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  • 4 de Novembro, 2009
  • Por Carlos Esperança
  • AAP

Comunicado da AAP – Crucifixos nas salas de aula

COMUNICADO

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) não pode deixar de se congratular com a decisão histórica do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, em Estrasburgo, ao considerar a presença de crucifixos nas salas de aula “uma violação do direito dos pais de educar os seus filhos de acordo com as suas convic-ções” e “uma violação da liberdade religiosa dos estudantes”.

A escola laica é o reflexo de um Estado laico onde, ao contrário dos estados confessionais, a liberdade não é apanágio da religião oficial mas um direito de todas, direito igualmente conferido aos ateus, cép-ticos, agnósticos e livres-pensadores.

Perante a agressividade de várias religiões na disputa do mercado da fé, esta decisão histórica deve servir de aviso às professoras que pretendem dar aulas de burka, às comunidades que pretendem ver as escolas transformadas em madraças e a todos os prosélitos que querem uma escola ao serviço das suas crenças.

A jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem remete para o foro privado as práticas religiosas cabendo aos Estados respeitá-las e defendê-las.

Intransigente na defesa da laicidade do Estado, que o mesmo é dizer, do direito de todos os cidadãos à crença, descrença ou anti-crença, a AAP reitera a sua satisfação e solidariedade pela sábia decisão tomada pelo referido Tribunal.
Reduzir o espaço de confronto religioso entre os fundamentalistas de várias religiões é contribuir para a paz e a liberdade, dois valores fundamentais da democracia.

Espera ainda a Associação Ateísta Portuguesa (AAP) que o Governo português exerça a vigilância que deve em relação aos abusos que ainda persistem, por incúria, nas escolas e hospitais públicos.

Associação Ateísta Portuguesa – Odivelas, 3 de Novembro de 2009

12 thoughts on “Comunicado da AAP – Crucifixos nas salas de aula”
  • www.hdfilmes.tv

    muito igado pela materia aqui postada

  • Carpinteiro

    Não estou a ver este governo com coragem para tomar uma atitude relativamente às “comunhões pascais” que são realizadas nas escolas e inclusivamente, fazem parte do Plano de Actividades de grande parte das escolas deste país. Como se as escolas estivessem vocacionadas para realizar eventos religiosos.

  • JoseMoreira

    O problema, Carpinteiro, não se fica pelas escolas. Nunca ouviu falar nas comunhões pascais na PSP?

  • Pedro

    -|-
    M Michael

    Não vejo em que é que um crucifixo poderá perturbar em uma sala de aula … e creio que a verdadeira polémica é eles estarem a fazer polémica por causa de isso.
    Creio que estão a adoptar uma medida não democrática e liberal ao quererem retirar os simbolos religiosos da cultura e patrimonio das escolas e restringir a liberdade religiosa porque se um ateu diz que supostamente não acredita, logo supostamente não tem porque lhes ligar creio eu.
    Uma coisa é dizer-se supostamente não crente e outra coisa é ser anti.
    Não esquecendo que a constituição italiana consagra o cristianismo como património cultural de Itália, logo dai estão a ditar leis que vão de encontro a leis de outros paises inclusive.

  • Carpinteiro

    Pedro, concordo plenamente consigo. Você com essa resposta, trouxe-me à memória um post exemplarmente escrito há já algum tempo pelo Carlos Esperança.
    Não compreendo porque é que as escolas não podem ter crucifixos nas salas de aula, como não compreendo porque é que as Igrejas não podem ter nos altares a estátua do Afonso Costa, Fernando Pessoa ou Álvaro Cunhal. Não acha?

  • pedro

    M Michael

    Oh carpinteiro mas tu achas mesmo que eles vão andar a meter estatuas do benfica no fcp ou no sporting, etc … etc … etc … não tem nada haver

  • João

    Partamos também toda e qualquer cruz que se atreva estar visível por esse Portugal, nas ruas e praças públicas! Queimemos todas as cruzes – mesmo aquelas que os ofendidos jovens usam ao pescoço, porque… porque sim, porque é moda – e todos os símbolos religiosos ou (como é o caso) culturais. Ponhamos véus gigantes em todas as igrejas, escondam-se para que não cometam a terrível impertinência de terem as portas abertas convidando assim algum despevenido turista ou curioso a entrar… Proiba-se e puna-se severamente quem use em tom proselitista expressões como “se Deus quiser”, “valha-me Deus”, “para baixo todos os santos ajudam” e outras que andam na boca do povo. Viva a liberdade laica!

  • Zeca Portuga

    Não compreendo porque é que as escolas não podem ter crucifixos nas salas de aula

    Eu também não! Esta afirmação feita de um individuo inveterado ateísta, é a prova de que a proibição de crucifixos nas escolas é uma imbecilidade. Até porque a quase totalidade dos frequentadores (alunos, professores e demais funcionários) da escola são católicos e têm a noção exacta de que Deus está acima de todas as vontades, ditos e praticas dos homens. Aliás, eles sabem que Deus está na escolas sem necessidade de alr estar um crucifixo – Deus está no coração dos crentes.
    Se os frequentadores desse espaço querem que esteja um crucifixo, deve estar.

    não compreendo porque é que as Igrejas não podem ter nos altares a estátua do Afonso Costa, Fernando Pessoa ou Álvaro Cunhal.

    Se tivesse um tostão de inteligência, compreendia. Como não compreende, acaba de testemunhar que não tem inteligência, capacidade ou idade suficiente para discutir este assunto.
    Mas a questão radica desde logo num pressuposto simples: porque os frequentadores desse espaço não querem.
    Até porque alguns dos referidos são merecem se quer ser lembrados. Começando pelo primeiro que é, nada mais nada menos, aquilo que de mais nojento e badalhoco se pode referir na Pátria Portuguesa – trata-se de um defensor/implementador do proto-nazismo no território nacional.

    As Igrejas são lugares para tratar de coisas sérias, decentes, respeitáveis e que são pontos de referência da cultura social do Ocidente.

    No caso do Costa, até nem era mal feito fazer um tapetes com a figura do dito, pra pôr á porta das Igrejas, afim de relembrar que ele dizia que acabaria com a religião em duas ou três gerações…

  • Baal

    E estes aldrabões continuam com a treta da tradição.

    Como se a escola pública não fosse uma criação do estado laico nascida dos pensadores das luzes CONTRA o preconceito e ignorância da sociedade tradicional religiosa.

    Se existe uma tradição da escola pública é a tradição laica. Os crucifixos foram uma invenção do líder do partido católico, Salazar, para desvirtuar o sentido laico tradicional da escola pública.

    Mas honestidade intelectual é coisa que estes gajos não têem.

  • Baal

    Por outro lado, mesmo que fosse verdade, as tradições podem evoluir.

    Ora, se o próprio papa se queixa de que a Europa se está a descristianizar, se a maior parte da população já não se revê nos ensinamentos da igreja, se menos de um terço dos tugas vai à missa, mesmo que a treta da tradição fosse verdade não vejo porque todos tenhamos de levar com uma suposta tradição com que já só uma minoria se identifica.

    Então, já agora, como eu me identifico com os valores do paganismo, como esses valores são uma tradição muito mais antiga, conforme o comprovam o uso de símbolos como a suástica nos castros lusitanos, passo a exigir que as escolas respeitem as antigas tradições e ostentem suásticas na sala de aula.

    Já !

  • Baal

    E estes aldrabões continuam com a treta da tradição.

    Como se a escola pública não fosse uma criação do estado laico nascida dos pensadores das luzes CONTRA o preconceito e ignorância da sociedade tradicional religiosa.

    Se existe uma tradição da escola pública é a tradição laica. Os crucifixos foram uma invenção do líder do partido católico, Salazar, para desvirtuar o sentido laico tradicional da escola pública.

    Mas honestidade intelectual é coisa que estes gajos não têem.

  • Baal

    Por outro lado, mesmo que fosse verdade, as tradições podem evoluir.

    Ora, se o próprio papa se queixa de que a Europa se está a descristianizar, se a maior parte da população já não se revê nos ensinamentos da igreja, se menos de um terço dos tugas vai à missa, mesmo que a treta da tradição fosse verdade não vejo porque todos tenhamos de levar com uma suposta tradição com que já só uma minoria se identifica.

    Então, já agora, como eu me identifico com os valores do paganismo, como esses valores são uma tradição muito mais antiga, conforme o comprovam o uso de símbolos como a suástica nos castros lusitanos, passo a exigir que as escolas respeitem as antigas tradições e ostentem suásticas na sala de aula.

    Já !

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