Sempre eram melhores conselhos do que os valores ateístas de hoje:
– Quando o marido regressar a casa recebe-o caída de bêbada e com um ar rançoso de tabaco esturro.
– Ao lado do marido serás notada pelos vasto conjunto de clientes que contigo fornicam no dia-a-dia, quer em casa, no teu emprego ou em sessões ao domicílio, enquanto o teu marido trabalha.
– Não te preocupes em saber, sequer, fazer um café ou limpar a casa. Preocupa-te em cultivar uma boa imagem, de preferência semi-despida, pois subirás no emprego. Com o que ganhas poderás pagar a quem limpe a casa e cozinhe. Em caso de emergência há a telepiza e a “ 4 salti”
– Não tenhas o mínimo de respeito pelos filhos. São um estorvo para tua carreira. Se engravidares, pra não comprometeres o tua carreira ou as tuas noites de folguedo e bebedeira, abortas – livras-te deles, que não passam de simples fetos esquartejados e jogados no caixote do lixo.
– Se já tens filhos, não percas tempo com eles. Depois de os parir coloca-os num berçário, depois num infantário, depois num jardim de infância e depois da escola. Há hora que ao tua carreira profissional te libertar vai buscá-los como se faz com ao animais de estimação.
– A família é uma estupidez. Em vez de uma família que a tradição judaico cristã te impinge, podes sempre formar família com um cão de estimação. Esse é acompanha-te em tudo: da cama ao passeio no campo. …
Nota-se que, afinal, neste te ano do Centenário, o Sr. Esperança sempre resolveu homenagear uma figura de peso da Republica. Uma figura central do regime que o Sr. Esperança tanto exalta, e que foi Presidente do Conselho, Ministro de varias pastas… até presidente da República – António de Oliveira Salazar. Parabéns sr. Esperança. Estava a esquecer-se deste ilustre republicano.
Mesmo tendo vivido este tempo – o tempo, como o Carlos muito bem diz, do nacional-catolicismo salazarista, a primeira sensação que tive ao ler os 2 posts foi “esta coisa foi noutro mundo”. Infelizmente não foi: foi neste país à beira mar plantado e… foi um tempo que durou, neste invólucro beato-machista-salazarista e com este voyeurisme de vão de escada, quase 50 anos. Nem que fosse só por ter acabado de vez com este tipo de paleio e com esta servidão o 25 de Abril valeu a pena. Viva o 25 de Abril.
Os meus valores enquanto ateu são os seguintes (e certamente são partilhados por tantos outros ateus no mundo):
– Educação; – Liberdade de expressão; – Igualdade; – Democracia; – Liberdade; – Responsabilidade; – Justiça; – Busca pela felicidade; – Unidade na diferença.
Portanto se quiser inventar motes similares aos exemplificados nestes posts, terá certamente de ter a capacidade de analisar correctamente as ideias que propõe, o que exige esforço e juízo crítico, bem como manter uma honestidade exemplar no reconhecimento que não é preciso ser ateu para desejar os mesmos valores, bem como não é preciso uma religião para ambicionar esses mesmos valores.
Os valores que enumera não podem ser partilhados por mim e pelos ateístas, porque a visão ateísta é muito diferente da minha. Vejamos o que os ateístas entende por cada uma destas palavras:
– Educação – nos ateus não começo nenhuma. Veja a polidez com que aqui se expressam, como mentem, como maltratam os crentes, como acusam de forma caluniosa as pessoas, com provocam, com (apenas e exclusivamente) escrevem algo se for para insultar os crentes, as crenças ou elementos de culto … se isso é educação!… A educação, para mim, pressupõe e respeito pelos demais e pela sua foram de ser, sentir e agir – coisa que ao ateístas nem de longe sabem o que seja.
– Liberdade de expressão – Os ateístas confundem liberdade de expressão com “libertinagem de expressão”, achando, inclusive, que têm o direito de ofender seja quem for com as suas “formas de expressão”
– Igualdade – é palavra que os ateístas não conhecem. A igualdade pressupões que o que é igual seja tratado de forma igual e o que é diferente é tratado de forma diferente (prática que os ateístas abominam).
– Democracia – em democracia quem manda é a maioria. Os ateístas defendem a ditaduras das minorais insignificantes (defendendo que as maioria se adapte às taras das minorias), alegando pra tal uma chiclete chamada “discriminação”. A própria noção de “individualismo” e “actuação personalizada” é contrária à democracia, que assenta numa visão colectiva e abstracta.
– Liberdade – os ateístas confundem-na com libertinagem. A liberdade exige que os comportamentos seja balizados dentro da cultura em que ocorrem. Os ateístas são contracultura. O seu egocentrismo individualista impede a fruição da liberdade, já que não aceita a “censura” dos valores padrão.
– Responsabilidade; – zero para os ateístas. Defender que uma mulher possa matar o seu filho porque foi irresponsável nos seus comportamentos, levando alguém a pagar com a vida a irresponsabilidade de alguém é uma bandeira dos ateus.
– Justiça – a justiça e a legalidade são coisas muito diferente, por vezes antagónicas. Os ateístas refugiam-se na interpretação (quase sempre abusivamente extremista) da lei para invocar a sua justiça. Tal comportamento torna-os cruelmente iníquos e injustos.
– Busca pela felicidade – ninguém busca mais a felicidade do que um crente. Os crentes de verdade estão muito mais perto da felicidade do que os ateístas. Porem, os crentes sabem que a felicidade é inatingível, mas vêem-na como um ideal. Os ateistas estabelecem (formalmente) o que é a felicidade e querem-na plasmada na lei. Os crentes não só buscam a felicidade, como tudo fazem pra partilhar e “doar” experiências de felicidade. Os ateístas não podem porque são individualistas e egocentristas.
– Unidade na diferença – Não há duas pessoas iguais, duas culturas iguais… nada é igual. Os ateístas impõem pela lei que as coisas diferentes passem ser iguais (ou finja-se que são e sejam tratadas como iguais). A tolerância é a forma dos crentes resolver o esse assunto.
Diz você que “que não é preciso ser ateu para desejar os mesmos valores”. Concordo. Na verdade até podem ”desejar” tais valores. Mas, com o comportamento que os ateus têm, estão a anos-luz de o conseguir ou de o cultivar os seus actos.
Se o seu comentarios era relativo a valores da república segundo Salazar… também está enganado, ou está a deixar-se levar pelos aldrabões do costume.
O que distingui foram precisamente os valores com os quais me identifico e norteio a minha vida, e sei que são partilhados por diversos ateus meus conhecidos como também por pessoas com crenças, daí a interpretação que antecedeu e procedeu a listagem dos mesmos no comentário anterior.
O que apresentou no seu comentário, que agora comento, é a sua interpretação dos valores que apresentei, associados aos descrentes de forma generalizada e indiscriminada. Distancio-me totalmente dessa interpretação, e substituo a ideia de desejo pela ideia de conduta, finalizando este comentário com essa correcção:
– Educação; – Liberdade de expressão; – Igualdade; – Democracia; – Liberdade; – Responsabilidade; – Justiça; – Busca pela felicidade; – Unidade na diferença.
Não é preciso ser ateu para seguir os mesmos valores, bem como não é preciso uma religião para orientar esses mesmos valores.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.
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9 thoughts on “O nacional-catolicismo salazarista (2)”