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  • 15 de Abril, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Vaticano

O Vaticano e o vendaval que o assola

O Vaticano tem uma queda especial para o disparate e tremendo horror à ciência. Nesse bairro de 44 hectares o tempo parou e, como sinal de pompa, mantiveram-se os adereços femininos.

Quem não distinga a água benta da outra nem enxergue numa rodela de pão ázimo o corpo e o sangue de Cristo, é difícil ver um papa com vestidinho de seda, a cabeça enfiada num camauro e as pernas guarnecidas por meias coloridas, sem um amplo sorriso.

Um ateu nada teria a observar sobre a forma garrida e exótica como se veste o regedor do bairro se ele não tivesse o hábito de pregar moral e aconselhar sobre a sexualidade. Quando um celibatário, inveterado, quer ser o guardião da moral e dos bons costumes tem de se comportar de forma exemplar e não admitir no seio da sua Igreja quem se comporta ao arrepio da moral que prega.

Não pode permitir que um bispo, mentindo, afirme que o preservativo propaga a sida, e ajude a morrer um continente infectado pelo terrível flagelo. Não pode ser tão insensível que se oponha à interrupção da gravidez de uma criança de 12 anos violada pelo amigo do pai e rosnar ameaças contra o planeamento familiar.

Não se podem fazer milagres ao domicílio e criar santos entre os que apoiaram os piores ditadores, caso de Espanha, para combater os adversários e, depois, esperar indulgência. A Igreja católica continua a viver na Idade Média, com milagres obrados por cadáveres com séculos de defunção e que alimentaram a superstição popular.

A tentação obscurantista, servida por um implacável conservadorismo, levou este Papa a reconduzir a sua Igreja ao Concílio de Trento. Reintegrou os bispos fascistas e anti-semitas de Lefebvre, apoiou-se no Opus Dei, escondeu desvios sexuais e crimes do seu clero, sem respeito pelas crianças que molestavam, e desenvolveu uma campanha contra a modernidade, a democracia e a liberdade.

Todos os ventos fustigam agora o jovem das juventudes nazis, os escândalos atingem as sotainas e já ninguém acredita na palavra da Igreja que ocultou os crimes ou nos bispos que transferiam padres pedófilos de terra em terra sabendo que iam continuar a molestar crianças.

E, na dureza das cabeças pias, continuam as confusões criadas nas manhãs submersas dos seminários. Insistem em confundir a homossexualidade com a pedofilia. O cardeal Tarcisio Bertone, número dois do Vaticano, estabeleceu uma relação entre pedofilia e homossexualidade, perante o desmentido da comunidade científica e da comunicação social.

Não apreendem. Estão hoje, como sempre, contra o mundo, agarrados a um deus cada vez mais obsoleto.

36 thoughts on “O Vaticano e o vendaval que o assola”
  • cristaoconfesso

    Basicamente concordo com o sentido geral da sua intervenção. Mas no caso da Guerra Civil de Espanha, nenhum dos lados dos contendores tem as mãos limpas de sangue, sejamos justos e imparciais.” um deus cada vez mais obsoleto” é uma contradição nos seus próprios termos. Se Deus fosse um demiurgo obsoleto não seria Deus.Essa a grande diferença entre quem pensa em Deus como ” como deus obsoleto” e como Deus.E Deus ateu é o Único que não existe…

  • Carlos Esperança

    É verdade, a crueldade foi dos dois lados. Sei pelo doloroso sofrimento de familiares. Mas a Igreja só canoniza de um lado.

  • Baal

    Isso é verdade. Tanto mataram os crentes católicos como os ateus comunistas.

    Mas, de facto, a igreja parece sempre não ver os crimes dos seus. Sejam pedófilos sejam ditadores católicos sanguinários.

    • elviro

      A igreja parece não ver os crimes dos seus, os comunistas tambem, os homossexuais também, os ateus também…será que existe alguém imparcial?

  • ajpb

    Mas no caso da Guerra Civil de Espanha, nenhum dos lados dos contendores tem as mãos limpas de sangue, sejamos justos e imparciais.”

    MEU CARO
    APELAR À JUSTIÇA E IMPARCIALIDADE E COLOCAR NO MESMO PRATO DA BALANÇA OS NAZIFASCISTAS E SEUS AMIGOS CONJUNTAMENTE COM OS LUTADORES PELA LIBERDADE E DEMOCRACIA É NO MÍNIMO INTELECTUALMENTE DESONESTO.
    SERÁ QUE O SR. PADRE PARA ALÉM DE APOLOGISTA DO DOGMA DA FÉ TAMBÉM VÊ COM BONS OLHOS OS FRANQUISTAS E AQUELES AMIGOS QUE NOS GOVERNARAM DURANTE 48 ANOS? EU SEI BEM QUE FAZ TUDO PARTE DA MESMA TROPA OBSCURANTISTA …

  • Mike

    Carlos.
    Não sejas indecente do que a ignorância que demonstras.

    Deves começar por saber que os movimentos “childlovers” englobam a maior parte dos ateus, e movimentos conexos; pró aborto (defendido pelos ateus), pró homossexualismo (defendido pelos ateus) e pró poligamia (defendido pelos ateus).
    Portanto, tu também estás na linha da frente da defesa da pedofilia, e estas, apenas, mais uma vez, a ser hipócrita.

    Ocorre-me este exemplo académico, mas posso citar-te outros.
    Provavelmente o tal Cardeal conhece muitos mais do que eu.

    «Movimentos mundiais a favor da abolição ou diminuição da idade mínima legal para o consentimento sexual de um indivíduo ganham força e organização: é crescente o número de adeptos às organizações que apóiam a pedofilia e a pressão feita pelos childlovers no poder legislativo em plano global já não pode ser ignorada.
    O termo pedofilia tem origem grega e possui como tradução o amor/amizade pelas crianças. Pedófilo, frisam alguns especialistas, é aquele indivíduo que possui atração sexual primária ou exclusiva por crianças, mesmo sem nenhum contato sexual efetivo. Acrescentam que nem todos aqueles que praticam o abuso sexual de crianças é pedófilo, pois podem ter sido impulsionados por outras variáveis que não a predileção sexual por infantes. A pedofilia é atualmente considerada pela psiquiatria uma parafilia, espécie de desvio sexual.
    Os ativistas pró-pedofilia pregam o livre amor (entendendo-se consequentemente sexo) entre os indivíduos, independentemente da idade dos amantes. Repudiam, enfaticamente, o ato sexual violento, considerando-se defensores somente do sexo com crianças quando as mesmas expressam consentimento e vontade nessa direção. Um número considerável dessa tendência abolicionista encontra suas raízes nos próprios movimentos homossexuais que pregam a liberdade plena no ato sexual. Mas, apesar de grande parte dos ativistas pedófilos ser formada por pessoas que se atraem sexualmente por outras do mesmo gênero, expressivo número de adeptos desse pensamento é heterossexual. »

    SUHEYLA FONSECA MISIRLI VERHOEVEN, Revista da Faculdade de Direito de Campos, Ano VIII, Nº 10 – Junho de 2007; pag. 5

    Acrescento só que, entre esse número de heterossexuais, uma grande parte são movimentos pró ateísmo e livre pensamento.

    Como já te disse, em termos de hipocrisia, a menos que estejas a concorrer a outro concurso, neste, não precisas de te esforçar mais, porque já ganhaste.
    E, tu que fizeste parte da máquina de propaganda fascista, não venhas com lições de moral, e depois queixar-te dos padres.

  • Baal

    ajpb,

    “APELAR À JUSTIÇA E IMPARCIALIDADE E COLOCAR NO MESMO PRATO DA BALANÇA OS NAZIFASCISTAS E SEUS AMIGOS CONJUNTAMENTE COM OS LUTADORES PELA LIBERDADE E DEMOCRACIA É NO MÍNIMO INTELECTUALMENTE DESONESTO.”

    Tendo em conta que entre as principais forças da republica se encontravam os estalinistas e radicais anarquistas, que aliás até se mataram entre si, é no mínimo intelectualmente desonesto fingir que eram todos “lutadores pela liberdade”.

    Estou sempre a pedir, deixem a hipocrisia para os crentes, eles já têm para dar e vender, não precisam de concorrência.

  • Baal

    Mike,

    Ah, então todos os ateus são pedófilos e todos os homosexuais são ateus. Logo, todos os ateus são pedófilos homosexuais.

    Curiosamente não há notícia de nenhum movimento ateu estar envolvido em cumplicidade com pedófilos, ao contrário dos santarrões da igreja cuja hierarquia está metida nisso até aos ossos. Os tribunais condenam a igreja por todo o mundo, mas tu não tiras ilações.

    Entretanto, enquanto vais espalhando calunias sem qualquer fundamento os santos padres, grandes machões que fogem das mulheres e usam vestidinhos vão papando os vossos filhos, os bispos e papas vão encobrindo e tu olhas para o lado.

    Como estou sempre a dizer, isto não é uma questão de ideias. São as pessoas mesmo que me metem nojo.

  • cristaoconfesso

    “MEU CARO
    APELAR À JUSTIÇA E IMPARCIALIDADE E COLOCAR NO MESMO PRATO DA BALANÇA OS NAZIFASCISTAS E SEUS AMIGOS CONJUNTAMENTE COM OS LUTADORES PELA LIBERDADE E DEMOCRACIA É NO MÍNIMO INTELECTUALMENTE DESONESTO.
    SERÁ QUE O SR. PADRE PARA ALÉM DE APOLOGISTA DO DOGMA DA FÉ TAMBÉM VÊ COM BONS OLHOS OS FRANQUISTAS E AQUELES AMIGOS QUE NOS GOVERNARAM DURANTE 48 ANOS? EU SEI BEM QUE FAZ TUDO PARTE DA MESMA TROPA OBSCURANTISTA …”

    Ajpb: Instrua-se.Leia muito.E estude mais história que negá-la como ela aconteceu só o torna irracional. Passo à frente.Que consigo é só mesmo obscurantismo e eu gosto de dialogar com quem usa a inteligência para pensar.

  • Carlos Esperança

    A República Portuguesa é de 1910 e a Revolução soviética de 1917.

    É obra já haver Estalinistas na República Portuguesa. Quanto aos radicais anarquistas, de que só há uma sangrenta experiência em Espanha, esta só apareceu já o ditador fascista, Salazar, era o carrasco de Portugal.

  • João C.

    Este site é o melhor anti-depressivo on-line! 🙂 Parabéns! Um Óscar, no mínimo, que deveriam merecer pelo site mais cómico e com mais palhaçadas, mentiras e hipocrisias, coisa difícil, eih?

    Ui… A Igreja, terror da Ciência! Uma Igreja que criou Universidades, cujos membros foram, por exemplo, pais da Genética ou da teoria do Big-Bang, entre outros… Sim, a Igreja é o terror da pseudo-ciência, ao serviço da corja ateísta, forjando resultados, e até buscando conhecimento de modos ilícitos (como o sacrifício e extermínio de milhares de vidas humanas, na pesquisa a embriões). Aí sim, um verdadeiro horror à Ciência! Porque a Igreja, sendo Santa, tem verdadeiro ódio e horror ao pecado.

    “Não pode permitir que um bispo, mentindo, afirme que o preservativo propaga a sida, e ajude a morrer um continente infectado pelo terrível flagelo.”

    Não pode permitir? Quantos (maus e péssimos) Bispos já o afirmaram? Mostra-me, ó hipócrita-mor, um método mais fiável para combater a SIDA, que não seja o da castidade e abstinência, proposto pela Igreja. Mostra-me! O preservativo – e qualquer pessoa inteligente sabe-o bem – não resolve em NADA o problema da SIDA. Remedeia o problema no máximo. contorna-o e acaba por o agravar mais, por é um incentivo ao sexo livre e animalesco. Tal como vocês querem que o ser humano seja – à vossa imagem e semelhança: uns perfeitos animais, guiados pelos instintos.

    “Não pode ser tão insensível que se oponha à interrupção da gravidez de uma criança de 12 anos violada pelo amigo do pai e rosnar ameaças contra o planeamento familiar.”

    Opõe e com ela eu também me oponho FIRMEMENTE contra um homicídio, em que o inocente ser indefeso – uma criança – é morta para “salvar” outra. E o verdadeiro?? Ó incoerentes, apregoam (e envergonham a espécie humana) aos 4 ventos que é legítimo MATAR um bebé na barriga da mãe, mas não será legítimo torturar, tratar abaixo de cão, meter em prisão perpétua com severos castigos, já não falando na possibilidade da pena de morte para o desgraçado que viola a menina?? Grande palhaçada, vocês… São um riso!
    E ainda há quem vos leve a sério…

    “A Igreja católica continua a viver na Idade Média, com milagres obrados por cadáveres com séculos de defunção e que alimentaram a superstição popular.”

    Antes vivesse na Gloriosa Idade Média! Antes vivesse… Hum, ou não… Talvez na altura não pudesse divertir-me com as palhaçadas que leio aqui, porque ninguém vos daria ouvidos nem margem de manobra para abrirem a boca com tantas mentiras, calúnias e ignorância juntas…

    “A tentação obscurantista, servida por um implacável conservadorismo, levou este Papa a reconduzir a sua Igreja ao Concílio de Trento.”

    Assim, sendo, Deo gratias!! Deus permita que chegue a bom destino e que a Igreja seja reconduzida ao porto de onde nunca devia ter saído.

    “Reintegrou os bispos fascistas e anti-semitas de Lefebvre [assuntos internos da Igreja, um acto de boa vontade e bondade do Papa, mas em que não são chamados a meter o bedelho, sequer, porque não sabem o que é boa vontade], apoiou-se no Opus Dei, escondeu desvios sexuais e crimes do seu clero [escondeu tão bem, que agora ainda ninguém sabe…xiiiuuuu falem baixinho!], sem respeito pelas crianças que molestavam [respeito pelas crianças??? Hipócritas!! Vão-me dizer que estão preocupados com as ciranças, agora?? E as da Casa Pia? A as centenas que são abusadas sabe-se lá por quem?? Onde está o alarido?? Ah pois, o vosso alvo é a Igreja. Cambada de mentirosos e hipócritas! Todos sabemos que se estão nas tintas para as crianças. Disfarçam os sentimentos de ódio à Igreja com sentimentos bonitos de compaixão e pena das crianças. Então porque só pelas crianças abusadas – vergonhosamente – por religiosos? E as outras? E as crianças que ajudam a matar todos os dias, antes de nascerem? (o que ainda é mais grave!!), defendem-nas?

    Ridículos…!

    “e desenvolveu uma campanha contra a modernidade, [contra o modernismo, é diferente!] a democracia e a liberdade.”

    E, na dureza das cabeças pias, continuam as confusões criadas nas manhãs submersas dos seminários. Insistem em confundir a homossexualidade com a pedofilia. O cardeal Tarcisio Bertone, número dois do Vaticano, estabeleceu uma relação entre pedofilia e homossexualidade, perante o desmentido da comunidade científica e da comunicação social.

    Pedofilia (desvio/tendência anti-natural) relacionada com celibato (opção de vida, que nos eleva a dignas criaturas de Deus)? Siiimmm! É óbvio que estão relacionadas!

    Pedofilia (desvio/tendência anti-natural) relacionada com homossexualidade (desvio/tendência anti-natural)? “Nãããooo! Nunca! Afirmar isto é homofobia, é ignorância não há estudos…”

    Pode não haver.

    Mas há bom senso e inteligência. E evidências.

    Tenham pena da inteligência das pessoas, ó pseudo-iluminados, criaturas reles, mascaradas de bonzinhos, em favor do povo e bla bla bla!

    Assumam-se de uma vez por todas ANTI-CATÓLICOS, declarem de uma vez por todas GUERRA À IGREJA e não ateus de pau-carunchoso!

    Se calhar não o fazem, porque sabem muito bem quem ganharia (ou ganhará) essa guerra… A História ensina muita coisa…

    Viva a Santa Igreja Católica e o Santo Padre Bento XVI!

  • em nome da liberdade

    É arriscado escrever sobre estas coisas. Não estão na moda
    Público, 2010-04-02 José Manuel Fernandes

    Não sou crente. Educado na fé católica, passei pelo ateísmo militante e hoje defino-me como agnóstico. Talvez não devesse, por isso, pôr-me a discutir os chamados “escândalos de pedofilia” na Igreja Católica. Até porque não sei se, como escreveu António Marujo neste jornal – no texto mais informado publicado sobre o tema em jornais portugueses -, estamos ou não perante “A maior crise da Igreja Católica dos últimos 100 anos”.

    Tendo porém a concordar com um outro agnóstico, Marcello Pera, filósofo e membro do Senado italiano, que escreveu no Corriere della Sera que se, sob o comunismo e o nazismo, “a destruição da religião comportou a destruição da razão”, a guerra hoje aberta visa de novo a destruição da religião e isso “não significará o triunfo da razão laica, mas uma nova barbárie”. Por isso acho importante contrariar muitas das ideias feitas que têm marcado um debate inquinado por muita informação errada ou manipulada.

    Vale por isso a pena começar por tentar saber se o problema da pedofilia e dos abusos sexuais – um problema cuja gravidade ninguém contesta, ocorram num colégio católico, na Casa Pia ou na residência de um embaixador – tem uma incidência especial em instituições da Igreja Católica. Os dados disponíveis não indicam que tenha: de acordo com os dados recolhidos por Thomas Plante, professor nas universidades de Stanford e Santa Clara, a ocorrência de relações sexuais com menores de 18 anos entre o clero do sexo masculino é, em proporção, metade da registada entre os homens adultos. É mesmo assim um crime imenso, pois não deveria existir um só caso, mas permite perceber que o problema não só não é mais frequente nas instituições católicas, como até é menos comum. Tem é muito mais visibilidade ao atingir instituições católicas.

    Uma segunda questão muito discutida é a de saber se existe uma relação entre o celibato e a ocorrência de abusos sexuais. Também aqui não só a evidência é a contrária – a esmagadora maioria dos abusos é praticada por familiares próximos das vítimas – como o tema do celibato é, antes do mais, um tema da Igreja e de quem o escolhe. Não existiu sempre como norma na Igreja de Roma e hoje esta aceita excepções (no clero do Oriente e entre os anglicanos convertidos). Pode ser que a norma mude um dia, mas provavelmente ninguém melhor do que o actual Papa para avaliar se esse momento é chegado – até porque talvez ninguém, no seio da Igreja Católica, tenha dedicado tanta atenção ao tema dos abusos sexuais e feito mudar tanta coisa como Bento XVI.

    Se algo choca na forma como têm vindo a ser noticiados estes “escândalos” é o modo como, incluindo no New York Times, se tem procurado atingir o Papa. Não tenho espaço, nem é relevante para esta discussão, para explicar as múltiplas deturpações e/ou omissões que têm permitido dirigir as setas das críticas contra Bento XVI, mas não posso deixar de recordar o que ele, primeiro como cardeal Ratzinger e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, depois como sucessor de João Paulo II, já fez neste domínio.

    Até ao final do século XX o Vaticano não tinha qualquer responsabilidade no julgamento e punição dos padres acusados de abusos sexuais (e não apenas de pedofilia). A partir de 2001, por influência de Ratzinger, o Papa João Paulo II assinou um decreto – Motu proprio Sacramentorum Sanctitatis Tutela – de acordo com o qual todos os casos detectados passaram a ter de ser comunicados à Congregação para a Doutrina da Fé. Ratzinger enfrentou então muitas oposições, pois passou a tratar de forma muito mais expedita casos que, de acordo com instruções datadas de 1962, exigiam processos muito morosos. A nova política da Congregação para a Doutrina da Fé passou a ser a de considerar que era mais importante agir rapidamente do que preservar os formalismos legais da Igreja, o que lhe permitiu encerrar administrativamente 60 por cento dos casos e adoptar uma linha de “tolerância zero”.

    Depois, mal foi eleito Papa, Bento XVI continuou a agir com rapidez e, entre as suas primeiras decisões, há que assinalar a tomada de medidas disciplinares contra dois altos responsáveis que, há décadas, as conseguiam iludir por terem “protectores” nas altas esferas do Vaticano. A seguir escolheu os Estados Unidos – um dos países onde os casos de abusos cometidos por padres haviam atingido maiores proporções – para uma das suas primeiras deslocações ao estrangeiro e, aí (tal como, depois, na Austrália), tornou-se no primeiro chefe da Igreja de Roma a receber pessoalmente vítimas de abusos sexuais. Nessa visita não evitou o tema e referiu-se-lhe cinco vezes nas suas diferentes orações e discursos.

    Agora, na carta que escreveu aos cristãos irlandeses, não só não se limitou a pedir perdão, como definiu claramente o comportamento dos abusadores como “um crime” e não apenas como “um pecado”, ao contrário do que alguns têm escrito por Portugal. Ao aceitar a resignação do máximo responsável pela Igreja da Irlanda também deu outro importante sinal: a dureza com que o antigo responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé passou a tratar os abusadores tem agora correspondência na dureza com que o Papa trata a hierarquia que não soube tratar do problema e pôr cobro aos crimes.

    De facto – e este aspecto é muito importante – a ocorrência destes casos de abusos sexuais obriga à tomada de medidas pelos diferentes episcopados. Quando isso acontece, a situação muda radicalmente. Nos Estados Unidos, país onde primeiro se conheceu a dimensão do problema, a Conferência de Dallas de 2002 adoptou uma “Carta para a Protecção de Menores de Abuso Sexual” que levaria à expulsão de 700 padres. No Reino Unido, na sequência do Relatório Nolan (2001), acabou-se de vez com a prática de tratar estes assuntos apenas no interior da Igreja, passando a ser obrigatório dar deles conta às autoridades judiciais. A partir de então, como notava esta semana, no The Times, William Rees-Mogg, a Igreja de Inglaterra e de Gales “optou pela reforma, pela abertura e pela perseguição dos abusadores em vez de persistir no segredo, na ocultação e na transferência de paróquia dos incriminados”.

    Bento XVI, que não despertou para este problema nas últimas semanas, não deverá precipitar decisões por causa desta polémica. No passado domingo, durante as cerimónias do Domingo de Ramos, pediu aos crentes para não se deixarem intimidar pelos “murmúrios da opinião dominante”, e é natural que o tenha feito: se a Igreja tivesse deixado que a sua vida bimilenar fosse guiada pelo sentido volátil dos ventos há muito que teria desaparecido.

    Ao mesmo tempo, como assinalava John L. Allen, jornalista do National Catholic Reporter, em coluna de opinião no New York Times, “para todos os que conhecem a experiência recente do Vaticano nesta matéria, Bento XVI não é parte do problema, antes poderá ser boa parte da solução”.

    Uma demonstração disso mesmo pode ser encontrada na sua primeira encíclica, Deus Caritas Est, de 25 de Dezembro de 2005, ano em que foi eleito. Boa parte dela ocupa-se da reconciliação, digamos assim, entre as concepções de “eros”, o termo grego para êxtase sexual, e de “ágape”, a palavra que o cristianismo adoptou para designar o amor entre homem e mulher. Se, como referia António Marujo na sua análise, o teólogo Hans Küng considera que existe uma “relação crispada” entre catolicismo e sexualidade, essa encíclica, ao recuperar o valor do “eros”, mostra que Bento XVI conhece o mundo que pisa.

    Por isso eu, que nem sou crente, fui informar-me sobre os casos e sobre a doutrina e escrevi este texto que, nos dias inflamados que correm, se arrisca a atrair muita pedrada. Ela que venha.

  • Mandaforte

    Já percebi que o João Cunilinguas é homosexual.
    È mesmo daqueles muito polidos e com trejeitos maneiristas com ambos os braços.
    Faz beicinho quando escreve e diz Nãããooo……..hó que horror.
    Só assim se percebe o constante apelo á virgem maria eá santa igreja. Tanto que ele gostava de estar ainda na idade média. HÓ que loucura ver uns ateus assados, uns paus carunchosos !!!

    Se gostasse de paneleiros ainda me atirava a ti. És masuquista quanto baste e frívolo nos pensamentos. Penso que és passivo, pois só gostas de guerra quando tens a certeza que podes ganhar.
    Aquilo na idade média nunca falhava. Era sempre vitória certa.
    Viva a santa madre igreja e os abençoados pedófilos que aí se acoitam. Este acoitar é de esconder, não é de coito, seu maluco!!! Sempre a pensar na paródia abençoada.
    Viva o papa bento, nazi-protector de pedófilos.
    Mas….sendo tu homosexual, também és pedófilo?????
    Se calhar andas a fazer jogo duplo.

  • Baal

    Caro Esperança,

    Eu estava a responder a um participante que se tinha referido à guerra civil de Espanha, obviamente, quando me referi a estalinistas e anarquistas estava a referir-me ao contexto da republica sim, mas da espanhola. E essa radicalizou-se ao ponto de nos métodos não se distinguir am nada dos Franquistas. E sim, foram os estalinistas e anarquistas que se destacaram no uso da violência na republica espanhola. Quanto a Salazar, não estava a falar nele, mas não duvido de que tenha sido um menino de coro ao lado de Estaline ou dos extremistas de ambos os lados da guerra civil espanhola.

  • cristaoconfesso

    Este texto dá um excelente mote para um grande debate, aqui no Diário Ateísta. Espero que respeitoso. Porque não há nenhuma justificação para que a dialéctica contraditória não se estabeleça na base do recíproco respeito. José Manuel Fernandes é agnóstico e eu crente e cristão. Gosto de análises justas, venham de onde vierem. Mas o facto de ser cristão não me impede de fazer uma pergunta incómoda a José Manuel Fernandes: porque é que, ao longo de um texto tão bem elaborado e pormenorizado, não referiu, nem uma vez, este documento da ICAR: ” Crimen Solliciationis ” ?…

  • Mike Teef

    Caro Baal.

    Eu não quero saber se tu és homossexual ou não. Não tenho nada a ver com isso, nem espero que tu aqui digas a verdade sobre o assunto.

    O que é muito diferente de interpretares o que eu digo de uma absurda.
    O que eu disse (de acordo com o artigo que apresentei) é que o activismo homossexual foi, e é um, defensor da pedofilia e da sua descriminalização. Acontece que os ateus são pró homossexualidade . Portanto, apoiam institucionalmente aqueles que defendem a liberalização da pedofilia

    Não disse que todos os ateus são homossexuais (alguns soão coisas piores!), digo que defendem a filosofia dos homossexuais e estão na linha da frentes a combater a seu lado. Tens a prova aqui, não a busques mais longe.

    Os ateus não são nenhum movimento, não tem nenhum instituição reconhecida legalmente. Existem associações que congregam aos ateus. Tal como existem associações de coleccionadores de conchas, de exploradores de cavernas, de observadores de aves, até de apanhadores de cogumelos, etc. Mas, um membro de uma associação, na sua vida privada, não é relacionado com a associação em si. Ou seja, se um individuo que é caçador for apanhado em actos de pedófila, não está em cheque a associação de caçadores em que esteja filiado, porque não há uma relação hierarquizada ou vinculativa a esse organismo. Percebeste? Ou queres tu dizer que não existem milhares de ateus pedófilos?

    Atenção que os tribunais não condenaram, a igreja em lado nenhum. Condenaram padres que são membros de uma igreja. Mas também condenaram nas outras religiões (em muito maior percentagem que os padres), militantes os mais diversos quadrantes políticos, ateus, agnósticos, etc.

    O que aqui está em causa é a estupidez dos ateu ao querer criar uma guerra religiosa, com assuntos tão palermas e estúpidos como “uma ponte”; o caso de padres acusados de pedofilia, etc.
    Se não fosse a insignificância e o facto de ninguém lhes dar ouvidos, estávamos tramados, pois andava por aí tudo em reboliço. Felizmente eles nunca passarão de um grupo de marginais da cultura dominante.
    Olha Baal: na Casa Pia havia médicos. Alguém acusa a Ordem dos médicos?

    Às vezes até pareces um individuo muito lúcido, outras vezes, sai-te com cada calinada!

  • Mike

    Esta honestidade, esta clareza e esta educação, era o que eu gostava de ver aqui.
    Um agnóstico ou um ateu verdadeiro, quando escreve sobre religião, escreve assim.

    Isto permite perceber que os ateus que assim não procedem são gente com graves problemas.

  • Joe

    http://www.rebelion.org/noticia.php?id=102832
    La Iglesia y el genocidio ruandés

    Nicole Thibon
    Público

    Hay que tener una buena dosis de inconsciencia para zambullirse en la historia del genocidio perpetrado en 1994 en Ruanda por la mayoría hutu contra la minoría tutsi. Pero es de actualidad : según un informe de la ONU de noviembre de 2009, las milicias del Frente Democrático de Liberación de Ruanda (FDLR) “habrían recibido regularmente apoyo político, logístico y financiero de gente vinculada a las fundaciones católicas El Olivar e Inshuti” y fondos provenientes “directamente e indirectamente del Gobierno de las islas Baleares”. Hoy dirige el país el presidente tutsi Paul Kagamé; pero las milicias hutus –acusadas de saqueos, asesinatos, violaciones y raptos de niños en el Kivu congolés– se empeñan en retomar el poder. Lo que realmente asombra es la implicación de sectores de la Iglesia católica en la política de ese país africano.

    Desde la colonización y evangelización de Ruanda, el país de las “mil colinas”, hacia el año 1900 (poblado por un 80% de hutus y un 10% de tutsis) la Iglesia jugó un papel no sólo religioso sino político. En su trabajo, los misioneros católicos se toparon con la resistencia de los tutsis y gozaron en cambio de una gran benevolencia hutu. Si bien no se puede acusar a la Iglesia de haber creado las categorías o “razas” hutu y tutsi, han contribuido a arraigar y justificar la división de dos grupos que jamás se habían enfrentado a lo largo de siglos sino en trifulcas de intereses entre agricultores tutsis y pastores hutus. En nombre de las etnias, etnólogos y misioneros pensaron haber hallado en África un terreno en el que aplicar las teorías raciales propias del siglo XIX.

    En 1931, la Iglesia obtuvo la destitución del rey tutsi Muyinga, contrario a la cristianización de su pueblo. Numerosos clérigos y miembros de la jerarquía se implicaron en la propagación de “esquemas racistas”, por ejemplo en la obra del Padre Albert Pagès o del obispo Léon Classe. Después del Padre Loupias, el abate Alexis Kagamé propagó esquemas racistas en la lengua local. En 1933, los padres blancos fundaron el periódico católico Kinyamateka que más tarde propagaría la ideología “Parmehutu” en donde el tutsi es un “no cristiano”, “anti-blanco”, “mentiroso”, “inteligente y artero”; mientras que el hutu es “trabajador”, “indígena dócil”, “amigo del blanco”.

    Con el monopolio absoluto de la enseñanza, la Iglesia multiplicó la formación de abates y seminaristas hutus, con el fin de realizar en Ruanda un “reino de Cristo” y en 1946 el rey Mutara III escogido por la Iglesia, consagró oficialmente el país a “Cristo Rey”. La conversión al catolicismo se volvió la puerta obligada para acceder a cualquier empleo colonial. El colonizador y la Iglesia habían logrado hacer de Ruanda un país casi 100% católico y un modelo para África llamado “la joya de África”.

    Pero el viento de independencia que soplaba en los años cincuenta reforzó el nacionalismo “comunista” y “ateo” de los tutsis. En 1957, los hutus cercanos a la vicaría ruandesa redactaron un manifiesto según el cual los tutsis son intrusos llegados del Nilo, a donde han de regresar. El sermón sobre la Caridad de 1957 de monseñor Perraudin y su carta pastoral racista de cuaresma del 11 de febrero indujeron directamente la “matanza de Todos los Santos” de 1959, durante la cual paisanos armados de machetes quemaron las haciendas de los tutsis, dejando decenas de miles de muertos y no menos refugiados. Cuando en 1963 los refugiados tutsis intentaron volver a Ruanda, ahora república independiente, decenas de miles fueron asesinados en la “Navidad roja”. A partir de la independencia, el dominio de la Iglesia se acentuó, en particular el de su ala derecha, el Renouveau Charismatique y el “departamento secreto” del Opus Dei. En 1973 se puede hablar del régimen hutu del presidente Habyarimana como de una dictadura católica de un país casi 100% católico.

    En las actas del 16 de mayo de 1997 de la comisión parlamentaria belga, numerosos testimonios acusan directamente a la Iglesia católica y sus ramificaciones. Sacerdotes, obispos, arzobispos, abates, curas, misioneros, miembros del Opus fueron oficialmente acusados de complicidad, pasiva o activa, en el genocidio de 1994. Según el investigador belga Pierre Galant, 816 machetes fueron comprados y distribuidos por Caritas-Ruanda en 1993. El padre blanco Johan Pristil, partidario ferviente del “hutu-power”, participó en la creación de la Radio “Mil colinas” y tradujo Mein Kampf al Kinyaruanda, y vio a los tutsis como a los “judíos de África”. Se hallaron 30.000 cadáveres en su parroquia en Nyumba. La radio “Mil colinas” –o “radio de la muerte”– predicó la matanza día tras día. Monseñor Misado fue arrestado en 1999 por su participación en el genocidio y las hermanas Mukangango y Mikabutera por haber entregado a los tutsis refugiados en sus conventos. El abate Seromba fue condenado a cadena perpetua. Genocidas notorios se esconden y son protegidos en conventos, monasterios y parroquias. En Francia, el abate Munyeshyaka y otros están protegidos por las autoridades civiles y católica, así como Rekundo en Ginebra, exfiltrado por “Caritas Catholica”, Nahimana en Florencia y Bellomi en Brescia: unos 50 sacerdotes genocidas ruandeses lograron huir a Europa y Canadá.

    ¿Pedirá perdón la Iglesia católica por su política africana y el genocidio de Ruanda?

    Nicole Thibon es periodista

  • cristaoconfesso

    Sobre o Genocídio do Ruanda, há várias notícias:

    Kigali, 24 out 2008 (RV) – Foi anunciado nesta sexta-feira, na Corte
    marcial de Kigali, o veredicto do processo que apurou a morte de 13
    membros da Igreja Católica durante o genocídio ruandês de 1994.

    O tribunal militar absolveu o general Wilson Gumisiriza e o major
    Wilson Ukishaka, considerando-os desinformados dos fatos e das
    informações que lhes teriam permitido prevenir o homicídio. Ao
    invés, a Corte condenou seus subordinados – os capitães John Butera
    e Dieudonné Rukeba – a oito anos de prisão. Eles, inclusive, já
    haviam se declarado culpados em junho passado, quando o processo
    teve início.

    Na época do crime, em 5 de junho de 1994, os quatro oficiais faziam
    parte da Frente Patriótica Ruandesa (FPR), ex-grupo rebelde e hoje
    partido político. Trata-se do primeiro processo sobre os crimes de
    guerra cometidos pelos membros da FPR.

    Entre os religiosos assassinados, encontrava-se o arcebispo de
    Kigali, Dom Vincent Nsengiyuma, o bispo de Bymba, Dom Joseph
    Ruzindana e o presidente da Conferência Episcopal Ruandesa, Dom
    Thaddée Nsengiyuma.

    Os quatro oficiais foram detidos em 11 de junho passado após
    inquérito conduzido de modo conjunto entre a procuradoria de Kigali
    e o Tribunal Penal Internacional para Ruanda, com sede em Arusha, na
    Tanzânia. (BF)

  • Sá Peliteiro

    Para quando um artigo sobre o papel social da Igreja Católica em Portugal e no Mundo?
    Abraço

  • Joe

    imparcial com bandidos nazifascistas e clericais?? nem pensar!!!
    se for assim… vamos condenar tambem os bastardos inglorios do tarantino

  • Joe

    ah… senhores cristãos papais…. por ke vocês não protestaram quando o papa beatificou o cardeal nazista Aloisio Stepinac?? Ele foi um genocida e nazi-inquisidor….

  • cristaoconfesso

    Só vês para um lado.Oscar Romero, Leonardo Boff ou Helder da Câmara passam-te ao lado…

  • Joe

    http://www.unhchr.ch/tbs/doc.nsf/newhvstatusbyc

    – Holy See
    CAT-Convention Against Torture and Other Cruel Inhuman or Degrading Treatment or Punishment Accession 26/07/2002 26/06/2002
    CAT-OP-Optional Protocol to the Convention Against Torture and Cruel Inhuman or Degrading Treatment or Punishment No Action
    CCPR-International Covenant on Civil and Political Rights No Action
    CCPR-OP1-Optional Protocol to the International Covenant on Civil and Political Rights No Action
    CCPR-OP2-DP-Second Optional Protocol to the International Covenant on Civil and Political Rights No Action
    CED-Convention for the Protection of All Persons from Enforced Disappearance No Action
    CEDAW-Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination against Women No Action
    CEDAW-OP-Optional Protocol to the Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination against Women No Action
    CERD-International Convention on the Elimination of All Forms of Racial Discrimination Ratification 21/11/66 31/05/69 01/05/69
    CESCR-International Covenant on Economic, Social and Cultural Rights No Action
    CESCR-OP-Optional Protocol to the Covenant on Economic; Socal and Cultural Rights No Action
    CMW-International Convention on the Protection of the Rights of All Migrant Workers and Members of Their Families No Action
    CPD-Convention on the Rights of Persons with Disabilities No Action
    CPD-OP-Optional Protocol to the Convention on the Rights of Persons with Disabilities No Action
    CRC-Convention on the Rights of the Child Ratification 20/04/90 02/09/90 20/04/90
    CRC-OP-AC-Optional Protocol to the Convention on the Rights of the Child on the involvement of children in armed conflict Ratification 10/10/2000 12/01/2002 24/10/2001
    CRC-OP-SC-Optional Protocol to the Convention on the Rights of the Child on the sale of children child prostitution and child pornography Ratification 10/10/2000

  • Baal

    Caro Mike teef,

    Está enganado. Talvez por ver calinadas onde elas não existem acabe depois por não ler como deve ser as notícias dos jornais. Não foram apenas os padres pedófilos que foram condenados. Já em vários casos A IGREJA foi condenada tendo as mais ricas dioceses do mundo quase ido à falência devido a indemnizações que têm de pagar.

    Aliás, se fossem só os padres pedófilos seriam eles a pagar e não as dioceses não acha ?

    Continuar a fingir que não sabe o que se passa é das maiores KALINADAS que pode fazer. Porque simplesmente já ninguém acredita que vocês não saibam. O mesmo para as tretas do costume de que os padres não podem revelar o que se diz em confissão, quando ninguém falou disso mas de calar vitímas e testemunhas que se foram QUEIXAR (não confessar) às hierarquias acerca dos abusos.

    Por favor deixe de kalinar tanto. Um pouco de honestidade apenas honraria a sua igreja.

    Entretanto TODA a sua argumentação está inquinada de preconceitos. Já muitos dirigentes e organizações homosexuais se pronunciaram CONTRA a pedofilia. De facto é esta a posição da esmagadora maioria dessas entidades. O facto de haver alguns a favor, bem, também há heterosexuais a favor não é ?

    Entretanto também está muito enganado noutra coisa. A generalidade dos ateus não se pronuncia a FAVOR da homosexualidade. Pronuncia-se a favor da liberdade individual, que, eventualmente pode passar pela homosexualidade. Mas também pode passar pela heterosexualidade, pela castidade, pelo alistamento na legião estrangeira, pelo tomar votos numa ordem de frades capuchinhos etc etc etc.

    Infelizmente um campeão das kalinadas como você parece que custa perceber isto, mas é muito simples. Eu, por exemplo, defendo o direito dos homosexuais, assim como o vosso direito a usar silícios, a chibatarem-se com cintos, a não quecar durante 20 anos, tudo o que quiserem desde que não prejudiquem terceiros.

    Mas infelizmente vocês vivem na lógica do “quem não é por nós é contra nós” o que significa que VOCÊS estão contra toda a gente. É por isso que é difícil perceberam estas coisas.

  • Baal

    cristaoconfesso,

    Romero, Boff etc,

    De facto, confesso que é um bocado irritante ver os ateus fazerem as mesmas figuras do que os fanáticos católicos fingindo que não sabem que existem correntes extremamente éticas e progressistas dentro da igreja. Ao afirmarem que o teísmo é a causa de todos os males do mundo fazem a mesma figura de idiotas que os teístas que afirmam que a culpa desses males é dos ateus. Pessoalmente, sendo eu agnóstico, sou um admirador de Leonardo Boff e forçosamente tenho de respeitar a heroicidade de um Romero.

    Entretanto, dando-lhe eu razão nisto, acho que você também devia reconhecer que indivíduos como esses, talvez os melhores que a igreja tem, não só não são representativos da tradicional e actual direção da igreja como até foram TRAÌDOS por essa direção.

    Romero foi vilmente abandonado por JP II, Boff vilmente enxovalhado pelo mesmo, o “cardeal dos pobres” de São Paulo a mesma coisa.

    O que vocês não percebem é que ninguém quer perseguir a vossa fé, para a qual na pior das hipóteses o pessoal se está nas tintas. O que já deviam ter percebido é que, se pessoas como Boff e Romero estivessem à frente da igreja ao invès de fanáticos conservadores agressivos e encobridores de pedófilos, o ambiente seria de paz.

    Mas primeiro que vocês percebam isso…

  • Baal

    joe,

    “Imparcial com bandidos nazi fascistas e clericais ?? Nem pensar !!!”

    Pois, mas sendo assim és exactamente igual a eles e não te podes queixar.

    Para mim estou-me nas tintas se é nazi, clerical, estalinista ou amador de batatinhas fritas. O que me interessa é se tem ou não razão, caso a caso.

    Um ateu pode ser um filho da p… e um clerical nazifascista uma pessoa correcta. E vice versa claro.

  • Baal

    Caro em nome da liberdade,

    Permita-me desconfiar que um ex-ateu militante agora agnóstico como eu venha debitar a cartilha de propaganda da igreja de fio a pavio, com todos os pontos e virgulas.

    Ao lê-lo quase me vieram as lágrimas aos olhos e me apeteceu ir buscar um pau para espancar esses putos mal agradecidos que tanto mal fazem ao santo padre com as suas queixinhas impertinentes.

    Por exemplo, se é realmente um agnóstico que se deu ao trabalho de se informar para escrever esse belo texto que poderia ter sido publicado pela congregação da doutrina da fé, eu digo-lhe que se podia ter informado mais um bocadinho e conhecer também a outra parte, aquela que não interessa à igreja.

    Por exemplo, ficaria a saber que, quando o Ratzinger e o JP II se começaram a mexer já a igreja vinha a ficar atolada numa onda crescente de casos nos tribunais e jornais há DÈCADAS, pelo que, sob essas pressões publicas em que a igreja era arrastada pela lama só se fossem doidos não fariam nada. E esse fazer algo, por tão tardio, em nada desculpa o comportamento anterior de encobrimento generalizado.

    Mas deixe lá, não precisa de responder. Basta-me conhecer a posição oficial da igreja para saber qual vai ser a sua resposta de “agnóstico” !!!!??? “informado”!!!!!????

    PS

    O tal senador que considera que fazer justiça às vitímas e pedir responsabilidades é uma “guerra à religião” devia pedir tratamento médico. E também os serviços de um explicador de História. Porque não há qualquer indício de que o fascismo tenha sido ateu e muito menos contra a religião. Se o papa se hoje pode gabar de não poder ser levado a tribunal por ser chefe de estado, deve-o a Mussolini que deu um estado à igreja e ainda a encheu de dinheiro. Por outro lado católicos proeminentes como Leon Degrelle, Alois Udal, Tiso etc etc etc foram dos nazis mais fanáticos, pelo que o tal senador é no mínimo um completo ignorante.

    O que me espanta é ver um suposto “agnóstico informado” a repetir essas bacoradas que não passam de propaganda TOSCA da igreja com reconhecimento e veneração.

  • Baal

    Mike. em relação ao em nome da liberdade,

    Com que então um ateu ou agnóstico “decente” escreve como o em nome da leberdade 🙂

    Como o liberdade se limitou a dar a versão da igreja temos de concluir que só quem repete exactamente, fac simile essa versão é uma pessoa de bem.

    És um brincalhão. Tanto como o “agnóstico informado” que repete tintin por tintin a propaganda da igreja sem alterar uma vírgula. Tão brincalhões que vocês são que duvido muito que o “agnóstico” liberdade alguma vez tenha chegado atrasado à missa. Olha lá, por acaso vocês não são a mesma pessoa com outro nick pois não ?

  • cristaoconfesso

    Baal:

    Nas igrejas, incluindo a católica, existem as mais diversas personalidades. Há uns que eu admiro outros não. Há ateus que admiro,outros não.O que relevo é a integridade de carácter e serem pessoas eticamente bem formadas.

    O que eu não suporto ?

    Por exemplo esse seu estilo arrogante, presunçoso e pesporrente:

    “O que vocês não percebem…

    O que já deviam ter percebido

    Mas primeiro que vocês percebam isso…”

    É demasiada presunção e água benta para o meu gosto…

    nhac…

  • Baal

    cristaoconfesso,

    “crimen sollicitacionis”

    Pois, parece que também reparaste que há algo estranho com o liberdades.

    Eu por momentos estive a ponto de lhe pedir perdão pelos meus pecados. Só depois me lembrei que não estava a ler o texto de um padre mas de um autoproclamado “agnóstico informado”. Vê lá a minha distração…

  • Joe

    “Só vês para um lado.Oscar Romero, Leonardo Boff ou Helder da Câmara passam-te ao lado…”

    engraçado você cita-los…. estes 3 foram tratado como bichos pela igreja….

    Romero?? JP2 lhe destratou… lhe virou as costas… simplesmente o entregou de mão beijada à ditadura do país dele…..
    Camara?? Ignorado pela igreja…
    Boff? destratado, humilhado etc….

  • Joe

    ah… cristao confesso….
    só pra voce saber….
    o vaticano “chorou” pelo brutal assassinato de Romero em San Salvador…. o Vaticano hoje o “declara mártir”…. mas SEM CONDENAR AO EXTREMO a ditadura vigente de El Salvador… Claro… sei o PQ! o Vaticano e boa parte do clero salvadorenho trocava beijos com os militares! Garanto ke se Romero fosse morte por algum governo comunista, AÍ ELE VIRARIA MÁRTIR NO ATO! ah… tem mais… por ke a ijgreja declarou mártires os padres espanhois anti-republicanos mortos, mas não fez o mesmo em relação aos padres republicanos mortos???
    PQ a igreja venera mais um crápula do nivel de Stepinac (o cardeal lacaio de Pavelic e Hitler) em detrimento de Romero, Boff….
    ah… PQ o Vaticano não fez gritaria brutal quando soube dos assassinatos de padres e freiras em El Salvador, Argentina etc. na mão dos militares???
    Ah… PQ…o Vaticano puniu (e pune) com eficácia e rapidez padres eskerdistas,modernos, progressistas ao contrario de padres pedofilos, fascistas, mafiosos etc.?

  • Joe

    ou seja… os mártires da igreja são bem seletivos…. pelo visto…. se são vítimas de comunistas, de anarkistas etc. viram martires no ato… se sao vitimas de fascistas…. aí….

    no fundo a igreja ker ke “diabos tradicionais” como islam.. comunismo etc existam.. pra ke ela possa fabricar + martires e santos pra comover o zé povinho

  • Baal

    cristaoconfesso,

    “demasiada presunção”

    Compreendo que a critíca vos possa parecer estranha. Insultuosa mesmo.

    Afinal, segundo os vossos parâmetros, apenas os vossos chefes devem passar a vida a criticar toda a gente. Segundo a vossa teoria eu devia sentir-me extremamente honrado por ser diariamente criticado publicamente por velhotes efeminados encobridores de pedófilos e calar-me respeitosamente fingindo que não via os vossos podres.

    Mas vê lá o teu azar, os tempos mudaram e ninguém está acima da critíca.

    Qualquer dia nem os teus chefes estarão acima da LEI.

    É bom que percebas isso.

    Quanto a acusção de presunção, vinda de um pmembro de uma igreja que tem a presunção de poder criticar toda a gente mas estar acima de qualquer critica, proponho que te olhes a um espelho. Mas duvido que sejas capaz de perceber a triste figura que andas a fazer.

  • Mike

    Caro Baal:

    Embora eu não seja católico (e não tenha Igreja), sou cristão e, sobretudo, tenso ser sério e recto.

    Desconheço em absoluto algum caso, no mundo inteiro, em que a Igreja tenha sido condenada por pedofilia. Aliás, por este crime, dificilmente poderá ser condenada. Não se trata sequer de um crime que uma entidade colectiva possa cometer.

    Não denunciar eventuais pedófilos, é um crime confuso. Será “favorecimento pessoal”? Não creio! Até porque não basta alguém alegar a Igreja sabia e escondeu, é necessário provar que sabia , tinha forma de averiguar a verdade e sabendo a verdade não agiu. E muito complicado, desde logo porque os bispos não têm poder de investigador crimes.

    Mas, há uma coisa que tu confundes.

    As indemnizações não fazem parte do ramo criminal, mas sim do cível. Qualquer um de nós, acusado de crime, pode ser ilibado e ter que pagar uma indemnização na mesma.
    A parte Cível e a parte criminal de um processo nem sempre andam de mãos dadas.

    Queres um exemplo: Imagina que tu acusas, nos jornais, na Internet ou na TV, uma empresa (para não ser a igreja) de esconder práticas pedófilas dos seus funcionários. No final prova-se que isso era verdade. Tu tinhas razão.
    Mesmo assim, se a empresa provar que a tua denúncia resultou em prejuízo para essa empresa, para os seus negócios ou para a sua credibilidade no mercado, pode exigir-te uma indemnização. Transpõe isso agora para a Igreja.

    Gostava muito de acompanhar um caso desses que relatas. Deve ver interessante.
    Isto porque , condenar uma entidade colectiva (a igreja) pelas praticas privados de agentes conexos (os padres) deve ser algo de monumental.
    A menos que seja num país onde o direito penal depende da estado de humor do juiz.

    Já muitos dirigentes e organizações homosexuais se pronunciaram CONTRA a pedofilia – isso não significa nada. Então ao padres e os bispos não fizeram a mesma coisa?

    Entretanto também está muito enganado noutra coisa. A generalidade dos ateus não se pronuncia a FAVOR da homosexualidade. – desculpa, mas estás a falta à verdade. Em todos os referendos feitos sobre o casamento homossexual, as associações ateístas assumiram o papel de defensoras da homossexualidade como prática, e do casamento deles.

    A questão da liberdade pessoal não é tão linear. Por um lado o costume é uma fonte de direito, por outro lado, há que manter a legislação dentro da esfera cultural, de forma a que não escandalize ou perturbe a paz pública. Há limites para tudo.

    Há tempos encontrei um estudo, que tenho procurado mas não sei onde está (e portanto, isto que eu digo não faz fé, acredita só se quiseres), feito por uma universidade americana ou australiana (não me lembra) onde se percebia que as pessoas celibatárias (por regra ou por opção) são as que menos agridem sexualmente, no mundo inteiro. No topo dos agressores sexuais, estavam os “unidos de facto”, os divorciados, os viúvos e os “traídos”.

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