A canonização de Nuno Álvares
Já se notam os primeiros sinais de pudor. Nem os reis católicos que sobram na Europa, habituados há gerações a ajoelharem-se perante o Papa e a obrigarem os súbditos a viver de rastos, se prestam já a serem figurantes no espectáculo das canonizações em série.
O Presidente da República compreendeu finalmente que as funções que ocupa num país laico são incompatíveis com a exibição pública das suas devoções particulares e vai mandar o chefe da Casa Militar a representá-lo.
O presidente da Assembleia da República far-se-á substituir pelo deputado Guilherme Silva.
Só falta que o CEMGFA delegue também num cabo de cavalaria a representação nas cerimónias religiosas no Vaticano.
Continua a não ser aceitável a presença, em nome do Estado, numa cerimónia religiosa, mas é menor a vergonha.
A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) é, neste processo, uma referência ética do Estado laico.
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