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  • 18 de Junho, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • AAP

José Saramago – COMUNICADO da AAP

COMUNICADO

A Associação Ateísta Portuguesa, profundamente consternada com o falecimento de José Saramago, prémio Nobel da Literatura e ateu coerente, manifesta à família do enorme escritor o testemunho da sua solidariedade e o respeito pela sua memória.

José Saramago não foi apenas o mais destacado escritor de língua portuguesa, foi também uma figura ímpar do ateísmo que nunca vacilou na crítica ao obscurantismo e na luta contra a superstição.

As suas convicções ateístas mereceram da Associação Ateísta Portuguesa (AAP) uma proposta para o tornar membro honorário desta associação, proposta entusiasticamente votada na sua primeira Assembleia Geral, em 19 de Julho de 2008.

O País, a literatura e o ateísmo estão de luto.

Associação Ateísta Portuguesa – Odivelas, 18 de Junho de 2010

24 thoughts on “José Saramago – COMUNICADO da AAP”

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  • Ateu

    RIP, Saramago….

  • Carlos

    STTL

  • JoaoC.

    Depois de ter intoxicado a literatura portuguesa (e mundial) com o veneno e o lixo dos seus livros, o “escritor” e Nobel de conveniência José Saramago morreu hoje, aos 87 anos.

    À família, os meus pêsames. A ele, para quem o tempo acabou, que tenha, na eternidade, o que merece.

  • jovem1983

    Ficamos com a memória de uma homem convicto, coerente, com uma obra significativa que teve grande impacto no panorama cultural português, e além fronteiras.

    Certamente muitos sentirão saudades, outros nem tanto, mas a criação cultural portuguesa hoje perdeu um grande autor.

    Nas notícias e comentários que nos chegaram pela comunicação social, lamento a atitude de Marcelo Rebelo de Sousa, que no seu comentário desvalorizou o ateísmo convicto e assumido de Saramago, colocando-o próximo da esfera dos místicos.

  • Mário

    Deixe de ser bronco. Se você não apreciava o estilo dele, isso é lá consigo, mas há quem aprecie e concorde com os pontos de vista dele. Aconselho-o a deixar de ser arrogante com essa mania do “o que eu digo está 100% certo e os outros estão errados” e admita que possa eventualmente estar errado.

  • JoaoC

    Não aprecio o estilo dele, nem sequer a sua pessoa. E você, Mário, tem todo o direito de apreciar. No entanto, só constato um facto: o homem morreu e terá o que merece (tal como todos nós) na eternidade onde se encontra.

    E de facto, não me alegro ao pensar no encontro com o Altíssimo, o tal que não existia, e – no caso de não se ter arrependido no último momento – não me alegro com a sua condenação eterna (o mais provável), estando a queimar no Inferno, neste preciso momento e assim para toda a eternidade. Isto, repito, se realmente recusou a Misericórdia de Deus até ao último suspiro. Caso contrário, precisará mesmo de muitas orações pois certamente que ainda sofrerá muito no fogo purificador do Purgatório pelas baboseiras e diarreia verbal (e escrita) todas que disse contra Deus e contra a Igreja, e contra o Papa.

    Como isso só Deus sabe, digo: que tenha o que merece, mediante a sua consciência naquele momento decisivo e terrível em que foi chamado a comparecer diante do Tal que não existia, e mediante a Justiça e Misericórdia infinitas de Deus.

  • Antonio Filipe

    A sorte do JoaoC é que Deus, realmente, não existe. Se existisse, quem ia direitinho para o inferno era ele, com tanto ódio que vai naquela alminha.

  • JoaoC

    Pergunte isso ao Ser-Amargo…

    Não é ódio, é razão. A não se ter arrependido e abraçado a Fé Católica no último momento – pelo menos no coração e no desejo – está neste momento a arder e assim estará para todo o sempre. Grandes Homenagens, agora…só mesmo nas profundezas das Trevas, pelo serviço prestado ao Demónio, durante a sua peregrinação (pessimamente mal-aproveitada) na Terra.

    Mas, como disse, o Juiz dele foi Deus e só Ele sabe a que destino o determinou. A nós, só nos cabe fazer suposições racionais. E uma delas é esta: Não arrependido, e sem graça especial de Deus, por intercessão de Nossa Senhora ou de alguém na Terra… no fogo eterno a gemer e a ranger os dentes estará neste momento, infelizmente…

  • Pedro Pinto

    Os meus pêsames ao Povo Espanhol e a sua familia. Que fique pela sua terra que fica nuito bem.

  • 1atento

    Ainda que o céu existisse, vozes de burro não chegavam lá.
    A verdade é que a cultura fica mais pobre e o povo mais estúpido.
    Ao contrário do “Calhamaço dos Embustes”, que é uma mentira, ser “A Palavra de Deus” (que não existe); Os livros de Saramago são a sua verdadeira palavra.
    Saramago deixou de existir mas, a sua palavra permanece para sempre na História Universal.
    Viva José Saramago!!!

  • 1atento

    Pedro Pinto, não fale com base em boatos dos beatos.
    Veja o vídeo do link a seguir e atente no que disse Saramago, a partir do minuto 4:00.
    http://www.youtube.com/watch?v=E1gnV6-Ib1M&feat

  • Josecamoreira

    “Não aprecio o estilo dele”
    O “estilo dele” não é para qualquer um. É preciso saber ler. E saber ler, não é só juntar as letras; isso, qualquer analfabeto sabe.
    Quanto à tal “eternidade”, muito grato ficaria se conseguisse explicar de que se trata. Isto é, na hipótese, meramente académica e completamente absurda, de alguém que lá tenha estado lhe ter explicado a si. Ou de você próprio já lá ter estado, que é uma hipótese a considerar. Fora disso, não sei como conseguirá explicar…
    Meu caro: a estupidez manifesta-se de muitas maneiras; você tem um azar do caraças, toca-lhe sempre a pior.

  • JoaoC.

    Realmente por mim esta erva-daninha da literatura bem que podia ficar a estrumar terras de Espanha. Uma afronta a Portugal ter-se coberto a urna com a Bandeira Nacional!

    Ficava muito melhor o martelo e a foice comunistas ou o átomo ateu do que as Quinas em cima do cadáver. Já que não tem dignidade de ter a Cruz, instrumento de salvação, teria os instrumento de condenação e os símbolos do pior e do expoente máximo da maldade e desumanidade actual: o comunismo e ateísmo, fonte de todos os males, senão mesmo o pior das desgraças na Terra.

    De luto não estou eu. Não por traidores.

    Envio igualmente condolências a Espanha. Para os portugueses, fica a vergonha de ver um dos seus símbolos a cobrir a urna do impostor comunista e ateu e de receber as suas cinzas.

  • Josecamoreira

    JoãoC:
    Eu ia escrever que você é um pobre de espírito, mas arrependi-me a tempo: você não é pobre, é paupérrimo!
    Mas tem tanta vontade de fazer valer os seus beatos argumentos, que nem atenta nas enormidades que escreve. Veja só esta lindeza: “a Cruz, instrumento de salvação (…)” Gostei, a sério. Ora eu, e toda a gente, aliás, a pensar que o J. Cristo tinha batido a bota naquele instrumento de tortura, mas não: afinal, o gajo salvou-se.Daí o “instrumento de salvação”, provavelmente. Tem lógica.
    Como alguém disse, neste local, a sua voze não chegam ao céu. Aliás, essa coisa nem existe.

  • Pingback: Saramago – A inépcia e a controvérsia | in-utilidades

  • JoaoC.

    Sim, Jesus Cristo morreu verdadeiramente naquele instrumento de tortura. Que se transformou, pela mesma morte, por todo o sangue nela derramado, em instrumento de salvação para todos os que O aceitarem e seguirem. A Cruz é instrumento de salvação para os seguidores de Cristo, que vive e reina agora eternamente. Sem ser pela Cruz, ninguém se salva, por muitos bonzinhos e famosos que sejamos.

    Ao que parece, o Ser-Amargo agora finado, recusou todos esses méritos que Cristo sofreu também por ele. Desprezou a Cruz e os sofrimentos d'Ele e, pelo péssimo e medíocre testemunho que deu durante a vida toda, dificilmente estará salvo. Longe do mundo, que lhe presta homenagens, muito provavelmente está neste momento a arder entre os mais asquerosos demónios, por sua própria culpa, pois teve 87 anos de generosidade Divina para cumprir a vontade de Deus. Quis cumprir a sua. Terá a paga.

  • FireHead

    Agora Saramago já sabe se Deus existe ou não. Se Deus não existe então ele estava mesmo certo e ficou na mesma, a diferença é que já não vive mais. Certo é que ele já não voltará para nos dizer se Deus realmente existe ou não.

  • Luis Leal

    Aqui está o paradigma dos “vassalos de deus” o implícito desejo de uma torturas eterna. Nem eu, que sou mausinho; teria a crueldade de condenar o quer que fosse a sofrimento eterno. Voçê, meu amigo, morrerá anónimo com a esperança numa falsa eternidade. José Saramago, não se curvando perante nenhum deus, elevou-se ao Olimpo através da universalidade da sua escrita, podendo ter um vislumbre da possível eternidade. Qual o maior entre voçê e ele??? Para além do óbvio, que é ele ser um grande escritor e voçê não, como facilmente se apreende da imbecilidade do seu comentário, ele sempre manteve as costas direitas, porque não se curvou perante nenhum deus. Longa vida à sua memória. Fica aqui expresso o meu agradecimento, pelo que a sua escrita me ajudou a revelar sobre a intrínseca natureza humana.

  • jovem1983

    Caríssimo Josecamoreira e JoaoC.:

    Se por um lado os princípios teológicos/culturais impregnaram um instrumento de tortura promovendo-o a instrumento de salvação, também não deixa de ser verdade que a cruz utilizada na época para a crucificação não tinha a forma da cruz latina, mas a forma de uma cruz de Tau.

    A dita cruz não dá garantia de qualquer valor de salvação para além do simbólico, e esse apenas tem valor para quem nisso acredita.

    Caríssimo JoaoC.:

    Saramago teve o mérito de enobrecer da melhor forma a cultura mundial, criando de novo, preenchendo imaginários, inspirando aqueles que não nasceram em melhores condições de vida que podem progredir socialmente e obter melhores condições de vida, pela dignidade do trabalho e pelo engenho criativo.

    Saramago atingiu o que melhor poderia atingir pela sua liberdade de pensar, condição na possibilidade de todos os homens, mas acessível apenas aos que a querem utilizar.

  • 1atento

    imaginem que o JC em vez de morrer crucificado tinha sido enforcado.
    Agora, o símbolo do cristianismo era uma forca;
    Na torre de cada Igreja existia uma forca;
    Em cada sala de aulas existia uma forca;
    O papa usava uma corda ao pescoço com um laço e com um boneco enforcado;
    Os cardeais, os Bispos, os padres e as freiras, idem, idem;
    Em casa de cada João Católico havia uma forca, em cada divisão;
    Em muitos cruzamentos das nossas aldeias existia uma forca;
    Antes e depois de rezar os cristãos faziam o sinal da forca;
    Até muitos futebolista entravam em campo fazendo o sinal da forca; Etc., Etc., Etc.
    Áh! E, como seria o sinal da forca, ãh?!
    Pegar uma corda, atar um nó no pescoço e voltar a desatar?
    Pensem nisso caros católicos!…

  • JoaoC.

    Não foi numa forca mas numa cruz, que de instrumento de tortura passou a instrumento de libertação e salvação. Numa forca, Jesus teria redimido a espécie humana tal como fez na Cruz, pois os méritos que Ele ganhou para nós foram devidos ao seu sofrimento e sangue derramado e não ao instrumento em si.

    No entanto, isso nunca poderia acontecer, nem por hipótese, porque a morte de Cruz era a mais vergonhosa e penosa que alguém poderia sofrer. E convinha que Cristo sofresse essa morte para expiar todos os pecados de cada homem de todos os tempos.

    A Cruz é sagrada porque foi nela que se realizou e manifestou a plenitude do amor de Deus por nós: sujeitou-se a sofrer como homem e morrer para a nossa salvação eterna. Pena que muitos rejeitem e desprezem o sacrifício supremo de Jesus na Cruz (tal qual como acontece e se renova nos altares do mundo diariamente), em seu favor. Chamam-se mal-agradecidos…

    Graças a vocês (e não é nenhuma ironia), cada vez mais as palavras de São Paulo fazem mais sentido:

    “Pois a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem. Mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus (…) Os judeus pedem sinais e os gregos procuram a sabedoria; nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos” (ICor 1,18.22-23).

  • Ruiresende1971

    Caros, este João vomita odio, a quem não pensa de igual modo a ele.
    que bom era, ainda se tar nos gloriosos anos da santa inquisição.
    arder no inferno devia ser para o clero pedófilo.
    gostava de saber como se vive na eternidade?
    Saramago, quer se queira ou não e um enorme vulto da nossa cultura.
    Hastia siempre.

  • Luis Leal (leal maria)

    do chão se levanta a palavra; numa elegia ao corpo que à terra desce (pela memória de José Saramago)

    imune à passagem do tempo,
    não ficará sequer o nome que te chamam.
    inevitavelmente, sobrevirá , implacável, o esquecimento;
    àqueles, que comovidos, invocando-o, te aclamam.

    aquele intermitente esquecimento de quem tem de viver o dia a dia,
    sem o permanente pensar
    nos que soçobraram perante a inevitável regra da natureza.
    relembrar-te-ão, talvez, ao ler uma prosa tua ; uma poesia;…
    mas ao mais das horas
    tributar-lhes-ão os mesmos anseios; tão cheios de incerteza.

    mas que isso te serviu de consolo; sei-o eu.
    ao antever o fim do teu caminho, reconfortou-te essa ideia de perenidade:
    por muito que seja o que a vaidade nos prometeu,
    reconforta no fim,
    saber-nos um alicerce entre tantos que vão fundeando a ideia da ideal cidade.

    fica feito o percurso que fizeste .
    e se mais não foi possível, podes sempre alegar a falta de oportunidade.
    mas para que conste e o saibam, quiseste,
    oooh se quiseste, chegar ao exacto ponto onde começa a eternidade.

    somos assim, nós, os ateus:
    intrinsecamente religiosos.
    sabemos não ser definitivo o adeus,
    quando ao pó retornarem os nossos ossos.

    impelido pelo desassossego que te consumia,
    tentaste aprisionar nas palavras o caos que sabias reinar.
    levantaste-te do chão em cada novo nascer do dia,
    e para divinizares a humanidade, à noite, era sobre o lodo original que te ias deitar.

    a mortalha da genial metáfora resgatar-te-á,
    aos olhares dos que tentarem vislumbrar-te na podridão.
    e o dogma cairá,
    se por ela se guiar o Homem que, cego, tacteia a escuridão.

    essencial substância do aleatório arquitecto do universo,
    fizeste mais que a tua parte.
    na tentativa de dar forma a uma alma pela prosa e pelo verso,
    deste ao nosso embrutecimento as ambíguas subtilezas de uma refinada arte.

    leal maria

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