Loading
  • 15 de Novembro, 2009
  • Por Carlos Esperança
  • Laicidade

A guerra da iconografia religiosa

Os mais elementares princípios de convivência cívica devem eliminar do espaço público o que possa dividir os cidadãos. O crucifixo, a estrela de David ou o crescente islâmico são símbolos adequados às igrejas, sinagogas e mesquitas, lugares que são – ou deviam ser – de frequência facultativa, mas fomentam a divisão numa escola pública, hospital ou repartição, onde todos podemos ter necessidade de nos encontramos.

Um ateu, um muçulmano ou um judeu que visite uma catedral gótica, seduzido pela beleza arquitectónica, ou por razões culturais, já sabe que vai encontrar cruzes e santos, que deve preparar a pituitária para o cheiro a incenso e o fumo das velas, mas só entra se quer, e deve respeitar a iconografia que exista e a liturgia com que se depare. Quem entra num templo de uma religião cujo clero odeia os sapatos já sabe que deve deixá-los à entrada. O respeito pela liberdade religiosa é um dever civilizacional e um princípio ético.

Na escola, num hospital ou num qualquer departamento público, é abusivo marcar com o símbolo de uma religião particular, quase sempre de forma permanente e definitiva, o espaço interdito ao proselitismo e que não pode prestar-se à competição no mercado da fé.

Afirmar que o crucifixo é um símbolo cultural, e não religioso, é uma afirmação em que reincidem com atrevida hipocrisia os católicos ávidos de ocuparem os espaços públicos com os seus símbolos, impacientes para imporem de forma sonsa o que faziam de forma cruel na evangelização dos índios, nas cruzadas ou nos autos de fé.

O recurso ao argumento da tradição é outro expediente que não resiste à mais elementar reflexão pois a civilização tem sido um longo e difícil processo de luta contra a tradição. O esclavagismo, a pena de morte, a tortura, o canibalismo, os sacrifícios rituais e muitas outras práticas violentas, incluindo a obrigatoriedade religiosa, foram abolidas através da luta da modernidade contra a tradição.

Um templo, num país livre, não é obrigado a ostentar o busto da República, a foto do presidente ou a bandeira nacional, nem as cerimónias litúrgicas têm de terminar ao som do hino nacional. Com maior razão não devem as escolas, os hospitais e outros lugares públicos exibir crucifixos, santinhos ou senhoras de Fátima.

As paróquias, igrejas e conventos não devem ostentar o nome de Afonso Costa, Lutero ou Tomás da Fonseca e, igualmente, as aldeias, vilas e cidades devem evitar o nome de um taumaturgo, de um papa ou de uma pomba sagrada.

Custa aceitar a laicidade às religiões que se julgam maioritárias, às que se habituaram a privilégios e não perdem a vocação totalitária, mas a paz social depende da laicidade e do seu aprofundamento.

19 thoughts on “A guerra da iconografia religiosa”
  • sempapasnalingua

    Inteiramente de acordo.
    O texto é claro, conciso e mordaz.
    No entanto parece-me que atacar os integrismos religiosos, sendo óbvio, não pode distrair-nos do alvo principal na conjuntura actual.
    Não há riscos duma teocracia católica e perseguições da Santa Inquisição.
    Mas se continuarmos a insistir no “politico/laicamente correcto” a por os integrismos todos no mesmo saco, corremos o perigo duma OPA do islão e da charia sobre o Ocidente republicano e laico sem nos darmos conta.
    O islão não é uma relgião como outra qualquer, do mesmo modo que uma dor de dentes não se equipara em perigo a um cancro generalizado.

  • Carlos Esperança

    Os integrismos são todos iguais. Neste momento histórico o mais pernicioso é o islâmico, de longe. Nisso tem toda a razão.

    Por isso, a meu ver, as religiões deviam ser tratadas como associações e estar igualmente sujeitas ao Código Penal.

    E só teremos força moral para combater o crime religioso se a laicidade existir.

  • sempapasnalingua

    <font face=”Times New Roman” size=3>New shopping new life!
      How are u doing these days?Yesterday I found a web of a large trading company from china,which is an agent of all the well-known digital product factories,and facing to both wholesalers,retailsalers,and personal customer all over the world. They export all kinds of digital products and offer most competitive and reasonable price and high quality goods for our clients,so i think we you make a big profit if we do business with them.And they promise they will provide the best after-sales-service.In my opinion we can make a trial order to test that.
    Look forward to your early reply!
    The Web address: </font><font face=”Times New Roman” color=”#008000″ size=3>www.vanigo.com</font>
    <font face=”Times New Roman” size=3>E-mail: </font><font face=”Times New Roman” size=3>vanigo@188.com</font>
    <font face=”Times New Roman” size=3>MSN : </font><font face=”Times New Roman” size=3>vanigo@msn.cn</font>

  • Carpinteiro

    «Os mais elementares princípios de convivência cívica devem eliminar do espaço público o que possa dividir os cidadãos. O crucifixo, a estrela de David ou o crescente islâmico…»

    Na cidade onde habito, a entrada dos bairros foram infestados com nichos feitos de granito, com a imagem da Sagrada Família lá dentro, claro está, que, pagos com dinheiro dos contribuintes. Foram mandados colocar pela câmara, que está ao serviço do episcopado. Um bom exemplo de como e para onde vai o dinheiro dos cidadãos, e como a Igreja com as suas artimanhas do costume faz proselitismo sem gastar um cêntimo, se apropria do espaço público e esbulha os contribuintes.

  • sempapasnalingua

    “E só teremos força moral para combater o crime religioso se a laicidade existir.”
    Neste momento a laicidade não é a barreira mágica que nos pode proteger das ameaças do islamofasismo.
    O problema agora etsá na defesa dos outros valores que fundam a nossa sociedade democrática e liberal inclusive a laicidade.

    O integrismo islâmico extravasa o quadro unicamente religioso, e combatê-lo como um integrismo qualquer.
    Estamos perante uma ameaça muito maior que exige uma frente republicana que inclua a esquerda e a direita, crentes laicos e democratas.
    É a nossa civilização dos direitos e liberdades universais que está em perigo.
    Uma resistência em que só osateus estariam empenhados, seriamos um passarinho para o tigre islâmico.
    Uma resistência em que laicos do tipo Caroline Fourest ou Henri Pena Ruiz se opôem a uma lei que proiba oa burka no espaço público e trate de racistas laicos e o discurso republican e democrata de “fraseologia nauseabunda” de resistentes islamolúcidos como Pascal Hilout Mohamed ou Pierre Cassen entre muitos outros, não haverá força moral para combatermos o espectro mundial da jihad e do totalitarismo barbaro islâmico.
    A saber que que os laicos à Caroline Fourest não reconhecem no discurso destes intelectuais, a visão e opinióes de pessoas como por exemplo Wafa Sultan, Talisman Nazreen ou Ayan Hirsi Ali.
    A laicidade mesmo no país que a promoveu, a França, está em risco de ser um argumento sem força.
    A começar pelas novas versões de laicidade positiva ou aberta ou inclusiva e demais tretas à Sarkozy.
    Estamos muito mal Carlos. Muito mal.
    E já agora veja lá se temos em Portugal e por obra dos “cristãos” vaticanizados o equivalente a este tipo de coisas:
    http://www.youtube.com/watch?v=DOPlL67Chw4&feat

    Em frança pois a situação é tão grave que em Portugal ninguém imagina ao ponto, a que chegámos.
    De forma que o integrismo religioso católico é um epifenómeno que não me impede de dormir tranquilamente.

  • Carlos Esperança

    sempapasnalingua:

    Partilho as suas preocupações. Apenas me inquieto também com as outras religiões, particularmente com as monoteístas.

  • pedro

    -|-
    M Michael

    Complectamente errado porque todas as religiões tirando os judeus que ainda esperam a vinda do messias, assim como os proprios católicos da Santa Igreija Católica Apostolica Romana e não só (icar) e mesmo mulçumanos, etc, etc, etc … todos creem e acreditam em Jesus … e mesmo os hinduistas, budistas consideram-no como um iluminado coisas assim …
    Dai ser um simbolo de cultura e patrimonio mundial …
    Logo dai a unica coisa que poderá incomodar não são os que se dizem ateus ou bastencistas porque sabe-se lá prontos mas sim talvez os ateistas fanaticos fundamentalistas que se dizem que são contra provavelmente sem o saberem bem porque ou então talvez por ceitas anti tipo satánicas como se costuma ver por ai e que não costuma dar muito bom resultado … como se tem verificado …

  • pedro

    Salvo seja

  • pedro

    Não culpemos a Igreija pelos erros dos homens … porque ela permenacerá

  • raulpereira

    Peço desculpa ao leitor sempapasnalingua mas tive de remover um comentário por se apresentar em forma de código *.html. Se achar pertinente repita-o e, caso tenha sido este o caso, evite copiar / colar de outra fonte. Obrigado.

  • Oliveira

    Humm, então os judeus tugas estão tramados. Visto que cristo será um símbolo cultural inerente aos tugas, quem não o adoptar não poderá ser um verdadeiro tuga ! O que inclui, além dos judeus, os ateus, agnósticos e indecisos !

    logo fico a saber que, como não me revejo no património cristão, não posso ser português !

    Aliás, nem cidadão do mundo, visto que vocês consideram que cristo tem de ser, forçosamente, um símbolo de toda a cultura mundial.

    Assim, ateus, judeus, animistas, agnósticos, pagãos e todos os outros que não consideremos cristo como um símbolo dos nossos valores teremos de ser consideramos como “de fora” da cultura mundial !

    É um passo para a solução final do problema da descrença. Qual vai ser o próximo ? A seguir a marcar as escolas com a cruz de cristo vão marcar os descrentes com algum emblema amarelo ?

    PS

    Os símbolos cristãos, além disso não representam apenas a cristo, mas ás igrejas que se dizem cristãs. Pelo que um crucifixo não representa um bom profeta mas uma máquina organizacional que o adoptou. Toda a gente sabe isto. Qualquer pessoa sabe que um crucifixo, mais do que cristo significa a igreja e o seu poder social. Aliás, até entre os cristãos há quem abomine os crucifixos. As testemunhas de jeová consideram-no uma abominação pecaminosa porque representa A MORTE de cristo.

    Submeter uma criança filha de testemunhas de jeová, filha de judeus ou de ateus a símbolos de propaganda da igreja à pala dos estado, em lugares do estado que deviam ser de todos, onde todos se deviam sentir em casa, com o falso pretexto de que todos temos de aceitar cristo como símbolo da “nossa” cultura é um abuso generalizado.

  • ricciardi

    Claro que o uso de simbolos (religiosos) é cultural, pertença da historia e tradição de cada povo… muito mais que um artificio religioso.

    Todos nós já visitamos cemitérios públicos… em cada campa tem uma cruz. Não vejo mal algum que se possa manter esses simbolos, desde que condizentes com a tradição cultural de cada povo ou nação. E nem se trata de 'avidez' quando se colocam simbolos nos hospitais ou escolas… faz parte de uma tradição milenar, de um ritual cuja origem é religiosa mas esbatida na repetição cultural dos povos. É semelhante à entrada de um jogador em campo e ao acto de se benzer com a cruz de cristo.

    A retirada dos simbolos cristãos em portugal é ilógica e até certo ponto anti-civilizicional… tão ilógica quanto ilógica seria a retirada de todas as estatuas de nobres cavaleiros da historia portuguesa dos centros das cidades, simplesmente por haver um grupo de pessoas que acham violenta e humilhante a condição do cavalo.

    Como também é ilógico apagar a história substituindo nomes das coisas… desde logo na ponte 25 abril. A história é o que , e foi o que foi… e devemos ter o bom senso em aceita-la natutalmente.

  • Carlos Esperança

    Em Espanha estão a apagar-se todos os símbolos do franquismo porque os crimes do fascismo espanhol são incompatíveis com a democracia.
    Também, em Portugal, a ponte que o leitor gostaria de ver denominada com o nome do ditador, é agora designada pela data da liberdade.

    Quanto aos cemitérios: Cada um põe nas campas o símbolo que queira. É legítimo. Já à entrada, no muro, é ilegal a presença de qualquer símbolo porque os cemitérios são camarários e não pertencem a nenhuma confissão religiosa.

  • Carlos Esperança

    Em Espanha estão a apagar-se todos os símbolos do franquismo porque os crimes do fascismo espanhol são incompatíveis com a democracia.
    Também, em Portugal, a ponte que o leitor gostaria de ver denominada com o nome do ditador, é agora designada pela data da liberdade.

    Quanto aos cemitérios: Cada um põe nas campas o símbolo que queira. É legítimo. Já à entrada, no muro, é ilegal a presença de qualquer símbolo porque os cemitérios são camarários e não pertencem a nenhuma confissão religiosa.

  • ricciardi

    É precisamente esse o verdadeiro problema… a história não se apaga e nunca deve ser esquecida, muito menos alterada por circunstancialismos de moda.

    Franco, Salazar, Marx existiram de facto… foi salazar quem empreendeu a construção da ponte 25 de abril.

    A cruz á entrada dos cemitérios existe de facto; não se pode delapidar o património cultural por questões menores… não vejo utilidade em destruir por ex. os simbolos islámicos que ainda hoje grassam pelo sul do nosso país por pretensas liberdades de culto.

  • Salazar2009

    Os mais elementares princípios de convivência cívica devem eliminar do espaço público o que possa dividir os cidadãos.

    Eu concordo plenamente.
    Política, partidos, futebol, e disparates ateístas devem ser banidos do espaço publico, pois servem apenas para gerar mal estar e confusão.

    O mesmo não digo das religiões porque servem apenas unir as pessoas e torno de ideais e não para as separar.
    O sr. Esperança é que não tem prestado atenção ou desconhece o que são as religiões.

    (…)igrejas, sinagogas e mesquitas, lugares que são – ou deviam ser – de frequência facultativa …
    E são de frequência facultativa. Nenhuma lei no país obriga ninguém a frequentar tais lugares.

    mas fomentam a divisão numa escola pública, hospital ou repartição…

    Esta, eu não percebi!
    Fomentam a divisão de quê? De quem?

    Eu sou monárquico, mas nem por isso me sinto incomodado no interior da Assembleia da República, ou ante o bandeira e o hino, muito menos acho que eles fomentem a divisão nacional. São, até, elementos de união, de coesão…
    O sr. Esperança está muito mal informado!

    >O respeito pela liberdade religiosa é um dever civilizacional e um princípio ético.

    Falta acrescentar que: “ muito custa a engolir isso aos ateístas da Tasca Ateísta Suburbana de Lisboa”.

    Não fora a lei ser tão cristalina, e já tinham iniciado as suas façanhas anti cristãs e anti católicas, dando asas às atitudes patéticas de alguns dementes que já estão reduzidos a pó, tipo o Costa maçónico ou o tal Fonseca.

    (…) é abusivo marcar com o símbolo de uma religião particular…
    Nisso eu concordo plenamente.
    Eu sou contra as religiões particulares. As religiões são colectivas, são “res publica”, são património do povo, fazem parte da riqueza nacional e universal.

    o espaço interdito ao proselitismo

    Não creio que o sr. Esperança saiba o que é o proselitismo.
    Desde logo porque o proselitismo implica a existência de pagãos e religiosos.
    Depois porque, ao aplicar-se, por extensão, ao catolicismo, aplicara-se a todos as doutrinas ideológicas: religiões, partidos, filosofias… incluindo o ateísmo (o sério, não este javardolas segregacionista, faccioso, pró-terrorista e fanático da Tasca de Lisboa)

    à competição no mercado da fé.
    Acho que aqui reside o cerne da questão.
    Os ateístas da Tasca Suburbana de Lisboa, querem formar um seita dissidente que lhes permita viver mais desafogadamente. Especialistas em aldrabar, vendedores diplomados de banha da cobra (que para mais não valem) não vêem produto do seu trabalho e julgam-se no direito de competir no terreno da fé, que para eles, é um simples mercado de prosélitos.
    Problema: uma só cruz já faz mais trabalho do que as extensas e penosas homilias apalermadas dos ateístas.

    Afirmar que o crucifixo é um símbolo cultural, e não religioso,
    Ao dou razão ao sr. Esperança.
    Deve dizer-se de forma mais séria: “um crucifixo é um símbolo cultural , civilizacional e também religioso”.
    Quer o Sr. Esperança, e demais comparsas queiram quer não, a base civilizacional e cultural da sociedade ocidental está aí inscrita e não apenas consignada.

    A Igreja não impõe, chama e ouve responder à sua chamada (porque tem uma mensagem séria e verdadeira); não obriga, mostra o caminho e vê os voluntários a segui-lo.

    Um templo, num país livre, não é obrigado a ostentar o busto da República, a foto do presidente ou a bandeira nacional…

    Nisso, nessa não obrigatoriedade, reside a separação de Estado a da Igreja – o estado laico (curiosamente a bandeira nacional está hasteada em quase todas as igrejas.. e isso não fere a “separação”.
    O problemas dos Ateístas reside em distinguir aquilo que è “Estado” daquilo que é “Público”.
    As escolas é os Hospitais não são “estado”, mas sim “espaço público”; ao contrário do governo civil, ou das assembleias municipais.

    Portanto, os lugares públicos devem conter tudo aquilo que faz sentido na cultura do povo e da sociedade. E a sociedade não é laica nem ateísta, é religiosa.

    Evidentemente que os espaços religiosos não devem ostentar nomes de infames, ou de bandidos, ou de ladrões, ou de imundos instigadores de violências, maldade e falsidade, cuja invocação envergonha a cultura lusa, denegarem a pátria e insultam o povo, v.g. os proto-nazis: O Costa, o Fonseca, o Bruno e demais expoentes da demência republicana.

    Esses que acabavam com a religião em duas gerações, ou cujo inflamado ódio tanto vociferam… representaram tanto como os actuais ateístas para a Igreja… nada, absolutamente nada.

  • Carlos Esperança

    Slazar 2009:

    Os criminosos são julgados pela História e Salazar já foi julgado, tal como as cruzadas, a evangelização e o tribunal do santo ofício.

    Podem os simpatizantes usar a linguagem do ódio e do ressentimento que os seus ícones repousam no caixote do lixo da História. Bastava a guerra colonial para cobrir de vergonha o biltre que a ordenou.

  • Salazar2009

    Os mais elementares princípios de convivência cívica devem eliminar do espaço público o que possa dividir os cidadãos.

    Eu concordo plenamente.
    Política, partidos, futebol, e disparates ateístas devem ser banidos do espaço publico, pois servem apenas para gerar mal estar e confusão.

    O mesmo não digo das religiões porque servem apenas unir as pessoas e torno de ideais e não para as separar.
    O sr. Esperança é que não tem prestado atenção ou desconhece o que são as religiões.

    (…)igrejas, sinagogas e mesquitas, lugares que são – ou deviam ser – de frequência facultativa …
    E são de frequência facultativa. Nenhuma lei no país obriga ninguém a frequentar tais lugares.

    mas fomentam a divisão numa escola pública, hospital ou repartição…

    Esta, eu não percebi!
    Fomentam a divisão de quê? De quem?

    Eu sou monárquico, mas nem por isso me sinto incomodado no interior da Assembleia da República, ou ante o bandeira e o hino, muito menos acho que eles fomentem a divisão nacional. São, até, elementos de união, de coesão…
    O sr. Esperança está muito mal informado!

    >O respeito pela liberdade religiosa é um dever civilizacional e um princípio ético.

    Falta acrescentar que: “ muito custa a engolir isso aos ateístas da Tasca Ateísta Suburbana de Lisboa”.

    Não fora a lei ser tão cristalina, e já tinham iniciado as suas façanhas anti cristãs e anti católicas, dando asas às atitudes patéticas de alguns dementes que já estão reduzidos a pó, tipo o Costa maçónico ou o tal Fonseca.

    (…) é abusivo marcar com o símbolo de uma religião particular…
    Nisso eu concordo plenamente.
    Eu sou contra as religiões particulares. As religiões são colectivas, são “res publica”, são património do povo, fazem parte da riqueza nacional e universal.

    o espaço interdito ao proselitismo

    Não creio que o sr. Esperança saiba o que é o proselitismo.
    Desde logo porque o proselitismo implica a existência de pagãos e religiosos.
    Depois porque, ao aplicar-se, por extensão, ao catolicismo, aplicara-se a todos as doutrinas ideológicas: religiões, partidos, filosofias… incluindo o ateísmo (o sério, não este javardolas segregacionista, faccioso, pró-terrorista e fanático da Tasca de Lisboa)

    à competição no mercado da fé.
    Acho que aqui reside o cerne da questão.
    Os ateístas da Tasca Suburbana de Lisboa, querem formar um seita dissidente que lhes permita viver mais desafogadamente. Especialistas em aldrabar, vendedores diplomados de banha da cobra (que para mais não valem) não vêem produto do seu trabalho e julgam-se no direito de competir no terreno da fé, que para eles, é um simples mercado de prosélitos.
    Problema: uma só cruz já faz mais trabalho do que as extensas e penosas homilias apalermadas dos ateístas.

    Afirmar que o crucifixo é um símbolo cultural, e não religioso,
    Ao dou razão ao sr. Esperança.
    Deve dizer-se de forma mais séria: “um crucifixo é um símbolo cultural , civilizacional e também religioso”.
    Quer o Sr. Esperança, e demais comparsas queiram quer não, a base civilizacional e cultural da sociedade ocidental está aí inscrita e não apenas consignada.

    A Igreja não impõe, chama e ouve responder à sua chamada (porque tem uma mensagem séria e verdadeira); não obriga, mostra o caminho e vê os voluntários a segui-lo.

    Um templo, num país livre, não é obrigado a ostentar o busto da República, a foto do presidente ou a bandeira nacional…

    Nisso, nessa não obrigatoriedade, reside a separação de Estado a da Igreja – o estado laico (curiosamente a bandeira nacional está hasteada em quase todas as igrejas.. e isso não fere a “separação”.
    O problemas dos Ateístas reside em distinguir aquilo que è “Estado” daquilo que é “Público”.
    As escolas é os Hospitais não são “estado”, mas sim “espaço público”; ao contrário do governo civil, ou das assembleias municipais.

    Portanto, os lugares públicos devem conter tudo aquilo que faz sentido na cultura do povo e da sociedade. E a sociedade não é laica nem ateísta, é religiosa.

    Evidentemente que os espaços religiosos não devem ostentar nomes de infames, ou de bandidos, ou de ladrões, ou de imundos instigadores de violências, maldade e falsidade, cuja invocação envergonha a cultura lusa, denegarem a pátria e insultam o povo, v.g. os proto-nazis: O Costa, o Fonseca, o Bruno e demais expoentes da demência republicana.

    Esses que acabavam com a religião em duas gerações, ou cujo inflamado ódio tanto vociferam… representaram tanto como os actuais ateístas para a Igreja… nada, absolutamente nada.

  • Carlos Esperança

    Slazar 2009:

    Os criminosos são julgados pela História e Salazar já foi julgado, tal como as cruzadas, a evangelização e o tribunal do santo ofício.

    Podem os simpatizantes usar a linguagem do ódio e do ressentimento que os seus ícones repousam no caixote do lixo da História. Bastava a guerra colonial para cobrir de vergonha o biltre que a ordenou.

You must be logged in to post a comment.