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Franco entregou seis mil judeus ao regime nazi

Nunca falo da Guerra Civil de Espanha sem me horrorizar da violência que grassou dos dois lados da barricada, da cumplicidade da Igreja católica com os sediciosos e da onda de anticlericalismo que degenerou em barbaridades inimagináveis.

Depois de derrubado o Governo legal, Franco persistiu em assassinar adversários e nem o clero republicano poupou à fúria sanguinária, sem que lhe faltassem bispos, padres e cardeais a anunciarem que o infame era enviado da Providência.

Houve centenas de milhares de vítimas e raras famílias escaparam à orgia de terror que invadiu o país e ao ódio que está longe de ter desaparecido. Para reavivar feridas, muito contribuíram os dois últimos Papas, canonizando em doses industriais as vítimas de um dos lados.

Quando as vítimas do outro lado reclamaram os corpos dos familiares que perderam ou quiseram averiguar quem foram os pais que lhes assinaram antes de os entregarem para adopção a biltres fascistas, logo a perseguição se virou contra o honrado e corajoso juiz Baltasar Garzón, impedindo a justiça possível para as vítimas humilhadas.

Franco pertence à galeria dos mais frios e cruéis assassinos do século passado e a Igreja católica espanhola carrega o horror e a humilhação pela cumplicidade e entusiasmo com que colaborou. Desde os Reis Católicos que a violência não encontrava tão entusiástica cumplicidade clerical na onda de terror que dilacerou um povo.

Este artigo do Diário de Notícias levanta o véu de mais uma atrocidade escondida pela imensa teia fascista que sobreviveu à democracia – a entrega de uma lista de seis mil judeus, à Gestapo, pelo embaixador de Franco.

O carácter nazi do franquismo não é surpresa mas surpreende o facto de não ter havido um único campo onde a crueldade do regime não tenha chegado. Por isso os guardiões do nazismo espanhol estão tão preocupados com os esqueletos que esconderam.

18 thoughts on “Franco entregou seis mil judeus ao regime nazi”
  • antoniofernando

    Aqui convém lembrar e enaltecer a lição corajosa do católico Aristides de Sousa Mendes:

    http://www.youtube.com/watch?v=wp6BtDNvG6U

  • Nogod

    Ele foi uma pessoa exemplar!! Pena ke o Vaticano não seguiu o seu exemplo….

  • Nogod

    Pergunta(s) que não quere(m) calar. Por que a Igreja levou 70 anos pra beatificar os “mártires” da guerra civil espanhola ?
    Por que a Igreja ignora os padres bascos mortos pelos franquistas ??
    Por que a Igreja ignora os padres mortos pelas ditaduras latinoamericanas???

    Só por que eram “vermelhos”???

  • Carlos Esperança

    Não só aqui. Há imensos casos de católicos cuja generosidade e coragem são uma referência ética.

    O que me pergunto é se era preciso ser católico para praticar actos generosos.

  • antoniofernando

    “NÃO SÓ AQUI. HÁ IMENSOS CASOS DE CATÓLICOS CUJA GENEROSIDADE E CORAGEM SÃO UMA REFERÊNCIA ÉTICA.

    O QUE ME PERGUNTO É SE ERA PRECISO SER CATÓLICO PARA PRATICAR ACTOS GENEROSOS “

    Carlos Esperança

    A questão não é saber se era ou não ” preciso” ser-se católico ,mas se Aristides Sousa Mendes foi um não um católico consequente com os princípios éticos que Cristo apregoou e que ele não silenciou.

  • Carlos Esperança

    Desculpe, António Fernando, mas essa não é a doutrina da Igreja católica.

    Quem a define é o Papa, infalível desde Pio IX, autor do respectivo dogma. O Espírito Santo ajuda-o quando fala ex-catedra e não pode dizer asneiras. Embora diga.

  • antoniofernando

    “DESCULPE, ANTÓNIO FERNANDO, MAS ESSA NÃO É A DOUTRINA DA IGREJA CATÓLICA

    Carlos Esperança:

    Não sou católico e não sou comunista.Mas admiro Aristides Sousa Mendes.Como também o Padre António Vieira, perseguido pela Inquisição e Agostinho da Silva, excomungado pela Icar. Como admiro Maria de Lourdes Pintassilgo, Carvalho da Silva, João Paulo I, Madre Teresa de Calcutá,Oscar Romero, Leonardo Boff, Helder da Câmara e muitos mais que, como eles, se dedicaram consequentemente à causa humana. E todos eles católicos ou com ligações ao catolicismo, no caso de Carvalho da Silva, que pertenceu à JOC.. Também admiro Álvaro Cunhal,pela sua inteireza de carácter embora tivesse dúvidas que, se ele tivesse alcançado o poder, me permitisse discordar politicamente dele.E igualmente admiro Urbano Tavares Rodrigues que, aquando da Reforma Agrária,doou à mesma as suas terras alentejanas . A isto, seja nos católicos , seja nos comunistas, seja em qualquer outra ideologia, como coerência e basta. Também conheci pessoalmente um intelectual comunista, proprietário de um grande palacete senhorial, que, nos tempos quentes do verão de 1975, pediu a amigos que fossem residir para o palacete não fosse o povo carenciado de habitação ocupá-lo. A isto chamo incoerência e falta de integridade de carácter. Acho que o Carlos Esperança me entende…

  • Carlos Esperança

    Em tudo o que afirmou, estamos de acordo. Abraço.

  • Nogod

    Alguns desses católicos citados foram pisados pela igreja literalmente. Alguns foram perseguidos por ditadores sem ke a igreja protestasse

  • Luis Almeida

    Sim, mas como o comunismo tem fama de tomar o poder pela força, e não pelo pelos votos, muita gente ainda hoje está convencida que o Franco se limitou a repor pela força o stato quo. Ninguém nos media diz que quem representava o stato, quero dizer a legalidade democrática com origem nos votos, era a República, comunistas incluídos…
    Também ninguém recorda uma outra verdade histórica: que Franco ( que era, ele sim, o insurrecto e, portanto quem subverter o stato quo ) não poude contar com fascistas espanhois em número suficiente para esmagar a República. Teve de recorrer aos fascistas que estavam no poder na altura, Salazar, Mussolini e Hitler ( cuja Força Aérea bombardeou as zonas republicanas, incluindo Gernika ). Além disso, o seu exército revoltoso inicial era constituido por “moros” do contingente nativo da então colónia espanhola de Marrocos ( de Tânger, Ceuta e Melilla ). Se tivesse usado somente a “prata da casa” ( os fascistas espanhóis ), as Brigadas Internacionais não teriam sido precisas e a Espanha hoje seria uma República, como quis o seu Povo maioritariamente nas urnas !…
    Alguns amigos, quando se dicute a possibilidade de os marxistas tomarem ( ou não ) o poder pelo voto dizem-me sempre que o único exemplo disso, até agora, foi o Governo de Unidade Popular de Salvador Allende, no Chile.
    E eu respondo sempre que não. Nem foi o único, nem mesmo o primeiro. Foi o segundo, porque o primeiro foi, indubitavelmente o da Reública Espanhola !…

  • Nogod

    De novo a paranoia comunista??? Deixa de ser ridiculo!!

  • Morte_aos_bandidos

    Se foi verdade, não acredito que fossem 6000 pessoas decentes.
    Se eram 6000 comunas, 6000 ateus ou 6000 bandidos, Franco merece uma condecoração por serviço relevante à sociedade.

    Não acredito que fossem pessoas decentes e sérias que, apenas por serem de etnia judaica foram entregues. Simplesmente ridiculo.

    Se fosse eu, hoje mesmo, e tratando-se de comunas, gays, ateus ou bandidos, faria o mesmo.
    Como cidadão que vivi no tempo em causa, acho que só os bandidos têm razão para se queixar. Esses aceito que tenham razão de queixa, mas a gente honesta, seria e pacata nunca teve nada a recear.

  • jovem1983

    Caro Morte_aos_bandidos:

    1) Lá por você não acreditar não quer dizer que não tenha acontecido;

    2) Franco envergonha muitos espanhóis, os que não envergonha são aqueles que concordaram com o que ele fez ou que eram beneficiados com o regime e que perderam benefícios com a transição;

    3) Por você não acreditar que tenham sido pessoas decentes e sérias, e que não acredita que só seriam entregues pela etnia, não se transforma em verdade;

    4) Para desejar revestir a pele de Franco é loucura ou ignorância;

    5) Lá por ter vivido no tempo em que decorreram estes acontecimentos não quer dizer que tenha estado na posse dos elementos necessários para realizar um juízo informado, a prova está na sua total desvalorização pelos registos que confirmam algumas das atrocidades;

    6) Você escreve como se tivesse sido uma alma cândida toda a vida, um indivíduo iluminado por luz suprema que quando peca a simples confissão limpa a alma, e por isso tudo se esquece, como se nunca tivesse existido; o resto, imundos, sujos e quase sem alma – “convertam-se e serão salvos!” – são o traste, o lixo, a fonte da perdição da sociedade… Atitude típica de quem “aponta para o outro para verem que sou respeitável e digno de respeito, mas não olhem para mim…” Bravo, comporta-se tal e qual como a pior ideia do estereótipo do típico português.

    O tempo e a experiência deviam ter-lhe moldado o carácter de forma a perfazer uma conduta exemplar a seguir, mas aparentemente tal não aconteceu.

  • Nogod

    é mesmo, senhor Hitler Jr. ??

  • Molochbaal

    Portanto, todos os que tiverem ideias ou modos de vida diferentes do teu devem ser mortos.

    És uma granda besta.

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