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Ateus detectados na Somália

O PZ Myers do Pharyngula tem-se dedicado a elencar as organizações de ateus que existem por esse mundo fora (mencionou a Associação Ateísta Portuguesa neste post). Entre outras curiosidades (como um bloguista, evidentemente anónimo, nos Emirados Árabes Unidos), PZ Myers detectou agora a existência de ateus… na Somália.

Num país tão esmagadoramente muçulmano, e no meio de uma guerra civil que já viu o fundamentalismo islamista conquistar o poder episodicamente, não deixa de ser animador ver um blogue que defende «a promoção da razão numa sociedade altamente supersticiosa», e onde se escrevem coisas destas:

  • «Maomé disse aos seu cegos seguidores que se devem tornar “escravos de Alá” ou serem torturados no fogo do inferno para toda a eternidade. Também prometeu o produto de copiosos saques nesta vida e na próxima. (…) Se os muçulmanos pudessem ver que o Islão e Alá não são mais do que uma mentira de Maomé com 1400 anos que ele usou para os escravizar e torná-los no seu bando pessoal de ladrões e assassinos, afastar-se-iam deste culto perverso no espaço de tempo de uma batida de coração. E felizmente para muçulmanos e não muçulmanos este processo já está em marcha.»

Violento? Como a sociedade de onde vem…

22 thoughts on “Ateus detectados na Somália”

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  • antoniofernando

    E o Bill Taliban perdeu o pio ?…

  • Anónimo

    Bem afinal alguns milagres existem…

    A Internet cujo o acesso na Somália deve ser escasso e caro joga aqui um papel importante para a liberdade de expressão e consciência, estou muito feliz pela iniciativa e pela coragem daquele que está a gerir o blog pois permite aos cybernautas somalenses sentirem que não estão sozinhos pela causa do ateísmo. Fez-se luz no meio do obscurantismo.

    Devem ser poucos naturalmente, mas é um inicio e isso já é muito.

  • Anónimo

    Que haja quem beba vinho (ainda que às escondidas)…
    Que haja quem de manifeste contra os tiranos religiosos ou políticos…
    Que haja quem afirme que o seu corpo é seu e não propriedade de deuses…
    Que haja quem recuse as leis impostas.

    venho da apanha da alfarroba, da “fabricação” do vinho (só fiz 365 litros – o que bebo por ano).

    e
    como alá está, como jeová, em todo o lado…
    e
    como gosto de vinho e de poesia
    e
    como gosto de saber destas notícias que subvertem as leis religiosas…

    aí vão dois poemas de libertação com cerca de 1.500 anos

    Ouço dizer que os amantes do vinho serão condenados.
    Não há verdades, mas mentiras evidentes.
    Se os amantes do vinho e do amor forem para o inferno,
    deve estar vazio o Paraíso.

    Pobre homem, nunca saberás nada.
    Não explicarás nunca um só dos mistérios que nos rodeiam.
    Já que as religiões te prometem o Paraíso,
    toma o cuidado de criar um para ti, sobre a terra,
    porque o outro talvez não exista

    estes poemas são da autoria de Omar Khayyam – que ainda pode beber vinho, estava vivo quando a lei do corão começou a ser imposta.
    Dois poemas do seu livro “Rubaiyat – odes ao vinho”.

  • carpinteiro

    É preciso coragem, muita coragem, para num país talibanizado à medida dos interesses obscuros de uma casta religiosa que impõe princípios da idade da pedra, conseguir afirmar-se diferente e ter a coragem de desafiar regras estabelecidas.
    O problema social religioso sempre me fascinou. A tentativa de controlo social através da religião e o encarceramento psicológico e por vezes físico até, traz-me à lembrança um vivente:

    Em Niterói, uma ONG de defesa dos macacos entrou com um pedido de habeas corpus
    com o objetivo de levar o chimpanzé Jimmy do zoológico da cidade para uma reserva
    ecológica. Os ongueiros defendem que os chamados primatas superiores – como os
    chimpanzés e os humanos – têm a necessidade de constituir família; direito que o
    cativeiro solitário não daria a Jimmy. Já há até jurisprudência para o caso: em 2009, um
    juiz paulista justificou a concessão de habeas corpus a dois chimpanzés alegando que,
    por contarem com DNA 99% igual ao humano, os macacos também teriam esse direito
    garantido. A discussão se parece muito àquela que teólogos espanhóis tiveram no século
    XVI para definir se os índios americanos eram ou não gente!… Jimmy nasceu num circo,
    vive num zoo e pode acabar numa reserva. Em todas as situações, preso. Enquanto
    segue assim e discutem sua humanidade, muitos dos seus ainda vivem nas selvas
    d’África, sem direitos ou tutelas; apenas viventes livres sobre a terra.
    Também nós nascemos livres até ao dia em que um travestido nos enfia a cabeça na pia batismal e nos carimba a testa com óleo de carneiro do rebanho religioso a que passamos desde então a enfileirar.
    Nós por cá, também tentamos ser livres e vamos sobrevivendo aos insultos de pios talibãs que não suportam quem tem a coragem de saltar as correntes psicológicas de uma religião castradora e lhes denuncia os métodos e o negócio.

  • Ast

    “Ateus detectados na Somália”

    Comentário: Há bandidos no mundo inteiro. Por mais inóspito que seja o lugar, há sembre um bandido que aí se refugia!

    • Ca515

      o mesmo se passa com a estupidez – ela propaga-se como a peste >>>> por tudo o que é sítio.
      cuidado Ast, deve estar infectado… apresenta já os primeiros sintomas…!

      • hh

        Estou imune. Já passei a idade de ser palerma e estupido como tu e os ateus.
        Também já fui assim, mas passou. Agora estou imunizado.

        Desconfio é que tu estas na fase de incubação dessa peste.

        • hh

          Aqui tens um bom video sobre a treta da ligação da ciência e do ateísmo.

          http://www.youtube.com/watch?v=VlBuG8H8zzU&feature=related

          Obrigado Ast pelo link.

          • Ast

            Tem uns links melhores.

          • pedro

            -|- -|-
            M MA

            [Genesis1,1-1] No princípio, Deus criou os céus e a terra.
            A Ciencia não justifica o ateismo.

          • carpinteiro

            Caro hh.

            Lamento dizer-lhe mas está errado.
            O que vemos neste vídeo, é a promoção de um livro em que ao autor lhe foge a boca para a verdade quando ao minuto 6.68, comete o deslize que tenta emendar mas não consegue e afirma:
            “…se tenho que convencer, perdoai a propaganda, digo-o descaradamente, por isso escrevi o meu livro…”

            Estamos na presença de mais um livro de propaganda, mas da mais ridícula que pode haver.

            O padre em questão chega ao cúmulo de afirmar ao minuto 8,44, que não só a Igreja Católica mas toda a ciência impõe dogmas, e toda a ciência tem dogmas e verdades indiscutíveis. Ora isto é uma afirmação falsa.

            A ciência não assenta em verdades indiscutíveis, as “verdades” em ciência jamais são tidas como verdades absolutas uma vez que estão “obrigatoriamente” em constante confrontação com os factos conhecidos, e principalmente, com os factos que por ventura venham a ser descobertos.

            As ideias estão “sempre” abertas a mudanças para que possam ajustar-se a todos os factos até então conhecidos de forma harmónica, de forma indissociável juntamente com estes, até chegar ao que se denomina por “teoria científica”.
            Assim, o método científico proíbe explicitamente a existência de dogmas dentro da ciência!
            Pelo que a afirmação do padre em questão é falsa.

            Em religião temos justamente o contrário.
            Ideias dogmáticas, tidas como verdades absolutas, encontrando-se geralmente as mesmas registadas num livro sagrado, sendo estas, sempre, absolutas e incontestáveis, raramente escritas de forma denotativa mas sim conotativa, reveladas por um ou mais seres omnipotentes, omniscientes e omnividentes (Deus), seres para os quais não existem provas da sua existência – sendo as mesmas matéria de fé – os pilares de qualquer religião.

            Quando as religiões e seus dogmas procuram dar conta da compreensão dos fenómenos encontrados no mundo em que vivemos, estas vêem-se obrigadas a renegar tais factos, ignorá-los, ocultá-los, ou “ajustá-los” aos seus dogmas, uma vez que estes não podem mudar para se ajustarem aos factos contraditórios.

            Muitos foram os casos onde os citados factos, juntamente com seus descobridores, foram incinerados.

            Toda a argumentação neste vídeo assenta em mentiras descaradas, chegando o autor à ridícula conclusão de que o ateísmo é resultado da ignorância relativamente ao tema religioso. Vários estudos comprovam precisamente o contrário, que os ateus, geralmente, têm mais conhecimentos sobre este tema, que a maioria dos crentes. Aliás esse tema já foi discutido neste blog.

            Ao minuto 1,27, o autor afirma que não há nenhum argumento científico que demonstre a não existe Deus, esquecendo-se de dizer que o contrário também é válido, para de seguida afirmar que existem várias “razões científicas” (seja lá o que isso for…) que apoiam a fé do crente, sem especificar quais.

            Resumindo, e como se diz na gíria: “Conversa para encher chouriço.”

          • Ca515

            Para o Pedro das cruzes:-)
            O ateísmo não tem de ser justificado por coisa alguma. A crendice é que precisa de ser comprovada.
            e porquê?
            Pela simples razão que se baseia em mitos, não no real. não na lógica…
            E você pode continuar a repetir essa palermice escrita na bíblia um milhão de vezes para se convencer que essa palermice, sem fundamento nenhum, é uma verdade, mas… a razão permanecerá. A razão dir-lhe-á SEMPRE que isso não é verdade. CLARO!…

          • hh

            Carpinteiro:
            Tu é que estás errado e convencido de que nunca erras.

            Este homem não tem um livro. Tem mais de uma dezena. Grande parte deles focam o problema do comportamento anormal do ateísmo.
            É um jesuíta. Uma das ordens mais “bem-formadas” e cientificamente preparadas, a quem os ateus sempre tiveram como inimiga. Esta Ordem desmonta publicamente o ateísmo como sendo uma corrente baseada na ignorância e na crendice anti-sofista de que são esclarecidos e modernos: o que é a mais pura verdade.

            Estás a faltar à verdade quando afirmas que “a ciência não assenta em verdades indiscutíveis, as “verdades” em ciência jamais são tidas como verdades absolutas “.

            Em primeiro lugar o que o padre disse foi que a ligação entre a ciência e o ateísmo não existe. E invocar a ciência para justificar o ateísmo, ofende a ciência e contraria-a.
            A ciência não justifica ou contraria ideologias religiosas. Usar a ciência para isso é uma prova de infantilidade e de ignorância.
            Alias, a própria afirmação “não acredito em Deus porque a ciência prova o contrario”, é falsa e ofensiva para a ciência.

            Estamos a falar de ciência a sério e não de cientistas de garagem que apenas dominam um pequenino ramo da investigação e tentam com ele construir qualquer coisa. São tais “pesquisadores de tesouros”, à espera que a sorte os premeie com uma descobertasita.

            Mas a ciência assenta em verdades aceites como válidas, sem discussão e não necessitam de demonstração. Os axiomas e os postulados tem essa particularidade.
            Uma unidade mais uma unidade são duas unidades; a carga de um electrão é negativa e a de um protão positiva e não o contrário; etc.

            A ciência está “em constante confrontação com os factos conhecidos” e demonstra como acreditar nele pode ser falacioso. Ora isso demonstra que acreditar exclusivamente na ciência é uma forma de crendice no efémero, provisório e ilusório da verdade.

            “Assim, o método científico proíbe explicitamente a existência de dogmas dentro da ciência! “ – como sabes há cientistas a dizer que Einstein estava errado. Mas a ciência moderna aceita, dogmaticamente, a suas conclusões. O conceito de anti-matéria choca com a ciência moderna; há fale em velocidades múltiplas da velocidade da luz, etc.
            O que tu queres dizer ẽ que a ciência diz, de si proporia, que se baseia na fragilidade do conhecimento humano e que só é valida provisoriamente. Prevenindo as pessoas: “nada de confianças cegas e definitivas na ciência”. Isso é uma verdade. Aliás, isso faz dos ateus uns “provisórios” a vida toda.

            “Quando as religiões e seus dogmas procuram dar conta da compreensão dos fenómenos encontrados no mundo em que vivemos” – Mentira. Invenção tua!

            A religião não visa explicar fenómenos. Quando muito, dirá apenas qual foi a força primeira que organizou e originou a sequência desses fenómenos (e a génese de tudo o que existe): Deus.
            O que é o fenómeno em si: como se desenvolve, que consequências tem, como pode ser aproveitado ou evitado, não são assuntos da religião (nem do ateísmo).

            A organização universal demonstra a existência de Deus. Quanto mais o Homem descobre, mais se percebe que o ateísmo é uma estupidez, pois está tudo organizado de uma forma incontestavelmente racional.

          • pedro

            -|- -|-
            M MA

            Ca515:
            Obviamente que o ateismo necessita de ser justificado se não o fosse não faria sentido mas não é pela ciencia que ele o é:
            [Genesis1,1-1] No princípio, Deus criou os céus e a terra.
            A Ciencia não justifica o ateismo.
            Em relação a que a fé a que chamas de crendice é que necessita de ser comprovada, os factos até apontam justamente o mesmo e essa é razão existencial.

  • Ca515

    Moamed terá dito que “quem muda a sua religião tem de ser morto”. Daí que um espaço ateísta onde o Corão é lei (ou se candidata a sê-lo), pise a linha do perigo de morte. E é, pois, um acto de muita coragem.

    Já que foi citado o grande poeta persa Omar Khayyam – para muitos o primeiro “ateu muçulmano”, tomo a liberdade de transcrever um outro poema das “Odes ao Vinho” (tradução de E. Mallo e Castro):

    “Podes obcecar-me, imagens de uma outra ventura.
    Podeis modular as vossas encantações, vozes amorosas!
    Contemplo o que escolhi e escuto a canção que me embalou.
    Dizem-me: “Alá te perdoará.”
    Recuso este perdão que não peço.”

  • Trol

    Afinal de contas o provocador é um que assina com dois nomes, ou são dois que se ajudam em associação? o palerma do hh é, afinal, o sacristão Ast, ou o hh não existe e o Ast faz as vezes?… ele há gajos que são como as carraças, pegam-se ao bicho e não largam… se não gostam, desamparem a loja, vão-se catar!…
    agora vêm com vídeos para doutrinar o quê?… vão lá doutrinar a vossa mãezinha!…

  • Antonioporto

    No Brasil, em que o estado é laico, o número de ateus é mínimo.
    Os paises agem conforme a necessidade, independente da religião.
    A china, ateísta, vende seus produtos a qualquer país do mundo.
    A Russia, também ateísta, vende suas armas até para o Irã.
    O EUA (cristão) fazem a mesma coisa.
    A turquia (islamica) vai mudar muitas de suas leis para entrar na zona européia.
    Ou seja, o deus mamon, (dinheiro) é o que fala mais alto.

  • carpinteiro

    «A organização universal demonstra a existência de Deus.»

    Especifique.

    Obrigado.

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O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.

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