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  • 17 de Setembro, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Vaticano

B16 – Um piedoso nazi arrependido

O papa Bento 16 fez hoje um discurso onde conectou o ateísmo ao nazismo. Depois de criticar o “extremismo ateu”, ele elogiou a actuação dos britânicos na Segunda Guerra Mundial porque “se opuseram a uma tirania nazista que pretendia erradicar Deus da sociedade”.

45 thoughts on “B16 – Um piedoso nazi arrependido”
  • MO

    Sem comentários.

    A AAP bem pode achar que está a fazer um grande serviço ao livre-pensamento (?), mas não é isso que se vê. Não me admiraria se alguém lesse este site e se tornasse crente apenas como reacção, para fugir à irracionalidade, à maldade, à falta de culltura e de conhecimento que domina por aqui em cada post.

    Pax et bonum.

  • MO

    E aqui me despeço. Vou para onde serei mais útil. A questão de Deus é fundamental para mim e parecia-me também para vocês – afinal porque razão se funda uma associação deste género se não fosse? O facto de termos chegado a conclusões diferentes não devia impedir o debate: devia incentivá-lo. Não é isso que acontece. Conheço ateus que achariam tudo isto uma birra, uma coisa de crianças, no pior sentido. Parece-me que é disso que se trata e mais.

    Se aquilo que consideram ser os valores “humanistas” são os que estão patentes no modo como falar e escrever, no vosso discurso, então já nada têm a ver com aquilo que nos liga a todos, sem excepção, crentes ou não crentes: um sentido de humanidade e disponibilidade uns para os outros.

    Fiquem com as vossas diatribes. O tempo é demasiado precioso para odiarmos. Quem passa o tempo a odiar não tem tempo para amar.

    Pax et bonum.

    • Molochbaal

      Tens razão em te ofender por chamarem nazi ao papa, apenas por ter cumprido o serviço militar obrigatório no terceiro Reich. Qualquer destes ateus de trazer por casa fariam o mesmo, precisamente por ser obrigatório. Nesse caso estamos a lidar com hipocrisia refinada.

      Mas as constantes ligações que os papas fazem do nazismo com o ateísmo é ainda mais hipocritamente refinado. Não há qualquer ligação do ateísmo com o nazismo. antes pelo contrário, as organizações ateias foram perseguidas no Reich e grande parte dos líderes nazis eram crentes fervorosos e alguns até hierarcas da igreja ou líderes religiosos laicos, Como Tiso e Degrelle.

      Por isso, antes de afectares tanta virgindade ofendida mete a mão na cosnciência e vê lá se não são os dois lados a portarem-se como uns verdadeiros animais.

      • MO

        Caro Molochbaal:

        Vale a pena investigar a família Ratzinger e também a atitude do jovem Joseph em relação a essa participação forçada…

        Acha que o Nazismo foi alimentado pelo amor de Deus que se torna no amor dos Homens (sim, porque nós não sabemos amar, temos que aprender)? Adianta pouco dizer que houve pessoas da Igreja (ou religiosas) que colaboraram, porque qualquer pessoa pode pecar, isto é, afastar-se de Deus, afastar-se do que nos une, a todos, sem excepção. O Nazismo colocou o Homem e o ódio como motores da acção política e com vista à conquista ao extermínio.

        Pax et bonum.

        • Molochbaal

          “Vale a pena investigar a família Ratzinger e também a atitude do jovem Joseph em relação a essa participação forçada…”

          Não sei grande coisa, mas o que sei basta-me. Cumpriu serviço obrigatório, ao qual não podia fugir. Mas fugiu. Desertou, o que naqueles dias dava direito a enforcamento no candeeiro mais próximo.

          Logo, com base nisto, alguém dizer que ele era um perigoso nazi é uma completa estupidez. Aliás, mesmo que o fosse, estamos a falar de uma criança de 15 anos sujeita À máquina de propaganda poílica mais eficiente da história dos totalitarismos. Comparar uma situação dessas com a pessoa adulta e livre já seria uma completa estupidez.

          Quanto a se a doutrina nazi é incompatível com a religião, afirmo desde já que não é incompatível.

          Pode ser incompatível com a TUA visão da religião. Mas com todos sabemos, existem talvez umas centenas de milhares de visões da religião, até dentro da mesma igreja. Cada caso é um caso.

          E as guerras de extermínio nazis, moralmente não se afastam nada da moral do antigo testamento ou da praticada em mil anos de inquisição ou perseguições religiosas.

          E por mais que pretendas reduzir isso apenas a uns homens que estavam a “pecar” devo lembrar-te que na visão desses homens, alguns dos quais hierarcas da igreja, até papas e santos, TU é que estás a pecar só por dizeres isso.

          Por isso, para mim, que estou de fora, as vossas acusações mútuas não me impressionam. São apenas várias versões da mesma crença. Claro que eu, pessoalmente, prefiro a visão de um Leonardo Boff, mas não posso esquecer que, de um ponto de vista da pura legitimidade de convicção, a visão do KKK, totalmente baseada no cristianismo, é também válida.

      • MO

        E não estou ofendido. Mas pessoas como Carlos, que noutros momentos já demonstraram inteligência e sensibilidade, ofendem-se a si próprios ao agirem assim.

        Pax et bonum.

  • MO

    Não é por falta de paciência – que tenho… Mas apenas porque serei mais útil noutros lugares, noutros diálogos.

    Mas reafirmo que se a AAP quer ganhar adeptos (como já ouvi vários membros dizerem) não será assim. Quem quiser saber, quem for curioso, escolherá mais rapidamente a inteligência e sensibilidade da tradição cristã se for confrontado com o vosso trabalho anti-religião, em vez de ateu.

    Pax et bonum.

    • Laico

      Já que está de ida para o seu paraíso, por favor dê-nos os endereços dos blogs e sites onde escreve só para ver se a gente daqui consegue comentar algo contra os seus ideais.
      Será que há liberdade de escrita por lá tal como por cá?!

    • Laico

      Já que está de ida para o seu paraíso, por favor dê-nos os endereços dos blogs e sites onde escreve só para ver se a gente daqui consegue comentar algo contra os seus ideais.
      Será que há liberdade de escrita por lá tal como por cá?!

      Pá é boa. (para quem quer trabalhar no duro)

  • Carlos Esperança

    O DA não é a voz da AAP. Cada colaborador escreve o que deseja mas um papa com um passado vergonhoso não tem o direito de comparar os ateus aos nazis. Ele foi, eu nunca.

    Nunca denunciei ninguém mas um padre católico denunciou-me à PIDE.

    Quanto aos que visitam o DA são mais livres de saírem do que os ex-católicos de anularem o baptismo que lhes foi imposto.

    Ateo gratias.

  • Max

    Jozef Tiso, Gregory Rozman, Miroslav Filipovic,Alois Hudal foram ateus extremistas!

  • antoniofernando

    Caro MO:

    Peço-lhe que reconsidere a sua posição.Você veio trazer algo de muito importante a este debate. Por mim, tenho muita pena que se vá embora…

  • antoniofernando

    Caro MO:

    Peço-lhe que reconsidere a sua posição.Você veio trazer algo de muito importante a este debate. Por mim, tenho muita pena que se vá embora…

  • antoniofernando

    Se um padre católico o denunciou à pide é altamente reprovável. Mas isso não lhe confere o direito de atirar indiscriminadamente só porque foi injustiçado. Você nunca andou na Mocidade Portuguesa ? Isso faz de si um fascista ?…

  • antoniofernando

    Se um padre católico o denunciou à pide é altamente reprovável. Mas isso não lhe confere o direito de atirar indiscriminadamente só porque foi injustiçado. Você nunca andou na Mocidade Portuguesa ? Isso faz de si um fascista ?…

    • Molochbaal

      “Você nunca andou na Mocidade Portuguesa ? Isso faz de si um fascista ?…”

      Em cheio.

      Não me lembrava que a mocidade era obrigatória. Nos ultimos tempos aquilo estava um bocado abandonado, não sei a idade do esperança, mas se é dos bons velhos tempos, provavelmente andou mesmo.

      Estamos então a lidar com um salazarista.

  • MO

    Respondo antes de sair.

    1) Conhece muito mal a biografia do Papa se lhe chama Nazi. Só digo isso – e não é muito difícil de conhecer, basta querer, e ter disponibilidade. O problema está aqui mesmo: na gratuitidade dos posts… Estamos a falar de uma pessoa, não de uma personagem de ficção. É isto o “humanismo”?

    2) Um tio meu ficou zangado com um Padre que se recusou a enterrar a minha avó porque ela apesar de Baptizada não tinha o Sacramento do Matrimónio. Odeia Padres. É um ódio irracional que tem acompanhado a sua vida – que me podia ter tocado a mim, que estive quase para ser um. Carlos, a sua história pessoal é lamentável, é o que é, mas não confunda a árvore com a floresta. Já percebi que muitos ateus do DA tiveram problemas na Igreja. Mas o mundo é muito maior do que a nossa pequena história. Se não fosse assim, também eu seria ateu – criado como fui numa casa sem fé e com alguns fortes ódios à Igreja.

    3) Voltamos à precisão (porque é que insistem em falar sem investigar primeiro? onde fica a razão e o conhecimento?)… Presumo que se refere à apostasia. Depois desse processo, o baptizado passa a estar fora da Igreja, ou seja, da Assembleia Católica. Mas o baptismo não pode ser anulado. Não se apaga a marca que esse sacramento imprime na vida – mesmo que muitos não o reconheçam. Passa-se o mesmo com os Sacramentos da Confirmação e da Ordenação. O do Matrimónio é diferente (não é anulado, porque só se pode anular o que aconteceu – mas pode ser declarada a sua nulidade ou não validade por diversas razões, ou seja, nunca aconteceu).

    Adeus.

    Pax et bonum.

  • MO

    Respondo antes de sair.

    1) Conhece muito mal a biografia do Papa se lhe chama Nazi. Só digo isso – e não é muito difícil de conhecer, basta querer, e ter disponibilidade. O problema está aqui mesmo: na gratuitidade dos posts… Estamos a falar de uma pessoa, não de uma personagem de ficção. É isto o “humanismo”?

    2) Um tio meu ficou zangado com um Padre que se recusou a enterrar a minha avó porque ela apesar de Baptizada não tinha o Sacramento do Matrimónio. Odeia Padres. É um ódio irracional que tem acompanhado a sua vida – que me podia ter tocado a mim, que estive quase para ser um. Carlos, a sua história pessoal é lamentável, é o que é, mas não confunda a árvore com a floresta. Já percebi que muitos ateus do DA tiveram problemas na Igreja. Mas o mundo é muito maior do que a nossa pequena história. Se não fosse assim, também eu seria ateu – criado como fui numa casa sem fé e com alguns fortes ódios à Igreja.

    3) Voltamos à precisão (porque é que insistem em falar sem investigar primeiro? onde fica a razão e o conhecimento?)… Presumo que se refere à apostasia. Depois desse processo, o baptizado passa a estar fora da Igreja, ou seja, da Assembleia Católica. Mas o baptismo não pode ser anulado. Não se apaga a marca que esse sacramento imprime na vida – mesmo que muitos não o reconheçam. Passa-se o mesmo com os Sacramentos da Confirmação e da Ordenação. O do Matrimónio é diferente (não é anulado, porque só se pode anular o que aconteceu – mas pode ser declarada a sua nulidade ou não validade por diversas razões, ou seja, nunca aconteceu).

    Adeus.

    Pax et bonum.

  • MO

    Paciência com os outros é amor, paciência com nós próprios é esperança, paciência com Deus é fé.
    — Adel Bestavros

    Pax et bonum.

  • MP

    Cale-se a voz que, turbada,
    Já de si mesma se espanta;
    Cesse dos ventos a insânia;
    Ante a clara madrugada,
    Em nossas almas nascida:
    E, por nós, oh Lusitânia,
    -Corpo de Amor, terra santa
    Pátria! serás celebrada;
    E por nós serás erguida,
    Erguida ao alto da Vida l

    – Nau de Epopeia, a varar,
    Ao longe, na praia absorta,
    De novo, faze-te ao Mar!
    Acesa de ébria alegria,
    Soberba de Galhardia,
    De novo, faze-te ao Mar,
    Que o teu rumo é o verdadeiro!
    Se a Morte espreita, – que importa?
    «Morrer é partir primeiro»,
    Como Camões anuncia !

    Querer é a nossa divisa;
    Querer, – palavra que vem
    Das mais profundas raízes:
    Deslumbra a sombra indecisa,
    Transcende as nuvens de além
    Querer, – palavra da Graça,
    Grito das almas felizes!

    Querer! Querer! E lá vamos!
    – Tronco em flor, estende os ramos
    À Mocidade que passa!

    Lá vamos, cantando e rindo,
    Levados, levados, sim,
    Pela voz de som tremendo
    Das tubas,- clangor sem fim . . .
    Lá vamos, (que o sonho é lindo!)
    Torres e torres erguendo,
    Rasgões, clareiras abrindo!

    -Alva da Luz imortal,
    Roxas névoas despedaça,
    Doira o céu de Portugal!

    Querer! Querer! E lá vamos!
    – Tronco em flor, estende os ramos
    À Mocidade que passa!

  • Carpinteiro

    Caro MO.
    «…paciência com Deus é fé.»

    Que estranha noção de fé…
    Desde quando tenho que ser eu a ter paciência com Deus e não o contrário?

  • Anonimo

    Sim, mas a historia do padre não foi exactemente assim, por isso não precisas mentir.

    Se alguém te denunciou por seres um irresponsável e um atrevido, aqui tens deixado a prova de que esse que te denunciou tinha toda a razão.

    O papa comparou-te aquilo que tu és. Por isso, que queres tu que te digam.

    Estavas à espera que o Reino Unido tivesse uma atitude hostil para com o papa, mas enganaste-te redondamente.
    Este é mais uma rude golpe para os ateus.

    Mete a viola no saco e reduz-te á tua insignificancia.

    • Molochbaal

      Caro anonimo,

      Tem toda a razão em criticar certos excessos do DA. Porém, ao fazê-lo de forma completamente cretina demonstra que possivelmente está a um nível ainda mais baixo do que eles.

      Você está a ser tão hipócrita como o seu papa, ao fingir que não sabe que a maior parte dos nazis eram crentes e que o ateismo foi perseguido no Reich. Não me diga que ainda não percebeu que a maior parte dos ateus militantes são de esuqerda, que o esperança é de esuqerda.

      Diga-me, você é assim tão animalescamente ESTÚPIDO ou está só a fingir ?

  • antoniofernando
  • Molochbaal

    Mais uma vez noto que o fanatismo é igual dos dois lados.

    Por um lado o papa, como de costume, esquece as ligações de crentes e por vezes de hierarcas católicos ao nazismo, esquece as perseguições nazis contra os ateus, e banca o mestre da aldrabice fazendo ligações sem quaisquer provas nem indícios do nazismo ao ateísmo.

    Por outro lado vocês continuam a insistir na treta de que qualquer pessoa que tenha cumprido o serviço militar obrigatório na Alemanha nazi seja forçosamente nazi.

    Nesse caso, aplicado a Portugal, teriam de dizer também que os capitães de Abril eram todos salazaristas, porque eram militares no tempo de estado novo. Aliás com muito mais razão, porque eram militares de carreira, logo VOLUNTÀRIOS e ainda por cima ADULTOS e OFICIAIS com muito mais responsabilidade do que um recruta de 15 anos listado à força.

    Logo, pela vossa ESTÚPIDA linha de “pensamento”, Otelo, Maia, etc, são todos uns fascistas.

    Tal asserção seria claro, totalmente IDIOTA e uma provocação barata.

  • Carpinteiro

    Caro MO.
    Não concordo consigo. Porquê?
    Porque foi aqui, e não no catecismo, que eu aprendi que a ideologia Nazi era profundamente cristã.
    Foi aqui que eu aprendi que as fardas dos soldados alemães levavam inscritas nas fivelas dos cintos as palavras: (Gott mit uns) – “Deus connosco”.
    Confirme:
    http://translate.google.pt/translate?hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&u=http://www.bowness.demon.co.uk/belt.htm
    Hitler invadiu a União Soviética, que era um Estado ateu.
    Hitler detestava o ateísmo. Ele escreveu: He wrote ‘In recent years things have gone so far that patriotic circles, in god-forsaken blindness of their religious strife, could not recognise the folly of their conduct even from the fact that atheist Marxist newspapers advocated the cause of one religious denomination or the other…’ (Mein Kampf) (Mein Kampf)

    Dizer que Hitler era ateu, demonstra uma profunda má fé da parte do Papa.

    Foi também aqui que aprendi a identificar as manobras de que a Igreja faz uso para branquear a história, a sua e dos outros, tirar dividendos e manter a sua hegemonia.
    Aprendi mais aqui, em meia dúzia de anos, do que numa vida inteira a ouvir histórias fantásticas sobre feitos fantásticos de seres imaginários.
    Moral? Não preciso de uma religião opressora e castradora para a adquirir. Muito antes de este deus ser inventado, já os homens a possuiam e melhoravam nos que lhes era possível.

  • Carlos Esperança

    MO:

    A mesma razão (ou falta) com que Bento XVI apelidou o ateísmo de nazismo é a mesma que permite designar o catolicismo de nazismo.

    Nenhum tem razão. Mas não é um biltre paramentado de Papa que me chama nazi. Tenho um passado impoluto no campo da democracia. E tenho 67 anos.

    Não canonizo simpatizantes de Franco nem absolvo fascistas de monsenhor Lefebvre.

  • JoaoC

    Se o denunciaram foi porque mereceu.

    Comparação brilhante para dar um duro golpe na corja ateia. Veja as imagens da visita do Santo Padre e espume de raiva (mas cuidado com o risco de desidratação – pode causar agravamento da demência).

    Quando a febre da adolescência de quererem protagonismo passar, pode ser que percebam a insignificância que têm, apesar do poder de manobrar as mentes, ou não fossem servos do Demónio em figura de gente.

    E percebam a figura ridícula que fazem, insultando a mais básica das inteligências…

    • Laico

      Nós por cá… todos bem.
      Espumar de raiva pelas pessoas que se concentraram no show papal? Tenho de dizer que espumo de raiva por haver tanta estupidez humana. Ela existe pq as fontes de ensino assim as caracterizaram.
      Sinto dó e dó sustenido tb pelas mentes mesquinhas e estreitas que correm atrás de um homem de saias carregado de berloques que nem o dito JC é identificado com este carnaval em todas as pinturas e descrições q aparecem em todo o lado.

  • JoaoC

    Claro, Esperança, que não é nazi…

    Consegue ser PIOR!

  • MO

    Caro Molochbaal:

    A visão não é minha – tem muito pouca importância a minha opinião individual. É a de Jesus Cristo. Não sei a que “hierarcas da igreja, até papas e santos” te referes. Mas digo-te que há muitos Papas não são reconhecidos como Santos e nunca o serão. Um cristão que segue a sua consciência cristã, que segue o caminho apontado por Jesus, nunca peca e essa consciência está acima de qualquer hierarquia:

    “Over the pope as expression of the binding claim of ecclesiastical authority, there stands one’s own conscience which must be obeyed before all else, even if necessary against the requirement of ecclesiastical authority. This emphasis on the individual, whose conscience confronts him with a supreme and ultimate tribunal, and one which in the last resort is beyond the claim of external social groups, even the official church, also establishes a principle in opposition to increasing totalitarianism.”
    — Joseph Ratzinger, Commentary on the Documents of Vatican II, 1967

    Pax et bonum.

  • MO

    Carlos:

    Por favor, leia, cite e analise o texto. É fácil de encontrar.

    Sentiu-se atacado pessoalmente… O Papa disse apenas que o Nazismo se afastou de Deus e tentou afastar Deus. É uma verdade, porque os seus actos não foram de actos de amor. Mas dizer que os Nazis eram, no fundo, ateus, não quer dizer que os ateus sejam Nazis. Ou quer?

    O Papa limitou-se a chamar a atenção para o desnorte moral em que o ateísmo, ou a ausência de Deus no nosso coração, nos pode lançar. Já filósofos ateus como Friedrich Nietzsche o tinham escrito – aceitando essa consequência e o século XX deu-lhe razão. Quantos ateus contemporâneos o fazem? Em vez disso refugiam-se em valores humanistas que têm raízes cristãs, mas que para o ateísmo contemporâneo surgiram de repente, vindos de “nós próprios”.

    Pax et bonum.

  • MO

    Caro Carpinteiro:

    “Gott mit uns” tem uma justificação histórica e nacionalista, não religiosa – ligada à Prússia, o “imponente reino Alemão”. Não sabia?

    Conheço bem “Mein Kampf”. O que interessam são os nossos actos, não aquilo que dizemos pensar. Diga-me, daquilo que conhece (e mesmo que ache que é uma figura imaginária): acha que Jesus aprovaria o que Hitler fez? Se a resposta for negativa, então ele só pode ser considerado um cristão meramente nominal, como muitos outros.

    Pax et bonum.

    • Molochbaal

      Mais uma vez vens com o que deus acha ou deixa de achar.

      Eu acho que, se é realmente um deus de amor com certeza que não aprovaria.

      Tal como não aprovaria 90% da doutrina actual da igreja com a sua ênfase em tabus sexuais e discriminação por género e orientação sexual.

      Mas esta é a MINHA opinião. A DELES é oposta, neste mesmo blog tens católicos fervorosos que vêm para aqui oferecer pancada e louvar as perseguições religiosas. De resto, pela tradição até seriam eles que teriam razão. As igrejas portaram-se de forma sanguinária ao longo de mil anos.

      Agora o que deus pensa disto ? Eu sei lá o que deus pensa do que quer que seja.

  • Anónimo

    Caro Carpinteiro,

    Fico-lhe grato por quebrar esta triste monotonia de diálogo cristão e “anti-Diário Ateísta”.

    Confesso a minha ignorância em muitas matérias, e por conseguinte, também eu aprendi e aprenderei nesta blogosfera (aqui e em outros blogs), muita coisa nova e útil.

  • MO

    Caro Paulo:

    Aprender é óptimo. Mas nem tudo o que aprendemos gera conhecimento. Uma declaração como esta do Carpinteiro – A ideologia Nazi era profundamente cristã – é puramente ideológica, sem interesse pela verdade. É preciso é ganharmos o gosto de pensar e não irmos atrás seja de que grupo for. O pior que nos pode acontecer é termos uma ideologia como bandeira, religião incluída. Eu não tenho uma religião que tenha de defender a todo o custo, ignorando a verdade (e já o demonstrei). Eu não tenho uma religião, ponto final. Há uma religião que me tem a mim – é isso a Igreja. E essa liberdade faz toda a diferença.

    Chegámos a este ponto em que não se pode sequer discutir moral (o bom e o mal) sem que se chame determinada posição de opressora e castradora (denunciando a falta de argumentos) – porquê? porque racionalmente sou capaz de defender que há moralidade e imoralidade? por ser contra o relativismo (que é uma posição filosófica internamente contraditória)? Opressora: presumo porque os ateus acham que a Igreja ensina que Deus atira pessoas “que se portam mal” para o Inferno (o que é mentira). Castradora: presumo porque nos diz que nem tudo o que nos apetece fazer devemos fazer (esta é verdade, mas a isto chama-se maturidade e responsabilidade, não castração).

    Pax et bonum.

    • Anónimo

      Percebo o que diz. Embora entenda que tudo o que aprendemos gera conhecimento, mas somos nós que decidimos o fim a dar a esse mesmo conhecimento.

      Talvez a declaração do Carpinteiro seja exagerada, talvez não seja “profundamente”, mas “puramente ideológica”… porquê?

      Mas já agora, se me permite, vou voltar ao inicio do post.
      O MO parece-me ser uma pessoa equilibrada, tolerante e sem dúvida conhecedor da matéria religiosa, e no entanto também o MO vem a este blog com pretensões de definir o que pode ou não aqui ser escrito!!!
      Vai dizer-nos que não somos “verdadeiros ateus”?

      O texto aqui colocado pelo Carlos Esperança é um texto onde se reflete a mensagem de outro blogger relativamente a afirmações feitas pelo papa num qualquer discurso no Reino Unido.
      E daí? Irracionalidade!? Maldade!? Falta de cultura?!

      A opinião da Associação Britânica Humanista é que houve no discurso uma associação entre ateismo o nazismo.
      O autor do texto deste blog está de acordo com essa opinião.
      Qual é então a sua razão para ficar ofendido?
      Porque não contestar dizendo que a interpretação está errada por esta ou aquela razão e que o santo homem ama os ateus como filhos?

      Confesso ser cansativo ver o rol de criticas e insultos (não sendo este o seu caso) que são feitas ao Carlos Esperança de cada vez que ele escreve um texto mais “anti-clerical”, porque… sim, está visto… o homem não gosta mesmo de padres.
      Se é sua preocupação que a desinformação possa atingir os incautos, entendo-o e partilho a preocupação.
      Vamos no entanto ter “fé” nas pessoas que vão lendo este blog e admitir que na sua maioria sabem distinguir entre opiniões e factos comprováveis.

    • Molochbaal

      “Opressora: presumo porque os ateus acham que a Igreja ensina que Deus atira pessoas “que se portam mal” para o Inferno (o que é mentira).”

      A mentir estás tu. Segundo o TEU catecismo, a prática não arrependida de pecados mortais leva directamente ao inferno.

      Ora a igreja considera, por exemplo, pecado mortal a “fornicação” no que inclui todo o sexo fora do casamento, incluindo nisto os casais recasados porque a igreja não reconhece o divórcio, o sexo entre noivos e namorados obviamente ainda não casados e. claro, todo o sexo entre homosexuais. Toda esta gente irá para o inferno, o que deve perfazer 90% da população mundial.

      “Castradora: presumo porque nos diz que nem tudo o que nos apetece fazer devemos fazer (esta é verdade, mas a isto chama-se maturidade e responsabilidade, não castração).”

      Presumo que, para ti, um divorciado voltar a casar e ter sexo com a sua mulher actual seja falta de maturidade e responsabilidade. Presumo que não será castração, para ti, um divorciado aos 25 anos ter de se abster de sexo para o resto da vida. Ou um jovem que só se possa casar aos trinta e tal anos, por razões económicas, só possa ter sexo a partir dessa idade. Ou que um homosexual ou alguém que nunca tenha encontrado ninguém que se quira casar consigo, ou com que ele próprio se queira casar, sejam condenados a NUNCA ter sexo na vida.

      Não não é nada castração…

      Quando falas em fanatismo na defesa das causas mete primeiro a mão na tua consciência.

      • Molochbaal

        Ah, e na fornicação também incluem a masturbação. Pelo que alguém que nunca se case, ou tenha o azar de se divorciar, ou seja homosexual, ou só possa casar lá para os 35, para cumprir os mandamentos de “Deus” (Deus ?) terá de ser LITERALMENTE um CASTRADO psicológico.

  • Anónimo

    Para os interessados, deixo aqui os links para um documentário produzido recentemente pela BBC sobre a História do Cristianismo.

    O responsável e apresentador do documentário é o professor de Teologia da Universidade de Oxford Diarmaid MacCulloch´s, que se identifica como sendo “simpatizante do cristianismo”. Para quem quiser saber as razões desta sua posição têm mesmo que ver o documentário…;)

    O documentário está legendado em Português do Brasil (ou Português acordado…), infelizmente com vários erros de digitação. Tem também boa qualidade de imagem e som. De seguida ficam os links do último episódio, num total de seis (que também pode ser vistos na Internet com as mesmas condições anteriores…), onde a questão do regime nazi é recuperada, salientando a ligação do nazismo com as concepções culturais anti-semitas propagadas pelo cultura cristã ao longo de vários séculos, entre outras…

    Primeira parte: http://www.youtube.com/watch?v=BjNe85SnJmY;
    Segunda parte: http://www.youtube.com/watch?v=n-mFtsMS8rM&feature=related;
    Terceira parte: http://www.youtube.com/watch?v=l-kx8sEzmIg&feature=related;
    Quarta parte: http://www.youtube.com/watch?v=lhkHm4kGtrY&feature=related;
    Quinta parte: http://www.youtube.com/watch?v=wUVeJKAyFN8&feature=related;
    Sexta parte: http://www.youtube.com/watch?v=jNTe0qNxTU0&feature=related.

  • Confrariaalfarroba

    ao ler os muitos comentários que têm a ver com esta notícia
    e
    algumas ultrapassagens com provocações aos coordenadores do blogue, para além da estafada teimosia de alguns que se julgam no direito de insinuar o que aqui deve ser escrito, ou… (muitos) quererem definir o perfil do verdadeiro ateu…

    gostava de dizer (primeiro) que não há um perfil, há muitos.
    que o blogue, ao que me parece, pertence a uma associação e como tal… são os seus associados (eu não o sou) que devem decidir sobre o que lhes pertence por direito. não os comentadores.
    enquanto ateu (que sou), não discuto deus. pela simples razão que, para mim, não existe. da mesma forma que não discutirei a existência de gambuzinos. entendo, pois, que discutir (sua existência ou não) deus… é aceitar – em si – a hipótese da sua existência. não. não discuto. é por isso que sou ateu.
    no entanto, se crente fosse… jamais pertenceria a uma instituição organizada porque me recuso a participar em negócios obscuros
    e
    entendo vergonhosa a exploração e manipulação de pessoas…
    assim sendo…
    colocaria o meu ídolo num espaço privilegiado da casa e… lá faria os rituais que entendesse por bem 😉
    sobre a ICAR e as outras seitas… é, quanto a mim, farinha do mesmo saco…! como sói dizer-se.
    sobre a viagem papal e as “multidões” que o aguardam, tomo a liberdade de transcrever aqui um pequeno comentário de um amigo meu.
    aí vai:
    “Hipócritas pouco inteligentes? Uma Igreja que se diz existir para salvar o Mundo (?) e que nem tem força moral para evitar depravações de membros do seu staff, não vale. Não presta. Não interessa e por isso tem os dias contados. Os banhos de multidão são ilusórios. Também pouco antes da queda do Muro os apparatchikis comunistas juntavam nas praças multidões imensas… e foi um ar que lhes deu. Porque as Trevas não prevalecem contra a Luz. E neste caso as trevas são as da pedofilia, da hipocrisia e da arrogancia eclesial. Dizer que pedofilia há em todos os meios é uma falsa questão. Na verdade, existir num meio “santificado” explica que o meio nada tem de santificado ou mesmo responsável. E o resto é conversa.”

  • emboahora

    Muito bem dito Confraria. É mesmo isso, não se pode discutir o que não existe. E como Deus não existe não há discussão possível. Apenas se pode discutir tomadas de posição e atitude perante os problemas.

  • Confrariaalfarroba

    papa paulo
    é isso mesmo…!
    “…. Se é sua preocupação que a desinformação possa atingir os incautos, entendo-o e partilho a preocupação….”
    é evidente que a acção das várias capelinhas nunca é posto em causa neste tipo de discurso. os incautos são – no lado contrário – não incautos, mas fiéis que “por mero acaso” são vitimas de vigarice e prepotência para não dizer (em muitíssimos casos) lavagem de cérebro… e não me refiro só aos actos da ICAR, refiro-me a todas as empresas religiosas. todinhas & sem excepção…!

  • Confrariaalfarroba

    mo
    quando diz: “Já percebi que muitos ateus do DA tiveram problemas na Igreja” não estará também a confundir a árvore com a floresta?…
    ainda que não me considere do DA – sou um simples passageiro que apanha sempre a carruagem a meio…
    será que, na sua óptica, não passo de um pequeno arbusto perdido num campo de futebol onde apenas cresce erva rasteira?
    este seu discurso parece-me viciado à partida. ou estarei errado?
    para sua informação conheci um “corvo” que era pároco da aldeia onde viviam os meus avós. ele sabia que éramos – todos – ateus e isso não impediu, nunca, que bebêssemos alguns copos na tasca (que hoje é um restaurante para o turista). e, que entre dois copos de tinto discutíssemos o nosso tema preferido: política (isto antes da revolução dos cravos).
    que debatêssemos a questão religiosa e outras tretas… até chegávamos a entrar em campos na fronteira da maledicência 🙂 (nunca ultrapassámos essa fronteira porque para ele era pecado para mim, um pouco incómodo)… mas coisa é certa, sempre nos respeitámos e sempre soubemos onde estavam os limites…! e, isso não acontece com a maioria dos crentes que por aqui aterram.
    não sou ateu por me chatear com a igreja. sou ateu porque não sou teísta. porque não tenho fé. porque nenhuma virgem se materializou à minha frente nem nenhuma divindade me segredou o que deveria fazer – mesmo nos momentos mais complicados…
    e agora, que estou a perder a audição, duvido que um simples cochicho espiritual me não fizesse agarrar numa lata de “spray” para matar moscas.
    nada tenho contra coisa nenhuma….
    excepto, claro, quando pretendem vender-me ou impingir-me balelas. quando me vêm com discursos para diminuídos…
    e se há tanta santidade na várias “casas” de deus, não consigo compreender como os seus “mordomos” se comportam como se comportam… essa falsa santidade, essa prepotência, esse abuso de poder, esse luxo e esse roubo permitido e instituído é que me incomoda – que moral é essa? que igrejas são essas?

    a questão é mesmo esta, não outra.

  • Molochbaal

    Caro Mo

    “A visão não é minha – tem muito pouca importância a minha opinião individual. É a de Jesus Cristo.”

    Um católico nazi diz exactamente a mesma coisa. Como é que vos distingo se cada um de vocês, e são muitos, é que sabe exactamente, contra a opinião dos outros crentes, que aquilo em que acredita é que é o que “Deus” quer ? Existem milhares de religiões e seitas religiosas a dierem cada uma a mesma coisa, embora se contradigam entre si.

    Para sua informação, a doutrina nazi inspirava-se directamente não só no velho, como no novo testamento, em passagens como esta :

    “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada.”

    “Não cuideis que vim destruir a Lei ou os Profetas; não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que até que o céu e aterra passem, nem um jota nem um til se omitirá da Lei, sem que tudo seja cumprido.” (Mateus 5:17/18).

    Ou seja, imediatamente está justificado o antigo testamento com todos os seus incitamentos à guerra e ao genocídio. Outras passagens como a parábola em que deus quer que se obriguem os “convidados” a entrar no seu banquete ou que se lance ao fogo as más ervas, serviram de justificação para a inquisição e as perseguições religiosas.

    Claro que podes dizer que a tua interpretação “é que é”, mas como todos vocês dizem o mesmo e chegam a conclusões diametralmente opostas, o caso fica complicado.

    “Não sei a que “hierarcas da igreja, até papas e santos” te referes. Mas digo-te que há muitos Papas não são reconhecidos como Santos e nunca o serão. Um cristão que segue a sua consciência cristã, que segue o caminho apontado por Jesus, nunca peca e essa consciência está acima de qualquer hierarquia:”

    Refiro-ma à MAIOR PARTE dos papas e santos. Quase todos eles, ao longo de mais de mil estiveram envolvidos em perseguições sangrentas. Não houve um acto da inquisição ou uma perseguição religiosa institucional que não fosse sancionado pelas hierarquias. Qualquer papa podia ter travado a inquisição e as perseguições. Nenhum o fez, foi o estado laico que, ao retirar poder às igrejas, reduziu o nível da violência religiosa na Europa. Se não fosse o factor da laicidade a Europa hoje em nada se distinguiria do Irão, do Afeganistão dos Talibâs ou da Arábia.

    Os santos fundadores da igreja, como Agostinho e Aquino foram também os iniciadores ou justificadores da violência religiosa institucionalizada. Por isso, quando falas em “alguns pecadores” estás a falar na quase totalidade das pessoas que tiveram alguma responsabilidade na orientação da igreja ao longo de mais de mil anos. Quando falas de pecado, estás a falar na própria orientação da igreja ao longo de mais de mil anos.

    Por tudo isto, quem segue mais a palavra de “Deus”, a sangrenta igreja milenar ou a ultima geração mais humanizada ?

    Sei lá, apenas posso dizer que nisto ou naquilo gosto mais desta ou daquela visão. Mas é a MINHA opinião. Não falo por terceiros que nunca vi, como vocês crentes fazem em relação a Deus. Todos vocês sabem exactamente o que Deus quer, apesar de chegarem a conclusões absolutamente contraditórias. Para quem está de fora, o que parece é que vocês moldam o vosso deus à VOSSA imagem…

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