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  • 17 de Fevereiro, 2009
  • Por Carlos Esperança
  • Catolicismo

Momento zen de segunda

Enquanto o teólogo Hans Küng afirma que o Papa comete um erro após o outro, os judeus temem que regresse ao anti-semitismo do Novo Testamento, a senhora Merkel se sobressalta e a comunicação social de todo o mundo anatematiza o velho prefeito da Sagrada Congregação da Fé, ex-Santo Ofício, aparece finalmente um irredutível devoto.

João César das Neves (JCN), na sua habitual homilia no DN, vem em socorro de Rätzinger que sofreu com a excomunhão de monsenhor Lefebvre e dos seus sequazes e que, ao tempo, a quis evitar.

JCN tem direito a defender o Papa, sendo certo que o defenderia se ele actuasse ao contrário do que tem feito, porque se move pela devoção, procura a salvação da alma em vez da análise e confunde a fé com a verdade. Para o devoto era-lhe indiferente que, para reintegrar bispos racistas e xenófobos, o Papa tivesse regressado à missa em latim ou a impusesse em aramaico.

Não é o bispo fascista Richard Williamson que está em causa – como afirma –, é o chefe da Igreja católica que o reintegrou não podendo desconhecer as suas reiteradas manifestações negacionistas e anti-semitas. Não cessaram os motivos da excomunhão nem se alterou a conduta extremista dos membros da  Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

Segundo JCN «A Igreja (…)  procura reconciliar-se com todos os que ao longo dos séculos foram abandonando a comunhão católica», mas esquece os progressistas que a própria Igreja silenciou ou a quem interditou o múnus bem como o facto de ser o cristianismo uma cisão do judaísmo.

S. João Crisóstomo considerava bordéis as sinagogas e o imperador Constantino odioso o povo judeu. Não foram os nazis os primeiros a instituírem o gueto e a obrigarem os judeus ao uso de um distintivo amarelo. Coube ao Papa Paulo IV, no séc. XVI, essa infâmia.

Bento 16 precisava bem de demarcar-se do anti-semitismo, pela origem do seu nascimento, a circunstância da sua adolescência e a tradição da sua fé.

E não o fez.

Por muito que custe a JCN.

5 thoughts on “Momento zen de segunda”
  • João Melo de Sousa

    Esta bronca da Santa Sé é em extremo divertida. Como sabemos aquilo é muito bem organizado e há acessores para tudo e mais alguma coisa. E pagos a peso de ouro.

    Deu-me um certo gozo ver um Papa, e logo alemão, redimir um tipo que vem negar o holocausto.

    Óbviamente o Bento XVI deve ter feito um escarcéu medonho:

    – Negarr die holocautsz ? Mein Got und valhanosz a virjem Marria! Das ist prroibido e uma pessima ideia e logo agorra que os juden estavafam tam nossos amiguinhos…

    – quem foram a besta quadrrada que nom fez os de casa werken ?

    Deve andar alguém desesperado à procura de emprego no Vaticano.

    Ahhh!

    Se alguém souber de alguém que precise dum acessor em assuntos religiosos vá ao Vaticano.

    O João Paulo II era um campones Polaco e não caia nestas…

    Agora descalçar esta bota vai ser do baril.

    Tenho é alguma pena do acessor que não saberia que o Lefebrista era tão burro.

  • João Melo de Sousa

    O que a ICAR quer é isto:

    http://osousadaponte.blogspot.com/2009/01/igrej

    Vamos é ver se S.S. o Papa Bento XVI é um bom C.E.O. para levar a carta a Garcia

    Francamente a mim parece-me que não mas eles já estiveram em piores assados e sempre se safaram…

  • Steve

    pior que isso, foi a ICAR santificar o nazista Stepinac

  • Steve

    pior que isso, foi a ICAR santificar o nazista Stepinac

  • Steve

    pior que isso, foi a ICAR santificar o nazista Stepinac

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