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  • 3 de Novembro, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Vaticano

Deus não está em todo o lado?

… Ou Cristo foi despromovido ?

O papa Bento XVI declarou hoje que é necessário que as pessoas limpem o “lixo que existe nas nossas consciências e nas nossas almas”, durante um discurso que realizou na Audiência Geral, no Vaticano. “Precisamos deixar Jesus entrar na nossa consciência para que ela possa ser iluminada e limpa.

18 thoughts on “Deus não está em todo o lado?”

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  • antoniofernando

    Como crente, manifesto apenas a minha opinião de homem livre e que não se submete a nenhum tipo de dogmatismo exterior à minha consciência. E, nessa medida, digo que é possível uma intimidade espiritual com Deus. Não estou a falar das concepções antropomorfizadas das chamadas ” religiões reveladas”. Estou a reportar-me a uma perspectiva meramente deísta e contemplativa. E aí, tal como Einstein e Espinosa sustentaram, Deus está, sim, em todo o lado. Aos crentes que se situam em esferas de mera obediência teológica, tais como são apregoadas pelos mais diversos credos eclesiais, faria muito bem meditar. Tentar entrar em comunhão com Deus. Não na perspectiva egocêntrica de pedidos de bênçãos e benesses, mas no sentido de tentarem conhecer a dimensão ética de Deus. Eu já o fiz e confesso que foi uma experiência comovente. O sentimento religioso, que provém desse espiritual silenciar, dessa amena quietude, foi-me profundamente tocante. Aí compreendi que só poderia acreditar em Deus, se O concebesse como o mais bondoso ser de todos nós. Ou seja, como manifestação pura e mais elevada do Amor. Retorquir-me-ão que um Deus bondoso não permite o Mal. E se assim me interpelarem, estão de facto a colocar a mais relevante questão filosófica à existência de Deus. A partir desta abordagem, só dois caminhos são possíveis: ou a crença ou o ateísmo. Para aqueles que não conceberem que Deus permita o Mal, faz logicamente sentido a descrença em Deus. É um raciocínio forte e intelectualmente consistente. É esse argumento que definitivamente conduziu a minha mulher ao ateísmo. Ela que tantas vezes me diz: ” gostaria muito de acreditar em Deus, mas não consigo por causa da existência do Mal”. Eu vejo a problemática de forma diferente. E curiosamente foi em Darwin e em Teilhard de Chardin que fui encontrar suporte intelectual para me manter convictamente como crente. E a palavra decisiva foi e é: Evolução. O Universo, para mim, gerado a partir de uma Causa Primeira, tem vindo a evoluir há milhões de anos. A partir desse fabuloso processo, algo ocorreu em tempos tão remotos que determinou o aparecimento das primeiras moléculas protobióticas. E assim surgiu a vida orgânica e animal tal como a conhecemos. Os seres humanos são apenas o resultado mais presente dessa Evolução. Mas nada nos diz que a evolução hominídea vá ficar por aqui. Para onde iremos Carl Sagan? Até onde evoluiremos Charles Darwin? Se bem atentarmos nos diversos tipos de comportamento humano, verificamos que tanto existem homens pérfidos como Hitler, como nobres como Nelson Mandela. Alguém acha comum e vulgar que uma pessoa possa dar a vida por outra, negando tudo aquilo que Richard Dawkins asseverou sobre a natureza tirânica e impositiva dos nossos ” genes egoístas”? Pois bem, o padre católico Maximilian Kolbe ofereceu-se, em pleno campo de extermínio de Auschwitz, para dar a sua vida em proveito de um judeu, que assim foi salvo das garras da morte por esse gesto de tamanha grandeza. Quantos de nós seriam capazes dessa atitude? Tudo para dizer que algo existe na condição humana que nos diferencia uns dos outros. E esse algo é a disparidade das fundações éticas e espirituais que nos animam. E que não dependem de sermos crentes, agnósticos ou ateus. Tomara eu conseguir metade da elevação ética da minha mulher ateia. Ela, sem nunca o afirmar ou reconhecer, encontra-se no padrão mais alto de espiritualidade e eu muitíssimo abaixo dessa dimensão. Então, a partir desta reflexão, a problemática do Mal pode ser superada. Deus criou o Universo e potenciou a possibilidade da Evolução. Mas não apenas em termos materiais ou animicamente organicistas. Também e fundamentalmente em termos espirituais. Para quem, como eu, acredita que Deus fez apenas parte da Obra da Criação e que a restante deixou à nossa co-autoria, a questão filosófica do Mal fica resolvida e a minha crença consolidada. Eu também estou sempre presente na vida do meu filho. Mas, se ele cometer erros decorrentes do seu livre arbítrio, seria justo que me viessem permanentemente culpabilizar dos eventuais erros que ele cometesse? Se o meu filho errar na sua conduta humana, eu deixo de existir apenas porque ele errou? Se Deus for perspectivado como Alma Mater, os nossos erros fazem com que Deus não exista? Se Deus está em todo o lado, e assim o creio, não é porque não fale connosco. Nós é que não O ouvimos. E porquê? Por algo muito simples: não fazemos Silêncio verdadeiro dentro de nós. Pelo contrário, o barulho que nos agita é de tal forma ensurdecedor que nenhuma captação é possível. E, depois, claro, perguntamo-nos porque razão não nos fala se Ele está em todo o lado?…

  • antoniofernando

    Como crente, manifesto apenas a minha opinião de homem livre e que não se submete a nenhum tipo de dogmatismo exterior à minha consciência. E, nessa medida, digo que é possível uma intimidade espiritual com Deus. Não estou a falar das concepções antropomorfizadas das chamadas ” religiões reveladas”. Estou a reportar-me a uma perspectiva meramente deísta e contemplativa. E aí, tal como Einstein e Espinosa sustentaram, Deus está, sim, em todo o lado. Aos crentes que se situam em esferas de mera obediência teológica, tais como são apregoadas pelos mais diversos credos eclesiais, faria muito bem meditar. Tentar entrar em comunhão com Deus. Não na perspectiva egocêntrica de pedidos de bênçãos e benesses, mas no sentido de tentarem conhecer a dimensão ética de Deus. Eu já o fiz e confesso que foi uma experiência comovente. O sentimento religioso, que provém desse espiritual silenciar, dessa amena quietude, foi-me profundamente tocante. Aí compreendi que só poderia acreditar em Deus, se O concebesse como o mais bondoso ser de todos nós. Ou seja, como manifestação pura e mais elevada do Amor. Retorquir-me-ão que um Deus bondoso não permite o Mal. E se assim me interpelarem, estão de facto a colocar a mais relevante questão filosófica à existência de Deus. A partir desta abordagem, só dois caminhos são possíveis: ou a crença ou o ateísmo. Para aqueles que não conceberem que Deus permita o Mal, faz logicamente sentido a descrença em Deus. É um raciocínio forte e intelectualmente consistente. É esse argumento que definitivamente conduziu a minha mulher ao ateísmo. Ela que tantas vezes me diz: ” gostaria muito de acreditar em Deus, mas não consigo por causa da existência do Mal”. Eu vejo a problemática de forma diferente. E curiosamente foi em Darwin e em Teilhard de Chardin que fui encontrar suporte intelectual para me manter convictamente como crente. E a palavra decisiva foi e é: Evolução. O Universo, para mim, gerado a partir de uma Causa Primeira, tem vindo a evoluir há milhões de anos. A partir desse fabuloso processo, algo ocorreu em tempos tão remotos que determinou o aparecimento das primeiras moléculas protobióticas. E assim surgiu a vida orgânica e animal tal como a conhecemos. Os seres humanos são apenas o resultado mais presente dessa Evolução. Mas nada nos diz que a evolução hominídea vá ficar por aqui. Para onde iremos Carl Sagan? Até onde evoluiremos Charles Darwin? Se bem atentarmos nos diversos tipos de comportamento humano, verificamos que tanto existem homens pérfidos como Hitler, como nobres como Nelson Mandela. Alguém acha comum e vulgar que uma pessoa possa dar a vida por outra, negando tudo aquilo que Richard Dawkins asseverou sobre a natureza tirânica e impositiva dos nossos ” genes egoístas”? Pois bem, o padre católico Maximilian Kolbe ofereceu-se, em pleno campo de extermínio de Auschwitz, para dar a sua vida em proveito de um judeu, que assim foi salvo das garras da morte por esse gesto de tamanha grandeza. Quantos de nós seriam capazes dessa atitude? Tudo para dizer que algo existe na condição humana que nos diferencia uns dos outros. E esse algo é a disparidade das fundações éticas e espirituais que nos animam. E que não dependem de sermos crentes, agnósticos ou ateus. Tomara eu conseguir metade da elevação ética da minha mulher ateia. Ela, sem nunca o afirmar ou reconhecer, encontra-se no padrão mais alto de espiritualidade e eu muitíssimo abaixo dessa dimensão. Então, a partir desta reflexão, a problemática do Mal pode ser superada. Deus criou o Universo e potenciou a possibilidade da Evolução. Mas não apenas em termos materiais ou animicamente organicistas. Também e fundamentalmente em termos espirituais. Para quem, como eu, acredita que Deus fez apenas parte da Obra da Criação e que a restante deixou à nossa co-autoria, a questão filosófica do Mal fica resolvida e a minha crença consolidada. Eu também estou sempre presente na vida do meu filho. Mas, se ele cometer erros decorrentes do seu livre arbítrio, seria justo que me viessem permanentemente culpabilizar dos eventuais erros que ele cometesse? Se o meu filho errar na sua conduta humana, eu deixo de existir apenas porque ele errou? Se Deus for perspectivado como Alma Mater, os nossos erros fazem com que Deus não exista? Se Deus está em todo o lado, e assim o creio, não é porque não fale connosco. Nós é que não O ouvimos. E porquê? Por algo muito simples: não fazemos Silêncio verdadeiro dentro de nós. Pelo contrário, o barulho que nos agita é de tal forma ensurdecedor que nenhuma captação é possível. E, depois, claro, perguntamo-nos porque razão não nos fala se Ele está em todo o lado?…

  • Anónimo

    O papa Bento XVI declarou hoje que é necessário que as pessoas limpem o “lixo que existe nas nossas consciências e nas nossas almas”, durante um discurso que realizou na Audiência Geral, no Vaticano.

    Interpretando as palavras do papa, proferidas no Vaticano e na qualidade de chefe da igreja católica, o que ele quer é que as pessoas limpem o lixo que existe na consciência dele e dos membros da sua Igreja. “nas nossas consciências e nas nossas almas”
    Porque não se confessam?
    Eles não dizem que a confissão limpa a consciência e purifica a alma!?

  • JN86

    Isto quer dizer que Jesus Cristo é a senhora das limpezas?
    (Desculpem mas não resisti)

    • Anónimo

      e…
      não resististe – da melhor maneira…!
      estás desculpadérrimo!!!!

    • antoniofernando

      No tempo dos imperadores Diocleciano e Nero e outros iguais, os cristãos, homens, mulheres e crianças, foram lançados às feras, espetados em postes e colocados a arder para servirem de archotes de iluminação. Cristo foi crucificado, Simão Pedro também, Paulo de Tarso decapitado e muitos como eles preferiram ser mártires do que renegarem as suas convicções. A limpeza não funcionou. 2010 anos depois de Cristo, a memória daqueles que resistiram às sucessivas tentativas de aniquilamento perdura. Não há nenhuma boçalidade bacoca que a consiga conspurcar…

      • JoaoC

        Das poucas vezes que concordo contigo…

        Deve estar para mudar o tempo…

      • JoaoC

        Das poucas vezes que concordo contigo…

        Deve estar para mudar o tempo…

        • JoaoC

          Neste comentário, claro…

          No primeiro, não há uma linha que se aproveite…

          • Anónimo

            He evitado escribir todo el dia…
            pero…
            Tenía terapia hoy.
            juan…
            Tu no estabas en el DA en el sentido corpóreo…
            …¿Y porque?…
            Tu es (definitivamiente) el Dios vivo.

          • antoniofernando

            Que não gostes é bom sinal, de que estou no bom Caminho. Vai mas é rezar muitos terços e rosários à menina de soquetes brancos que a Lúcia diz viu na Cova da Iria, se não a imagem concebida pelo mestre Thedim ainda ganha vida e depois já não consegue ” segurar a cólera do seu filho”…:-)

          • antoniofernando

            Que não gostes é bom sinal, de que estou no bom Caminho. Vai mas é rezar muitos terços e rosários à menina de soquetes brancos que a Lúcia diz viu na Cova da Iria, se não a imagem concebida pelo mestre Thedim ainda ganha vida e depois já não consegue ” segurar a cólera do seu filho”…:-)

        • antoniofernando

          Mas leste bem ? É que a ti também te incluo na ” boçalidade bacoca” de que tens dado repetidas provas neste blogue…:-)

          • JoaoC

            Blasfemo.

          • JoaoC

            Blasfemo.

      • Anónimo

        Sabe, António Fernando, acho que devemos começar a pôr reservas àquilo que lemos. Pelo menos, a certas coisas.
        Olhe, por exemplo, eu sempre li que Jesus e João, o Baptista, eram da mesma idade, com uma diferença de seis meses; que João baptizou Jesus quando este tinha 30 anos. Mas também leio que João foi morto aos 26 anos. Dá para entender?

  • Anónimo

    QUE DEUS NÃO ESTÁ EM TODO O LADO JÁ EU TINHA DADO CONTA…

    MAS ABANDONAR OS PRÓPRIOS REPRESENTANTES DA SANTA ICAR?
    ONDE ESTAVA ELE PARA CHAMAR À RAZÃO OS PADRES PEDÓFILOS?
    SERÁ QUE VALE A PENA REFERIR AS ATROCIDADES TODAS FEITAS PELOS DIRIGENTES CATÓLICOS AO LONGO DOS ANOS? ONDE ESTAVA ELE?

    NÃO ESTAVA EM LADO NENHUM PORQUE SIMPLESMENTE NÃO EXISTE.

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