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Ainda o protocolo de Estado

PS e PSD acertaram lista do protocolo – D.N. ontem, pág. 7 (sítio indisponível)

O que está em causa, na discussão do protocolo de Estado, é mais o lugar das Igrejas na democracia do que a dimensão e o sítio em que se arruma um cadeirão para o cardeal da Igreja católica.

A relevância dos dignitários católicos é apenas um pretexto para justificar a manutenção de privilégios ancestrais e uma manobra para caçar votos à custa da influência religiosa nas opções políticas dos portugueses, discriminando as outras religiões.

O que incomoda alguns fundamentalistas é a incompetência do Estado laico em matéria religiosa, a sua incapacidade para se pronunciar sobre verdades divinas e o impedimento para decidir sobre a vontade de Deus. De resto, a separação Igreja/Estado só favorece as duas instituições e evita a promiscuidade que foi apanágio da ditadura.

Ninguém duvida da liberdade religiosa em Portugal a menos que entenda por liberdade o direito hegemónico de uma religião particular, incompatível com a Constituição e a sociedade plural em que vivemos.

Um cadeirão destinado a um prelado numa cerimónia de Estado é tão aberrante como a reciprocidade nas cerimónias litúrgicas para os detentores de altos cargos da República.

Já a exótica manifestação da vontade de incluir um descendente da família de Bragança nas cerimónias oficiais (um delírio do CDS) é ignorar que a República se ergueu contra a Monarquia e que semelhante privilégio não é concedido a nenhum descendente dos presidentes da República.

No fundo é pôr em causa o fundamento do poder e a sua origem, aceitar ou não o voto secreto e universal para cargos transitórios ou regressar ao direito divino para funções vitalícias e hereditárias.

3 thoughts on “Ainda o protocolo de Estado”
  • peter.k.smith

    Sou catolico e sou absolutamente contra a presença de representantes da Igreja no Protocolo do Estado.
    Da mesma maneira como os representantes do Estado não podem ter lugar de destaque especial nas actividades religiosas.

    Agradeço aos mesu amigos ateus tomarem como seu este meu cavalo-de-batalha.

  • peter.k.smith

    Sou catolico e sou absolutamente contra a presença de representantes da Igreja no Protocolo do Estado. Da mesma maneira como os representantes do Estado não podem ter lugar de destaque especial nas actividades religiosas.Agradeço aos mesu amigos ateus tomarem como seu este meu cavalo-de-batalha.

  • peter.k.smith

    Sou catolico e sou absolutamente contra a presença de representantes da Igreja no Protocolo do Estado. Da mesma maneira como os representantes do Estado não podem ter lugar de destaque especial nas actividades religiosas.Agradeço aos mesu amigos ateus tomarem como seu este meu cavalo-de-batalha.

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