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  • 16 de Fevereiro, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Vaticano

Papa defende a pena de morte

A pena de morte é uma barbaridade ancestral que a civilização progressivamente tem vindo a condenar e a abolir, quer pela ineficácia, quer pelo humanismo que informa as sociedades modernas.

As religiões monoteístas, presas às tradições e à violência do Antigo Testamento, têm dificuldade em adaptar-se aos valores e ao direito que vigoram nos países que estão na vanguarda da civilização e do humanismo.

A Igreja católica, pressionada pela jurisprudência europeia, decidiu condenar a pena de morte, embora com restrições, na última edição do seu catecismo. A privação do poder temporal exonerou-a de continuar a defender a pena capital contra adúlteros , apóstatas, hereges, blasfemos, etc., que viram a heresia, a apostasia e outros pecados, reconhecidos como direitos inalienáveis. Só no mais implacável dos monoteísmos – o Islão –, a fúria sanguinária se mantém para gozo de Maomé, mas o Vaticano, um bairro de 44 hectares de sotainas, teve de condescender com a civilização que o rodeia.

Os crimes de pedofilia, cometidos por padres, têm uma eco mediático enorme, devido à alegada superioridade moral de que o Vaticano se arroga e calcula-se quanto prejudicam o negócio da fé, sabendo-se que um povo que desconfia da virtude dos padres acaba por duvidar da bondade do seu deus.

Os abusos sexuais cometidos contra crianças por sacerdotes irlandeses, acobertados pela hierarquia da Igreja, na época, foram “actos particularmente odiosos”, como reconheceu o número dois do Vaticano, Tarcisio Bertone, durante a recepção aos bispos irlandeses, antes da audiência com o Papa.

O que não se esperava deste Papa obsoleto era a defesa da pena de morte, mesmo para o crime que mais envergonha a sua Igreja e o que mais rombos tem causado à fé.

Os que escandalizam as crianças merecem que lhes coloquem uma mó de moinho ao pescoço e os atirem ao mar“. Foi com a citação atribuída a Jesus Cristo que, na semana passada, na reunião do Conselho Pontifício para a Família, Bento XVI condenou, os recentes casos de pedofilia na Igreja Católica.

Tal como em Ratisbona, em relação aos muçulmanos, Bento XVI, gosta de comunicar através de citações mas não deixa dúvidas sobre o seu pensamento e carácter.

16 thoughts on “Papa defende a pena de morte”
  • Joe

    ke atirem o papa no mar então!!

  • Baal

    Bem.

    Eu sou agnóstico mas concordo a 100% com a pena de morte.

    Nesse aspecto a minha única critíca ao catecismo é que é demasiado brando e só admite a pena de morte em casos excepcionais.

  • Bright Pedro Netto

    Não é defesa, é seu sustentáculo moral de “autoridade, tradição e revelação”.
    Mas este reacionário tem razão: Os Seus Pedófilos devem ser afogados e depois Este sem hesitar!
    Eu faço sem hesitar e ainda exijo uma compensação.

  • Lena Berardo

    Carlos, não leves isto a sério. Não vês que é o papa a “jogar” ao Carnaval? ahahah

  • JoseMoreira

    Lamento, Baal. Julgava-o mais evoluído. Para agnóstico, está um bocado troglodita…

  • FireHead

    Não existirão também ateus que são a favor da pena de morte? Serão trogloditas? Hmmm…

  • Joe

    O papa deveria ser morto, pela lógica

  • Carpinteiro

    Ou ser julgado por crimes contra a humanidade.
    Não é só fazer-se adorar e pavonear a sua infalibilidade, há que assumir responsabilidades e este tem muitas explicações a dar, não só aos crentes (como eles tanto gostam de dizer) mas a todos.

  • josecamoreira

    Obviamente que, nesse caso, são trogloditas.

  • Baal

    josecamoreira,

    Obrigado por me chamar de troglodita.

    Mas antes troglodita do que os macacos que deixam os criminosos impunes e à solta para cometer mais crimes. Isso é que é o fim da macacada.

  • josecamoreira

    Não tem que agradecer, Baal. Só lhe lembro que ainda há pouco tempo um condenado foi posto em liberdade por se ter provado que, afinal, era inocente. Aliás, a História está cheia desses casos. Se o homem tivesse sido condenado à morte e executado, seria muito difícil emendar o erro. Lembre-se de que isso só aconteceu uma vez, há mais de dois mil anos. Pelo menos, é o que dizem, que eu não vi nada nem há documentos que o provem.

  • Baal

    josecamoreira,

    Há formas de contornar o problema dos erros judiciários.

    Por exemplo, só condenar criminosos reincidentes.

    Para mim selavajaria é permitir que criminosos reincidam uma, duas, dez, vinte vezes, em nome do “humanitarismo”.

    Falaste e bem nos erros judiciários. Mas não falas no facto de ser mil vezes mais comum a figura típica do criminoso que continua à vontadinha a sua carreira de crime dentro e fora da prisão. Não falas do facto de grande parte dos crimes serem cometidos por criminosos reincidentes. Nem do preço em sangue e lágrimas que custa para as vitímas o CRIMINOSO humanitarismo para os criminosos.

  • josecamoreira

    De acordo. Mas convirás que há um espaço muito grande entre o 8 e o 80. Tirar a vida a um assassino é colocarmo-nos ao nível dele.
    Que tal, por exemplo, prisão perpétua e/ou trabalhos forçados?

  • FireHead

    josecamoreira,

    Então os religiosos que são contra a pena de morte não são trogloditas. São evoluídos como todos os que, sendo crentes ou não, não são a favor da pena capital.

  • josecamoreira

    De acordo. Mas convirás que há um espaço muito grande entre o 8 e o 80. Tirar a vida a um assassino é colocarmo-nos ao nível dele.
    Que tal, por exemplo, prisão perpétua e/ou trabalhos forçados?

  • FireHead

    josecamoreira,

    Então os religiosos que são contra a pena de morte não são trogloditas. São evoluídos como todos os que, sendo crentes ou não, não são a favor da pena capital.

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