executado que tenha voltado do além para cometer mais um crime. Ou seja, nesses países pode haver muito crime, mas sem dúvida que haveria AINDA mais crime se fizessem como nós e deixassem os criminosos repetir as suas façanhas vezes sem conta.

      • JoaoC

        É por estas e por outras que eu gosto de o “ouvir” (ler, neste caso…)

      • Anónimo

        Caríssimo Molochbaal:

        O meu comentário apenas teve como objectivo observar o paradoxo que a morte de um cidadão pelo próprio sistema que condena acções similares representa, nada mais, como pode facilmente reparar…

        Qualquer outra avaliação traria à discussão outros elementos, sendo alguns os que apontou, mas isso não diminui a contradição que é evidente, é proibido matar mas há sistemas que prevêem a pena de morte…

        Cumprimentos.

        • Molochbaal

          Sim, é proibido matar, mas curiosamente todas as polícias andam armadas e todos os países mantêm forças armadas com poder de fogo para exterminar dez vezes toda a humanidade. Tudo isto para defesa da sociedade, porque o homem é o lobo do homem. Porque a paz, internacional ou interior, passa necessariamente por uma defesa eficaz.

          Mas continuem a fingir que não percebem e a repetir as vossas teorias cegamente, independentemente da realidade, que não vos interessa para nada.

          • Anónimo

            Caríssimo Molochbaal:Escusado será escrever que respondo apenas pelo que escrevo, nada mais. Volto a sublinhar o que pretendi com o meu comentário – para que não haja qualquer mal-entendido ou qualquer apropriação extraordinária do meu comentário -, independentemente de qualquer consideração que alguém possa fazer, apenas apontei uma contradição que é evidente: há sistemas judiciais que prevêem a condenação de indivíduos à morte por crimes que conduzem à morte de indivíduos.Cumprimentos.

          • Molochbaal

            Continua a fingir que não percebes ser totalmente diferente matar alguém em defesa de terceiros ou simplesmente pelo gozo de provocar o sofrimento alheio.

            Tu tanto prendias o incendiário como o bombeiro que faz uma queimada para controlar o fogo.

            Porque para vocês fogo é fogo. Ponto.

            Hipocritamente continuam a fingir que não percebem que o que pode ser um crime horrível em certa circunstância, pode ser um acto heróico e altruísta na outra. Tudo depende do motivo.

            Eu matar pelo gozo ou para salvar o meu vizinho é totalmente diferente.

            Mas continuem a comparar incendiários com bombeiros e dizer que é tudo a mesma coisa.

          • Anónimo

            Caríssimo Molochbaal:Reitero, escrevo a título individual, e é dessa forma que respondo, nada mais.Reforço, o meu comentário apenas sublinhou uma contradição que existe em alguns sistemas judiciais e concepções religiosas, nada mais.Lamento, mas o que tem escrito para além destas ideias, que claramente voltei a identificar, escreveu por sua conta e risco, e para além daquilo que está devidamente expresso nos meus comentários.Cumprimentos.

  • André Silva

    Bem na minha opinião a pena de morte devia ser erradicada do mundo inteiro. E isto pelo simples facto de quem executa a pena é o sistema, o sistema é constituído por seres humanos e portanto é falível. Há variadíssimos casos de “criminosos” que vão parar ao corredor da morte e depois passado uns anos descobre-se que afinal estavam inocentes, uns ainda são libertados, para outros já era tarde demais e depois pagam-se indemnizações enormes às famílias que como é óbvio não cobrem a perda de alguém que amamos. E isto num país moderno como os EUA e em pleno século XXI. Imagine-se quantos inocentes foram/são executados em sociedades menos desenvolvidas.
    O problema da pena de morte está aqui: é algo irreversível executado por um sistema falível. Se forem executados 100 pessoas das quais 99 sãos os piores criminosos do mundo e 1 está inocente, a vida deste inocente não vale as dos 99 criminosos. A mesma coisa funciona para 1000 executados, um inocente.
    Enquanto não se conseguir assegurar a infalibilidade dos seres humanos que gerem o sistema a pena de morte nunca devia ser implantada. Isto é, obviamente, impossível porque afinal de contas são seres humanos (apesar de haver quem pense que existe um mamífero qualquer algures em Roma que é infalível) e portanto para evitar o derrame de sangue inocente há que acabar imediatamente com a pena de morte. Isto não é algo com que possamos ter uma atitude de “só acontece aos outros”! Imaginem que é a algum de vocês ou a algum dos vossos que calha ser condenado à injecção letal estando inocente. Acreditariam na inocência do vosso ente querido ou no bom funcionamento do sistema? Como reagiriam depois de saberem que o sistema tinha executado a vossa mãe ou pai, filho, mulher ou namorado e no final descobre-se que era inocente? Igualmente pergunto: confiariam aos políticos e à justiça que Portugal hoje tem o poder de decidir sobre a vida ou a morte de um ser humano?
    Refere-se também muitas vezes que assassinos são presos e quando libertos matam novamente, custando vidas inocentes. Isto é mais uma vez testemunho da falibilidade do sistema. Um sistema que permite que um serial killer saia cá para fora e continue a matar também é muito bem capaz de executar alguém no lugar dele e só perceber a asneira que fez quando voltarem a aparecer cadáveres! É para estes casos, e de uma maneira geral, que se deve usar um meio termo. Algo que não deixe que assassinos saiam cá para fora e continuem a matar mas que também não corra o risco de enfiar um inocente na câmara de gás: chama-se prisão perpétua. Diz-se muita vez também que os custos com a prisão perpétua são maiores, isto pode parecer evidente, mas de facto não é verdade. Pegando outra vez no caso dos EUA, de facto os custos com condenados à morte são maiores porque podem-se fazer mais recursos – precisamente para tentar evitar que se condenem inocentes, e mesmo assim erram – e como é óbvio o condenado sente que está com a corda ao pescoço e por isso vai usa-los a todos. Há também que ter aqui em conta que o tempo médio de espera no corredor da morte são 13 anos (este número tem vindo a aumentar de ano para ano precisamente para dar tempo para o caso de se ter cometido um erro).

    Posições sobre a pena de morte à parte… o que concluí sobre a posição Igreja relativamente à pena de morte é que deus criou a humanidade com todas as suas características e impulsos (inclusive os violentos e homicidas), os homens cometem homicídio e depois deus dá poder aos governantes para que possam matar os que mataram por causa dos impulsos que deus supostamente lhes deu. Olho por olho, dente por dente, como diz a própria Bíblia.
    O que não consegui compreender (se alguém me conseguir explicar, agradeço) é como é que uma instituição como a Igreja que se diz defensora da vida ao ponto de excomungar a mãe e o médico de uma rapariga de 15 anos por ela se ter atrevido abortar depois de ter ficado grávida do violador que a atacou, como aconteceu de facto no Brasil (excomunhão para o violador, nem vê-la!), mas no caso da pena de morte não é capaz de ter em conta que nem toda a gente tem a sorte de ser infalível o que no caso dos sistemas judicias acaba com inocentes pendurados na ponta de uma corda.

    Bem, aqui fica a minha opinião. Eu também fui durante muito tempo apoiante da pena de morte. O que me fez mudar de ideias foi saber que havia gente que pagava o derradeiro preço pelos crimes dos outros. Isto não é justiça!

    Cumprimentos,
    André Silva

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