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  • 20 de Janeiro, 2009
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

Reflexões sobre o multiculturalismo

Sempre defendi que o encontro de culturas é um factor de enriquecimento. A cultura de que me reclamo é a síntese do encontro de numerosas etnias e dos conhecimentos diversos que fizeram a Europa das Luzes e a Revolução Francesa. A cultura de que me reclamo é a da tolerância para com todos, mas sem a transigência para com tudo.

Sei que a antropofagia era um hábito cultural de certas tribos mas não estou certo de que devêssemos perpetuar o costume que, ainda há dois séculos, resistia na Polinésia, onde se engordavam mulheres para consumo humano.

Reconheço que não sou entusiasta do hábito de oferecer sacrifícios aos deuses nem condescendente com os católicos que, pela Páscoa, se fazerem crucificar nas Filipinas.

Não transijo com a diversidade das crenças sobre a epidemiologia ou a higiene básica e consideraria criminoso um conselho para a aplicação de excrementos de cavalo sobre as feridas, ainda que os pacientes tivessem a vacina do tétano.

O multiculturalismo é enriquecedor mas não me peçam para respeitar a cultura que discrimina os sexos, preconiza a pena de morte, defende a lapidação de mulheres ou a decapitação de infiéis.

Entre a cultura, que informa a Declaração Universal dos Direitos do Homem, e a cultura que exige a renúncia aos valores humanistas e obriga à submissão à  vontade divina, defenderei a primeira contra a segunda, para evitar o regresso à barbárie.

Não me importo que à  minha volta se façam jejuns, orações pias ou fumigações rituais, mas não admitirei que me imponham a Quaresma ou o Ramadão. Desprezo qualquer cultura, religião, dogma ou ideologia que confira aos homens o direito de bater nas mulheres, ou vice-versa.

Definitivamente, sou contra qualquer totalitarismo.

7 thoughts on “Reflexões sobre o multiculturalismo”
  • Kadafi

    A luta de classes e a via do socialismo a caminho do comunismo não responde a tudo isso ??

    Abraço!

  • amiltonsilva200809

    Também sou contra a preservação de culturas que impedem a evolução e até mesmo o progresso tecnológico de alguns povos.
    E na maioria dos casos essas culturas estão ligadas à religiões.

  • Carpinteiro

    O grande problema é que as chamadas religiões do livro e particularmente o Islamismo e o Cristianismo, são religiões hegemónicas ávidas de poder, que se guerreiam entre si pela expansão da área de influência no planeta desde o primeiro dia, não aceitando qualquer tipo de concorrência. São aquilo a que eu chamo “Religiões Assassinas”. A sua história passada é um tratado de horror.

  • amiltonsilva200809

    Também sou contra a preservação de culturas que impedem a evolução e até mesmo o progresso tecnológico de alguns povos.
    E na maioria dos casos essas culturas estão ligadas à religiões.

  • Carpinteiro

    O grande problema é que as chamadas religiões do livro e particularmente o Islamismo e o Cristianismo, são religiões hegemónicas ávidas de poder, que se guerreiam entre si pela expansão da área de influência no planeta desde o primeiro dia, não aceitando qualquer tipo de concorrência. São aquilo a que eu chamo “Religiões Assassinas”. A sua história passada é um tratado de horror.

  • amiltonsilva200809

    Também sou contra a preservação de culturas que impedem a evolução e até mesmo o progresso tecnológico de alguns povos.
    E na maioria dos casos essas culturas estão ligadas à religiões.

  • Carpinteiro

    O grande problema é que as chamadas religiões do livro e particularmente o Islamismo e o Cristianismo, são religiões hegemónicas ávidas de poder, que se guerreiam entre si pela expansão da área de influência no planeta desde o primeiro dia, não aceitando qualquer tipo de concorrência. São aquilo a que eu chamo “Religiões Assassinas”. A sua história passada é um tratado de horror.

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