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Jesus esse ilustre desconhecido (2)

As referências a Jesus, fora da Bíblia, são pouco credíveis para um filho de Deus. Vamos agora ver dentro desta.

Relativamente ao nascimento, Mateus escreve que «nasceu em Belém, região da Judeia, no tempo em que Herodes era o rei do país…», enquanto Lucas escreve que «por aquele tempo o imperador Augusto ordenou que se fizesse um recenseamento em todo o mundo. Este primeiro recenseamento foi feito, sendo Cirenio governador de Síria». Uma vez que Herodes morreu no ano 4 antes da Nossa Era, os relatos são temporalmente contraditórios. Nesse período não se registou nenhum fenómeno atmosférico que possa ser interpretado como a estrela dos reis magos, nenhuma matança de crianças, nem nenhum recenseamento romano. Este último, pelo simples facto de que naquele tempo a Judeia não estava debaixo do domínio romano. Assim sendo, estes relatos não correspondem à verdade.

Nos quatro evangelhos Jesus é chamado de Nazareno, mas só nos capítulos iniciais de Mateus e Lucas se conta o seu nascimento e se situa em Belém, sem nunca referirem o boi (ou vaca) e o burro que aparecem nos presépios. Tal como no nascimento, também da morte de Jesus não dispomos de relatos credíveis. O único dado que sabemos é que aconteceu “sob Pôncio Pilatos”, entre o ano 26 e 36 depois da Nossa Era. Não há registo dos dificilmente esquecidos prodígios que acompanharam a sua morte. É certamente falso que «desde o meio dia e até às três da tarde, toda aquela terra ficou às escuras», não poderia haver um eclipse do sol de três minutos  e muito menos de três horas, durante o plenilúnio. Surpreendentemente, nenhum historiador da época parece ter-se apercebido que naquele momento «o céu se rasgou em dois de alto a baixo, a terra tremeu, as rochas se partiram, os túmulos se abriram e muitos homens de Deus que estavam mortos ressuscitaram».

As explícitas raízes judias do nascimento e morte de Jesus, revelam semelhanças flagrantes com os mitos religiosos de outras civilizações: os egípcios Horus e Osíris, o persa Mitra, os gregos Hércules e Dionísio, inclusivamente com o asteca Quetzalcoatl. O nascimento a partir de uma virgem com a morte e posterior ressurreição, constituem óbvios arquétipos universais partilhados pelas mitologias de várias culturas. Mas a cópia mais ou menos propositada não fica por aqui: o dia 25 de Dezembro dia do nascimento de Jesus é um plágio da festa do “Sol Invictus” o Deus Sol, que o imperador romano Heliogábalo importou da Síria no ano 218. O imperador Aureliano instaurou o seu culto no ano 270 consagrando-lhe um templo a 25 de Dezembro do ano 274, durante a festa do “Natal do Deus Sol”, dia do solstício de Inverno segundo o calendário juliano. E em 17 de Março de 312 o imperador Constantino estabeleceu o “Dies Solis” (que ainda hoje se chama Sunday em inglês) dia de descanso romano. A substituição do culto ao “Deus Sol” pelo culto ao Deus-Cristo “eu sou a luz do mundo”, foi oficializada em 350 pelo papa Júlio I, com a imposição do dia 25 de Dezembro como nascimento de Jesus. Mas este culto não conseguiu eliminar facilmente o culto ao “Deus Sol”, como demonstra o Sermão de Natal do papa Leão Magno em 460: «É tão estimada esta religião do Deus Sol que alguns cristãos antes de entrarem na basílica de São Pedro, dedicada ao único Deus vivo e verdadeiro, viram-se para o sol e inclinam a cabeça em honra do astro fulgente. Este acto lamentável, que é repetido em parte por ignorância e em parte por mentalidade pagã, angustia-nos».

No evangelho de João, Jesus aparece como uma reencarnação de Moisés e das passagens do Êxodo. O primeiro milagre de Jesus, a transformação da água em vinho, é uma cópia da primeira praga do Egipto; a transformação do Nilo em sangue. A multiplicação dos pães, é uma adaptação do episódio do maná no deserto. A caminhada sobre as águas corresponde à divisão das águas do Mar Vermelho. A ressurreição de Lázaro; à libertação do Egipto, etc. Trata-se de compilações mais ou menos fiéis e livres dos vários trabalhos anteriores. O próprio Lucas o afirma: «muitos trataram de escrever a história dos factos sucedidos tal como nos ensinaram[…] também a mim me pareceu oportuno escrever estas coisas para que comproves a verdade de tudo quanto te ensinaram». Ou seja; são relatos mais ou menos fiéis e livres, de ensinamentos orais mas não necessariamente de Jesus. Já na primeira metade do séc. II, as “Interpretações dos ditos do Senhor” da autoria de Papías, assinalavam que Marcos se remetia aos sermões de Pedro, mas que estes haviam tido um fim catequista e não historiográfico: havia-se “inspirado” indirectamente nos sermões de Cristo mas não os havia reproduzido literalmente. Os livros de Papías que pretendiam remeter os ditos dos apóstolos para uma tradição oral; foram classificados pela “História Eclesiástica” de Eusébio, como um conjunto de «estranhas palavras e ensinamentos do Salvador, e outras coisas mais míticas».

Está claro desde o início, que os evangelhos não são obras históricas mas sim vocacionais, que falam de um personagem mais ou menos idealizado e mitificado, quando não, simplesmente inventado. A credibilidade dos evangelhos é tal, que apenas quatro são considerados canónicos e todos os outros apócrifos e rejeitados pela Igreja como autênticos. Naturalmente em questões de cânon (regra) tudo é relativo, por exemplo; nos livros do Antigo Testamento, os Macabeus, que actualmente a Igreja Católica considera canónicos, são considerados não canónicos pelos próprios judeus e apócrifos pelos protestantes, e a decisão definitiva sobre o cânon católico do Antigo Testamento não vai além de 1546 quando o Concílio de Trento estabeleceu a lista actual e declarou «anátema sobre quem não admita como sagrados e canónicos estes livros completos, com todas as suas partes, tal como são lidos na Igreja Católica». Tal facto não impede que a igreja Etíope admita ainda mais três livros como canónicos. Muitos dos evangelhos considerados apócrifos perderam-se, mas outros se conservaram e narram episódios completamente diferentes da vida de Jesus, da Virgem e dos apóstolos. Aqui a posição da Igreja varia entre uma clara aceitação de alguns documentos como oficiosos, e uma explícita recusa de outros como oficialmente heréticos.

Não deixa de ser curioso que o evangelho de Pedro parcialmente encontrado em 1886 descreva a “paixão” de Cristo de maneira análoga à dos sinópticos, mas desde uma perspectiva política diversa, anti-judia e pró-Pilatos.

6 thoughts on “Jesus esse ilustre desconhecido (2)”
  • mandaforte

    Excelente trabalho analítico, bem exemplificativo das origens pouco saudáveis de uma das principais religiôes. Mas com as outras o problema é idêntico.
    O estranho é vermos gente erudita, inteligente, esperta, etc, aceitar como verdadeiros e históricamente correctos, autênticos descritivos fantasiosos de uma realidade inexistente. A qualidade da maioria dos textos biblicos e não só, é bem reveladora da falta de credibilidade de quem os escreveu. Pelo menos enquanto as missas eram em latin, nós pobres crianças que fomos obrigados durante quase 10 anos a sofrer esse acto de penitência obrigatória, pelo menos não percebiamos quase nada do que se dizia e o tempo passava mais depressa.
    Como é evidente a história de Jesus e Madalena nada mais seria que um conto de um casal apaixonado, não fosse a tremenda intuição de alguns que depressa se aperceberam do maná que era este novo negócio.
    Reparem como Fátima se desenvolveu. Apenas foi preciso uma fantasia de algumas crianças e um texto sem nexo escrito por uma pobre de espírito chamada Lucia. Como é evidente tiveram de prendê-la para o resto da vida. Não fosse a mulher passar-se de todo e dizer que aquilo afinal não tinha passado de uma brincadeira.
    Agora já é tarde. A cidade está construída e os clientes aumentam. A propósito. O Bispo Edir Macedo, também com base nos mesmos papeis, acabou de apresentar o palácio que comprou no valor de muitos milhôes de contos. Ao ver as fotografias até pensei que ali poderia perfeitamente ser o Céu. De facto até já foi do chamado rei-sol.
    Os humanos continuam a ser um manancial ainda pouco explorado. Valha-lhes deus.

  • Mike Teef

    Podias pelo menos ser sério nas citações que fazes da Bíblia. Ou será que leste uma tradução ad hoc?

    Onde está escrito na Bíblia que se trata de Herodes “o grande”?
    A dinastia dos Horodes governou nesta data e tem um conjunto de sucessões e ligações muito complicado (historicamente há muitas interrogações sobre “os Herodes”).

    «Nesse período não se registou nenhum fenómeno atmosférico que possa ser interpretado como a estrela dos reis magos, nenhuma matança de crianças, nem nenhum recenseamento romano.” Este último, pelo simples facto de que naquele tempo a Judeia não estava debaixo do domínio romano».

    INVENÇÕES, MENTIRAS E FALSA SAPIENCIAS!
    1 – Uma estrela não tem que ser um fenómeno atmosférico (nem as estrelas estão na atmosfera). As observações destes fenómenos estavam reservadas para uma pequena elite. È natural que não seja relatada. Os registos dos cometas também não abundam.

    2 – A matança de crianças era uma forma de retaliação comum na época, tal como a redução à servidão de crianças e mulheres. Terão até acontecido várias. Esta só era diferente pelo motivo.

    3 – Nesta época fizeram-se inúmeros recenseamentos por todo o império. Destinavam-se essencialmente a lançar impostos e a avaliar a necessidade de forças de manutenção da Paz. Sabe-se, por exemplo, que os impostos da palestina eram pesados. Sabe-se, por exemplo, que o Coliseu de Roma foi construído com ouro vindo da palestina, incluindo do templo de Jerusalém (curiosamente, o mesmo Coliseu serviu para dizimar os cristãos, muitos deles originários da Palestina).

    4 – O mais interessante é o facto da Judeia não estar sob o domínio Romano. Fica a saber que Herodes chegou ao poder «pela mão» de Roma e que Herodes Antipas foi educado em Roma. Definitivamente, toda a palestina estava sob administração romana.
    O que acontecia aqui, é que, curiosamente, havia uma estranha autonomia. O Sinédrio era um órgão local com demasiados poderes, em face das restantes províncias do império. Porém tudo estava sob alçada de Roma.
    Neste ambiente, cada facção social/religiosa era também um partido politico. Entre eles os Essénios, que não aceitavam a submissão a Roma (há quem julgue Jesus descende dos Essenios – mas trata-se de uma facção muito enigmática e desconhecida para haver certezas).

    Tudo o que escreves é da mais incrível falta de rigor e até de bom-senso.
    Por exemplo: “não poderia haver um eclipse do sol de três minutos e muito menos de três horas, durante o plenilúnio.”
    Onde foste buscar esta informação? Se ninguém sabe a data da execução de Jesus, muitos menos a fase das lua em que ocorreu, onde foste buscar estes dados tão eruditos?

    Nota-se que tentas, de forma infantil, juntar duas coisas totalmente diferentes: factos reais da Historia do Cristianismo, com o calendarização das celebrações cristãs. São cosias totalmente diferentes. O calendário cristãos veio substituir um calendário já existente. Substituíram-se efemeridades pagãs por comemorações religiosas – o que é puramente normal – e nada disto está sujeitos a uma cronologia temporal rígida ou fixa. A Páscoa, por exemplo, é móvel.
    Decidiu-se que a comemoração do nascimento do Salvador seria uma data fixa. Então, numa sociedade que agora já não era pagã, nada melhor do que cilindrar as manifestações pagãs de uma sociedade inculta, com comemorações religiosas que a fizessem esquecer. O que é que isto tem de mal?
    Jesus não nasceu, de certeza, em Dezembro, muito menos no dia 25. Decidiu-se que essa era a data ideal para a comemoração. Onde está o mal? Isso diminui o cristianismo em quê?

    Antes de escrever, pelo menos lê as fontes e não te fies nos comentadores analfabetos da Biblia – são aos milhares entre as seitas!!!

  • Carpinteiro

    Ó homem honesto:

    Parabéns. Não tendo dito nada que jeito tenha:
    «nada melhor do que cilindrar as manifestações pagãs[…]que é que isto tem de mal?

    Acabou por corroborar o que está no post:
    «…ninguém sabe a data da execução de Jesus […] há quem julgue Jesus descende dos Essenios».

    Afinal que filho de deus é este, que ninguém sabe ao certo quem é, onde nasceu, nem onde nem quando morreu? O post está mais que certo: – “Um ilustre desconhecido”.

    «Podias pelo menos ser sério nas citações que fazes da Bíblia. Ou será que leste uma tradução ad hoc?»

    Aí vai:

    – «por aquele tempo o imperador Augusto ordenou que se fizesse um recenseamento em todo o mundo. Este primeiro recenseamento foi feito, sendo Cirenio governador de Síria». -(Lucas II,1-2).

    «nasceu em Belém, região da Judeia, no tempo em que Herodes era o rei do país…» – (Mateus, I,18). (Lucas II).

    Mateus, II,23.

    – «o céu se rasgou em dois de alto a baixo, a terra tremeu, as rochas se partiram, os túmulos se abriram e muitos homens de Deus que estavam mortos ressuscitaram». – (Mateus, XXVII, 51-53).

    – «É tão estimada esta religião do Deus Sol que (…)repetido em parte por ignorância e em parte por mentalidade pagã, angustia-nos». – (Sermão de Natal XVII,4).

    – «muitos trataram de escrever a história dos factos sucedidos tal como nos ensinaram[…] também a mim me pareceu oportuno escrever estas coisas para que comproves a verdade de tudo quanto te ensinaram» -(Lucas, I, 1-3)

    Chega? O “Calhamaço dos Embustes” vulgo bíblia, é a dos Capuchinhos (não dos vermelhos, não te assustes!)

    E depois, como diria sarcasticamente Voltaire no seu Dicionário Filosófico: «Os evangelhos canónicos, são apenas aqueles que não cairam da mesa no Concílio de Niceia»

    O simples facto de serem apenas quatro, deve-se a Ireneu
    afirmar que «os evangelhos só podem ser quatro porque a terra tem quatro cantos (pasme-se!), e quatro ventos, e a Igreja está estendida por ela e os evangelhos são os seus pilares» – Ireneu-“Contra as Heresias”, 3ºlivro.cap.XI-8.

    «Aliás, segundo este mesmo “doutor” da Igreja, no 2º livro da mesma obra, no cap. XXII, pode ler-se: – «entre os quarenta e os cinquenta anos um homem inicia o declive para a velhice, que Nosso Senhor alcançou enquanto exercia o ofício de Mestre, como testemunham os evangelhos e todos os cidadãos. Os seguidores asiáticos de João, discípulo do Senhor, afirmam ter recebido esta informação de ele, que permaneceu entre eles até ao tempo de Trajano[ou seja, até o ano 98 da N.E. aproximadamente]. Aliás, alguns viram não só a João, mas também a outros apóstolos, e ouviram o mesmo relato de eles, e testemunham a sua validade.»
    – Aqui podemos “saber” que Jesus chegou aos cinquenta anos!

    «1 – Uma estrela não tem que ser um fenómeno atmosférico (nem as estrelas estão na atmosfera). As observações destes fenómenos estavam reservadas para uma pequena elite. È natural que não seja relatada.»

    Pois…é prcisamente o contrário, essa pequena elite era quem sabia escrever e fazia o registo dos vários fenómenos, e desse, NADA!

    «2 – A matança de crianças era uma forma de retaliação comum na época, tal como a redução à servidão de crianças e mulheres. Terão até acontecido várias. Esta só era diferente pelo motivo.»

    Já que eram comuns, enumere-me algumas por favor. Se este era por um motivo diferente, será porque deus é infinitamente misericordioso?

    – Amanhã continuo…

  • 1atento

    Mike,
    O padre carreira das Neves também é um ignorante da bíblia?

    Leia NESTE ARTIGO o que ele diz sobre alguns mitos sobre Jesus.

    Algumas citações:
    “A vinda dos magos do oriente, a acção da estrela, a conversa dos magos com Herodes, que ‘pôs em alvoroço a cidade de Jerusalém’, a adoração dos magos, o prazo de dois anos entre a vinda dos magos e a matança dos inocentes, a ida de Jesus, Maria e José para o exílio no Egipto, onde permanecem dois anos, é uma narrativa midráchica, artificial.”

    O padre Joaquim Carreira das Neves, biblista, sintetizava deste modo, a 6 de Outubro deste ano, na sua última lição pública, o modo como a exegese bíblica contemporânea olha para as narrativas da infância de Jesus contidas nos evangelhos. Midráchica designa uma narrativa maravilhosa para referir um facto de fé.

    Nessa intervenção, que será em breve publicada na revista Didaskalia, da Universidade Católica, Carreira das Neves acrescentava: “É anti-racional que Herodes tenha mandado matar as crianças de Belém e arredores, precisamente dois anos depois do aparecimento dos magos. A ser verdade, e não obstante os crimes do rei, Flávio Josefo [historiador do século I, autor de Antiguidades Judaicas] não deixaria de apresentar este crime como o maior de todos os crimes.”

  • 1atento

    Também AQUI:
    Jesus não nasceu a 25 de Dezembro, não foi dado à luz numa gruta, não havia burro ou vaca a assistir, os magos não eram reis nem eram três, não houve pastores a adorá-lo, não fugiu para o Egipto. As histórias de Natal estão cheias de pormenores que têm apenas uma intencionalidade teológica. Apenas? Não fossem essas histórias e onde estaria a dimensão do maravilhoso no Natal?

  • Mike Teef

    Caro “1 atento”:
    Tento ser honesto e, no mínimo, não faço montagens com factos e verdades, de forma a dar a entender o contrário daquilo que os outros dizem.

    Talvez não saibas, mas função de uma ideologia é substituir-se à outra que a antecede. A nossa História recente dá-nos exemplos: após o 25 de Abril cilindrou-se o fascismo; com a implantação da república cilindrou-se a monarquia… e por aí fora.

    Infelizmente, não concordamos em muitos aspectos. Não me embaraçam as tuas ideias, muito menos invejo a foram atormentada como te exprimes, mas não aceito a falta de rigor.
    Chamar desconhecido a uma personagem universalmente conhecida, é uma falta grave de honestidade e rigor.
    Se não chegaram até nós documentos dos factos que ocorreram na Palestina, tudo se deve ao clima que então se criou. Não deve ter sido por falta de registo, pois Lucas diz: muitos empreenderam compor o relato dos acontecimentos…”
    Tudo leva a crer que foram mesmo muitos, mas eles não chegaram até nós… e tu sabes bem porquê.

    A Bíblia que uso é uma versão traduzida do grego pelos monges Maredsous da Bélgica , das Editorial Missões de Cucujães.
    Eu nunca entrei num Seminário, mas parece-me que alguns que aqui escrevem, estão a cuspir no prato em que comeram e lá aprenderem a ser gente (embora se tenham esquecido).

    Tu citas:
    «nasceu em Belém, região da Judeia, no tempo em que Herodes era o rei do país…» – (Mateus, I,18). (Lucas II).
    Mateus, II,23.

    Agora vê a diferença:
    Mateus, I; 18 : ” Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu pró virtude do Espírito Santo” Na minha Bíblia não diz nada do que tu lês na tua.

    Mateus, II; 23: “e veio habitar na cidade de Nazaré para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Será chamado Nazareno” . Idem
    Lucas II – não indicas o versículo.

    Usas uma tradução mentirosa ou deturpas o que lês:
    – «o céu se rasgou em dois de alto a baixo, a terra tremeu, as rochas se partiram, os túmulos se abriram e muitos homens de Deus que estavam mortos ressuscitaram». – (Mateus, XXVII, 51-53).

    Onde eu leio:
    Mateus; XXVII, 51-53: E Eis que o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo, a terra tremeu, fenderam-se as rochas…

    Em rodapé, nota do tradutor: Véu, a grande cortina que no templo de Jerusalém separava o santuário, chamado “Santo dos Santos”, da parte reservada aos sacerdotes,.”

    Não foi o “céu “ que se abriu, mas sim o “véu” que se rasgou.

    A tua bíblia é uma tradução ad-hoc.
    Na verdade, tu andas a ler um “Calhamaço dos Embustes”. Depreendo a tua falta de critica das fontes que lês e a facilidade com que te levem com embustes. Mas, quem cai sucessivamente, e de forma voluntária, em tais embustes, passa a pertencer ao reino dos embusteiros.

    Portanto, todos o que narras não é para levar a sério. Trata-se de falta de instrução, de deturpação da informação ou, pior ainda, de ignorância.

    Nunca reproduzas o que os outros dizem, sem primeiro confirmar a fonte. Acreditar num aldrabão torna-te aldrabão, velar apela verdade faz de ti um homem sério, honesto e respeitável.

    Podes odiar os cristãos (e os católicos em particular), isso não tem mal, eles estão habituados e o teu comportamento não os afecta. Mas, usando essa técnica, entras no domínio dos embusteiros, como a grande parte dos ateus que aqui escreve. Ou são muito mal formados, ou são um embustes!

    Se a tua maluqueira é pensar que prejudicas a religião, deixa dizer-te que estás a perde o tempo e a sofrer desnecessariamente. Muitos homens influentes, poderosos e até bem formados o tentaram fazer, quer desbaratando grandes fortunas, quer criando leis, exércitos, guerras e impérios, e nunca conseguiram. Pelo contrário, deram mais força ao cristianismo, nas suas mais diversas correntes. Portanto, tu e os restantes ateus portugueses, representam uma gota minúscula a tentar influenciar o oceano do cristianismo. Uma gota pequena e inútil.
    Acho que, pela forma como falas, nem os teus familiares convences, e corres o risco de ser visto como ridículo, mesmo pelos que te rodeiam.

    Quando ao Padre Carreira das Neves, só lendo o que ele disse, e como o disse. Ninguém, minimamente informado, dúvida de factos presentes na Bíblia. factos e formas de os relatar é que são coisas diferentes.

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