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O clero e o fascínio do poder

MOSCOU (AFP) — Em meio às homenagens ao patriarca da Igreja ortodoxa russa Alexis II, que faleceu na sexta-feira aos 79 anos, persistem incômodas suspeitas de que o líder religioso tenha atuado como espião durante a União Soviética para a KGB.

6 thoughts on “O clero e o fascínio do poder”
  • Atheos

    http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=65017&seccaoid=6&tipoid=31

    Carta aberta a Salazar

    AE – Esta inquietação levou-o a escrever uma «carta aberta» a António de Oliveira Salazar. Recorda-se dos motivos para escrever essa missiva?

    LG – Durante os meus tempos de Paris via as condições dos nossos emigrantes. Muitos deles não sabiam se tinham trabalho ou onde dormiriam. Perante estes factos, escrevi a Salazar a dizer-lhe da necessidade que havia de olhar para estes compatriotas. Enviei a carta para o Jornal da Marinha Grande, mas foi censurada. Não chegou a ser publicada.

    AE – Para além das condições deploráveis dos emigrantes não tinha referências à política interna?

    LG – Era sobretudo sobre a falta de assistência e a miséria dos emigrantes. Sou muito sensível aos problemas sociais.

    AE – Nunca teve problemas com a PIDE?

    LG – Sei que um presidente da Câmara da Marinha Grande ameaçou que me mandava vigiar em Paris. É capaz de ter mandado…

    AE – Antes de assumir a reitoria do santuário de Fátima também esteve a leccionar Filosofia num colégio da Marinha Grande.

    LG – Ainda tenho alunos amigos desse tempo, apesar de ter sido um professor exigente. Aparentemente, os alunos não gostam dos professores exigentes, mas são estes professores que os fazem progredir e fazem crescer.

    AE – Nessa localidade de vidreiros onde o sindicalismo estava implantado, Monsenhor Luciano Guerra saiu dos parâmetros daqueles que acusavam a Igreja de estar colada à ditadura?

    LG – Não saí… Até admirava Salazar porque o meu pai também o admirava e com razão. O meu velho pároco também o admirava devido aos melhoramentos das estradas e outras coisas.

    AE – E a questão da liberdade…

    LG – A liberdade é para os intelectuais e para aqueles que tinham aspirações de governar. O povo só sentiu a miséria antes de Salazar e o progresso depois de Salazar. No entanto demorou tempo demais. Ele levantou Portugal de uma miséria muito grande e as pessoas tinham medo de voltar a essa miséria. O 25 de Abril veio, mas por muito heróis que tenham sido os nossos militares eles revoltaram-se por razões salariais e não por razões políticas. Simplesmente, o fruto estava maduro.

    AE – No entanto, a hierarquia da Igreja teve membros que não pactuavam com esta forma de governar?

    LG – Esses vieram mais cedo porque, talvez, não tivessem comungado com o povo. Não compreenderam a situação. Não é uma questão de liberdade porque o Salazar veio libertar muita gente.

    AE – E a guerra colonial?

    LG – Salazar concebeu a possibilidade de uma unidade entre nós e as províncias ultramarinas. Errou… O seu isolamento não o deixou perceber a realidade exterior. Faltou-lhe viajar. No entanto, também achamos que Mouzinho de Albuquerque foi um herói e ele defendia o colonialismo.

  • Atheos

    http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=65017&seccaoid=6&tipoid=31

    Carta aberta a Salazar

    AE – Esta inquietação levou-o a escrever uma «carta aberta» a António de Oliveira Salazar. Recorda-se dos motivos para escrever essa missiva?

    LG – Durante os meus tempos de Paris via as condições dos nossos emigrantes. Muitos deles não sabiam se tinham trabalho ou onde dormiriam. Perante estes factos, escrevi a Salazar a dizer-lhe da necessidade que havia de olhar para estes compatriotas. Enviei a carta para o Jornal da Marinha Grande, mas foi censurada. Não chegou a ser publicada.

    AE – Para além das condições deploráveis dos emigrantes não tinha referências à política interna?

    LG – Era sobretudo sobre a falta de assistência e a miséria dos emigrantes. Sou muito sensível aos problemas sociais.

    AE – Nunca teve problemas com a PIDE?

    LG – Sei que um presidente da Câmara da Marinha Grande ameaçou que me mandava vigiar em Paris. É capaz de ter mandado…

    AE – Antes de assumir a reitoria do santuário de Fátima também esteve a leccionar Filosofia num colégio da Marinha Grande.

    LG – Ainda tenho alunos amigos desse tempo, apesar de ter sido um professor exigente. Aparentemente, os alunos não gostam dos professores exigentes, mas são estes professores que os fazem progredir e fazem crescer.

    AE – Nessa localidade de vidreiros onde o sindicalismo estava implantado, Monsenhor Luciano Guerra saiu dos parâmetros daqueles que acusavam a Igreja de estar colada à ditadura?

    LG – Não saí… Até admirava Salazar porque o meu pai também o admirava e com razão. O meu velho pároco também o admirava devido aos melhoramentos das estradas e outras coisas.

    AE – E a questão da liberdade…

    LG – A liberdade é para os intelectuais e para aqueles que tinham aspirações de governar. O povo só sentiu a miséria antes de Salazar e o progresso depois de Salazar. No entanto demorou tempo demais. Ele levantou Portugal de uma miséria muito grande e as pessoas tinham medo de voltar a essa miséria. O 25 de Abril veio, mas por muito heróis que tenham sido os nossos militares eles revoltaram-se por razões salariais e não por razões políticas. Simplesmente, o fruto estava maduro.

    AE – No entanto, a hierarquia da Igreja teve membros que não pactuavam com esta forma de governar?

    LG – Esses vieram mais cedo porque, talvez, não tivessem comungado com o povo. Não compreenderam a situação. Não é uma questão de liberdade porque o Salazar veio libertar muita gente.

    AE – E a guerra colonial?

    LG – Salazar concebeu a possibilidade de uma unidade entre nós e as províncias ultramarinas. Errou… O seu isolamento não o deixou perceber a realidade exterior. Faltou-lhe viajar. No entanto, também achamos que Mouzinho de Albuquerque foi um herói e ele defendia o colonialismo.

  • Rasputine Saloio

    Ó Atheos, desculpe lá, você sofre de dislexia?

    Se o tema é as relações entre a igreja ortodoxa russa com o poder soviético, por que razão você comenta com a transcrição de uma entrevista sobre as relações da igreja católica com o poder salazarista?
    Eu já o entendi mas talvez não seja má ideia você explicar a sua posição aos restantes leitores.

  • Rasputine Saloio

    Ó Atheos, desculpe lá, você sofre de dislexia?

    Se o tema é as relações entre a igreja ortodoxa russa com o poder soviético, por que razão você comenta com a transcrição de uma entrevista sobre as relações da igreja católica com o poder salazarista?
    Eu já o entendi mas talvez não seja má ideia você explicar a sua posição aos restantes leitores.

  • Atheos

    bom, isso desmascara os cristão ocidentais que diziam que a URSS era demais severa com os ortodoxos. Até mesmo alguns governantes soviéticos eram ortodoxos.
    Esta história de ateísmo soviético é lenda.

  • Atheos

    bom, isso desmascara os cristão ocidentais que diziam que a URSS era demais severa com os ortodoxos. Até mesmo alguns governantes soviéticos eram ortodoxos.
    Esta história de ateísmo soviético é lenda.

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