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Um Desafio Criacionista

Nestas andanças de religião e ateísmo, poucas coisas me têm aborrecido tanto nos últimos tempos como a vaga de publicidade à recente paranóia criacionista de criar espaços lúdicos de desinformação denominados “museus” criacionistas. Chateia-me que, principalmente nos EUA, seja dada tamanha credibilidade a estes empreendimentos patrocinados por mentes retrógradas ao serviço do proselitismo mais perigoso à face da terra.

A definição de “Museu” no Código de Ética do Conselho Internacional de Museus (ICOM) é a seguinte:

Museu é uma instituição permanente sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento e aberto ao público, que adquire, conserva, pesquisa e exibe para finalidades do estudo, da educação e da apreciação, evidência material dos povos e seu ambiente.

Não vejo como é que algum instrumento de divulgação criacionista se possa encaixar nesta definição! Sabendo que a teoria da evolução tem vindo a ser constantemente certificada pelos avanços das descobertas ao nível dos registos fósseis, da biogeografia e, mais recentemente, da genética, como é possível que se autorize sequer a denominação de “Museu” a qualquer espaço que tenha como único objectivo a propaganda criacionista, onde, por exemplo, se divulgam cenários de contemporaneidade entre humanos e dinossauros?

Assim sendo, proponho que não mais se utilize o termo “museu” quando se pretender mencionar os ditos “museus” criacionistas. O desafio para os leitores deste blogue é ajudarem-me a encontrar a expressão certa que possa ser usada tanto em português como em inglês.

Avanço com duas propostas que não me satisfazem completamente:

  • Circo Criacionista (Creation Circus)
  • Coliseu Criacionista (Creation Coliseum)

Fico à espera de melhores sugestões.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

1 thoughts on “Um Desafio Criacionista”
  • Carlos Alberto

    Vindo de fanáticos fundamentalistas nada me surpreende.Para início de conversa o mito de Adão e Eva foi apropriado pelos hebreus quando estiveram deportados na Babilônia, no reinado de Nabucodonossor. O Mito original incluia a criação de Lilith, junto com Adão e da mesma forma, ou seja do pó da terra. Desta forma ela estava em pé de igualdade com ele e se rebelou contra qualquer forma de dominação. Admoestada por Jeovah/Deus, para que assumisse a posição subserviente, rebelou-se e voou para o Mar Vermelho (morada de demônios) e tornou-se um deles. Então Jeovah/Deus confeccionou Eva a partir da costela de Adão para que fosse totalmente submissa. Podemos observar que quando Deus apresentou Eva a Adão, ele exclamou: “Desta vez sim”, ficando claro que teve uma primeira tentativa frustada. Além disso, podemos encontrar a citação de Lilith (como demônio) em Isaias 34-14 na Bíblia da Editora Vozes. Nas demais publicações seu nome foi substituido por animais noturnos ou expressões equivalentes. E o que diriam os fanáticos sobre “Êxodo 6,1-3”. Deus mentiu, ou não sabia que ele não era o “Deus Todo Poderoso” e sim Javé, ou Jeovah, ou o Senhor, que designa a terceira manifestação da Divindade, que por desconhecer tudo que existia além dele, criou o mundo e os seres antes de estar preparado para isso, daí tanto sofrimento para os animais e para os homens ao longo de toda nossa história. O Antigo Testamento é mitologia copiada de outros povos muito mais sábios do que os boçais ingnorantes  judeus daquela época, com sua sede de expansionismo imperialista. Infelizmente teremos que conviver com os fanáticos por muito tempo, por que enquanto tiverem medo de investigar, nada aprenderão. E como disse Patrick Kondell, se o patriotismo é o último refúgio do canalha, a religião é o primeiro refúgio do ignorante.E aonde fica a parábola dos talentos? O servo mau e preguiçoso que, por medo, enterrou o talento que recebeu ao invés de o multiplicar. Ou seja, recusa-se a pensar, para confiar em “pilotos experientes”. Na verdade, como disse Einsten nem precisam de cérebro, basta a medula. Estou me ocupando com esta postagem, porque tenho uma certa preocupação com os fanáticos, por estarem na contra-mão. Para pregar divisões e animosidades, teria que ser o Maligno (para usar uma expressão que eles adoram) e não um Deus amoroso e misericorioso. Segundo Nietzche o Cristianismo é uma doutrina niilista, para quem quer negar a vida em troca de um céu hipotético. Quero terminar, mas sempre me lembro de mais alguma coisa. Só mais esta: É interessante com se julgam no direito de interferir na vida alheia, sem nem desconfiar que estão ameaçando, muitas vezes, pessoas que não tem medo dessas infantilidades. É como acreditar em Papai Noel e na Branca de Neve

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