O Papa e a visita a África
B16 reage bem ao calor porque não lhe faltam mordomias, por mais pobres que sejam os países onde se desloca.
Podem faltar a água, o pão e as vacinas aos autóctones mas não faltam ao Papa o ar condicionado, o carro à prova de bala, as iguarias e os banhos de multidão organizados pelo exército de freiras, padres e políticos interessados na sua bênção.
Bento XVI resiste bem às condições meteorológicas mas reage mal aos meios de comunicação social. Dá-se bem com o latim, mas tem dificuldades com o preservativo; aprecia as multidões que se ajoelham, mas teme as pessoas que se erguem; adora a crença na sua bondade, mas detesta os argumentos que o condenam pela sua desumanidade.
B16 não é um troglodita que se inocente pela ignorância e estupidez, é um intelectual que deve ser julgado pela sua intransigência e maldade.
Quem sabe que a sida mata milhões de pessoas e que o preservativo é a arma para debelar o flagelo; quando conhece a violência do sofrimento dos infectados e aconselha a que não se protejam; quando tem a noção de que a sua mentira pode ser acreditada, não está a divulgar uma crença, está a cometer um crime contra a humanidade.
É este perigoso propagandista da fé, que mente em relação à sida, que anda à solta por África a destruir o trabalho das ONG’s, a fomentar o contágio do HIV entre milhões de pessoas, a prescrever a castidade numa região onde a baixíssima esperança de vida torna precoce a reprodução e a morte.
Quando um futuro Papa vier pedir perdão pelo mal que este fez, as pessoas devem lembrar-lhe as Cruzadas e a Inquisição. Foi há muito tempo? – Pois foi, mas a maldade está na natureza das funções e nas crenças de que vivem estes parasitas da fé.
Um Papa que pede para combaterem a bruxaria, amaldiçoando a ciência, só pode querer que as pessoas troquem os outros bruxos por ele.
Esta visita do Papa pode provocar mais mortes do que o paludismo.
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