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Espanha – Cardeal Rouco Varela humilhado nas eleições

Contra o PP, contra o cardeal Rouco Varela, contra os franquistas e todos aqueles que se juntavam nas ruas de Madrid em persistente contestação ao cumprimento das promessas do PSOE, José Luís Rodríguez Zapatero ganhou as eleições e o direito de formar governo para um segundo mandato.

Nem a desesperada manifestação terrorista da ETA, que vitimou um vereador socialista a quem o Governo de Franco assassinara o avô, foi suficiente para inverter a tendência de voto a favor do PP, cúmplice da invasão do Iraque e companheiro das manifestações dos bispos que traziam para a rua as mitras, os báculos e os devotos e que, nas homilias, vociferavam contra a despenalização do aborto, a facilitação dos divórcios, os direitos concedidos aos homossexuais e o carácter facultativo que foi concedido ao ensino do catecismo nas escolas oficiais.

A derrota da direita começou a desenhar-se com a hegemonia de sectores mais radicais, com a crispação dos sectores mais reaccionários e terminou com a eleição do cardeal ultra-conservador Rouco Varela para presidente da Conferência Episcopal Espanhola com o apoio de Bento XVI de quem é amigo.

O eleitorado castigou a interferência do Vaticano no processo eleitoral, a ingerência aguerrida do clero e o manifesto espírito retrógrado dos sectores mais radicais, que Mariano Rajoy não conseguiu controlar. Pelo contrário, deu uma segunda oportunidade ao PSOE que desenvolveu a Espanha, impôs a laicidade do Estado e fez um país mais moderno, europeu e civilizado.

Aznar, a CEE e Rajoy, que não pôde ou quis demarcar-se de tão más companhias, são os derrotados. Zapatero e o povo espanhol mereceram a vitória. Vitória da moderação e da tolerância.

A ICAR foi humilhada. O consumo das hóstias continuará em queda e o clero católico, por muitos mártires que canonize, representará cada vez mais os mortos e cada vez menos vivos.

35 thoughts on “Espanha – Cardeal Rouco Varela humilhado nas eleições”
  • Vladd

    Varela ficou Rouco de tanto esbravejar contra seus oponentes.
    Os cães ladram, a caravana passa.

  • Vladd

    Varela ficou Rouco de tanto esbravejar contra seus oponentes.
    Os cães ladram, a caravana passa.

  • Abrasivus

    Laicismo – 1
    Totós – 0

    É a vida…

  • Abrasivus

    Laicismo – 1
    Totós – 0

    É a vida…

  • libre

    Uma derrota das sotainas num dos países mais católicos da Europa poderá ser um bom presságio.
    Agora vamos ver se nas outras eleições deste ano, do lado de lá do Atlântico, ganha um candidato que apesar de ser crente “moderado”, sabe separar religião da politica. Seria uma vitória importante no país do talibanismo cristão e onde quem não acredita em contos de fadas pode dizer adeus a altos cargos políticos.

  • libre

    Uma derrota das sotainas num dos países mais católicos da Europa poderá ser um bom presságio.
    Agora vamos ver se nas outras eleições deste ano, do lado de lá do Atlântico, ganha um candidato que apesar de ser crente “moderado”, sabe separar religião da politica. Seria uma vitória importante no país do talibanismo cristão e onde quem não acredita em contos de fadas pode dizer adeus a altos cargos políticos.

  • Luis Correia

    Parabéns a Zapatero pela vitória merecida e parabéns à Espanha pela escolha acertada e pelo repúdio ao reaccionarismo arcaico da ICAR.
    Agora mudando de assunto e para se rirem um bocado fica aqui um documento digitalizado que a paróquia de Santo António no Funchal – Madeira distribuiu pelos paroquianos nesta altura da Páscoa.
    Dêem especial atenção à nota de rodapé número 3 e também ao pormenor da da descrição da “tradicional família católica” constituída pelo chefe de família, a respectiva esposa e os filhos:

    http://bp2.blogger.com/_PtPNUMoshEs/R9G-rq1ZdoI/AAAAAAAAAkA/s_4aEJqObys/s1600/Digitalizar0001.jpg

    Retirado do blogue De Rerum Natura:

    “Ao que a Páscoa desobriga”

    http://dererummundi.blogspot.com/2008/03/ao-que-pscoa-desobriga.html

  • Luis Correia

    Parabéns a Zapatero pela vitória merecida e parabéns à Espanha pela escolha acertada e pelo repúdio ao reaccionarismo arcaico da ICAR.
    Agora mudando de assunto e para se rirem um bocado fica aqui um documento digitalizado que a paróquia de Santo António no Funchal – Madeira distribuiu pelos paroquianos nesta altura da Páscoa.
    Dêem especial atenção à nota de rodapé número 3 e também ao pormenor da da descrição da “tradicional família católica” constituída pelo chefe de família, a respectiva esposa e os filhos:

    http://bp2.blogger.com/_PtPNUMoshEs/R9G-rq1ZdoI/AAAAAAAAAkA/s_4aEJqObys/s1600/Digitalizar0001.jpg

    Retirado do blogue De Rerum Natura:

    “Ao que a Páscoa desobriga”

    http://dererummundi.blogspot.com/2008/03/ao-que-pscoa-desobriga.html

  • Ateu comunista bolivariano

    Estás Rouco, Varela?? Estás Rouco de tanto berrar contra Zapatero e cia.????

  • Ateu comunista bolivariano

    Estás Rouco, Varela?? Estás Rouco de tanto berrar contra Zapatero e cia.????

  • Ateu comunista bolivariano

    http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=6&i=283

    Uma bênção bilionária

    29/02/2008 16:50:21

    Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa

    * Corrigir |
    * Imprima |
    * Envie por e-mail |
    * Adicione aos favoritos |
    * RSS |
    * Fale conosco

    Nas eleições da Espanha (marcadas para 9 de março) e da Itália (13 e 14 de abril), a Igreja Católica Apostólica Romana, por meio do papa Ratzinger e de seus bispos, apostou suas fichas nas forças conservadoras. Nada menos que o Partido Popular dos ex-franquistas e seus aliados do Opus Dei, no primeiro caso, e a igualmente pouco recomendável coalizão de direita de Berlusconi, ex-fascistas e separatistas do Norte, no segundo.

    Em ambos os países, a Igreja dá, aos católicos, claras e precisas indicações de voto nesses novos cruzados, com uma linguagem cujo tom cada vez mais lembra tempos anteriores ao Concílio Vaticano II, ou mesmo à Segunda Guerra Mundial. Nesse continente onde, depois da queda do Muro de Berlim, chegou-se a duvidar da pertinência da tradicional distinção entre esquerda e direita, em que a política parecia evoluir irreversivelmente para a moderação, o compromisso, o esquecimento do passado e um pragmatismo administrativo sem paixões, o confronto ideológico voltou à ordem do dia.

    Entre socialistas e populares na Espanha, entre Walter Veltroni (atual líder do Partido Democrata, de centro-esquerda) e Silvio Berlusconi (líder da direita) na Itália, trocam-se insultos pouco usuais em países desenvolvidos e símbolos das longas, amargas e sangrentas lutas políticas do passado voltam às ruas.

    Na Espanha, socialistas voltam a comemorar a Segunda República e afastam de lugares públicos os monumentos do fascismo franquista, embora esses símbolos continuem presentes nas igrejas, ardorosamente defendidos por fiéis cada vez menos numerosos e mais exaltados. Em novembro de 2007, 6 mil fiéis de braços estirados lotaram a Basílica do Vale dos Caídos, na última manifestação permitida antes da despolitização do monumento, para depositar flores no túmulo de Franco, chamar Zapatero de “filho da p…” e prometer “limpar a Espanha desse lixo, de negros, maricas, esquerdosos e imigrantes”.

    Na Itália, Berlusconi encerrou a campanha de 2006 chamando a coalizão de centro-esquerda de herdeira de Stalin, Mao e Pol Pot e a acusando de abrir as portas aos imigrantes e querer tirar os crucifixos das escolas, logo depois de isentar as propriedades da Igreja de todas as taxas imobiliárias (700 milhões a 1 bilhão de euros anuais) e de 50% do Imposto de Renda de pessoa jurídica. Abriu a campanha de 2008 propondo a proibição mundial do aborto em um país onde a permissão legal, vigente desde 1978, foi ratificada por 88,4% dos votantes no referendo de 1981, realizado sob a pressão da Igreja.

    A própria antecipação desta eleição deve-se em parte à Igreja: a queda do último governo de centro-esquerda foi desencadeada pela oposição da esquerda radical à construção de uma base dos EUA na Itália, mas foi decisiva a posição de ex-democrata-cristãos da base governista, como Giulio Andreotti, que se recusaram a apoiar Prodi por este defender a união homossexual civil.

    A Igreja italiana retribui defendendo posições conservadoras em todo tipo de questão política: não só embriologia, métodos anticoncepcionais, casamento e outros temas tradicionalmente afeitos a seus dogmas, como também descentralização do Estado, lei eleitoral e finanças públicas. O mesmo se pode dizer da espanhola: o manifesto dos bispos de 31 de janeiro, além de condenar o voto nos partidos que defendem a descriminalização do aborto e a união homossexual civil, estendeu o veto à negociação com terroristas bascos e mesmo ao debate pacífico com separatistas catalães e outros, o que tem tudo a ver com o programa do Partido Popular e nada com a ortodoxia cristã.

    A Itália, como sede tradicional do papado e abrigo da maior concentração de clérigos do mundo católico, e a Espanha, como paladina da Contra-Reforma e da Inquisição desde o início da Idade Moderna, foram tradicionalmente os dois mais importantes redutos do catolicismo na Europa. Em parte alguma, desde o fim da Idade Média, a Igreja foi mais poderosa e foi maior sua influência sobre a cultura e os costumes e a exaltação dos crentes.

    Também o contra-ataque dos não crentes tem uma antiga história de crispação: tanto o castelhano quanto o italiano têm o mais rico repertório de blasfêmias do mundo ocidental. Na Espanha, o anticlericalismo do anarquista demolidor de igrejas é parte da tradição nacional, tanto quanto a beatice dos falangistas de Franco.

    Na Itália, Giuseppe Garibaldi é tanto herói do laicismo quanto herói nacional. Na prática de tempos normais, porém, a maior parte da esquerda, quando teve existência legal, fez concessões à fé dos eleitores e dos militantes. Em meados do século XX, o sindicalista que ia da missa à reunião do partido, a esposa beata do marxista intransigente e o prefeito comunista que consultava o vigário local eram figuras muito comuns, como atesta a popularidade das obras de Giovanni Guareschi.

    Nas últimas décadas, ambos os países avançaram muito rapidamente no caminho da secularização. As taxas de natalidade indicam que, apesar de todas as proibições da Igreja, italianos e espanhóis estão entre os mais entusiásticos praticantes de métodos anticoncepcionais em todo o mundo.

    Na Espanha, mesmo a grande maioria que ainda se identifica como católica (74%), dispensa as igrejas, não só para as missas, como também para cerimônias antes socialmente indispensáveis: hoje, 57% dos casamentos têm apenas a celebração civil.

    Se ainda assim os conservadores espanhóis julgam que o apoio da Igreja pode lhes ser de proveito, é que em ambos os casos a eleição pode ser decidida por uma margem muito estreita, em relação à qual o número de indecisos dispostos a acatar a Igreja, ainda que decrescente, pode fazer muita diferença – enquanto os conservadores por convicção aceitam os padrões morais da Igreja ou não se incomodam com eles, pois estão acostumados a driblá-los.

    Na Itália, onde o prestígio da Igreja foi menos corroído, o apoio dos bispos é um prêmio político ainda mais valioso. Segundo pesquisa de 1998 do International Social Survey Program, 66% dos italianos confiavam na Igreja e 32% iam semanalmente à missa, ante 42% e 11% dos espanhóis.

    Quanto à Igreja, é quase desnecessário dizer que na Itália e Espanha sua preocupação imediata é conservar os privilégios garantidos por Mussolini e Franco, que a esquerda laica pouco a pouco tende a reduzir.

    O vil metal, para começar. A Igreja espanhola tem gozado de 750 milhões de euros anuais em isenções fiscais do Estado teoricamente laico. Na Itália, o valor das isenções fiscais tem sido estimado em 700 milhões a 2,25 bilhões de euros anuais. Desde 2005, ambos os países foram advertidos pela Comissão Européia por violar as leis européias e sobre concorrência ao isentar da taxa de valor adicionado (equivalente aos nossos IPI e ICMS) a Igreja e suas empresas, incluindo hotéis, clínicas, hospitais e escolas.

    Na Itália, um inquérito formal sobre os privilégios fiscais da Igreja (que envolvem o Tratado de Latrão entre Pio XI e Mussolini, a Constituição de 1948 e a reforma da Constituição e da concordata em 1984) foi aberto pela Comissão Européia em agosto do ano passado. O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, queixou-se de pronto (em setembro) de que isso visa “destruir a credibilidade das instituições religiosas”.

  • Ateu comunista bolivariano

    http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=6&i=283

    Uma bênção bilionária

    29/02/2008 16:50:21

    Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa

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    Nas eleições da Espanha (marcadas para 9 de março) e da Itália (13 e 14 de abril), a Igreja Católica Apostólica Romana, por meio do papa Ratzinger e de seus bispos, apostou suas fichas nas forças conservadoras. Nada menos que o Partido Popular dos ex-franquistas e seus aliados do Opus Dei, no primeiro caso, e a igualmente pouco recomendável coalizão de direita de Berlusconi, ex-fascistas e separatistas do Norte, no segundo.

    Em ambos os países, a Igreja dá, aos católicos, claras e precisas indicações de voto nesses novos cruzados, com uma linguagem cujo tom cada vez mais lembra tempos anteriores ao Concílio Vaticano II, ou mesmo à Segunda Guerra Mundial. Nesse continente onde, depois da queda do Muro de Berlim, chegou-se a duvidar da pertinência da tradicional distinção entre esquerda e direita, em que a política parecia evoluir irreversivelmente para a moderação, o compromisso, o esquecimento do passado e um pragmatismo administrativo sem paixões, o confronto ideológico voltou à ordem do dia.

    Entre socialistas e populares na Espanha, entre Walter Veltroni (atual líder do Partido Democrata, de centro-esquerda) e Silvio Berlusconi (líder da direita) na Itália, trocam-se insultos pouco usuais em países desenvolvidos e símbolos das longas, amargas e sangrentas lutas políticas do passado voltam às ruas.

    Na Espanha, socialistas voltam a comemorar a Segunda República e afastam de lugares públicos os monumentos do fascismo franquista, embora esses símbolos continuem presentes nas igrejas, ardorosamente defendidos por fiéis cada vez menos numerosos e mais exaltados. Em novembro de 2007, 6 mil fiéis de braços estirados lotaram a Basílica do Vale dos Caídos, na última manifestação permitida antes da despolitização do monumento, para depositar flores no túmulo de Franco, chamar Zapatero de “filho da p…” e prometer “limpar a Espanha desse lixo, de negros, maricas, esquerdosos e imigrantes”.

    Na Itália, Berlusconi encerrou a campanha de 2006 chamando a coalizão de centro-esquerda de herdeira de Stalin, Mao e Pol Pot e a acusando de abrir as portas aos imigrantes e querer tirar os crucifixos das escolas, logo depois de isentar as propriedades da Igreja de todas as taxas imobiliárias (700 milhões a 1 bilhão de euros anuais) e de 50% do Imposto de Renda de pessoa jurídica. Abriu a campanha de 2008 propondo a proibição mundial do aborto em um país onde a permissão legal, vigente desde 1978, foi ratificada por 88,4% dos votantes no referendo de 1981, realizado sob a pressão da Igreja.

    A própria antecipação desta eleição deve-se em parte à Igreja: a queda do último governo de centro-esquerda foi desencadeada pela oposição da esquerda radical à construção de uma base dos EUA na Itália, mas foi decisiva a posição de ex-democrata-cristãos da base governista, como Giulio Andreotti, que se recusaram a apoiar Prodi por este defender a união homossexual civil.

    A Igreja italiana retribui defendendo posições conservadoras em todo tipo de questão política: não só embriologia, métodos anticoncepcionais, casamento e outros temas tradicionalmente afeitos a seus dogmas, como também descentralização do Estado, lei eleitoral e finanças públicas. O mesmo se pode dizer da espanhola: o manifesto dos bispos de 31 de janeiro, além de condenar o voto nos partidos que defendem a descriminalização do aborto e a união homossexual civil, estendeu o veto à negociação com terroristas bascos e mesmo ao debate pacífico com separatistas catalães e outros, o que tem tudo a ver com o programa do Partido Popular e nada com a ortodoxia cristã.

    A Itália, como sede tradicional do papado e abrigo da maior concentração de clérigos do mundo católico, e a Espanha, como paladina da Contra-Reforma e da Inquisição desde o início da Idade Moderna, foram tradicionalmente os dois mais importantes redutos do catolicismo na Europa. Em parte alguma, desde o fim da Idade Média, a Igreja foi mais poderosa e foi maior sua influência sobre a cultura e os costumes e a exaltação dos crentes.

    Também o contra-ataque dos não crentes tem uma antiga história de crispação: tanto o castelhano quanto o italiano têm o mais rico repertório de blasfêmias do mundo ocidental. Na Espanha, o anticlericalismo do anarquista demolidor de igrejas é parte da tradição nacional, tanto quanto a beatice dos falangistas de Franco.

    Na Itália, Giuseppe Garibaldi é tanto herói do laicismo quanto herói nacional. Na prática de tempos normais, porém, a maior parte da esquerda, quando teve existência legal, fez concessões à fé dos eleitores e dos militantes. Em meados do século XX, o sindicalista que ia da missa à reunião do partido, a esposa beata do marxista intransigente e o prefeito comunista que consultava o vigário local eram figuras muito comuns, como atesta a popularidade das obras de Giovanni Guareschi.

    Nas últimas décadas, ambos os países avançaram muito rapidamente no caminho da secularização. As taxas de natalidade indicam que, apesar de todas as proibições da Igreja, italianos e espanhóis estão entre os mais entusiásticos praticantes de métodos anticoncepcionais em todo o mundo.

    Na Espanha, mesmo a grande maioria que ainda se identifica como católica (74%), dispensa as igrejas, não só para as missas, como também para cerimônias antes socialmente indispensáveis: hoje, 57% dos casamentos têm apenas a celebração civil.

    Se ainda assim os conservadores espanhóis julgam que o apoio da Igreja pode lhes ser de proveito, é que em ambos os casos a eleição pode ser decidida por uma margem muito estreita, em relação à qual o número de indecisos dispostos a acatar a Igreja, ainda que decrescente, pode fazer muita diferença – enquanto os conservadores por convicção aceitam os padrões morais da Igreja ou não se incomodam com eles, pois estão acostumados a driblá-los.

    Na Itália, onde o prestígio da Igreja foi menos corroído, o apoio dos bispos é um prêmio político ainda mais valioso. Segundo pesquisa de 1998 do International Social Survey Program, 66% dos italianos confiavam na Igreja e 32% iam semanalmente à missa, ante 42% e 11% dos espanhóis.

    Quanto à Igreja, é quase desnecessário dizer que na Itália e Espanha sua preocupação imediata é conservar os privilégios garantidos por Mussolini e Franco, que a esquerda laica pouco a pouco tende a reduzir.

    O vil metal, para começar. A Igreja espanhola tem gozado de 750 milhões de euros anuais em isenções fiscais do Estado teoricamente laico. Na Itália, o valor das isenções fiscais tem sido estimado em 700 milhões a 2,25 bilhões de euros anuais. Desde 2005, ambos os países foram advertidos pela Comissão Européia por violar as leis européias e sobre concorrência ao isentar da taxa de valor adicionado (equivalente aos nossos IPI e ICMS) a Igreja e suas empresas, incluindo hotéis, clínicas, hospitais e escolas.

    Na Itália, um inquérito formal sobre os privilégios fiscais da Igreja (que envolvem o Tratado de Latrão entre Pio XI e Mussolini, a Constituição de 1948 e a reforma da Constituição e da concordata em 1984) foi aberto pela Comissão Européia em agosto do ano passado. O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, queixou-se de pronto (em setembro) de que isso visa “destruir a credibilidade das instituições religiosas”.

  • Dom Frederico

    Um fim de semana quase perfeito.

    1. 100 000 manifestantes em Lisboa a favor da escola pública, da democracia;
    2. 19 500 apreciadores de música alternativa, num extraordinário concerto dos The Cure, no Pavilhão Atlântico;
    3. 11.064.524 de votos a favor de uma Espanha laica e moderna;
    4. 60.ª início do Campeonato do Mundo de motogp.
    5. Sentir a Primavera no Alentejo e a nevar na Estrela.

  • Dom Frederico

    Um fim de semana quase perfeito.

    1. 100 000 manifestantes em Lisboa a favor da escola pública, da democracia;
    2. 19 500 apreciadores de música alternativa, num extraordinário concerto dos The Cure, no Pavilhão Atlântico;
    3. 11.064.524 de votos a favor de uma Espanha laica e moderna;
    4. 60.ª início do Campeonato do Mundo de motogp.
    5. Sentir a Primavera no Alentejo e a nevar na Estrela.

  • Alberto

    Com minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.
    Isaías 26:9

  • Alberto

    Com minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.
    Isaías 26:9

  • elmano

    CE, Três comentários:

    – Foi bom ver a derrota da direita espanhola comandada pelo PP e suportada pela ala fundamentalista da ICAR – a Opus Dei.

    – Foi bom que “nuestros hermanos” não tenham dado a maioria absoluta ao PSOE, para evitar desvios maquiavélicos, como acontece em Portugal com a humilhação dos professores, das grávidas, dos doentes, dos velhos, dos pensionistas e dos cidadãos em geral.

    – Foi triste ver a bipolarização instalada. Foi triste ver a redução da Esquerda Unida e outras forças Laicas e Republicanas.

    Os meus votos pela construção de uma sociedade laica, fraterna, solidária e humanista onde os defensores do ultraliberalismo e do capitalismo selvagem, mesmo que travestidos de socialistas, sejam devidamente arrumados no caixote do lixo da história.

  • elmano

    CE, Três comentários:

    – Foi bom ver a derrota da direita espanhola comandada pelo PP e suportada pela ala fundamentalista da ICAR – a Opus Dei.

    – Foi bom que “nuestros hermanos” não tenham dado a maioria absoluta ao PSOE, para evitar desvios maquiavélicos, como acontece em Portugal com a humilhação dos professores, das grávidas, dos doentes, dos velhos, dos pensionistas e dos cidadãos em geral.

    – Foi triste ver a bipolarização instalada. Foi triste ver a redução da Esquerda Unida e outras forças Laicas e Republicanas.

    Os meus votos pela construção de uma sociedade laica, fraterna, solidária e humanista onde os defensores do ultraliberalismo e do capitalismo selvagem, mesmo que travestidos de socialistas, sejam devidamente arrumados no caixote do lixo da história.

  • Ateu comunista bolivariano

    pois é…. dom Fred , Boys (priests) don’t cry!!

  • Ateu comunista bolivariano

    pois é…. dom Fred , Boys (priests) don’t cry!!

  • 777

    Pois é, depois da vitória do PSOE os bispos soltaram os cães, vejam só os apontamentos da aula de doctrina social de la iglésia:

    MUJER TIENE QUE ESTAR SOMETIDA AL HOMBRE

    PORQUE?

    PORQUE EL HOMBRE EXISTE PARA CONTROLARLA

    PORQUE LA MUJER, NO TIENE PERSONALIDAD, NO PUEDE OPINAR SIN EL HOMBRE

    EL HOMBRE ES NECESARIO

    PORQUE LA MUJER ESTÁ SOMETIDA AL HOMBRE?

    EVA COMIÓ LA MANZANA

    PECADO ORIGINAL

    FUERON EXPULSADOS

    DESDE ENTONCES LA MUJER TIENE QUE ESTAR CONTROLADA PARA QUE EL HOMBRE NO VALLA AL INFIERNO

    POR ELLO LA MUJER NUNCA ESTARÁ EN IGUALDAD CON EL HOMBRE

    EL GÉNESIS, PRIMER LIBRO DE LA BIBLIA

    EL HOMBRE SOLO PUEDE SALVARSE CONTROLANDO A LA MUJER

    ES CONFIRMADO POR JUÁN PABLO II EN EL SIGLO XX

    Isto é o que o gilipoias ensina.
    ———————————————————————————————————-

    Vamos a quemar, vamos a quemar la conferencia episcopal, vamos a quemar la conferencia por machista e patriarcal!

    Vuestros rosarios, salen de nustros ovarios!

    Yo paro yo decido

    Isto é o que se ouviram pela calle atocha na manifestação do dia anterior ao dia da mulher, infelizmente adiado por causa da ETA.

  • 777

    Pois é, depois da vitória do PSOE os bispos soltaram os cães, vejam só os apontamentos da aula de doctrina social de la iglésia:

    MUJER TIENE QUE ESTAR SOMETIDA AL HOMBRE

    PORQUE?

    PORQUE EL HOMBRE EXISTE PARA CONTROLARLA

    PORQUE LA MUJER, NO TIENE PERSONALIDAD, NO PUEDE OPINAR SIN EL HOMBRE

    EL HOMBRE ES NECESARIO

    PORQUE LA MUJER ESTÁ SOMETIDA AL HOMBRE?

    EVA COMIÓ LA MANZANA

    PECADO ORIGINAL

    FUERON EXPULSADOS

    DESDE ENTONCES LA MUJER TIENE QUE ESTAR CONTROLADA PARA QUE EL HOMBRE NO VALLA AL INFIERNO

    POR ELLO LA MUJER NUNCA ESTARÁ EN IGUALDAD CON EL HOMBRE

    EL GÉNESIS, PRIMER LIBRO DE LA BIBLIA

    EL HOMBRE SOLO PUEDE SALVARSE CONTROLANDO A LA MUJER

    ES CONFIRMADO POR JUÁN PABLO II EN EL SIGLO XX

    Isto é o que o gilipoias ensina.
    ———————————————————————————————————-

    Vamos a quemar, vamos a quemar la conferencia episcopal, vamos a quemar la conferencia por machista e patriarcal!

    Vuestros rosarios, salen de nustros ovarios!

    Yo paro yo decido

    Isto é o que se ouviram pela calle atocha na manifestação do dia anterior ao dia da mulher, infelizmente adiado por causa da ETA.

  • 777

    Peço desculpa, não foi adiado, foi sim adiantado.

  • 777

    Peço desculpa, não foi adiado, foi sim adiantado.

  • charro alimado

    Mais do que pela vitória dos social-democratas do PSOE, estou satisfeito pelas derrotas da direita caceteira e das sotainas fascistas.

  • charro alimado

    Mais do que pela vitória dos social-democratas do PSOE, estou satisfeito pelas derrotas da direita caceteira e das sotainas fascistas.

  • libre

    Na Índia cerca de 50 pessoas ficaram cegas a tentar olhar para a imagem da “Virgem” Maria no sol. Estas pessoas sofreram graves queimaduras na retina danificando a sua visão.
    http://www.dnaindia.com/report.asp?newsid=1152984

    Se essas pessoas agora parassem para pensar certamente chegariam à conclusão que se fosse mesmo algo miraculoso, o seu amigo imaginário protector nunca permitiria tal estragos na sua saúde. Com isto mais 50 pessoas sofreram às mãos destas ideologias fantasiosas.

  • libre

    Na Índia cerca de 50 pessoas ficaram cegas a tentar olhar para a imagem da “Virgem” Maria no sol. Estas pessoas sofreram graves queimaduras na retina danificando a sua visão.
    http://www.dnaindia.com/report.asp?newsid=1152984

    Se essas pessoas agora parassem para pensar certamente chegariam à conclusão que se fosse mesmo algo miraculoso, o seu amigo imaginário protector nunca permitiria tal estragos na sua saúde. Com isto mais 50 pessoas sofreram às mãos destas ideologias fantasiosas.

  • Ateu comunista bolivariano

    ME CAGO EN DIOS Y EN LA PUTA VIRGEN JODER.

  • Ateu comunista bolivariano

    ME CAGO EN DIOS Y EN LA PUTA VIRGEN JODER.

  • Alberto

    Estás nervioso, Boli-Boli? Noutra caixa apareceu um tal de Mete -Nojo que é a sua cara. Faz amizade com ele.

  • Alberto

    Estás nervioso, Boli-Boli? Noutra caixa apareceu um tal de Mete -Nojo que é a sua cara. Faz amizade com ele.

  • Ateu comunista bolivariano

    Alborto…. citei essa frase em homenagem aos espanhóis anticlericais

  • Ateu comunista bolivariano

    Alborto…. citei essa frase em homenagem aos espanhóis anticlericais

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