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  • 13 de Agosto, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

Crença, jejum e abstinência

Quem está familiarizado com as crenças religiosas sabe que o deus privativo de cada fé rejubila com os jejuns e, sobretudo, com a castidade dos devotos, para além da cólera que o assalta quando vê nus os ombros ou os joelhos de uma mulher.

É de crer que os homens que criaram Deus se esqueceram de lhe arranjar companhia e o castraram para lhe evitar aquelas doces tentações que fazem as delícias humanas. Eram membros de tribos patriarcais onde a dureza da vida lhes deixava parca disposição para o amor.

O Ramadão, que uma das crenças mais divulgadas considera o «mês da purificação e da oração», impede a ingestão de quaisquer alimentos, sólidos ou líquidos, bem como o gozo sexual, do nascer ao pôr-do-sol. E os crentes, por fé ou medo, por vontade própria ou pavor de represálias, por tradição ou terror de denúncia aos clérigos, lá se aguentam na abstinência que – ao contrário do que lhes prometem –, não assegura qualquer vaga no Paraíso, nem o deboche e rios de mel para os bons muçulmanos do sexo masculino.

O Deus que a geografia, a ancestralidade e os constrangimentos sociais impõem a estes infelizes, é um idiota que odeia o álcool e a carne de porco como lhe podia ter dado para abominar os figos, as tâmaras ou a maçã raineta.

Não se julgue, porém, que a tolice é privativa de uma religião e não apanágio de todas. O Vaticano que inveja a demência colectiva que obriga os crentes a viajar de joelhos, a fazer jejuns e a passar o tempo a matar infiéis ou a rezar, vê com nostalgia o abandono do jejum, o desprezo da castidade e o desinteresse sobre o vestuário feminino que torna as mulheres apetecidas e eleva os níveis hormonais independentemente do género.

Por que razão temos de respeitar crenças que tornam infelizes e fazem sofrer os crentes? Temos obrigação de as desmascarar para que os crentes decidam em liberdade se devem continuar escravos ou livres. Só essa decisão merece respeito, não as idiossincrasias de um Deus que abomina o prazer, o amor e a felicidade.

14 thoughts on “Crença, jejum e abstinência”
  • antoniofernando

    “POR QUE RAZÃO TEMOS DE RESPEITAR CRENÇAS QUE TORNAM INFELIZES E FAZEM SOFRER OS CRENTES? TEMOS OBRIGAÇÃO DE AS DESMASCARAR PARA QUE OS CRENTES DECIDAM EM LIBERDADE SE DEVEM CONTINUAR ESCRAVOS OU LIVRES. SÓ ESSA DECISÃO MERECE RESPEITO, NÃO AS IDIOSSINCRASIAS DE UM DEUS QUE ABOMINA O PRAZER, O AMOR E A FELICIDADE.”

    Carlos Esperança:

    Enquanto crente não necessito que você decida por mim.Veja lá se não incorre no mesmo erro que tanto critica aos proselitistas religiosos.Só faltava agora termos o Carlos Esperança como o ” GRANDE EDUCADOR SALVÍFICO DOS CRENTES”. Você acha-se com vocação para uma espécie de papa ateísta que vai libertar os crentes daquilo que, em sua opinião, considera os males da religião, ou de certas formas de religiosidade ? Que emita as suas opiniões sobre a crença, o jejum e a abstinência é lá consigo. Que tenha ideias próprias sobre o corte estilístico do vestuário feminino ou sobre a elevação dos níveis hormonais, independentemente do género, é matéria que lhe diz directamente respeito. Agora, arvorar-se numa espécie de salvador da liberdade dos crentes,ó Carlos,aqui você entra em completa derrapagem de forma e conteúdo.Não se queira equiparar, na versão ateísta, à propensão proselitista do João C., que reza por si todas a noites para que não vá a bailes, não sonhe com ” lingerie” feminina, contenha os seus níveis de testosterona em níveis ortodoxamente convenientes,e se faça eunuco…

  • Carlos Esperança

    António Fernando:

    Nunca deixei ( com contradições, talvez) de desmascarar o que considero a superstição e o carácter repressivo das crenças religiosas. Espero nunca confundir os crentes (repudio a repressão aos muçulmanos, em voga nos EUA) mas não condeno o combate ao islão, uma ideologia fascista de que é legítimo defendermo-nos.

    Quanto ao que diz que reza por mim ele limita-se a insultos tão primários como o deus que o habita. Abraço.

  • antoniofernando

    Carlos Esperança:

    Concordo obviamente com o sentido geral do seu texto e aproveito para enaltecer a forma corajosa como se bate pela defesa dos princípios e valores éticos em que acredita,e que no essencial também subscrevo e comungo.Retribuo o abraço amistoso.

  • rayssa gon

    pro fulano que escreveu esse post: não te acho nenhum papa, viu?
    só pra esclarecer.

  • Zeca-portuga

    “(…)quando vê nus os ombros ou os joelhos de uma mulher… aquelas doces tentações que fazem as delícias humanas…”

    Como, se mais de 90% dos ateístas são paneleiros!?
    Além da senilidade, este caquéctico sr. Esperança, não tem a mínima noção do ridículo.

    ”O Vaticano que inveja a demência colectiva que obriga os crentes a viajar de joelhos, a fazer jejuns e a passar o tempo a matar infiéis ou a rezar…”

    ESTA AFIRMAÇÃO CAI NA ESFERA DO CRIME!
    Não é novidade, porque os ateístas são criminosos inveterados, basta ver que nenhum se insurge contra estes crimes, antes os aplaude.
    Curiosamente, geram a maior tempestade contra um acto incorrecto da Igreja ou dos crentes, quando constituem um gang de criminosos inveterados.

    Se há alguma “seita de fundamentalistas islâmicos”, não são muito diferentes dos ateístas. Há apenas uma diferença de meios (os ateístas são tão poucos que não têm meios, senão seriam bem piores) e de cobardia (os ateus são uns cagarolas que se borram todos quando lhes batem com os pés no chão).
    Mas, essa “guerra” que assusta os ateístas é uma guerra entre fundamentalistas. De um lados javardos e sem-formação-decente dos ateístas (que acham que podem fazer o que lhes apetece, impunemente e que os outros têm que ouvir e aceitar tudo o que lhes apetecer fazer), do outro lado está um grupo que exige respeito pela sua identidade, forma de ver o mundo, cultura, etc., etc.

    O povo islâmico (sem contar os fundamentalistas) é muito mais pacífico e ordeiro do que o mais pacifico dos ateístas.
    O que esse posso não tolera – e muito bem – são provocações, insultos e agressões dos laicistas pró-ateistas.
    Conheço, muito bem (mesmo muito bem) alguns países islâmicos. Conheço a seriedade da sua cultura. Genericamente são muito mais “bem formados”, educados, culturalmente integrados e instruídos do que os teístas que aqui temos.

    O que assusta os ateístas é a forma como uma religião pode manter unido, coeso e solidário um povo cuja religião une muito mais do que as fronteiras politicas.
    Ora, o ateístas nunca conseguirão ter (felizmente) uma coesão deste tipo – isso assusta-os e tortura-os pela inveja.

    Eu sou católico e nunca tive problemas num país islâmico, mas já tive num pais ateísta (China).

    No dia em que o Sr. Esperança sair do seu chiqueiro e visitar estes países, morrerá de vergonha da imbecilidade que aqui debita!

  • Anónimo

    Caríssimo Zeca-portuga:

    Essa é a sua opinião. Quanto aos 90% de ateístas homossexuais não sei onde vai buscar essa informação tão precisa, visto que há sérias questões que levantam os métodos de recolha e análise dos dados, mas creio que será o preconceito a falar mais alto…

    Repare algo em relação aos números nesta matéria, em qualquer país dito católico a contabilização dos fieis pela Igreja é feita pelos seus registos, ou seja contabilizam-se os números dos registos de baptismo. Ora se há muitos ateístas que surgem no seio desses países, como muitos reconhecem que estavam de algum modo integrados em famílias tradicionalmente católicas praticantes ou não praticantes, outros noutras situações, não há forma de contabilizar a sua percentagem de forma actualizada senão pelo preenchimento de um campo específico dos Censos realizados pelo Estado, mas que não captam na integra a realidade do lar, pois é o “chefe de família” que dita essa informação.

    Mesmo perante estas situações, os números de crentes ditos praticantes e não praticantes tem vindo a diminuir na Europa (e creio que os próximos Censos continuarão a demonstrar essa tendência…), acompanhando a tendência de não renovação da estrutura eclesiástica, isto é, o número de indivíduos que são instruídos a seguir ou posteriormente a integrar a Igreja Católica é menor do que aqueles que deveria substituir, logo não se dá a renovação que a dita Igreja precisava para renovar e manter os números de antigamente. É certo que há um decréscimo na natalidade de vários países, mas essa taxa não pode ser interpretada como uma influência exclusiva dos números relacionados com a dita Igreja, visto que há uma série de factores identificados, e uma impossibilidade de cruzar uma série de elementos de forma a estabelecer essa relação.

    Uma vez foi de visita ao Egipto, certamente reconhecerá que é o país com maioria muçulmana que integra o maior número de outras crenças, visto que será o país mais aberto ao Ocidente do Próximo Oriente, por mais pacífico que o povo se comportava junto dos turistas, vi forças policiais a levarem uma criança com cerca de 10-12 anos que estava a pedir esmolas junto à Esfinge para uma carrinha juntamente com outros adultos, e certamente não era para premiar a criança pela sua acção, tanto mais que o nosso guia explicou que quem ia na carrinha eram os ladrões, e quem ali fosse o mais certo seria levado para ser castigado. Quanto à forma, nunca chegamos a saber…

  • Zeca-portuga

    Você anda de olhos vendados?

    Sabe que não há nenhuma campanha de paneleiros que não tenha o apoio e participação dos ateístas;
    Que quase 100% dos ateístas presos são paneleiros;

    Nos Censos, as questões sobre religião são facultativas e poucas pessoas preenchem – e muito bem, pois o estado não tem que saber das convicções das pessoas.

    São poucas as pessoas que “endoidecem” a ponto de se tornar ateístas em adultos. Durante as crises de juventude tdos fazem o contrário daquilo acham estar certo – é normal -, mas, crescendo, voltam à ser gente normal.

    O numero de crentes tem subido nos últimos anos, segundo as estatísticas dos observatórios internacionais.
    O problema é que começam a aparecer religiões menos convencionais.
    Mesmo o cristianismo tem crescido.

    Sobre o Egipto não vale a pena falar consigo. Conheço-o bem melhor do que você, mas não estou interessado em falar desse assunto.
    Lembro-lhe que a mendicidade é proibida na maior parte dos países da Europa.

  • Anónimo

    Caríssimo Zeca-portuga:

    Há campanhas de homossexuais em portugal e no estrangeiro que também contam com o apoio de crentes. Creio que sabe que há crentes que têm uma orientação sexual distinta à que a sua Igreja idealiza?

    Nos Censos as questões sobre a religião, como todas as outras, estão ao abrigo do sigilo estatístico, que tem enquadramento legal. Concordo consigo, o Estado não tem de saber quais as convicções das pessoas, nem nesta situação, nem em outro momento ou espaço.

    Eu e muitos outros não estamos “loucos” (mas há quem considere as coisas assim – e por vezes à letra – porque não pensamos da forma que esse e outros pensam…), e muito menos o ateísmo é um produto resultante de uma crise de juventude com uma data de validade expressa. O caro Zeca-portuga compreenderá certamente a invalidade dessa ideia, pois saberá que existem descrentes naquilo que você e outros acreditam nas várias faixas etárias, bem como muitos também no nosso país provêem de famílias com algum tipo de relação com a sua Igreja, mas uma vez descrentes tendencialmente não voltam para o seio da mesma ou qualquer religião. Se acha que gente normal (literalmente) é a gente que acredita no que você acredita não está de modo algum a captar a complexidade da realidade que vivemos no nosso país.

    O número de crentes tem aumentado em países ditos subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento, enquanto nos países desenvolvidos tem geralmente decrescido. Antoniofernando bem à pouco tempo colocou um link num dos seus comentários para os dados oficiais da Igreja Católica divulgados pela ‘Agência Ecclesia’, onde se pode constar uma situação contrária ao crescimento do cristianismo no nosso país, seguindo a tendência decrescente captada pelos Censos das últimas décadas.

    Sobre o Egipto não vale a pena falar comigo porque o conhece melhor do que eu? Mas você conseguiu perceber isso a partir de um parágrafo que redigi? isso seria impressionante, mas creio que é o preconceito novamente a falar mais alto. Atenção, reveja que eu escrevi “pedir esmola”, não “mendigar”, são coisas completamente distintas…

  • Jcduarte

    Quer dizer que os padres pedófilos, aqueles que mantém sexo com crianças são ateus?

  • Zeca-portuga

    A sua vem deste parágrafo:
    O peso específico dos europeus no mundo católico tem vindo a diminuir: em 2000, o Velho Continente albergava mais de um quarto dos católicos de todo o mundo (26,81%), percentagem que é agora de 24,31%.
    O que aqui diz, não é que o número e católicos tem diminuído, mas sim que, comparando todo o mundo, outros lugares têm um crescimento maior. Dito doutra maneira: a Europa já foi o continente mais católico, mas agora há outros continentes que têm um proporção maior, porque cresceram muito.

    No entanto, há ainda outra confusão da sua parte – crentes não são apenas os católicos. Nos últimos anos desenvolveram-se muitas outras religiões na Europa. Algumas entidades internacionais estão apreensivas como crescimento exponencial de algumas religiões.
    Curiosamente, os dados a que tenho acesso não pertencem à Igreja católica nem a nenhuma religião.
    Infelizmente para si, eles até indicam que o número de ateístas está em franco retrocesso, na Europa e no mundo.

  • Zeca-portuga

    Jovem:

    Seguindo o link que indicou, pode ler-se o seguinte:
    …o número de católicos passou de 1045 milhões para 1166 milhões, o que representa um aumento de 11,54%.
    O “Annuarium Statistitucm Ecclesiae” revela que a África tem mais 33,02% de católicos na sua população, número que na Europa registou um aumento de 1,17% nos últimos anos

  • Anónimo

    Caríssimo Zeca-portuga:

    Primeiro devo pedir desculpa a antoniofernando porque coloquei um link que o próprio não chegou a divulgar neste espaço, bem como também o devo a si porque não enviei a informação correcta. O link que pretendia enviar é o seguinte: http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia….. A diferença deste link para o interior, apesar de se basearem na mesma fonte, é a menção particular ao nosso país. Tem razão, cometi um lapso ao colocar os números Europeus a par com os portugueses, mas creio que reparou que não diminui o crescimento do catolicismo no mundo quando mencionei em espaços ditos sub-desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento. Quanto aos crentes não há confusão da minha parte, nesse sentido são entendidos de forma geral, mas em relação aos dados mencionados só poderia contar com a referência aos católicos cristãos, tanto mais que foram os únicos que apresentei.

    Já agora, não se importa de divulgar a fonte estatística que tem acesso e que fez menção no seu comentário, para eu e outros consultarmos essa informação. Sabe, esses dados contrariam uma série de indicadores que demonstram precisamente o contrário, onde mostram que na Europa existe cada vez mais um número maior de ateus, agnósticos e livres-pensadores, bem como um aumento de outras religiões como escreveu, é certo…

  • Anónimo

    Caríssimo Zeca-portuga:

    Conforme escrevi em resposta ao seu comentário anterior, cometi um lapso ao juntar a Europa no mesmo saco de decrescimento que se assiste em Portugal. Também corrigi o link que enviei com aquele que pretendia enviar. Para terminar, nunca escrevi que o Catolicismo estava a diminuir no geral, tanto mais que escrevi que continuava a aumentar em países ditos sub-desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento. Reitero o pedido que fiz na minha resposta anterior em relação aos dados que escreveu, que possuía e fez breve menção quanto ao decréscimo do número de ateus na Europa, visto que estes entram em contradição com vários dados previamente divulgados sobre o crescimento do número de ateus, agnósticos e livres-pensadores na Europa.

  • Confrariaalfarroba

    essa tua obsessão por chamar aos outros “paneleiros” tem que se lhe diga!…
    segundo muitos psicólogos e psiquiatras a distância entre o machismo e a homossexualidade – é de 1 “pau de fósforo”.

    c’est pas vrai?

    ou será que não passas de um homo-bufo?…

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