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«Mamas sim, anticlericalismo não!»

Parece que o «atrevimento» da Playboy não pode incluir brincadeiras com Cristo: a Playboy decidiu fechar a edição portuguesa depois da homenagem a Saramago com modelos semi-nuas a contracenarem com Cristo.

É triste verificar que a censura vem de onde menos se espera, até de uma revista que alargou os limites do que era publicável e que, também por isso, fez nome em todo o mundo.

Os editores da Playboy portuguesa têm toda a minha solidariedade.

16 thoughts on “«Mamas sim, anticlericalismo não!»”

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  • Molochbaal

    Pois. A questão é que, precisamente, a Palyboy não é uma revista anticlerical mas pretende simplesmente mostrar mamas. Daí não estar de acordo com a linha editorial. Lógico.

    Pessoalmente até acho que as fotografias estão interessantes, mas concordo que não estejam na linha editorial da Palyboy. Estou também seriamente desconfiado de que o objectivo não foi arte mas provocação pelo que é simplesmente natural que a playboy tenha rescindido o contrato.

    Entretanto, mais do que este estilo provocador, acharia muito mais útil que se abordasse em discussão social e SÉRIA, o problema que os cristãos têm com o corpo humano e a questão sexual.

    Era melhor isso do este picar provocatório que só exacerba susceptibilidades. Podia ser que até se conseguisse, pela discussão, que um dia eles encarassem estas coisas com naturalidade. Afinal se eles acreditam que foi o deus deles que criou o corpo, a beleza e a sexualidade, pode ser que um dia consigam ver a conjugação da imagem do deus deles com essas coisas como algo simplesmente natural, o que seria mais lógico.

    Até lá teremos de conviver com a sua sexofobia/corpofobia mas é a maneira como eles são e um bocado de cuidado da nossa parte também não ficava mal. Andar a picar só por picar é um bocado estúpido.

  • Molochbaal

    Pois. A questão é que, precisamente, a Palyboy não é uma revista anticlerical mas pretende simplesmente mostrar mamas. Daí não estar de acordo com a linha editorial. Lógico.

    Pessoalmente até acho que as fotografias estão interessantes, mas concordo que não estejam na linha editorial da Palyboy. Estou também seriamente desconfiado de que o objectivo não foi arte mas provocação pelo que é simplesmente natural que a playboy tenha rescindido o contrato.

    Entretanto, mais do que este estilo provocador, acharia muito mais útil que se abordasse em discussão social e SÉRIA, o problema que os cristãos têm com o corpo humano e a questão sexual.

    Era melhor isso do este picar provocatório que só exacerba susceptibilidades. Podia ser que até se conseguisse, pela discussão, que um dia eles encarassem estas coisas com naturalidade. Afinal se eles acreditam que foi o deus deles que criou o corpo, a beleza e a sexualidade, pode ser que um dia consigam ver a conjugação da imagem do deus deles com essas coisas como algo simplesmente natural, o que seria mais lógico.

    Até lá teremos de conviver com a sua sexofobia/corpofobia mas é a maneira como eles são e um bocado de cuidado da nossa parte também não ficava mal. Andar a picar só por picar é um bocado estúpido.

  • Molochbaal

    Claro que digo isto em relação às fotos da Playboy, que no fundo não têm nada de mal, embora fosse aconselhável precaver as susceptibilidades dos outros. Mas quanto a “arte” como à daquele energúmeno que expôs um crucifixo mergulhado em mijo, acho que a única resposta adequada era um bastão de baseball nas costas.

  • jovem1983

    A escolha da equipa editorial portuguesa foi simples, no pretexto de uma homenagem a Saramago, e de forma a gerar maior lucro, realizaram este trabalho.

    Apesar das críticas de vários sectores, na Internet circulam comentários de leitores frequentes que elogiam esse trabalho como um regresso às origens polémicas da revista, o que não deixam de ter a sua razão.

    Ao contrário da nudez de figuras públicas plasmada sobre fundos ou montagens diversas, este número assentou a sua polémica num conteúdo, isto é indiscutível, e sem o recurso a figuras da praça pública como a esmagadora maioria dos números anteriores.

    Creio que a sucursal portuguesa contava com a divulgação do “choque” do número de Julho na comunicação social nacional, o que não aconteceu ao contrário da comunicação social internacional, estou convicto que um dos principais motivos para que assim não acontecesse passava pela cedência de publicidade gratuita.

    Tendo supostamente esta situação resultado neste desfecho, creio que a polémica chegará finalmente à comunicação social portuguesa.

  • Miguel Sanches

    Molochbaal,
    Um bocado estúpido é achar que algo de bom resultará se trocarmos liberdade de expressão pelo que achamos politicamente correcto.
    Um bocado estupido é também dizer que a linha editorial da Playboy resume-se apenas a mostrar mamas. Faça uma leitura rápida na Wikipedia e verifique que o que escreveu está incorrecto.
    Finalmente, um bocado estúpido é achar que por se ferir sensibilidades, podemos legitimar o cancelamento de uma revista, a censura de um livro, ou a erradicação de um cartoon. O que seja. O ferir sensibilidades é algo que acontecerá sempre num meio em que as pessoas são supostamente livres.
    Infelizmente, não é o nosso caso já algum tempo. Apesar de liberdade ser um conceito sempre relativo, o que se passa em Portugal começa a atingir um estado preocupante.

  • Miguel Sanches

    E já agora. Concordo com a opinião de que mergulhar um crucifixo em mijo é de extremo mau gosto, mas a ideia de responder a esse tipo de (chamemos) expressões com violência, é algo que mais uma vez me espanta no seu discurso. Não resolveria nada e perpetuava um tipo de prática opressiva que felizmente já não acontece no nosso país, mas que se tiver saudades ainda pode ir encontrar em alguns países do médio oriente. O mau gosto não se altera com violência mas sim com educação.

  • jovem1983

    A acção da Playboy sobre a sucursal portuguesa é questionável, na medida em que já foram publicadas outras capas e outras fotos com modelos aludindo à suposta mãe de deus em revistas noutros países.

    Pessoalmente defendo que quem quiser compre, quem não quiser não compre, e isto liga-se com a própria ideia de ofensa à sensibilidade de terceiros.

    Sou bastante apreensivo quanto a estas questões, visto que estas assentas sobretudo em parcialidade, isto é, por exemplo, quando sou abordado na rua ou em casa com pregação também sinto que não estão a respeitar a minha individualidade ou a minha descrença, e mesmo quando digo que não acredito muitas vezes a tentativa de pregação não termina e acentua-se, mas nesses casos evito continuar uma conversa que não leva a lado nenhum e despeço-me, e ou me vou embora ou fecho educadamente a porta de casa.

  • Nunof

    Muito bem! Finalmente se vê o radicalismo português, a falta de nível, a baixesa, a falta de educação, um novo riquismo reinante neste País, nos pseudo-artistas portugueses e na “Coltura”. Isto não é nada mais do que tentar ferir as sensibilidades da maioria dos portugueses. Isto não é cultura, não é sequer uma homenagem a Saramago que não passou de um pretexto. Apoiado!!!!. Muito bem dito pela vice-presidente da Playboy Teresa Henessy, que demonstrou nas suas declarações, a falta de nível dos portugueses que nem mandaram para pré-aprovação esta edição. Ora se os iluminados portugueses que criaram esta bandalheira soubessem que a intenção era apenas homenagear Saramago tinham certamente mandado para a casa mãe para aprovação. Agora têm aí o resultado. Talvez isto os faça pensar.

  • Ludwig

    Ricardo,

    Acho que uma editora privada decidir o que quer publicar não é censura. É um direito…

  • A. Rodrrigues

    Mas, quem disse que o que aparece na figura é Jesus Cristo?
    Arranjem uma fotografia, real, dele para comparar a ver se tem alguma semelhança.
    E se for, realmente, Jesus Cristo ele que apareça e apresente queixa em tribunal contra a revista ou que mande um raio-que-parta a máquina que imprimiu a revista. Mais ninguém tem o direito de se sentir ofendido.
    Mas creio até que, se existisse, ele ia gostar de ver essas imagens. Afinal até já ouvi dizer que Jesus Cristo era gay. E, eu acredito.

  • Carpinteiro

    Rodrigues, o ridículo é tanto que apesar de não existir uma única fotografia nem prova do filho do mito, exigem respeito pela imagem do fulano!
    E nunca existiu que faria se algum dia tivesse nascido.
    Exigem respeito pela cruz. Se a história engendrada revelasse que tinha sido enforcado, tinhamos que ter respeito por uma corda de enforcado?

  • Rjgalves2001

    Ludi,
    a Playboy «central» decidiu encerrar uma filial que seguia uma linha editorial com que não concordava.

  • antoniofernando

    A Playboy, como se viu, pode incluiu alusões eróticas a Cristo. Só não consegue fazê-lo em relação a Maomé porque aí é preciso tê-los no sítio…

  • antoniofernando

    É tudo muito democrático. Mas eu queria ver,se a Playboy publicasse fotos eróticas com as vossas mulheres e as vossas filhas em imagens de sugestão erótica, se vocês gostariam.Podem retorquir dizendo que as vossas mulheres e as vossa filhas não são figuras religiosas. Mas o que é que isso retiraria à Playboy o ” sacrossanto direito” de ” liberdade de criação” que alguns aqui apregoam,em teses tão fundamentalistas, só porque a temática não lhes toca directamente à porta ?

  • jovem1983

    Caríssimo antoniofernando:

    Compreendo a sua indignação perante este número da revista Playboy, e está no pleno uso do seu direito, mas terá que rever que este número da revista tem como base uma obra específica de Saramago, o pretexto da sua homenagem, a natureza polémica da própria revista e o cumprimento dos objectivos da actividade legal da empresa.

    Como repara não é uma acção que visa propriamente um confronto directo com a ideia bíblica de Cristo ou com a religião católica propriamente dita, apesar de este número se inspirar na polémica do livro de Saramago, que por sua vez como bem sabe já tinha anteriormente interpretado a dita figura de forma particular, retirando-a do pedestal dos altares pós-conciliares (essa questão já tinha sido debatida largamente na sociedade, e os efeitos dessa polémica resultaram em censura assumida por parte do partido então no poder).

    O personalismo do seu exemplo não tem cabimento, na medida que se tal facto ocorresse seria da responsabilidade das partes envolvidas mediados por um contrato mútuo. Caso alguma mulher ou homem decidisse participar numa ou mais produções da revista, e dessa participação resultasse algum abuso contratual dessa exposição, o assunto seria resolvido em sede judicial por abuso de direitos individuais e violação contratual.

    Poderia perguntar-me se concordaria que alguém da minha família ou algum amigo ou amiga participassem dessa forma da revista, contudo a minha resposta não teria qualquer propriedade visto que não seria eu a participar, mas a parte que assim o decidisse fazer.

    Posso não concordar com muita coisa, mas tenho consciência que este tipo de situações ou outras acontecem frequentemente no dia a dia, e que não é o meu desagrado que mudará alguma coisa, como a actual aceitação da descrença por parte de muitos crentes que não se verifica com pena da minha liberdade individual, direito de autodeterminação e de escolha, bem como a própria liberdade de expressão individual ou colectiva.

    Isto tudo não quer dizer que as posições de homens e mulheres de religião não seja atendida, mas permite o alargamento do espectro do pensamento social, neste caso, em ambos os sentidos.

    Já escrevi noutro espaço que há quem desaprove, quem aprove e para quem isto tudo é totalmente indiferente, e de forma a garantir a possibilidade de expressão e indignação de todas as partes, o facto da inexistência de obrigação de compra ou visualização, resume as acções na possibilidade de compra ou não compra. Por exemplo, pessoalmente não comprei nem faço intenções de comprar este ou outros números.

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