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Despedida…

Por

José Moreira

Cavaco Silva despediu-se de Joseph Ratzinger. E logo esse facto me causou uma certa perplexidade; é que fiquei sem saber se o presidente da República se despediu do chefe do estado do Vaticano, ou se o católico Cavaco Silva se despediu do seu líder religioso.

Cavaco Silva disse, numa entrevista, que ia acompanhar um chefe de estado e, portanto, iria para onde ele, o tal chefe de estado, fosse. Isto porque o jornalista, capciosamente, deu a entender, na pergunta, que o laicismo de estado estava a ser violado. O que é mentira, como Cavaco demonstrou. Ficámos, pois, a saber que:

  1. Um chefe de estado pode rezar missas. As que quiser, e onde quiser.
  2. Um chefe de estado pode distribuir o corpo de Jesus Cristo às rodelas.
  3. Um chefe de estado pode estar dispensado de passar revista às tropas em parada, contrariamente ao que é habitual.
  4. Um chefe de estado pode substituir as tais “conversações” por homilias.

Fiquei informado. Mas não era aí que eu queria chegar. Na despedida, no aeroporto de Pedras Rubras, a que alguns chamam de Sá Carneiro, vá lá saber-se porquê, o chefe do Estado português pediu ao seu homólogo, chefe do Estado do Vaticano, que rezasse por Portugal. Fiquei ainda mais informado: o problema de Portugal resolve-se com rezas. E pergunto: não se poderia rezar umas avé-marias, em vez de se mandar aqueles milhões todos para a Grécia? E uns padre-nossos bem aviados não chegariam para as empresas de rating nos colocarem num AAA? Quem pergunta quer saber, né?

Entretanto, anuncia-se a visita de Lula da Silva a Portugal. Talvez não fosse má ideia Cavaco Silva pedir-lhe, a esta e a outros chefes de estado que nos visitem, para rezarem por Portugal. Quantos mais, melhor.

Desde logo, não está minimamente provado que as rezas resolvam algum problema. Alguém, não recordo quem, disse que resultava mais duas mãos a trabalhar do que cem a rezar. Mas vamos fazer de conta que sim. Vamos fazer de conta que umas rezas resolviam o défice de Portugal, e que o Sócrates rasgava o PEC. Tem de ser o Papa a rezar? Cavaco Silva certamente que reza. As rezas de Ratzinger valem mais que as de Cavaco? Não me parece…

Aqui ao lado, estão a bichanar-me que sim. Que é como as cunhas: vale mais uma cunha de um secretário de estado que a de um porteiro. Não sei porquê, mas tenho as minhas dúvidas…

De qualquer modo, estamos safos. Se o Papa começar já a rezar, pode ser que Bruxelas deite fora o PEC, por inútil. Se assim for, pode ser que a lei do casamento homossexual seja vetada.

Deus é grande…

37 thoughts on “Despedida…”

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  • antoniofernando

    Acho que esta questão já está esgotada, muito sinceramente.Já foram invocados todos os argumentos e contra-argumentos. Agora é chover no molhado…

  • apressler

    És um arauto do ateismo, contudo, quando as tuas limitações humanas se maifestarem quero ver se não começas logo a apelar à transcendência… deve ser deprimente acreditar que qdo um dia fechares os olhos tudo se acabará. E esse momento está ao virar da esquina, humanozeco… 🙂

  • JoseMoreira

    Caro Apressler,
    caso ainda não te tenhas apercebido, as limitações humanas manifestam-se todos os dias, e a todos os momentos. E de duas, uma: ou as contornamos, ou as evitamos. Não está provado que o transcendente resolva essas limitações – embora aceite haver quem ache que sim. É um direito, igual ao meu, de achar que não.
    Não, meu caro, saber que um dia fecho os olhos e se acaba tudo, não é nada deprimente. Embora compreenda que a existência de “outra vida” possa servir de consolo para quem acha “deprimente” o fim de tudo. Por essa razão, e porque sei que não há outra, tento tirar desta tudo o que seja bom, e faço o possível por ser feliz. Vivo o mais intensamente que posso. Mas, já agora, deixa-me pôr o problema ao contrário: imagina que não há nada, do “outro lado”, e que ficas assim como quem adormece e nunca mais acorda, nem para fazer chi-chi. Já viste bem qual vai ser a tua frustração? Do tipo “porra, de que me valeu levar aquela vida de santo? As horas que eu perdi, de joelhos, a rezar e a ouvir o padre, para quê? Mais me valera ter desbundado…” Mas, claro, esta minha posição não é definitiva. Como me considero um bocadinho inteligente, estou disposto a mudar de posição… quando alguém me conseguir demonstrar, inequivocamente, que há outra vida para além desta.
    Fico à espera.

  • antoniofernando

    José Moreira:

    Gostei da sua resposta.Cada um sente a vida à sua maneira. E, nós crentes, também não temos, nem o direito de pretendermos absolutizar a crença em Deus nem de fazermos processos de intenções sobre as razões que levam os outros a descrer.Por mim falo. Acredito em Deus sinceramente. Mas nem penso que os crentes tenham qualquer superioridade ética sobre os ateus, como até acho que os ateus de bom carácter e de rectas intenções têm, sobre os crentes muito preocupados com as suas salvações, a superioridade axiológica de praticarem o Bem porque as suas consciências assim determinam, sem andarem à procura de recompensas celestiais.O meu maior amigo, ateu, anda-me sempre a interpelar para lhe provar que Deus existe. Eu digo-lhe que considero essa pretensão absurda e indemonstrável. Que Deus adveio, para mim, por via do que se costuma designar sentimento religioso.Mais recentemente, andamos os dois a debater a questão do Sudário de Turim. Ele sustentava a tese de que fora feito por Da Vinci. Eu apresentei-lhe contra-argumentos que considero muito pertinentes sobre a alta probabilidade de ser a mortalha de Cristo. Ele estudou-os e, como é um homem intelectualmente sério, disse-me que eram irrebatíveis, mas que, mesmo assim, não queria acreditar que não tivesse sido Da Vinci a produzi-lo.Mais recentemente, consegui apurar que o itinerário de Turim é conhecido no Ocidente desde 1353, altura em que caiu nas mãos de Godofredo de Charney, em França. E, a partir de então, a sua permanência, até à actualidade, está historicamente documentada como tratando-se da mesma peça de linha. Da Vinci, esse, nasceu em 1452.O meu estimado amigo ateu anda silencioso. Não quer acreditar, prontos.A adesão ao Divino terá que ser absolutamente individual ou não será. Mas há múltiplas concepções de Deus. E eu também sou ateu em relação a múltiplas delas, incluindo à visão, também castigadora, do Deus dos católicos. Prefiro uma definição simples: Deus é Amor e não discrimina uns com bênçãos e outros com a sua ausência. Uns com milagres e outros sem eles. O resto que me falta ainda aprender sobre Deus não é a olhar para os livros que O vou captar. Ou O sentirei através do coração ou nunca mais O entenderei em plenitude…

  • jovem1983

    Caríssimo antoniofernando:

    O que vou escrever não prova que terá sido Leonardo Da Vinci o autor do Sudário, contudo, em relação à datação realizada ao Linho e o período de vida e labor de Da Vinci, não há impedimento que este, ou outro artista dele contemporâneo, pudesse ter produzido a imagem no Sudário.
    O pano de linho pode bem ser produzido anteriormente e a reprodução ter sido efectuada anos, décadas ou séculos depois. Existem vários exemplos de reaproveitamentos de suportes anteriores para a produção de outras obras artísticas mais recentes, o que poderá ter acontecido neste caso.

    Demonstro-lhe um exemplo disto, que conheço particularmente, de um reaproveitamento de pintura sobre madeira. No Coro Alto do Convento de Jesus de Setúbal existem pinturas sobre as madeiras das portadas que representam imagens de vários santos, pelo estilo e pela documentação existente, estão datados na primeira década do Século XVII, todavia conhecemos que por baixo destas pinturas maneiristas estão pinturas anteriores do Século XVI. Verificamos isso nos destacamentos nas camadas cromáticas cimeiras, que nos revelam elementos das pinturas anteriores, na transparência que essas camadas adquiriram ao longo do tempo, que nos revelam outras figuras anteriores, bem como na própria documentação. Segundo relatos de uma freira que viveu no convento nessa época, temos a indicação que no ano de 1611 “mandaram fazer de novo” as pinturas das portadas. Aqui o mandar fazer de novo, como em vários outros exemplos conhecidos, trata-se de reaproveitar o suporte existente para pinturas novas segundo novos gostos de estilo.

    No caso do Sudário, e nessa teoria de produção de Leonardo, apontam que existia uma pintura anterior cujo testemunho do clero de Charney se notava claramente que era pintura, isto em referência documental ao Sudário de Turim. Progressivamente foi sendo abandonado esse testemunho, até ao registo de outras notícias de exposição do Sudário, estas já no tempo de Da Vinci.

    Se me perguntar se concordo com esta teoria a única coisa que posso dizer é que se trata de uma hipótese que em muitos aspectos é plausível, nomeadamente no que toca à reutilização do material, sendo esta uma prática comum no universo das produções artísticas.

  • antoniofernando

    Jovem 1983:

    É sempre um prazer debater consigo e é natural que cada um de nós tenha sobre os eventos da vida as suas próprias interpretações. Estou firmemente convencido que o Sudário de Turim é a mortalha de Cristo, depois de uma longa recolha de elementos e de uma reflexão demorada.Não acredito que Maria de Nazaré tenha aparecido em Fátima. E tento sempre separar o trigo do joio. Não aderiria à tese da veracidade do Santo Sudário se, racionalmente, as provas científicas não fossem avassaladoras. E se o teste do carbono 14 não pudesse ser posto em causa, como já foi. Não só por causa da influência deturpadora do material bio-plástico. Há todo um conjunto de provas que mostram que o Sudário não poderia ter sido produzido na Idade Média, nos termos que foram sustentados.Em todo o caso, tenho sempre presente as palavras avisadas de Descartes:” não se deve aceitar qualquer ideia que nos vem dos livros, da tradição, da autoridade da igreja, nenhuma deve ser aceite, a não ser que resista a um exame rigoroso” . Há, no entanto,uma altura em que temos que optar e o meu julgamento sincero sobre o Sudário de Turim é que as provas sobre a sua veracidade, como sendo a mortalha de Cristo, são logicamente insuperáveis.Mais recentemente, li um livro que consolida a minha convicção: ” O Santo Sudário- Estudos Sobre um Crucificado”, de Bruno Barberis e Massimo Boccaletti.Julgo tratar-se de uma obra intelectualmente séria, da qual podemos obviamente concordar ou discordar. Mas que termina conclusivamente nos seguintes termos: ” a matemática diz que em duzentos biliões de outros crucificados pode ter havido um só que tenha possuído estas sete características da crucificação de Cristo. Se na História tivesse havido ( mas certamente isso não aconteceu) duzentos biliões de crucificados, o valor máximo da probabilidade estaria muito próximo do zero. O cálculo das probabilidades diz que é uma hipótese mais que fundada que o Homem do Sudário e Cristo sejam a mesma pessoa”…

  • jovem1983

    Caríssimo antoniofernando:

    Com gosto retribuo o elogio. Quando escrevi o comentário não pretendi asseverar a veracidade da tese que cerca a figura de Da Vinci ou outro artista, simplesmente pretendi demonstrar, em termos comparativos, uma prática frequente na época, o reaproveitamento de suportes, que suporta em teoria a hipótese lançada. Este facto conhecido apenas confere propriedade à formulação da hipótese, contudo, como qualquer hipótese é preciso ultrapassar o fundamento teórico e demonstrar as evidências que sustentam a hipótese enunciada.

    Pudemos considerar a hipótese que aquele pano de linho poderia ser sido reutilizado, e aqui temos referências documentais que o suportam, como alguns testemunhos do clero francês e as primeiras referências nessa altura ao Sudário que conhecemos, mas até ao momento não há provas documentais que confirmem a tese. Mesmo se alguma vez for redescoberto o famoso diário de Da Vinci perdido, que foi adquirido pela família que teve a propriedade do sudário durante séculos, nada garante que aí esteja a prova da hipótese lançada.

    Qualquer interpretação é válida como bem disse, o que nos compete é aguardar e reter a informação de quem investiga estes temas, os seus exames e os fundamentos rigorosos daí resultantes.

  • mariamelo

    O papa, apesar de respeitado pelo protocolo político, parece que resolveu criticar a constituição do outro Estado que o recebeu, talvez tenha confundido laicidade com comunismo. Mas, não , deve ter-se enganado, a constituição não é obstáculo à religião nem obstáculos a niguém, pelo contrário, talvez por isso Rosseau não tenha sido bem aceite, nem os direitos humanos ?
    E não, não é “a ditadura do relativismo”, é o verdadeiro respeito pelo outro que em primeiro lugar tem de ter valores plurais.

    Quanto a isso, talvez os filósofos estejam mais à frente na compreensão das questões que a educação, apesar de tudo não basta aos clérigos . Talvez por isso precisemos mesmo de quem saiba pensar e não apenas de quem saiba rezar a missa em latim.

  • antoniofernando

    Caro Jovem 1983:

    Irei terminar esta minha intervenção sobre a matéria do Sudário de Turim, reafirmando a minha convicção de que se trata efectivamente da mortalha de Cristo. Já li todas as teses, favoráveis e desfavoráveis á tese da veracidade do Santo Sudário. Sugiro-lhe que leia a mais recente obra sobre o Sudário de Turim, que citei no meu anterior comentário, corroborando a constatação de que a imagem do Crucificado não foi pintada. E adianta mais um elemento de asserção lógica que reforça ainda mais a tese que acolho:a antigravidade dos derrames do sangue no antebraço direito, provando que o Homem estava em posição vertical e com os braços levantados para o alto.Os autores desse livro afirmam ainda o seguinte, que me parece sumamente relevante:
    ” Quaisquer que sejam os resultados da datação não podem, todavia,deixar de ser confrontados com os das pesquisas interdisciplinares feitas até hoje, das quais emerge concordante a definição do Sudário enquanto ” objecto não reproduzível” com características físico-químicas únicas. Para fazer coexistir estes resultados com a datação medieval ( tendo em conta que então a crucificação estava em desuso havia séculos), a imagem teria sido criada por um falsário medieval que, inspirando-se nos evangelhos, teria torturado e crucificado um contemporâneo seu com métodos e características estranhas à cultura do seu tempo ( por exemplo, colocando os cravos nos pulsos, em vez de nas palmas nas mãos, como indicavam todas as pinturas), com a precisa finalidade de obter uma falsa mortalha de Jesus. Quem foi essa pessoa que conseguiu criar de modo único e perfeito uma imagem que os estudiosos do século XX, mal grado todos os seus conhecimentos e ” poderosos meios” nunca conseguiram reproduzir ? ” A não realização pictórica da imagem do Sudário, a identificação do sangue do Crucificado como o raro AB, a antigravidade do sangue no antebraço direito, mostram que tal imagem só poderia ter sido obtido, se falsificação tivesse ocorrido, pela crucificação de um ser humano. Tudo isto a somar aos restantes argumentos, que já expendi ( nomeadamente a tridimensionalidade da imagem, a natureza e a origem territorial dos pólenes encontrados no pano de linho) mostram de forma segura que o Sudário de Turim não pode ter sido criado na Idade Média, tudo apontando,de forma assertivamente consistente, no sentido de que se trata efectivamente da mortalha de Cristo…

  • jovem1983

    Caríssimo antoniofernando:

    Essa é a sua interpretação dos resultados que seguem a favor da autenticidade do Sudário, e tem todo o direito de a formar como entender, contudo reconhecerá que existem as interpretações e propostas totalmente divergentes, que não me escuso apresentar porque perante os resultados, o cumprimento do método cientifico e as hipóteses que ainda não encontraram prova que permitam recuar o Sudário até ao Século I, são dignas de ser mencionadas e ponderadas, com justa oposição ao seu comentário:

    Como por exemplo o trabalho reconhecido de Walter Cox McCrone, que concluiu que se tratava de uma produção pictórica pelas várias amostras que recolheu do Sudário, onde encontrou pigmentos, revogando a tese da existência de sangue na constituição da figura, tanto em áreas relativas à silhueta da figura como das próprias feridas. As suas análises a partir da constatação básica da observação das propriedades do sangue é pertinente, pois este escurece progressivamente e isso não se verifica no Sudário. Estas conclusões, que se tratava de uma pintura, juntamente com a apreciação de Historiadores de Arte, que pelo estilo concluíram que se tratava de uma reprodução do Século XVI, antecederam os testes de radiocarbono, que vieram a fundamentar as hipóteses anteriores.
    As criticas mais consistentes aos testes de radiocarbono não assentam na possibilidade de erro nos mesmos mas sim nas áreas em que foram recolhidas as amostras. Novos testes ao Sudário, a partir de outras áreas que tenham um largo espectro de aceitação de todos os proponentes da reanálise, resolverão esta questão se forem conformes com os dados anteriormente obtidos. Caso sejam diferentes as questões serão levantadas consoante a apreciação de todo o processo em comparação com os dados anteriores. As referências à existência de sangue do tipo AB não se encontram fundamentadas ao nível da recolha do material, isto é se foram recolhidas à superfície do suporte ou entre a trama. Qualquer vestígio de sangue existente na superfície pode resultar de contaminação externa, bem como qualquer vestígio retirado de uma amostra válida das fibras não permitem considerar uma relação com a figura de Cristo, pois não permitem a sua datação, o que mantêm essa questão no campo das hipóteses e não das provas.

    Uma das hipóteses de quem defende a reprodução feita por Da Vinci têm em conta o seu conhecimento anatómico, que obteve pela dissecação de cadáveres, aspecto que está largamente provado em termos de acesso e nas suas pesquisas. Se a reprodução do corpo da figura assenta num conhecimento preciso da anatomia, e de resistência do corpo humano, Da Vinci torna-se o artista candidato mais bem posicionado para a proposta de quem a defende. Pessoalmente não posso validar esta proposta porque é uma hipótese fundamentada em teoria, sem qualquer vestígio material que a prove até à data.
    Outro aspecto, não nos esqueçamos que há criticas anatómicas perante as proporções da figura comparando as medidas da frente e costas, bem como a dimensão da cabeça em relação ao corpo. As razões para estas disparidades são diferentes consoante o suposto modelo de reprodução: a Câmara Escura; o Baixo Relevo e a pintura manual e respectiva transposição de suportes através do contacto entre os mesmos; reproduções que têm sido realizadas com resultados satisfatórios em alguns aspectos similares.

    A própria existência de partículas de pólen não provam qualquer datação, somente a possibilidade da sua proveniência geográfica, por isso não é possível utilizar estes dados para recuar o Sudário até ao Século I.
    Também não existe qualquer referência documental que relacione o Sudário que apareceu pela primeira vez referenciado em França no Século XIV, e que se conhece o percurso até à actualidade, através de outras referências anteriores que falam no transporte de um pano relacionado com Cristo no Próximo Oriente. Enquanto não houver qualquer prova documental dessa relação a História não pode confirmar a relação deste exemplar que conhecemos com outro qualquer registo da existência de um pano em Séculos anteriores noutros espaços, na sua falta serão sempre hipóteses, nada mais à luz da Disciplina.
    Por exemplo os primeiros relatos do Sudário têm críticas de altos dignitários do Clero francês do Século XIV, que nos transmitem que visionavam o Sudário como uma clara reprodução artística obra de pintor. As referências posteriores que abandonaram esta observação só ocorreram quando o Sudário estava em Turim, após o Século XV, quando o mesmo transitou para a posse da família dos seus anteriores proprietários que o mantiveram até ao Século XX. A documentação que sustenta o aparecimento do Sudário e os movimentos do mesmo não constituem prova da sua autenticidade, não foi encontrado qualquer elemento que permite remontar o Sudário a uma época anterior.

    Os próprios argumentos da criação medieval do Sudário encontram grande apoio teórico, porque existem provas de uma produção alargada de relíquias, bem como a propriedade e exposição de relíquias representavam um conjunto de ganhos e vantagens para os seus proprietários.

    A própria posição dos actuais proprietários e da hierarquia eclesiástica pode ser criticada no seguinte aspecto, peço desculpa mas creio que reconhecerá esse aspecto, parecem estar a “jogar pelo seguro”. Não confirmaram a autenticidade do Sudário como não refutam a hipótese de se tratar de uma falsificação, e negam consecutivamente o acesso a investigadores para continuar a estudar a peça, o que poderia trazer outros dados para esclarecer esta problemática que se vai mantendo quando tantas pessoas pelo mundo acreditam na sua autenticidade. Compreenderá que esta última parte tem um certo desabafo de alguma indignação pois o que acontece entretanto, enquanto esta questão se mantém, é que muitas pessoas acreditam que aquilo é algo quando há dados que não podem confirmar a sua autenticidade, e esta questão poderia estar resolvida à mais tempo e as pessoas devidamente esclarecidas.

  • sempapasnalingua

    “la croyance est plus dure à ébranler que la connaissance” Adolph Hitler
    Taduzindo: a crença é mais difícil de vencer que o conhecimento.
    Não é uma referência políticamente decente, mas acho-a pertinente.
    Também podia traduzir o mesmo fenómeno pela fórmula mais singela, ou seja, quando a vontade de acreditar é muito forte, somos tentados a tomar os desejos por realidades.
    Mas reconheço que tens mérito em colectar informação para suportares esse desejo.

  • hotair134

    deus é grande !

  • 1atento

    José Moreira,
    «Mas, já agora, deixa-me pôr o problema ao contrário: imagina que não há nada, do “outro lado”, e que ficas assim como quem adormece e nunca mais acorda, nem para fazer chi-chi. Já viste bem qual vai ser a tua frustração? Do tipo “porra, de que me valeu levar aquela vida de santo? As horas que eu perdi, de joelhos, a rezar e a ouvir o padre, para quê? Mais me valera ter desbundado…”»

    Só pode haver frustração de quem cá fica. Do próprio não há mais nada! é cigarro queimado; cinzas e nada mais.

  • mariagmelo

    Quando se fala em humanismo parece que caí tudo no mesmo saco roto.
    Mas o humanismo é quase uma obrigação moral de acreditar no humano, não em apontar todas as fraquezas humanas e compará-las depois com as de um super ser, para além de todas as capacidades humanas (apesar de “metaforicamente” sermos a imagem de Deus).
    Enfim, alguns crentes podem ser, apesar de tudo, a vergonha de alguns teólogos.

  • 1atento

    Ou melhor:
    Há um cadáver, é enterrado e transforma-se em estrume.
    Quem cá fica é que pode comentar: “porra, de que lhe valeu levar aquela vida de santo? As horas que perdeu, de joelhos, a rezar e a ouvir o padre, para quê? Mais me valera termo-lo desbundado…”

    Bom fim de semana!

  • mariagmelo

    Até ser coroado com uma coroa de espinhos, zombado e cruxificado, Cristo parece que não se valeu mais do que de de ser apenas um “humanozeco” e, segundo se costuma dizer, o cristianismo é um humanismo.

  • hotair134

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  • hotair134

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  • Anónimo











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