Loading
  • 4 de Fevereiro, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Laicidade

Laicidade & Identidade: uma mistura explosiva?

Por

E -Pá

A polémica sobre o “véu islâmico” varre a França há vários anos. Ela é, acima de tudo, fruto do secularismo que está entranhado no povo gaulês e de um indefinido sentimento de islamofobia, cujas raízes se entroncam no fatídico 11 de Setembro de 2001.

Citando um político conservador, Jacques Chirac, então ( em 2004) Presidente da República francesa, uma das essências da República é a laicidade. Disse sobre este problema: “a separação entre Estado e religião, é a pedra fundamental da República, o conjunto de nossos valores comuns de respeito, tolerância e diálogo”.
Com certeza que sim!

É, todavia, discriminatório restringir este problema aos diferentes tipos de véus ou vestimentas islâmicas. A laicidade deve tocar a todos. Nomeadamente, por serem mais expressivas demograficamente, aos cristãos e aos judeus.

Não se percebe a razão da proibição do véu islâmico se, ao mesmo tempo, não interditarmos – para nos circunscrevermos às religiões mais conhecidas – o uso de quipás (aquele solidéu que cobre o apex da cabeça dos judeus), nem a permanência de crucifixos pendurados em espaços públicos, nomeadamente em escolas.

Como, também, não se compreende a discriminação dos feriados religiosos que, habitualmente, na Europa, contemplam, selectivamente, a religião cristã. Porque não são feriados, por exemplo, o Yom Kippur (judaico) e Aïd-el-Kebir (muçulmano)?
Na verdade, a comunidade islâmica em França é enorme. Cerca de 5 milhões.

Mas a polémica não se restringe ao uso de símbolos religiosos. Sarkozy incorporou neste campo, já minado pela discórdia, o problema da identidade francesa..

Este novo item introduzido na discussão levou, por exemplo, a que tenha sido recomendado a recusa do direito de residência e cidadania a pessoas que apresentem sinais visíveis de práticas religiosas radicais.

É, neste convergência entre o uso de símbolos e a questão da identidade nacional francesa que a comunidade islâmica se sente particularmente atingida e vislumbra um incontornável traço de segregação.

Na verdade, sendo difícil definir o que são “práticas religiosas radicais” (o facto de os muçulmanos rezarem 5 x dia, será radicalismo?) as propostas de Sarkozy são, no concreto, um sério obstáculo a integração dos muçulmanos na sociedade francesa.

Na realidade, os problemas há muito tempo que se adivinhavam. O ministério empossado e escolhido por Nicolas Sarkozy conta com a participação de Eric Besson (por coincidência um homem oriundo da área socialista) que assumiu o cargo num “novo” ministério, com múltiplas competências: para a Imigração, Integração, Identidade Nacional e Desenvolvimento Cooperativo.

Esta designação contem a marca de água dos valores retrógrados da Direita (não obrigatoriamente republicanos como os de Chirac) e é reveladora de objectivos submersos que não andarão longe da pura xenofobia.

Como diz o povo: Nem tudo o que luz é ouro…!

5 thoughts on “Laicidade & Identidade: uma mistura explosiva?”
  • Revisionista

    a pior fobia se dirige contra as pessoas que criticam o sionismo organizado e seus dogmas. A unica religiao de estado na França é holocausto. Ai daquele que investigalo.. questiona-lo

  • Revisionista

    A França toma atitudes que nada devem à URSS. Fundamentalismo anti-religioso….

    o 11/9 é a grande fraude do seculo XXI…. dizer ke foi extremismo islamico o responsavel é mentira imunda…
    e mesmo ke fosse … os EUA nao teriam moral pra reclamar.. afinal.. tem governo assassino e terrorista… quem vive pela espada.. morre pela espada

  • sempapasnalingua

    E -Pá
    Esta nódoa de bosta, cópia conforme da famosa bosta dos minaretes do teu guru Carlos Esperança, dava pano para mangas, mas não tenho tempo nem paxorra para debater as tuas alarvidades sobre este assunto, onde leio apenas ignorância, sofismas e demagogia dum idiota útil, um kolabo, como são os da tua laia, falsos laicos mas verdadeiros lacaios do islamonazismo.
    E é com este primitivismo intelectual, prevertendo criminosamente o conceito e valores da laicidade, da democracia e da liberdade, que os cavalos de tróia, abrem as portas ao fascismo islâmico, à extrema ditreita e a futuros conflitos violentos e dramáticos.
    Oxalá que um dia os tipos como tu não tenham que ser chamados a prestar contas à sociedade pelas suas responsabilidades nesses acontecimentos.
    Até lá seria melhor antes de acordares e conheceres a realidade, e colocares uma rolha na tua cloaca faladora.

  • Baal

    Pessoalmente sou contra a abolição do véu islãmico.

    Cada um tem o direito de se vestir como quiser e usar os símbolos religiosos que lhe apetecer.

    Porém esta questão é complexa, porque o véu pode ser uma forma de discriminar as muçulmanas que não o queiram usar.

    Isto, é, ao haver umas que o usam, as que não o usem acabam por ser identificadas como “ateias” pelas comunidades islãmicas radicais e perseguidas por isso até que todas o passem a usar mesmo CONTRA VONTADE. Pode ser uma forma de o radicalismo impor o seu poder e estabelecer o unaninimso nas comunidades muçulmanas pela força do MEDO.

    Por isso, embora não goste, não critico os franceses, porque tiveram que tomar uma decisão difícil, que é difícil de estabelecer se está certa ou errada, porque se trata de uma situação MUITO complexa.

  • Baal

    Pessoalmente sou contra a abolição do véu islãmico.

    Cada um tem o direito de se vestir como quiser e usar os símbolos religiosos que lhe apetecer.

    Porém esta questão é complexa, porque o véu pode ser uma forma de discriminar as muçulmanas que não o queiram usar.

    Isto, é, ao haver umas que o usam, as que não o usem acabam por ser identificadas como “ateias” pelas comunidades islãmicas radicais e perseguidas por isso até que todas o passem a usar mesmo CONTRA VONTADE. Pode ser uma forma de o radicalismo impor o seu poder e estabelecer o unaninimso nas comunidades muçulmanas pela força do MEDO.

    Por isso, embora não goste, não critico os franceses, porque tiveram que tomar uma decisão difícil, que é difícil de estabelecer se está certa ou errada, porque se trata de uma situação MUITO complexa.

You must be logged in to post a comment.