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Crónica da memória. Tempos pios

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A Libaninha do Poço do Gado

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Novos cadernos da colecção “O Fio da Memória. Ed. CMG

14 thoughts on “Crónica da memória. Tempos pios”
  • Verissimo

    Divinal, Carlos Esperança. Que belo e engraçado retrato daqueles tempos e lugares.Uma maravilha. Um grande bem-haja por estes momentos de leitura.

  • Verissimo

    Divinal, Carlos Esperança. Que belo e engraçado retrato daqueles tempos e lugares.Uma maravilha. Um grande bem-haja por estes momentos de leitura.

  • Fernando Isidoro

    O Meia Leca, no Liceu da Guarda, estava a fazer oral de química, no 5º ano, com a tenebrosa Dr.ª Ofélia. Chumbo certo, por conseguinte.
    Em cima da mesa estacionava a parafernália de tubos de ensaio e demais objectos das práticas de química.
    Ao lado dos tubos de ensaio foi colocado um copo de vinho (“penalty”).
    -O Sr. faça lá a destilação do vinho, diz, triunfante, a tenebrosa Ofélia, perante a iminente humilhação do aluno.
    O Meia Leca passeou os olhos pela a floresta de tubos de ensaio, pelo apetitoso copo de vinho, meditou profundamente, olhou para a tenebrosa Ofélia e perguntou, desafiante:
    – A destilação do vinho xôtora?
    – Sim, a destilação do vinho, estamos todos à espera…
    O bom do Meia Leca leva então o copo de vinho à boca, bebe o penalty de um trago, põe uma moeda de cinco tostões em cima da mesa, faz uma vénia, dá meia volta e abandona a sala.
    Ao chegar à porta vira-se para a professora e diz-lhe:
    – Xôtora, pode ter a certeza que daqui a meia hora tem a destilação feita…

  • Fernando Isidoro

    O Meia Leca, no Liceu da Guarda, estava a fazer oral de química, no 5º ano, com a tenebrosa Dr.ª Ofélia. Chumbo certo, por conseguinte.
    Em cima da mesa estacionava a parafernália de tubos de ensaio e demais objectos das práticas de química.
    Ao lado dos tubos de ensaio foi colocado um copo de vinho (“penalty”).
    -O Sr. faça lá a destilação do vinho, diz, triunfante, a tenebrosa Ofélia, perante a iminente humilhação do aluno.
    O Meia Leca passeou os olhos pela a floresta de tubos de ensaio, pelo apetitoso copo de vinho, meditou profundamente, olhou para a tenebrosa Ofélia e perguntou, desafiante:
    – A destilação do vinho xôtora?
    – Sim, a destilação do vinho, estamos todos à espera…
    O bom do Meia Leca leva então o copo de vinho à boca, bebe o penalty de um trago, põe uma moeda de cinco tostões em cima da mesa, faz uma vénia, dá meia volta e abandona a sala.
    Ao chegar à porta vira-se para a professora e diz-lhe:
    – Xôtora, pode ter a certeza que daqui a meia hora tem a destilação feita…

  • Carlos Esperança

    Fernando Isidoro:

    Nesse tempo não havia o termo xôtora. A fera era tratada por Senhora D. Ofélia como, aliás, todas as professoras. Sr. Dr. era reservado para os professores (só sexo masculino).

    Sou amigo do Meia-Leca (que nunca reprovou no liceu, caso raro) e do irmão – «o Meia mais novo». Essa história que o Fernando Isidoro conta é-lhe atribuída e é falsa, mas tem muitas e não são piores.

    Um abraço.

    P.S. Alterei posteriormente este comentário.

  • Carlos Esperança

    Fernando Isidoro:

    Nesse tempo não havia o termo xôtora. A fera era tratada por Senhora D. Ofélia como, aliás, todas as professoras. Sr. Dr. era reservado para os professores (só sexo masculino).

    Sou amigo do Meia-Leca (que nunca reprovou no liceu, caso raro) e do irmão – «o Meia mais novo». Essa história que o Fernando Isidoro conta é-lhe atribuída e é falsa, mas tem muitas e não são piores.

    Um abraço.

    P.S. Alterei posteriormente este comentário.

  • Abrasivus

    Excelente texto.
    Os meus parabéns.

  • Abrasivus

    Excelente texto.
    Os meus parabéns.

  • kavkaz

    As vossas histórias são tão interessantes e hilariantes !

    Obrigado e parabéns !

  • kavkaz

    As vossas histórias são tão interessantes e hilariantes !

    Obrigado e parabéns !

  • Fernando Isidoro

    Carlos Esperança

    Obrigado pelas correcções.
    De facto aqui pela Guarda ainda hoje se contam entre nós, com extremo prazer^e carinho, inúmeras histórias atribuídas ao Meia Leca, umas verdadeiras outras não e que têm a ver com o seu carácter de rebeldia e insubmissão e com a sua lendária vida boémia.
    Eu nunca conheci o Meia Leca mas sempre foi uma referência incontornável, para mim e para para a minha geração, que terminou o 7º ano em 1974 no liceu da Guarda, que mais não fosse porque afrontava, em tempos de mordaça, certos professores/as, verdadeiros cromos e terrores, e afrontava-os e ao seu cizentismo e autoritarismo doentio e salazarento da forma que mais lhes doía: pelo sarcasmo, ironia e humor.
    A história que conto, que acho deliciosa, sempre pensei ser da sua autoria e não foi sem alguma desilusão que descubro, no seu comentário, que afinal não é. É caso para dizer: não foi, mas poderia ter sido.
    Terei de o dizer ao Dr. Craveiro, meu professor de História há mais de 35 anos ( foi anteontem, porra…) e hoje meu grande amigo e que nos encanta com as fantásticas histórias desses tempos e desses heróis.

    Os meus parabéns pelo seu lindíssimo e excelente texto.

    Um abraço

  • Fernando Isidoro

    Carlos Esperança

    Obrigado pelas correcções.
    De facto aqui pela Guarda ainda hoje se contam entre nós, com extremo prazer^e carinho, inúmeras histórias atribuídas ao Meia Leca, umas verdadeiras outras não e que têm a ver com o seu carácter de rebeldia e insubmissão e com a sua lendária vida boémia.
    Eu nunca conheci o Meia Leca mas sempre foi uma referência incontornável, para mim e para para a minha geração, que terminou o 7º ano em 1974 no liceu da Guarda, que mais não fosse porque afrontava, em tempos de mordaça, certos professores/as, verdadeiros cromos e terrores, e afrontava-os e ao seu cizentismo e autoritarismo doentio e salazarento da forma que mais lhes doía: pelo sarcasmo, ironia e humor.
    A história que conto, que acho deliciosa, sempre pensei ser da sua autoria e não foi sem alguma desilusão que descubro, no seu comentário, que afinal não é. É caso para dizer: não foi, mas poderia ter sido.
    Terei de o dizer ao Dr. Craveiro, meu professor de História há mais de 35 anos ( foi anteontem, porra…) e hoje meu grande amigo e que nos encanta com as fantásticas histórias desses tempos e desses heróis.

    Os meus parabéns pelo seu lindíssimo e excelente texto.

    Um abraço

  • Carlos Esperança

    Fernando Isidoro:

    Dê um abraço meu ao Quim Craveiro. O livro citado tem 4 textos, incluindo o meu. Os outros são de Manuel Poppe, Joaquim Craveiro e J. Pires Sanches.

    A D. Ofélia era professora de Ciências Naturais e de Geografia. O Meia Leca foi nosso colega, talvez do ano do Quim Craveiro.

  • Carlos Esperança

    Fernando Isidoro:

    Dê um abraço meu ao Quim Craveiro. O livro citado tem 4 textos, incluindo o meu. Os outros são de Manuel Poppe, Joaquim Craveiro e J. Pires Sanches.

    A D. Ofélia era professora de Ciências Naturais e de Geografia. O Meia Leca foi nosso colega, talvez do ano do Quim Craveiro.

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