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  • 2 de Junho, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

Factos & documentos

Quanta mistificação à volta do pensamento religioso de Einstein…

«… I read a great deal in the last days of your book, and thank you very much for sending it to me. What especially struck me about it was this. With regard to the factual attitude to life and to the human community we have a great deal in common.

… The word God is for me nothing more than the expression and product of human weaknesses, the Bible a collection of honorable, but still primitive legends which are nevertheless pretty childish. No interpretation no matter how subtle can (for me) change this. These subtilised interpretations are highly manifold according to their nature and have almost nothing to do with the original text. For me the Jewish religion like all other religions is an incarnation of the most childish superstitions. And the Jewish people to whom I gladly belong and with whose mentality I have a deep affinity have no different quality for me than all other people. As far as my experience goes, they are also no better than other human groups, although they are protected from the worst cancers by a lack of power. Otherwise I cannot see anything ‘chosen’ about them.

In general I find it painful that you claim a privileged position and try to defend it by two walls of pride, an external one as a man and an internal one as a Jew. As a man you claim, so to speak, a dispensation from causality otherwise accepted, as a Jew the privilege of monotheism. But a limited causality is no longer a causality at all, as our wonderful Spinoza recognized with all incision, probably as the first one. And the animistic interpretations of the religions of nature are in principle not annulled by monopolization. With such walls we can only attain a certain self-deception, but our moral efforts are not furthered by them. On the contrary.

Now that I have quite openly stated our differences in intellectual convictions it is still clear to me that we are quite close to each other in essential things, ie in our evaluations of human behaviour. What separates us are only intellectual ‘props’ and ‘rationalization’ in Freud’s language. Therefore I think that we would understand each other quite well if we talked about concrete things. With friendly thanks and best wishes

Yours, A. Einstein»

Nota: Não é hábito o Diário Ateísta recorrer a línguas estrangeiras mas aí fica, para que conste, o pensamento de Einstein frequentemente acusado de crente.

5 thoughts on “Factos & documentos”

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  • antoniofernando

    Quanto a factos não há argumentos que neguem os factos:

    “Deus é a lei e o legislador do Universo”

    “A ciência sem a religião é paralítica – a religião sem a ciência é cega”

    “A luz é a sombra de Deus…”

    Jammer cita outra frase importante de Einstein, numa entrevista concedida ao escritor James Murphy e ao matemático John William Navin Sullivan (1886-1937), em 1930.

    “Todas as especulações mais refinadas no campo da ciência”, disse Einstein, “provêm de um profundo sentimento religioso; sem esse sentimento, elas seriam infrutíferas”.

    “Não sou ateu, e não creio que possa me chamar panteísta. Estamos na situação de uma criancinha que entra em uma imensa biblioteca, repleta de livros em muitas línguas. A criança sabe que alguém deve ter escrito aqueles livros, mas não sabe como. Não compreende as línguas em que foram escritos. Tem uma pálida suspeita de que a disposição dos livros obedece a uma ordem misteriosa, mas não sabe qual ela é. Essa, ao que me parece, é a atitude até mesmo do mais inteligente dos seres humanos diante de Deus. Vemos o Universo, maravilhosamente disposto e obedecendo a certas leis, mas temos apenas uma pálida compreensão delas. Nossa mente limitada capta a força misteriosa que move as constelações. Sou fascinado pelo panteísmo de Espinosa, mas admiro ainda mais sua contribuição para o pensamento moderno, por ele ter sido o primeiro filósofo a lidar com a alma e o corpo como uma coisa só, e não como duas coisas separadas”.

    O rabino Herbert S. Goldstein, da Sinagoga Institucional de Nova York, reagiu enviando um telegrama a Einstein pedindo que ele respondesse à simples pergunta: “O senhor acredita em Deus?” A resposta foi: “Acredito no Deus de Espinosa, que se revela na harmonia ordeira daquilo que existe, e não num Deus que se interesse pelo destino e pelos actos dos seres humanos”.

    Max Jammer alerta para o fato de que Einstein sempre estabeleceu uma distinção nítida entre sua descrença num Deus pessoal, de um lado, e o ateísmo, de outro. Num texto em que comentava um livro que negava a existência de Deus, Einstein disse: “Nós, seguidores de Espinosa, vemos nosso Deus na maravilhosa ordem e submissão às leis de tudo o que existe, e também na alma disso, tal como se revela nos seres humanos e nos animais. Saber se a crença em um Deus pessoal deve ser contestada é outra questão. “Freud endossou essa visão em seu livro mais recente. Pessoalmente, eu nunca empreenderia tal tarefa, pois essa crença me parece preferível à falta de qualquer visão transcendental da vida. Pergunto-me se algum dia se poderá entregar à maioria da humanidade, com sucesso, um meio mais sublime de satisfazer suas necessidades metafísicas”.

    Foi a experiência do mistério – ainda que mesclada com a do medo – que gerou a religião. Saber da existência de algo em que não podemos penetra, perceber uma razão mais profunda e a mais radiante beleza, que só nos são acessíveis à mente em suas formas mais primitivas, esse saber e essa emoção constituem a verdadeira religiosidade; nesse sentido, e apenas nele, sou um homem profundamente religioso.

    “Os génios religiosos de todas as épocas distinguiram-se por esse tipo de sentimento religioso, que não conhece nenhum dogma e nenhum Deus concebido à imagem do homem; não pode haver uma Igreja cujos ensinamentos centrais se baseiem nele. Assim, é entre os hereges de todas as eras que vamos encontrar homens que estiveram repletos desse tipo mais elevado de sentimento religioso, e que, em muito casos, forma encarados por seus contemporâneos ora como ateus, ora como santos. Vistos por esse prisma, homens como Demócrito, Francisco de Assis e Espinosa assemelham-se muito”.

    ( Albert Einstein)

  • ricardodabo

    Mas o Einstein também, hein! Pra quê ficar dando declarações contraditórias ou falar de Deus como uma metáfora? Olha a confusão que isso virou: grupos rivais explorando seu pensamento para sustentar crenças opostas. É um horror… Ser claro acerca de suas idéias devia ser um dever de todos.

  • antoniofernando

    Exactamente Ricardo. Ser claro sobre Einstein é aferir onde verdadeiramente está a mistificação. Quanto ao que é ou não claro, depende sempre do ponto de vista de interpretação.A questão controvertida não reside, a meu ver,em qualquer lógica de “grupos rivais”.Mas em situar com clareza e sem sofismas, neste debate ideológico,o pensamento teísta de Einstein,ainda que arredio de uma concepção pessoal,interventora ou antropomorfizada de Deus. Mais algumas frases de Einstein para permitir a todos o dever da necessária clarificação:

    “Deus não joga aos dados …”

    “Eu quero saber como Deus criou este mundo. Não estou interessado neste ou naquele fenómeno, no espectro deste ou daquele elemento. Eu quero conhecer os pensamentos Dele, o resto são detalhes”

    “Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos”

    “Existem apenas duas maneiras de ver a vida; Uma é pensar que não existem milagres e a outra é que tudo é um milagre”

    “A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia “

    “A religião cósmica é o meio mais poderoso de pesquisa científica”

    ( Albert Einstein )

  • AST

    Resultado:

    AntónioFernando (crentes) – 4
    Carlos Esperança (Ateus) – 1

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