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Gula episcopal

Professores de moral ameaçam Estado com tribunal

Bispos enviaram ontem um comunicado a Sócrates a dizer que os docentes católicos são discriminados pela tutela, que os limita às aulas de moral e os impede de participar na gestão escolar. (RITA CARVALHO 09 Junho 2009 )

1 – É inadmissível o ensino da Moral e da Religião Católicas, ou de qualquer outra confissão, nas escolas públicas, por ofender o princípio da laicidade a que o Estado se encontra obrigado;

2 – É intolerável que o Estado confira às dioceses idoneidade para atribuírem a competência para o EMRC, permitindo concursos especiais à margem das normas que regem os concursos dos outros professores;

3 – O comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) ao primeiro-ministro onde afirma que os docentes das aulas de Religião estão limitados às aulas de moral e impedidos de participar na gestão escolar é inaceitável pelas seguintes razões:

a)    Não é compreensível que professores sem concursos legais para outras disciplinas as possam ensinar;

b)    É inaceitável que, com base em concursos especiais, graças ao poder discricionário dos bispos, haja professores com direitos especiais acrescidos ( o professor que tenha habilitação dupla para dois grupos disciplinares distintos é-lhe vedada a possibilidade de leccionar disciplinas desses dois grupos em simultâneo);

É abusiva a exigência episcopal para favorecer os pregadores da fé e é urgente denunciar os casos de professores com classificações que não lhes permitem o acesso ao ensino e que, depois, de alguns anos de ensino de ERMC lhes seja contado o tempo de serviço e os coloque á frente de colegas mais qualificados.

Este expediente, injusto e imoral, não pode ser consentido pelo Estado. É preciso impedir a contagem de tempo das aulas de ERML para passarem à frente de colegas de outras disciplinas.

Não se discute a religião dos senhores bispos mas contesta-se a moralidade da abusiva reivindicação.

4 thoughts on “Gula episcopal”
  • anticlerical

    Que eles vão fazer?? 1 cruzada?? 1 guerra “Cristera”?

  • Carpinteiro

    Não, não vão fazer uma cruzada; eles estão numa cruzada.
    Segundo o Padre Pedófilo candidato a Santo, Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo, (seita que faz uso dos mesmos métodos que o Opus Dei, e concorrente deste na manipulação e controlo do poder nos corredores do Vaticano), – um Soldado de Cristo deve estar sempre pronto para a batalha.
    O ensino privado está praticamente todo, directa ou indirectamente, nas mãos da Igreja. A investida passa agora por assaltar o ensino público começando por infiltrar “amigos do clero” nos órgãos de gestão das escolas, que adoptem medidas próximas dos interesses da Igreja, em matéria de ensino. É caricato verificar que a grande maioria dos professores de Religião nem possui curso para dar aulas mas apenas frequência de Seminário e no caso das mulheres, são catequistas. Mas pior ainda, é que há professores que apesar de terem Curso Superior de Teologia, o Clero não os coloca porque não estão em “sintonia” com a Igreja, sendo preteridos em relação aos primeiros.
    Isto é uma vergonha e uma falta de respeito pelos restantes colegas.
    Isto é abusivo e seria ilegal se não estivéssemos em Portugal.
    A lei do aborto foi um sapo difícil de engolir. A lei da união homossexual, já é de mais, para um clero que está habituado a mexer os cordelinhos do poder a seu belo prazer.
    A Igreja não hesita em tomar posições de confronto directo com um governo que não esteja disposto a servir os seus interesses.
    O que se passa é que há bastante tempo que nos bastidores, o clero se prepara para ministrar as aulas de educação sexual nas escolas públicas, facto a que Sócrates tem resistido.
    O governo saiu fragilizado destas eleições, é uma boa altura para o clero o pressionar e fazer as suas exigências. Eis a questão.

  • Haddammann

    Há algo a dizer … algo dolorido demais pra os que se viram embassados anos e anos pelas pantomimas parasitas do engôdo civil; aqueles que levaram docemente os filhos e os entregaram à gula da pulhice que destrói os produtores, os que prestam na vida da civilidade humana … É difícil dizer isto, mas não há mais como titubear:
    Então: Qual é o destino final dos bois que ruminam sobre a sua tremenda força? Qual é o final dos bois que vendo-se inúmeros entre si imaginam que o pasto é deles? Porque do boi tiram o proveito de tudo?
    Como é que cada boi termina? Pra onde uns poucos pastores com intimidatórias varas enviam cada boi imobilizado pela forquilha? Qual é e onde é o golpe final, que cada boi vê antecipado, quando é levado estarrecido? Ali onde vê a verdade dos seus pastores.
    E porque a gula é imensa, e o parasitismo não tem pena daquilo que suga, cada seiva que poderia desesperadamente fazer sobreviver a árvore, na beirinha da folha ou no miolo do tronco, é alcançada. A árvore seca ao lado dum riacho poluído, ao longo de uma rua cheia de igrejas é a mais tétrica, aterradora, e deprimente vista que um homem estupefacto nunca gostaria de ter tido de constatar.

  • Haddammann

    Há algo a dizer … algo dolorido demais pra os que se viram embassados anos e anos pelas pantomimas parasitas do engôdo civil; aqueles que levaram docemente os filhos e os entregaram à gula da pulhice que destrói os produtores, os que prestam na vida da civilidade humana … É difícil dizer isto, mas não há mais como titubear:
    Então: Qual é o destino final dos bois que ruminam sobre a sua tremenda força? Qual é o final dos bois que vendo-se inúmeros entre si imaginam que o pasto é deles? Porque do boi tiram o proveito de tudo?
    Como é que cada boi termina? Pra onde uns poucos pastores com intimidatórias varas enviam cada boi imobilizado pela forquilha? Qual é e onde é o golpe final, que cada boi vê antecipado, quando é levado estarrecido? Ali onde vê a verdade dos seus pastores.
    E porque a gula é imensa, e o parasitismo não tem pena daquilo que suga, cada seiva que poderia desesperadamente fazer sobreviver a árvore, na beirinha da folha ou no miolo do tronco, é alcançada. A árvore seca ao lado dum riacho poluído, ao longo de uma rua cheia de igrejas é a mais tétrica, aterradora, e deprimente vista que um homem estupefacto nunca gostaria de ter tido de constatar.

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